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História Em guerra com a verdade - Uma troca de desejos


Escrita por: Satokasu

Notas do Autor


YOOOO
Mais um cap chegando!
esse ta mais leve, não vou maltratar o coraçãozinho de vocês tanto ainda ahshahshahsha
Kissus de amora e boa leitura :*

Capítulo 34 - Uma troca de desejos


Fanfic / Fanfiction Em guerra com a verdade - Uma troca de desejos

Xing, 10:24 da manhã.

A vida no casarão passava com mais tranquilidade do que os dias na capital, o canto de uma ave é a melodia que se estende do lado de fora da casa. May já estava acordada desde muito cedo, despertada por um sonho estranho. Talvez o avô falando tanto sobre sua avó nos últimos dias estivesse influenciando sua mente, afinal era a primeira vez que ela sonhava com a mulher de quem ela não lembrava o rosto.

—Bom dia princesa. — Misa a cumprimentou quando invadiu a cozinha do lugar, se espreguiçando em seu pijama esverdeado.

—Bom dia Misa. — May sorriu deixando uma pequena risada lhe escapar com a formalidade da garota— Já disse que deve me chamar de May.

Aly e Kyomi estavam sentadas a mesa próximas de onde as mais novas estavam, e deixaram um sorriso cúmplice uma para a outra ao notarem a coincidência da cena. Foi dessa mesma forma que elas começaram a ser amigas, a diferença era que Kyomi já estava com May dentro de si na época.

—Desculpe, força do habito. —O rosto pálido de Misa ganhava um tom avermelhado, envergonhada com a chance de ter ofendido a mais nova. —May, eu queria te pedir uma coisa...

—Manda! — May respondeu, sem notar a timidez de Misa, mas tendo a certeza de que Kyomi lhe lançou um olhar repreendedor pela falta de modos. Detestava quando a filha agia com tão pouca formalidade como agora.

—Queria conhecer um pouco mais da sua região, se não for incomodar claro! —Ela começou tímida, se alterando levemente por receio de atrapalhar algum outro plano da princesa.

Enquanto May era o exemplo perfeito do completo contrario de tudo que Kyomi acreditava ser necessário a uma dama da corte, Misa, que nem mesmo fazia parte da corte, parecia ter uma naturalidade incrível para ser a dama que Kyomi tentou tornar May.

—Temos um tempo até aquela reunião na capital. — May comentou em um tom pensativo antes de sorrir e lançar uma confirmação com sinal de “joinha” de uma das mãos— Dá pra fazer um tour por aqui.

—Reuniões, reuniões e reuniões. Você e seu avô só têm pensado nisso ultimamente. — Kyomi resmungou de onde estava, tinha em mão uma faca de serra que usava para ajudar Aly a fazer o almoço deles.

—Temos assuntos importantes a resolver, Mãe. — May tentou não revirar os olhos, mas já havia dito a mesma coisa tantas vezes a mais velha que era impossível não revira-los ao ver a teimosia dela para compreender aquilo. — Parte deles tem haver com a Misa.

A menção ao seu nome chamou a atenção da albina, que desviou o olhar de suas mãos para erguê-lo em direção da princesa. Não esperava realmente que ela e Ling estivessem mesmo tentando resolver o problema de suas terras.

—Falando nisso, cadê ele? — May questionou, enciumada pelo desaparecimento do mais velho. Na verdade mais enciumada com o fato de para onde quer que ele fosse agora, arrastava sua panda junto com ele e Shao May ainda parecia gostar disso! — Sumiu com a Shao May de novo.

—Seu avô voltou para a capital. — Aly a respondeu, com um sorriso gentil de costume em seu rosto— Disse que era um segredo o que faria lá!

Yang andava tendo muitos segredos nos últimos dias para o gosto de May, e ela já detestava o fato de estar sendo posta de fora desse jeito. Ela era a confidente de seu avô e ele dela, deveria lhe contar o que estava acontecendo! Estava decidida a soldar o velho até que ele lhe contasse esse segredo quando voltasse.

—Segredo... Vamos ver quanto tempo isso dura. —May comentou com as outras presentes ali, com um sorriso maldoso nos lábios e um plano em sua mente. Aly explodiu em gargalhadas ao ver aquilo, chamando a atenção das outras para si.

—Você tem mais ciúmes do seu avô do que do seu “príncipe Amestrino”! — Aly destacou vendo a mãe da garota torcer o nariz a sua frente.

Aquela altura o relacionamento de May com o Amestrino já havia se tornado conhecido por toda Xing, a conversa de velhas era muito mais ágil em espalhar as histórias do que cartas e telefonemas seriam capazes de fazer. Não que a princesa se importasse, diferente de Kyomi que sempre torcia o nariz quando Alphonse se tonava o assunto.

—Confio no Al. — May ressaltou, querendo deixar isso mais claro a mãe do que a Aly que havia entrado no assunto.

—Só espero que ele seja merecedor dessa confiança. — Kyomi resmungou, na maior parte das vezes evitava expressar suas opiniões em palavras sobre esse assunto, mas foi diferente dessa vez. — Príncipe Amestrino! — Ela zombou, tirando um riso animado de Aly.

—Ao menos, tem que admitir que nossa menina têm bom gosto. — Ela comentou.

O “nossa” da frase ainda soava estranho na conversa delas, voltaram a serem as amigas que eram, mas Kyomi ainda era muito possessiva quando o assunto era May. Mesmo sabendo que Aly fez parte da criação da princesa, de uma maneira tão intensa, que May era como filha dela também.

—Isso eu concordo. — Kyomi concordou, sorrindo como se tivesse sido convencida, mas sua expressão mudou logo em seguida quando ela prosseguiu falando, enquanto ia até a pia do outro lado da cozinha— Mas ainda não significa que eu aprove esse rapaz!

May revirou os olhos ao ouvir aquilo. Sua mãe só podia ser louca! Em um momento tudo bem a história dela e de Alphonse e no seguinte já esta inventando milhões de teorias, uma mais neurótica do que a outra, May já não precisava se dar o trabalho de ter ciúmes imaginando quantas garotas Amestrinas não estariam cantando o seu loiro, Kyomi já fazia isso por ela.

—Vem Misa. — May a chamou, pegando a albina pela mão e a puxando para fora dali— Vamos dar o fora daqui antes que essas duas me enlouqueçam!

~*~

Amestris, Resembool.

A vida havia voltado para aquela casa junto daquelas três cabeças loiras que estavam ali. Com apenas Paninya e Garfiel as coisas eram calmas, quase como quando apenas Winry e a vovó Pinako que ficavam ali esperando o retorno dos Elric que sempre apareciam mais destruídos do que qualquer coisa.

Alphonse estava sentado no sofá com Edward e as duas quimeras ao redor do mais novo, planejando os próximos passos da pesquisa deles. Toda aquela comoção do dia anterior por conta do que viram na casa de Tucker quase os fez deixar passar um detalhe importante, havia um circulo ali! Um circulo de transmutação para criar uma quimera!

Alphonse não se lembrava dos detalhes dele, já que a emoção do momento o fez não prestar muita atenção, mas rabiscou um esboço dele em um pedaço de papel mesmo assim.

—É isso? — Jerso questionou. Erguendo uma sobrancelha ao apontar para os rabiscos do loiro que corou um pouco, tímido pelo desenho mal feito.

—Era “tipo” isso. — Tentou se corrigir coçando a nuca, encabulado.

Viu Edward rir dele e lançou um olhar mortal ao irmão. Não que aquilo tivesse tido algum efeito para fazer o mais velho parar, pelo contrario o riso só se estendeu mais ainda.

—Depois você falava mal dos meus desenhos! — Edward zombou, rindo ainda mais alto do que antes e recebendo um golpe de chave inglesa sobre seu crânio, pela loira que se aproximava deles com um prato, cheio de carnes e palitinhos de dente fincados nela.

—Não zoa o mascote! —Ela ordenou, guardando a chave habilidosamente de volta ao bolso e estendeu o prato em frente dos rapazes, com um sorriso angelical nem parecia que tinha acabado de bater no rapaz ao seu lado— Sirvam-se.

—Winry, você é um anjo! —Zampano a elogiou abocanhando parte do que havia no prato de uma única vez.

—Pelo menos deixa pros outros também ô bocudo! — Jerso resmungou, acertando um tapa na nuca do velho amigo e tirando risos dos outros.

Alphonse aproveitou a distração dos amigos para se erguer dali e puxar o irmão junto, havia se lembrado de que não entregou a Edward os desenhos de Nina e não podia deixar isso para ainda mais tarde. Afinal, esperaram quase seis anos para ver aqueles desenhos.

— Ontem foi tão... Estranho... Que me esqueci de te entregar uma coisa. — Alphonse explicou ao mais velho quando ambos já estavam na porta do quarto, com certa dificuldade em definir a sensação de ter voltado ao casarão de Tucker.

—O que é? — Questionou, estranhando o comportamento do mais novo assim que entrou no quarto e o viu puxar sua mala de baixo da cama, remexendo na mesma até retirar dela duas folhas maltratadas pelo tempo.

— Acho que a Nina queria nos dar isso antes do que aconteceu. — A frase teve o impacto esperado pelo mais novo.

Viu o irmão arregalar os olhos ao pegar as folhas das mãos dele e o viu sorrir tristemente para cada um dos desenhos, Alphonse chegou a se perguntar se havia feito à mesma expressão que o mais velho quando viu os desenhos pela primeira vez... Provavelmente chegou muito perto daquilo.

—Obrigado Al. — Edward o agradeceu, deixando uma mão sobre o ombro do mais novo e engolindo em seco antes de seu sorriso se tornar triste outra vez.

—De nada. — Devolveu ao mais velho o mesmo sorriso triste, antes de vê-lo pigarrear para disfarçar a emoção que aquele desenho lhe trazia e fingir uma tosse logo em seguida.

—Vamos voltar, antes que a Paninya venha... — Começou largando as folhas sobre a mesinha de cabeceira do irmão, próximas às fotos deles e interrompeu a própria fala ao notar a morena parada no vão de entrada da porta— Paninya! Tá nos perseguindo agora?

—Quem me dera um passatempo tão divertido. — A morena ironizou, as mãos postas sobre o peito dramatizando a situação e rindo ao completar— Eu estava no banheiro quando ouvi você pronunciando meu santo nome em vão!

—Tão santa que roubou meu relógio de prata! — Edward a lembrou do ocorrido enquanto seguia para fora do quarto com Alphonse logo atrás.

—Você nunca vai esquecer isso? —Paninya o questionou, exaltando sua voz um tom acima do normal com a lembrança.

—Não. — Edward foi seco em responder.

Alphonse apenas ria da discussão deles enquanto descia as escadas, mas teve uma pontada de pena da morena ao vê-la pedir ajuda com o olhar a ele.

—Cuidado Paninya... — Alphonse começou misterioso e com um sorriso brincalhão— Se o Ed e a Win sumirem é melhor não procurar! É capaz de não gostar da visão.

—ALPHONSE! — Edward berrou o nome do irmão, correndo o fim das escadas atrás dele que ria correndo em sua frente.

Por um instante haviam voltado a sua infância, dois garotos provocando um ao outro e rindo das brincadeiras infantis e inocentes deles. Winry sorriu ao ver os dois daquela forma, podiam fazer uma verdadeira zona em sua vida, mas preferia mil vezes mais vê-los daquela maneira.

—Eu estou é ansioso pra saber quando nós vamos para a central! —Zampano comentou, do jeito brincalhão e alegre junto de Jerso. Era de se entender o nervosismo deles, há muito tempo que procuravam com Alphonse uma saída para seus corpos.

—Logo. —Alphonse garantiu a eles, mais determinado agora do que nunca— Quando buscarmos a pesquisa do Tucker, daqui dois dias, já vou conversar com o general sobre usarmos alguma sala de um dos laboratórios da central!

—Olha só, meu irmãozinho tá crescendo heim. — Edward brincou, passou o braço pelo pescoço do mais novo deixando boa parte do seu peso pender sobre ele— Já esta sabendo como passar a perna no bigodinho pra ter o que quer!

—Da onde você tirou isso? —Alphonse gargalhou com o comentário do irmão— E trata de se preparar, disse que me ajudaria e eu vou cobrar isso!

—Quem diria, salvos pelos irmãos Elric! —Jerso brincou vendo Alphonse sorrir para ele enquanto Edward torcia o nariz.

—Sai pra lá ô coisa feia. —Edward riu, sabia que Winry estava logo atrás de si e podia ser uma boa chance de provocar a loira— A pesquisa é toda do Al, eu só vou dar segunda opinião. Sem contar que prefiro salvar belas damas.

O uso do plural no fim da frase foi altamente intencional e altamente perigoso! Winry podia esfaqueá-lo pelas costas se quisesse, mas ele sabia que não o faria. A loira não viveria sem ele, e o mesmo era dito dele que riu abobalhado ao notar o olhar furioso dela sobre suas costas.

— O que estava dizendo mesmo Elric? — A loira questionou de onde estava, uma daquelas facas bem afiadas de cortar carne em mãos apavorando facilmente qualquer um, até mesmo Alphonse estremeceu ao imaginar os castigos que aguardavam o irmão.

Podia não mata-lo, mas que algo cruel podia estar o esperando, isso ele deveria ter certeza!

—Que você é a mais linda de todas, querida. — O loiro tentou consertar seu erro, mas o risinho forçado da garota e o olhar reprovador de Garfiel logo atrás dela já mostrava que não havia dado certo.

—Entrou numa fria. Tadinho... —Paninya comentou ao seu lado, com uma falsa pena que tirou gargalhadas dos outros rapazes.

O loiro estava com as horas contadas e teria que ser muito rápido em pensar numa maneira de se livrar de seja qual for o castigo que a loira já tinha em mente para ele. Não sabia qual era, mas sabia que seria altamente doloroso!

Precisava de uma forma de amansar a fera e por sorte, conhecia a pessoa que podia lhe dar os melhores conselhos quanto a isso.

~*~

Cidade do Leste.

Hawkeye andava meio sentimental nos últimos dias, sua relação com Roy se desenvolvendo mais rápido do que ela esperava, a chegada da nova integrante à família, a proximidade romântica rápida demais dessa com Hayate, os acontecimentos do dia anterior.

Tudo isso somavam-se um a um deixando a olhos de falcão mais mexida do que gostava que percebessem, por isso alegrou-se em saber que Rebeca, pelo menos, conseguia parecer ainda mais abalada emocionalmente do que ela.

—Eu não sei o que fazer. —Rebeca pronunciou assim que as duas estavam sozinhas na sala do general, deixou dois lindos buquês deitados sobre a mesa de Riza, o olhar de Rebeca parecia ainda mais desesperado ao olhar para as flores— Faça isso parar!

Riza mordeu o lábio para evitar que o riso lhe escapasse, Roy estava em uma reunião já fazia meia hora e desde que ele saiu dali junto de Breda e Havoc. Rebeca aproveitou para invadir a sala e expulsou o pobre Fuery que nada tinha haver com o assunto, simplesmente por que ela não confiava que o outro fosse manter a boca fechada sobre o assunto delas.

Aparentemente, tanto Havoc quanto Breda haviam decidido que tinham sentimentos românticos pela amiga da capitã. Não disseram diretamente a ela, tinham amor a suas vidas acima de qualquer coisa.

—O que quer que eu faça Bec? —A loira questionou, já não conseguindo conter mais o riso ao apontar para os buquês, as rosas haviam sido dadas por Havoc e os Girassóis por Breda.

 —Mete um tiro na cara deles, sei lá! — Rebeca se alterou um pouco enquanto apontava para ambos os buquês fazendo gestos exagerados com as mãos— Só... Salva a sua amiga desses tarados!

—Bec... — A loira recomeçou, cantarolando o apelido da outra que já sabia o que a esperava depois dele e acabou com o rosto vermelho pela timidez— Você estava a pouco tempo reclamando de não ter um amor, tem dois caras super boa-pinta esperando uma resposta sua.

—Mas eu não quero... — a de olhos castanhos choramingou— Não quero ter que decidir! Olha só isso! — Rebeca explicou pegando ambos os buquês, um em cada mão, e erguendo o de girassóis primeiro— Breda é fofo, gentil, um verdadeiro doce de homem. Tão doce que já sinto que me tornei um melado! — abandonou-o sobre a mesa da capitã outra vez, agora destacando o seguinte— E o Havoc... É idêntico a essa rosas, lindo por fora e cheio de espinho por dentro. Tem noção de quantas ex ele já teve? Vai que elas são “tipo” loucas assassinas que vão querer roubar o meu rim?

Riza gargalhou com o comentário da amiga, ela estava perdendo a estribeiras bem na sua frente e a única coisa que a loira fazia era rir da cara de Rebeca. Não por maldade, mas por que não tinha outra solução!

 —Bec, sinceramente... —Riza começou, secando uma lágrima que escorria de si após rir tanto, mas foi interrompida pelo toque do telefone ao seu lado— Aguenta ai.

Rebeca resmungou baixinho por ter que esperar, observou enquanto a loira a trocava pelo aparelho ao seu lado. Sabia que era trabalho dela e que não tinha como não atender, mas ainda assim Rebeca já tinha juras de morte para a pessoa do outro lado da linha.

—Edward? — Riza questionou para o aparelho em suas mãos, parecendo receosa quanto ao ex-alquimista estar ligando para a linha interna do quartel. — Ele esta em uma reunião ago... Caso de vida ou morte? É bom que seja mesmo! Eu vou transferir a ligação para a outra sala.

Alguns botões foram pressionados em uma sequência decorada, logo a ligação estava sendo transferida a outro telefone e Riza encarava o que tinha em mãos, com uma vontade gritante de saber o que estava acontecendo. Mas ignorou isso, voltando sua visão para a amiga parada a sua frente, com o buquê de rosas inconscientemente ainda em suas mãos.

—Sabe, Bec... — Riza retornou ao assunto, lançando um olhar cheio de significados para a amiga— Eu acho que você já fez a sua escolha.

~*~

Era a mesma chatice que de costume, mais uma reunião feita para perder tempo. Nos últimos dias eram o que mais aparecia para o general, assuntos rápidos de se resolverem que viravam uma bola de neve graças à falta de mente de outras pessoas para resolvê-los. Agradeceu aos céus quando o telefone ao seu lado tocou, mesmo que não seguisse nenhuma religião.

—Bigodinho, me salva. A Winry quer me matar aqui! — Era impossível não reconhecer a voz de um dos seres que mais atormentavam a vida de Roy. Estranhou o fato de o ex-Alquimista ligar para ele, mas apenas por ter “Winry” e “matar” na mesma frase Mustang já sabia que o loiro tinha feito alguma merda.

~*~

Xing, clã Chang.

Misa parecia se deliciar com a visão dos longos campos de plantação do clã Chang, parte de seu Tour pela região dominada pelos Chang. A brisa fresca do dia acompanhada de um sol acolhedor parecia animar ainda mais a albina, que para se proteger do sol precisava andar com uma sombrinha decorada sobre sua cabeça.

Um albino é muito mais sensível à luz solar, não que isso fosse fazer Misa gostar menos dos dias claros. Eram seus favoritos, independente de sua pele e olhos sensíveis. Yang ficaria louco vendo aquilo, a garota já havia se tornado um dos mimos do velho, uma raridade amável.

—Esse lugar é lindo! — Misa elogiou, desviando o olhar admirado da paisagem para a princesa que vinha logo atrás de si.

—Obrigada. Mas desce dessa pedra, vai acabar caindo Misa. — May a alertou, rindo ao notar o quanto se parecia mais velha se comparada à albina agora. Isso sem levar em contar os 3 anos generosos que Misa tinha a mais de idade do que ela.

Ainda assim, tinha a vitalidade de uma criança descobrindo um novo mundo. E não duvidada que fosse exatamente isso que vinha acontecendo para a Albina, com seus 21 anos era a primeira vez que Misa conhecia outras regiões, que não tinham haver com a sua que havia sido dominada pelo clã Gao Lin.

—Desculpa, acho que me empolguei. — a mais velha riu. Abobalhada ao ter que segurar a sombrinha com mais força quando uma corrente de ar passou por elas.

—Sem problemas. — May a respondeu, seguindo caminho e acenando para que a albina viesse logo atrás de si.

O passeio delas se seguiu por mais um tempo, mesmo que quisesse May sabia que não conseguiria mostrar a albina tudo o que queria em uma única tarde. Por isso levou ela para as áreas mais civilizadas por seu clã, onde muitas casas se estendiam ao longo das ruas, bancas já estavam abertas há muito tempo e as pessoas que passavam por elas acenavam alegres em direção das duas.

—May, veio buscar alguns doces para sua mãe? — um velho senhor de idade a questionou quando passaram perto da banca dele. — Quem é a bela moça?

—Vamos querer alguns deles sim Sr. Zhou Yi. — May sorriu para o velho e indicando a garota ao seu lado a apresentou— Essa é a Misa Huang, minha amiga que veio do sul.

Misa fez uma reverencia rápida ao homem, meio atrapalhada pelo nervosismo que um pequeno detalhe lhe trouxe, a palavra amiga dirigida a ela no meio da frase.

Sr. Zhou Yi era um confeiteiro, rodeado dos mais belos doces com um aroma reconfortante como o de pão saído do forno que parecia ser impregnado não apenas na banca dele como no próprio senhor.

—Acabei de fazer os favoritos da Kyomi, esperem um pouco! — Dito isso o mais velho sumiu por uns instantes, voltando logo em seguida com alguns pacotinhos gordinhos para elas. —Huang, heim?  Seu nome não me é estranho.

—Er... Não, deve ser só uma coincidência. — Misa comentou, as mãos abanando em frente ao rosto claro demais que ganhava um tom róseo com a atenção dos outros sobre si.

Notando aquilo, May agilizou-se em pegar dois dos pacotes e pagar ao homem a sua frente. Sabia bem que um deles não duraria nem o caminho de volta até o casarão, seria devorado pelas duas muito antes disso.

—Ah princesa! — Zhou a chamou quando ambas já estava de saída e sorriu dando duas leves batidas na pilastra ao seu lado— O concerto do Amestrino ainda esta bem firme, agradeça a ele por mim novamente.

—Claro. — May garantiu a ele, com um sorriso abobalhado no rosto.

A primeira vez em que mostrou sua região a Alphonse ele estava junto das duas quimeras que, sem motivo aparente, haviam entrado em uma disputa de socos que acabou destruindo parte da banca do Sr. Zhou Yi. Nada que Alphonse não tivesse consertado com um bater de palmas e sua alquimia.

—Por que o chamam de Amestrino? — Misa questionou quando já estava longe o suficiente da banca— Alphonse é um nome bonito, e fácil de lembrar.

— Meu avô apelidou o Al assim. — May explicou a ela, sorrindo com a lembrança— Só precisou chama-lo uma única vez desse jeito em publico para todo o resto fazer o mesmo.

May riu com a lembrança, tendo seu riso acompanhado pelo de Misa. Agora que May havia mencionado o avô aquela história de segredo acabou voltando a sua mente e não era a única, Misa estava incerta sobre o que fazer, tinha uma pequena lógica sobre do que se tratava o tal segredo de Yang, mas não tinha certeza se deveria comenta-lo.

Não que fosse a intenção dela, mas quando chegou à capital, antes de Yang leva-la até os cuidados de May. Havia escutado parte de uma conversa entre o avô da princesa e o imperador.

Há coisas do passado que é melhor não remexer, imperador.” Não tinha certeza se isso tinha haver com o segredo de Yang, mas sabia pelo tom de voz do velho que era um assunto bastante delicado para ele.

~*~ Quebra de tempo ~*~

Edward havia sobrevivido a todo o restante do dia anterior sem nenhum arranhão, ainda vivo e com todas as partes do seu corpo no lugar. Segundo o que Mustang lhe disse no dia anterior pelo telefone, isso era o pior dos sinais! Significava que a vingança viria lenta e dolorosa.

Ele desceu a escada relutante, a casa estava silenciosa demais e geralmente isso era sinal de perigo. Encontrou o irmão debruçado sobre a mesa da cozinha, escrevendo uma carta, para May provavelmente. Antes de se aproximar conferiu para ter certeza que Winry não estava por ali pronta para mata-lo.

—Ela acabou de sair, Ed. — Alphonse comentou, como se tivesse lido a mente do irmão e o viu suspirar de alivio com a noticia, antes de sentar em frente a ele— Foi com a Paninya e o Garfiel até a estação, parece que eles vão ter que dar uma passada em Rush Valley.

Mesmo com o irmão a sua frente e comentando sobre o sumiço rápido de Winry, Alphonse não erguia o olhar da folha em mãos. Causando estranheza ao irmão.

 —Não é mais fácil telefonar? — Edward questionou, ergueu uma sobrancelha ao apontar curiosamente para o papel em frente do irmão.

—Seria se ela estivesse atendendo. — Alphonse resmungou, suspirou derrotado ao erguer o olhar para o mais velho— As linhas entre Xing e Amestris devem estar com algum problema, a chamada cai antes mesmo de tocar.

—É o mal do romance a distancia! — Edward comentou, destacando o fato agora bem conhecido pelo irmão. Ou o fato da mãe super protetora que pode ter tirado o telefone do gancho, Kyomi também era um fator que precisava ser somado junto a isso.

Alphonse por sua vez deixou um sorriso lhe escapar, sarcástico ao observar o irmão afanar um pedaço de torta que Winry havia deixado esfriando antes de sair.

Não passou despercebido ao mais novo que a loira já havia começado a castigar o irmão dele pela brincadeira do dia anterior, já o vinha ignorando como inicio de sua pequena vingança.

—E você e a Win? — Alphonse começou, vendo o irmão engasgar com o assunto— Melhor resolver logo, ela tá uma fera com você!

—Obrigado pelo aviso. —Edward começou fazendo careta após ter se engasgado— Esse provavelmente vai ser meu ultimo dia de vida!

Ele não estava brincando, se o plano que Roy havia o mandado seguir desse errado aquele seria o fim do ex-alquimista de aço. A loira o picotaria em pedacinhos e era capaz de dar seus ossos para Den brincar!

Mustang podia ser qualquer coisa que fosse, mas tinha experiência com relações e só por esse fato o loiro realmente seguiria o que o mais velho lhe disse. Já que na mente de Edward, flores e vinho não ajudariam em nada ao abrandar a fera.

~*~

A parte da fera realmente não era nenhuma brincadeira. A loira literalmente ignorou tudo que Edward tivesse dito a ela, desde um elogio querendo agrada-la um pouco até mesmo uma pergunta simples como “onde esta a manteiga?”.

Quando raramente recebia resposta ela vinha com aquele sorriso demoníaco de quem estava se deliciando de uma vingança e na maior parte das vezes era parecido com “Pergunte as suas damas!”. Aquela loira ainda iria enlouquecer o rapaz.

Quando a noite caiu ele deu seu jeito de se livrar do irmão e das quimeras, não precisava que testemunhassem seu assassinato se tudo desse errado. Se desse certo por outro lado... Nunca mais zoaria o bigodinho do general! Por que foi prometer isso em troca de conselhos? Sabia que não iria conseguir não zombar do “tutu”.

Uma pequena alteração foi feita nos planos de Roy para salvar a pele de Edward. Flores podiam encantar os antigos romances do general e até mesmo Riza, mas Winry tinha suas preferências e para substituir isso Edward teve que ir atrás de algumas ferramentas novas para a loira.

—Ed, o que tá fazendo aqui dentro? — a loira questionou ao abrir a porta de seu quarto e dar de cara com o rapaz ali dentro.

Edward corou, notando a toalha sobre a cabeça dela e o pijama justo pelo corpo ainda úmido. Talvez esperar ali tenha sido uma ideia... Diferente do que ele achava.

—S-surpresa! —Gaguejou ao balançar a garrafa de vinho que Roy o havia obrigado a comprar. “parte vital do plano” ele disse.

—Tá querendo comemorar alguma coisa? — Ela questionou, passando reto por ele e indo até a penteadeira escorada na parede. — Ou me embebedar para que eu desculpe você?

Agora ela o havia pegado!

“Comemorar o brilho dos seus olhos!” Ao menos era o que Mustang lhe mandou responder em seu roteiro pelo telefone, mas aquilo parecia tão brega e tão pouco esperado de Edward que as palavras morreram na garganta.

—Então... Eu... — Se atrapalhou no que iria dizer, vendo-a soltar os cabelos da toalha e penteá-los após pendurar o pano molhado em um cabideiro. —Ah... Eu queria te provocar Win, mas era só um pouquinho. Me desculpa.

Se Roy ouvisse isso diria que o plano deles havia acabado de ir por agua abaixo. Mas Winry sorriu discretamente ao ouvir aquilo, imaginava que aquilo não fosse plano do loiro, estava elaborado demais para algo feito por ele. Preferia daquela forma, com a simplicidade de um me desculpe.

Disfarçou o sorriso quando terminou de desembaraçar os cabelos e seguiu a passos calmos em direção de seu loiro, nervoso com a chance de ser perdoado ou levar uma surra com as ferramentas que trouxe a ela. Agora queria ter escolhido as flores, doeriam menos se jogadas contra si.

Será que era isso que Roy raciocinava quando seguia esse plano? Pensando bem, se o general fosse se desculpar dando a Riza algo que ela goste, a daria uma nova pistola e a chance de sair morto seria ainda maior.

Sentiu o corpo tremer quando a loira o abraçou, não mais por medo de ser morto. Mas por um detalhe pulsante em si, se a loira notasse isso, o que ela notaria, ele ficaria ainda mais envergonhado. Maldito pijama colado!

—Claro que desculpo. — Garantiu, quando ele devolveu o abraço e deixou um beijo quente nos lábios dele.

Aquilo só podia ser provocação. Algum tipo de vingança maligna pela brincadeira dele, por que com certeza ela o estava provocando agora mais do que nunca. E de certa forma, gostaria que ela fizesse isso mais vezes se fosse para sofrer de maneira tão prazerosa.

Aprofundou o beijo, deixando seu desejo falar por si. Assim como ela deixava o seu, as mãos enfiadas no cabelo dele trazendo-o mais para si. Tornando o beijo quente em algo desesperado, desejado por ambos que sucumbiam a esse desejo.

As mãos do loiro dançaram no corpo dela, memorizando cada detalhe, cada curva e textura, só notou estarem se movendo quando tropeçou na borda da cama dela, despencando com as costas sobre os lençóis com uma loira sedutora agarrada ao seu peito.

—Tem certeza? — questionou, já sabendo das segundas intenções que brilhavam nos olhos azuis dela. A voz saiu rouca fazendo os pelinhos do braço dela se eriçarem.

Winry deixou uma trilha de beijos pelo pescoço dele, seguindo até seu ouvido e se demorando um pouco ali ao ajeitar o corpo sobre o dele e mordiscar seu ouvido, como se saboreasse dele antes de responder.

—Tenho. — sussurrou ao pé do ouvido, com a voz sedutora e não evitou o riso ao ser lançada para o lado antes do loiro trocar suas posições ficando acima dela e devolvendo o favor de seus beijos traçarem uma linha do canto da boca até a gola do pijama.

Pijama esse que era erguido pela mão boba do loiro indo de encontro ao peito dela, que arfou com o toque. Logo não restaria mais nenhuma peça que os atrapalhassem, arremessadas para longe onde não atrapalhariam a troca de caricias e desejos.

Aquela seria a primeira vez de ambos, mas não a mais importante. A mais importante era aquela que traria frutos de seu amor, mas essa ainda estava à espera de acontecer, em um futuro possivelmente não tão distante quanto eles pensavam. Mas que ainda não viria.

Continua...


Notas Finais


E então o que acharam?


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