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História Em Memória. - Sono pazzo di te, amore.


Escrita por: willtraynor

Notas do Autor


Boa noite amores, espero que tenham uma boa leitura.
Beijos.

Capítulo 13 - Sono pazzo di te, amore.


Fanfic / Fanfiction Em Memória. - Sono pazzo di te, amore.

Sentei no chão cansada. Meu novo apartamento estava uma bagunça. Papai Anthony  terminava de pintar uma parede enquanto Franco cozinhava algo para nós. Liam e Sandra tentavam entrar em um consenso sobre qual seleção da Inglaterra tinha jogado a copa do mundo melhor.  Eu apenas ria dos dois enquanto descansava.
Tinha passado a tarde toda colando um papel de parede clássico, onde ficaria a sala. Era pequena, mas aconchegante. Me lembrava muito os antigos apartamentos de Paris.
Liam caminhou ao meu lado, se escorando na parede e sentando despojadamente no chão. Ele estava me ajudando muito durante as últimas semanas. Por mais que brigássemos o tempo todo, porque ele dizia saber onde eu devia colocar os móveis, sua presença me fazia muito bem. Mesmo quando ficou turrão, depois que Zayn apareceu em meu apartamento com um buquê de rosas brancas. Liam já sabia de tudo, mas incrivelmente ainda sentia ciúme do amigo.  E mais implausível ainda. Seu ciúme também me fazia bem.
– Sandra acha que qualquer jogo que Beckham participou, a Inglaterra merecia pontos a mais. – disse ele indignado, mas rindo.
– Concordo com ela. – comentei e ele fez careta.
– Mulheres. – falou ele, revirando os olhos, me fazendo rir alto.
– O jantar está pronto! – gritou papai, fazendo eco, por falta de móveis.
Liam se levantou novamente e me puxou com ele. Eu estava destruída. Sentamos na pequena mesa de bar improvisada no meio da cozinha. Era tudo muito novo para mim e se não fosse por eles, eu mal saberia por onde começar. Estava ansiosa para o primeiro dia que dormiria sozinha no apartamento. Era como se fosse, por fim, o começo de uma nova vida. A vida adulta e independente. E no fundo sabia que tinha que agradecer principalmente para a pessoa que estava ao meu lado. Se não fosse por Payne, eu jamais tomaria a iniciativa. E agora, me sentia maravilhosa com a ideia.
Me recostei nele, sentindo uma brisa de leve vindo da janela. Liam beijou o topo da minha cabeça e depois parabenizou papai pelo jantar de última hora. Olhei para os quatro, e agradeci a Deus silenciosamente por ter eles em minha vida.
– Já contou aos seus pais? – perguntou Payne e curvei o cenho sem saber exatamente do que estava falando.
– Sobre o que? – quis saber.
– Sobre nossa viagem para o Brasil. – respondeu, dando de ombros.
Abri a boca, sem acreditar no que ele estava dizendo.
– Desde quando nós vamos para o Brasil? Eu achei que ia apenas você e sua equipe.
Pelo canto dos olhos vi papai Franco sorrindo para Sandra. Como se dissesse “Viu só, esse garoto sabe o que está fazendo.” 
– Você faz parte da equipe também! – disse ele – Acho bom já ter começado a arrumar suas malas.
– Liam!
– O que foi?
– Você não pode tomar decisões por mim. – sem perceber aumentei meu tom de voz, me levantando da mesa  – Não é como se fossemos para Cambridge, ou até mesmo a Irlanda. É Brasil. Do outro lado do mundo.
Ele olhou para meus pais e Sandra e então suspirou fundo. Não queria brigar na frente deles.
– Achei que ia gostar da surpresa. – disse com a voz baixa.
Senti meu rosto corar. Lógico que seria mágico viajar com ele para outro país, porém eu não podia simplesmente largar tudo aqui e sair pelo mundo, só porque estava pegando o chefe.
O que as pessoas pensariam de mim? Bufei me sentando na cadeira ao seu lado de novo.
– Eu amei. – disse sincera – Mas tenho um projeto se iniciando. E não é pequeno.
Ele se inclinou beijando minha bochecha.
– Serão apenas sete dias. Você pode fazer lá, não pode? – seu tom de voz era manhoso.
Encarei todos a minha frente, que tentavam fingir que não prestavam a atenção. Mas sabia que estavam todos atentos.
– Silverstone pode ir comigo? Vou precisar dela pra me ajudar.
Seu sorriso se abriu triunfante.
– Pode levar quem você quiser. Desde que vá comigo.
Beijei a ponta do seu nariz e ouvi Franco suspirar fundo. Mesmo sabendo que seria difícil deixar o escritório e me concentrar no trabalho estando em outro país, eu não conseguia ficar longe dele. Já tínhamos criado uma rotina. 
Chegava ao trabalho cedo – quando não tinha passado a noite em seu apartamento – e o encontrava no hall do prédio. Ele beijava minha bochecha, quase o canto dos meus lábios quando se sentia ousado. Então subíamos pelo elevador com um monte de gente conversando sobre o que tinha feito na noite anterior e o que precisava fazer essa manhã. Várias pessoas puxavam assunto com Liam e quase nunca podíamos conversar com privacidade. Na hora do almoço, quando Candy me deixava sozinha, ele aparecia no escritório com uma salada italiana para mim ­– Payne já sabia minhas comidas preferidas – e churrasco para ele. 
Quando todos voltavam ao trabalho, trocávamos ideias por e-mails ou mensagens pervertidas, para ir aquecendo a noite. Que era praticamente todas acordados.
E eu não podia negar. Ele havia se tornado meu vício.

Segunda-feira acordei entusiasmada. Sabia que minha secretária entraria em êxtase quando descobrisse que participaria da viagem até o Brasil. Até eu me sentia agitada.
Quando cheguei ao treze, acompanhada por alguns colegas de trabalho logo avistei Zayn com o semblante sério falando no telefone. O cumprimentei de longe, e ele fez sinal com a mão para que eu o esperasse.
Desde o dia em que o deixei no apartamento com Candy, alguma coisa em nossa relação havia mudado. Estávamos mais próximos, não era apenas uma relação de patrão e empregado. Malik me tratava muitas vezes como uma amiga. E Caramella, também.
Na manhã seguinte, depois do jantar que ele havia preparado para ela em seu apartamento, Candy disse que o admirava ainda mais. Eles conversaram sobre o futuro dela, Zayn se preocupou em saber quem eram seus pais, e qual era sua história. A garota me contou momentos que ele havia passado na adolescência e que tinha contado para ela, e que Malik era descendente de muçulmanos, por isso tinha uma beleza sobrenatural.
Zayn disse mais alguma coisa no celular e então o desligou antes de chegar ao meu lado.
– Oi Luna! – disse ele, mudando sua feição. Ficando um pouco mais simpático.
– Oi Sr. Malik. – o cumprimentei e ele revirou os olhos.
Zayn não suportava quando o chamava assim. Dizia se sentir um idoso.
– Soube que vai conosco para o Brasil. Fiquei feliz com isso. – ele colocou a mão no bolso da calça jeans, despojada para o ambiente. Parecia nervoso, ou era coisa da minha cabeça.
– Que bom! Também fiquei feliz.
Ele mordeu o lábio encarando o chão. Tinha quase a certeza de que queria me dizer mais alguma coisa do que só que estava feliz pela minha companhia. Peguei de leve em seu braço tentando encorajá-lo. Zayn sorriu com a língua entre os dentes, e engoli seco.
– Ahm... – disse ele – Verdade que a Caramella vai conosco?
Suas bochechas criaram cor e sorri abertamente com sua pergunta. Melhor do que estar apaixonada era saber que a paixão da pequena garota que eu já considerava uma irmã, parecia estar começando a ser recíproca.
– Espero que sim.  
– Também espero. – seu sorriso se alargou e ele revirou os olhos soltando uma gargalhada. – Não conte isso a ela.
Fiz sinal de continência e ele acenou com a cabeça, dando um beijo em minha bochecha de despedida.  Do outro lado vi Liam me encarando sério. Sabia que teria que me explicar mais tarde, porém o que queria agora era ir correndo até Candy e a mandar fazer as malas.
Nós iriamos para o Brasil.

Quando cheguei a meu escritório ela cantarolava ópera enquanto passava rímel. Desde que tinha jantado na casa de Zayn, a garota havia adquirido um amor por maquiagem, música clássica e roupas mais elegantes. Portava-se como sempre, atrapalhada, brincalhona e falava pelos cotovelos, mas agora que passava pelos corredores do treze, qualquer um virava o pescoço para admirá-la. E eu tinha plena certeza que Malik era o mais afetado.
Sentei em sua mesa da mesma forma como ela fazia comigo sempre. Candy me encarou confusa, sabia que alguma coisa tinha acontecido.
– Bom dia Srta. Aniballe! – disse ela, se arrumando na cadeira – Está tudo bem?
Fiquei a observando por alguns segundos. Candy tinha traços leves, parecia uma boneca de porcelana. Os dois combinariam perfeitamente. Zayn estava mais para gangster com seu estilo despojado e ela para a mocinha de filme americano.
– O que foi? – perguntou ela, se olhando no pequeno espelho de mão.
– Já viajou para algum lugar longe?
Ela me encarou confusa e pensou um pouco antes de responder.
– Bélgica. A família do meu pai é de lá. Mas eu tinha onze anos.
Sorri animada. Bélgica não era tão longe assim.
– Tem biquíni? – perguntei há ela, que parecia mais confusa ainda.
– Biquíni? Tenho alguns, mas faz tempo que não uso. Devem estar pequenos. Meus seios cresceram muito nos últimos anos. – ela os apalpou e tive que rir.
– É melhor comprar alguns. Vamos precisar. – disse me levantado, indo até minha sala.
Candy me seguiu curiosa.
– Luna Aniballe quer me explicar o que está acontecendo?
Gargalhei. Eu literalmente não sabia fingir.
– Senta ai. – pedi para ela, que bufou, mas se sentou na cadeira – Liam me pediu para acompanhar ele em uma viagem.  E disse para ele que só iria se você fosse comigo.
Ela abriu a boca animada.
– Ai meu Deus! Aonde vamos?
– Você conhece o Brasil? – perguntei e vi a garota empalidecer.
– Não acredito. Eu vou junto?
– Vai. Se você quiser e se seus pais e o colégio liberar. São sete dias, tudo pago.
– Zayn também vai? – ela perguntou segurando a cadeira com força.
– Vai. – disse apenas, e a garota quase desmaiou de alegria.
Pensei em contar que ele tinha perguntado sobre ela e o modo como ficou quando fez isso, mas não quis iludir a garota. Ele podia estar encantado por ela, mas ainda era cedo demais para ter certeza de alguma coisa.
– Nós temos que entrar na internet e fazer pesquisas. Sabia que dizem que lá é um país animado e que eles gostam de festa? Uma vez eu conheci uma brasileira que tentou me ensinar a sambar. Acho que é uma dança típica deles. Ai Luna, que roupa eu vou?
Ela começou a me encher de perguntas. E tentei acompanhar tudo, perdendo boa parte da manhã com suas pesquisas sobre o país e as roupas que deveríamos usar lá.
Brasil em agosto era inverno, mas Candy havia lido em um site de turismo que essa era a melhor época para ir ao Rio de Janeiro. A cidade paradisíaca do país, era muito quente e para nós londrinos, seria difícil se adaptar com o calor do verão deles. Eu não me importava muito com isso, contanto que Liam estivesse comigo, fosse no inverno ou no verão. No Brasil ou em Londres, eu estaria feliz.

– Já está com as malas prontas? – perguntou Liam, enquanto almoçávamos.
Faltavam dois dias para a viagem. Não sabia qual de nós estava mais animado.
– Quase. Preciso de algumas coisas ainda, mas acho que vou acabar comprando lá.
Ele assentiu pensando em alguma coisa. Seu olhar estava longe.
– Está acontecendo alguma coisa? – perguntei receosa.
– Não. Só estou pensando que é à primeira vez que vou viajar com você. Isso me deixa excitado.
– Por Deus Liam! – falei rindo.
Tinha pessoas ao nosso lado. O restaurante de papai estava lotado. Ele riu dando de ombros.
– Hoje é sua primeira noite no apartamento. – me lembrou ele.
Bati palminhas quicando na cadeira. Me sentia uma criança indo para Disneylândia.
– Quer dormir sozinha, ou posso ir até lá mais tarde?
Peguei sua mão que estava sobre a mesa, entrelaçando nossos dedos.
– Quero que vá. Hoje e amanhã. Já que não vamos poder ficar o tempo todo juntos no Brasil.
Ele me encarou confuso.
– Porque não? Quem disse isso?
– Não é óbvio? Toda sua equipe vai junto. Por mais que as pessoas estejam falando, – e elas estavam – eu não quero que pensem mal de mim e Candy.
Ele revirou os olhos, irritado.
– Você deve estar brincando com uma coisa dessas. Nós vamos para outro país e não vamos poder ao menos ficar juntos? Eu a convidei porque queria justamente passar meu tempo com você.
Eu devia me sentir lisonjeada, mas seu comentário me irritou.
– Não quer que eu vá, eu não vou Payne.
Ele fechou os olhos com força. Sempre fazia isso quando se irritava.
– Não quis dizer isso. Será que você nunca me entende?
Joguei o guardanapo em cima da mesa. Era para estarmos planejando a viagem maravilhosa, não discutindo.  Me levantei, sabendo que ele logo viria de atrás. Liam odiava que eu o deixasse falando sozinho.
– Onde pensa que vai? – perguntou ele segurando meu braço com força.
Todos no restaurante pararam para olhar. Inspirei fundo, tentando não perder a calma por futilidade.
– Você precisa entender que quero ter as coisas por mérito. Não porque você simplesmente me dá de mão beijada. Não quero que sua equipe pense que sou uma aproveitadora. E em momento algum disse que não vou ficar com você. Quero que entenda que não vamos poder dormir no mesmo quarto. É isso. Agora me solta por favor, estão todos olhando.
Liam desceu deslizando os dedos em meu braço, até segurar minha mão e entrelaçar nossos dedos.
– Desculpa. É que me mata saber que vamos estar tão perto um do outro e tão longe ao mesmo tempo.
– Liam, você precisa parar com esse ciúme bobo. Eu vou estar perto de você o tempo todo. Não porque você quer, e sim porque eu quero.
Ele concordou com a cabeça, suspirando fundo. Quando se tratava de nós, ambos agiam por impulso. Era muita emoção e pouca razão. Ainda precisávamos aprender a balancear todo esse sentimento que era novo.
– Está tudo bem? – perguntou papai apreensivo.
– Claro. – sorri amarelo. – Estávamos justamente falando que hoje é minha primeira noite no apartamento e estava pensando em preparar algo para vocês.
Franco sorriu contente.
– Já estou ansioso. Nunca vi minha bambina cozinhando.
Liam e eu gargalhamos com o comentário dele, fazendo toda tensão da viagem se esvair com o som. Payne me abraçou pela cintura aproximando nossos corpos.
– Espero que ela não nos intoxique antes da viagem. – brincou ele, levando um cutucão meu na costela.
– Te vejo mais tarde papai. – disse, sem ao menos saber como faria aquele jantar de última hora.
Fino a dopo! – respondeu ele.

Peguei uma receita de Strogonoff que tinha encontrado na internet e depois de quase queimar tudo, consegui fazer um jantar ao menos comível. Convidei Candy  e Zayn também, e por mais que ela tivesse vibrado com a ideia, infelizmente a mãe fez com que ela ficasse em casa, já que passaria sete dias longe dela, em outro país. Tinha conhecido a Sra. Silverstone. Ela era muito amável. Totalmente diferente da filha, a Sra. Silverstone era calma, e centrada.
Liam foi o primeiro a chegar, já com duas malas nas mãos. Ele tinha decidido que íamos direto do meu apartamento para o aeroporto daqui a dois dias. Eu achei a ideia ótima.
Além das malas ele trouxe consigo, um vídeo game.
– Isso é sério? – perguntei rindo, quando ele começou a instalar o jogo na minha sala.
– Claro. Você costumava jogar... – ele pausou por um segundo – Não?
Arqueei as sobrancelhas. Só jogava quando ia para a Itália na casa dos meus primos. Por mais que tivesse dois pais, eles sempre fizeram questão das bonecas e do mundo rosa.
– Joguei às vezes. Mas faz muito tempo.
– Vem cá, eu te ensino.  – ele bateu com a mão no sofá ao seu lado.
Meninos e seus brinquedos. Sentei, colocando as pernas sobre as suas. Estava com um short jeans, curto e ele aproveitou para acariciar a parte de dentro das minhas coxas.
– O que eu faço? – Liam me entregou um controle e ficou com outro.
– Vai apertando todos os botões e tenta me vencer. – disse ele com um sorriso sarcástico nos lábios.
Dei um tapa leve em seu braço o que o fez rir.
– Amor, você vai aprender rapidinho que é difícil me vencer.
Levantei uma sobrancelha o encarando inebriada. Eu não devia me sentir assim, sabia disso. Mas era o estágio que me encontrava e era complicado demais fingir que aquela palavra me fez querer levantar e comemorar saltando pulos como uma boba.
Se apaixonar era tão fácil. Fingir que não estava era a parte mais difícil. Não que eu precisava negar a Liam, mas ele nunca tinha usado aquela palavra comigo. E o jeito casual como disse isso, me fez querer ouvir mil vezes mais. E me fez ter coragem de dizer também.
Fiquei apenas o observando, com um sorriso idiota nos lábios. Era incrível o poder que uma palavra podia causar em uma pessoa. Ou em um relacionamento.
– O que foi? – perguntou ele, me olhando com um sorriso nos lábios.
– Você me chamou de amor. – respondi sentindo minha voz mudar.
Ele inclinou seu corpo em minha direção, roçando nossos narizes. Senti seu perfume invadindo meus pulmões. Só Deus sabia o quanto eu amava aquele seu cheiro de fim de tarde. Era engraçado como certas coisas não tinham explicação. Como quando uma pessoa é colocada nas nossas vidas e por algum motivo, um sorriso, um toque, ou um olhar, ela se torna seu mundo inteiro. Da noite para o dia. Inconscientemente, como quase cair em um sono, gradativamente.
– Você é meu amor. – Liam sussurrou contra meus lábios, fazendo todos os pelos do meu corpo se eriçarem.
Fechei os olhos na tentativa de eternizar aquele momento para sempre. Nunca havia me sentindo tão bem na vida como naquele momento em seus braços.
– Diz de novo. – pedi.
Ele arrumou meu cabelo, colocando uma mecha atrás da minha orelha. Seu toque era divino e delicado. Era como se ele soubesse exatamente como e onde me tocar. Senti seus lábios roçarem o lóbulo da minha orelha e apertei seus ombros me segurando para não atacá-lo e beijá-lo desesperadamente.
– Não é por nada não, – disse ele com a voz rouca – mas eu sou louco por você, amor.
Ouvir sua voz e sua declaração fez com que me sentisse no céu. Se eu morresse naquele instante, estaria feliz. Era engraçado, mas cada trechinho dele, eu me encontrava e me sentia viva. Pela primeira vez em minha vida.

– Não está esquecendo nada? – perguntei pela enésima vez. – Passaporte, visto, remédios.
– Está tudo aqui, não se preocupe. – disse Candy revirado os olhos, típico de adolescente.
Estávamos apenas as duas no aeroporto. A primeira parte da equipe tinha embarcado um dia antes e como eu tinha alguns assuntos para tratar antes de ir, ficamos para trás.
Liam insistiu em ficar também e como uma sombra, Zayn o acompanhou. E ambos estavam atrasados.
– Embarcamos daqui a quinze minutos. Onde esses homens se meteram? – Candy estava mais impaciente que eu.
– Calma, eles já devem estar chegando. – disse olhando no relógio.
Payne havia me ligando um pouco antes falando que se atrasaria. Não quis me dizer o porquê, mas pelo tom da sua voz, parecia que algo tinha acontecido. Tentei pensar o melhor e ficar tranquila, mas com Candy do meu lado, isso era quase impossível.
– Lá estão eles! – disse ela de repente, apontando para trás dos meus ombros.
Olhei para trás e vi ambos com cara de poucos amigos. Era óbvio que alguma coisa tinha acontecido.
– Oi amor. – disse Liam, me dando um selinho.
– O que houve? – perguntei curiosa.
– Depois de conto.
– Oi Luna. Desculpa pelo atraso. – disse Zayn me cumprimentando com um beijo na bochecha.
– Está tudo bem? – perguntei baixinho e ele assentiu com a cabeça.
Algo não me convenceu neles, mas esperei até que Liam resolvesse me contar. Corremos para o portão de embarque que fazia sua última chamada. Eu estava ansiosa. Era a primeira vez que viajava sendo um casal.
Liam sentou ao meu lado na primeira classe, e do outro lado do corredor, Zayn e Candy sentaram um ao lado do outro. Pisquei para Caramella quando ela me olhou fazendo o sinal da cruz. Zayn riu perguntando se ela estava com medo. Candy disse que sim, mas eu sabia que o motivo era outro.
– Quer um chá pra relaxar Silverstone? – perguntou Liam, com um sorrisinho presunçoso nos lábios.
– Ah... Não, obrigada Sr. Payne.  – disse a garota sem graça.
– Pode me chamar de Liam! – ele fez questão.
Ela assentiu de leve, fechando os olhos com força quando a aeronave começou a decolar. Malik, Liam e eu rimos. Mas segurei forte a mão de Payne quando senti o habitual frio na barriga.
– Está com medo? – perguntou ele, debochado.
– Não. É que essa sensação me deixa enjoada. – expliquei e ele sorriu de leve, dando um beijo em minha têmpora. – Porque se atrasaram?
Ele fez careta e olhou por cima dos ombros, para Zayn.
– Amber. – sussurrou esclarecendo o atraso – Ela não consegue deixar o homem em paz.
Suspirei fundo, entediada com aquela história. Amber simplesmente não conseguia aceitar que ela e Zayn já haviam acabado há muito tempo.
– Ele está bem?
– Vai ficar amor.
Sorri, dando um breve selinho, ouvindo do outro lado do corredor, Malik rir com escárnio.
– Já vi tudo nessa viagem de negócios! – disse ele – Acho que vai ser mais uma lua de mel.
Liam riu e senti minhas bochechas corarem. Só a insinuação me deixava nervosa.
– Você trate de se comportar Zayn! Estou de olho.
Ele sorriu dando de ombros.
– Eu sempre me comporto Luna, você que não sabe. Não é Candy?
Silverstone que escutava silenciosamente nossa conversa sobressaltou com o comentário de Zayn, nos causando um ataque de risos.
– Eu não faço ideia do que vocês estejam falando, mas sim, que seja!
Gargalhei. Era evidente que ela sabia.
– Eu disse pra você. – falou Zayn, dando uma piscadela.
Rolei os olhos.
– Quero só ver quando as garotas com os biquínis brasileiros começarem a desfilar na sua frente se vai dizer o mesmo!
Ele jogou a cabeça para trás fechando os olhos, como um bobo. Liam riu.
– Acho que Zayn não vai aguentar! – comentou ele, ao meu lado.
– Nem você querido! – disse Malik na mesma hora se defendendo e estreitei os olhos para ambos.  Dando um tapa no ombro de Liam.
– O que eu fiz? – perguntou ele.
Candy soltou uma gargalhada estridente e colocou a mão na boca em uma tentativa falha de se acalmar. Homens e adolescentes. Eu estava perdida com os três.
 – Falando sério agora. – disse Malik – O que vamos fazer no seu aniversário? Afinal não é sempre que fazemos trinta anos.
Olhei assustada para Payne. Me perguntando porque não sabia que era aniversário dele.
– Quando é seu aniversário?
Liam fez careta para Zayn o chamando de linguarudo.  E se virou para mim, segurando minha cintura que estava presa pelo cinto de segurança.
– Não queria que você soubesse, porque não quero fazer nada no meu aniversário. – ele frisou bem o não, para que Malik entendesse.
Eu estava embasbacada. Não acreditava que Liam não ia me contar sobre seu aniversário.
– Porque não? Nós vamos fazer sim. Vamos estar em outro país, pelo amor de Deus, não aja como um velho!  – falou Zayn impaciente.
Liam rolou os olhos.
– Já estou velho e você também. Aceita Malik, somos senhores.
– Candy, eu lá tenho cara de senhor?  – a garota o observou por um instante e ele não a deixou dizer uma palavra – Claro que não, obrigado.
– Amor, – chamei Liam, tocando seu braço – não acredito que não ia me contar.
– Eu ia, mas queria algo especial. Só nós dois, mas esse boca aberta tinha que estragar.
– Eu escutei Payne.
– Era pra escutar mesmo!
Sorri. Os dois brigavam como dois irmãos. Era engraçado como a idade mental deles diminuía para oito anos quando começavam a conversar. Ou no caso discutir.
Candy e eu, apenas ríamos às vezes tão alto que a comissária de bordo vinha até nós pedindo educadamente para ficarmos quietos.  A viagem era longa e ninguém conseguia ficar acomodado sem cutucar o outro. Foi apenas quando Candy deu um tapa no braço de Malik pedindo, por favor, para que ele calasse a boca e a deixasse dormir, que os dois pararam de idiotices de meninos de trinta anos. Sorri agradecida quando ela fez isso, porque então consegui dormir um pouco.

– Amor, estamos quase pousando! – ouvi a voz rouca de Payne em meu ouvido, causando arrepios em minha pele.
– Deixa eu dormir mais cinco minutos, vai. – pedi manhosa e ouvi sua risadinha.
– Eu disse pra vocês que toda manhã é isso! – disse ele mais alto e ouvi as risadas de Candy e Zayn se misturando no ar.
Foi só então que a ficha caiu. Nós não estávamos no meu apartamento ou no dele. Estávamos pousando. Meu Deus, estávamos pousando no Rio de Janeiro. Levantei assustada, sentindo a claridade bater com força em meus olhos. Eu devia estar acabada. Eram quase doze horas dentro do avião.
– Bom dia! – ouvi a voz de Candy animada.
Ela já estava maquiada e com uma roupa apropriada para o tempo no país. Zayn estava ao seu lado, com os olhos inchados, mas sorrindo com a língua entre os dentes. Liam me puxou pelo pescoço, dando um beijo em minha testa.
– Bom dia meu amor. – disse ele, roçando sua barba por fazer em minha pele.
– Bom dia. Dormi muito?
– O necessário.  – falou Candy – Acho melhor você por uma roupa um pouco mais fresca. Foram as recomendações da aeromoça.
Assenti de leve, meio sonolenta ainda.  Peguei minha bolsa de mão, onde já estavam minhas roupas e alguns produtos de higiene pessoal e fui ao banheiro. A maioria das pessoas que estavam na primeira classe já se encontravam acordadas e ansiosas para descer. O voo era extremamente cansativo. Me olhei no espelho e tive vergonha de acordar ao lado de Liam com aquela cara. Meus olhos estavam inchados e meu cabelo emaranhado. Os penteei e amarrei em um rabo de cavalo alto. Escovei os dentes e lavei o rosto, passando protetor solar.
Troquei o moletom confortável e optei por um vestidinho solto, tinha comprado na Itália, era o único mais fresco que tinha no meu closet e parecia combinar com o clima do país. Nos pés coloquei um chinelo que tinha ganhado de presente de uma cliente de Anthony, ela dizia ser de marca brasileira, então achei que seria legal leva-los.
Sai do pequeno compartimento me sentindo leve e um pouco exposta. Era difícil andar em Londres, uma cidade chuvosa, com tão pouca roupa assim.
– Está linda! – disse Liam assim que me viu, fazendo seu amigo revirar os olhos.
– Que gay. ­
Olhei Candy que ria e fui obrigada a rir também. Alguma coisa me dizia que essa viagem seria ideal para eu conhecer todos profundamente. Principalmente Liam.
Era confuso, mas bom saber que alguma coisa nele tinha despertado uma vontade louca dentro de mim, em participar e descobrir cada detalhe da sua vida. 


Notas Finais


É a terceira vez que estou tentando escrever as notas finais.... E MEU DEUS, QUE SACO!
Primeiro de tudo. Quero me desculpar por não poder atender o pedido de vocês. Não terá Cap extra ou pov de Zandy.
Como já expliquei para algumas pessoas, minha ideia desde início foi escrever uma fanfic APENAS DELES! Isso mesmo.
Amo esse casal, e eles são importantes demais para a história. Então daqui um bom tempo, vocês vão poder descobrir detalhadamente o que aconteceu naquele jantar! Obrigada pela compreensão.

UFA! Tenho que agradecer por todos os comentários anteriores. NUNCA tinha recebido tanto comentário assim na vida! Nossa, estou amando isso, vocês não sabem como é importante pra mim.

E nosso casal preferido nesse mundo? O que estão achando? Eles estão nessa faze água com açúcar, só amor e tal. Fala sério, é a melhor parte de um relacionamento não é? Haha.

Bem, se alguém quiser spoilers da fic é só comentar aqui que eu com certeza mando. Porque vai ser babadeira.
A fic vai ter uma reviravolta logo mais! SSSSH VOU FICAR QUIETA! HAHAHA

LEIAM MINHA SHORT NOVA COM O BIEBER, TÁ BOA, EU JURO.
https://spiritfanfics.com/fanfics/historia/fanfiction-jessica-alba-destiny--shortfic-5849609

Beijos.


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