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História Em nome da vingança - Jeon Jungkook - Última chance


Escrita por: hyesie

Notas do Autor


B O A
L E I T U R A!

Capítulo 5 - Última chance


Fanfic / Fanfiction Em nome da vingança - Jeon Jungkook - Última chance

— Então você iria fazer uma reunião com os seus funcionários pra saber quem guardou a droga ali? — perguntei após adentrar a sala abruptamente, assustando a todos. — Mentiu pra mim diversas vezes, Jeongguk. Quem você pensa que eu sou? — eu segurava a vontade de chorar. Hari me olhava com deboche, assim como alguns amigos de Jeon que estavam por ali. — Engraçado que o Hojin, a Hari e algumas outras pessoas não são funcionários e estão aqui do mesmo modo. Aliás, de funcionário só tem os três tatuadores — falei em uma falsa calma e estapeei os braços de Jeongguk quando ele tentou me segurar.

— Amor, me escuta.

— Pra quê? Pra você mentir de novo?

— Não, eu vou te contar a verdade.

— Você jurou pra mim que não sabia de nada — bati em seu peito com força. Me sentia uma verdadeira idiota.

— Eu jurei porque se dissesse a verdade você me deixaria — falou mais alto enquanto tentava me parar. — Você até disse isso depois.

— Então é algo muito grave? — parei de tentar empurrá-lo para longe e o encarei.

— Vamos conversar sozinhos.

— Não precisa. Todo mundo aqui sabe, não é? Eu era a única trouxa que vivia em um conto de fadas achando que tudo se acertaria uma hora, que era coisa da minha cabeça — alguns amigos de Jeon riam descaradamente, irritando-me ainda mais.

— Amor...

— Vocês estão aí achando tudo engraçado, mas eu quero só ver essa alegria quando for a hora de tirar a foto oficial da ficha criminal. Isso é, se vocês já não tiverem.

— O que está querendo dizer? — Hojin perguntou.

— Vou denunciar vocês! — falei mais alto — Não sou tão boba quanto parece, sei que isso que estão fazendo é algo ligado ao tráfico de drogas.

— Eu vou conversar com ela — Jeongguk segurou o braço de Hojin assim que o “amigo” deu o primeiro passo até mim. — Saiam daqui.

— Mas ela disse...

— Não importa o que ela disse, Hari — Guk cortou a sua fala. — Sumam — gritou a última palavra. Seus amigos praticamente correram até a porta enquanto Hojin caminhava vagarosamente até mim.

— Se alguém for atrás de nós, eu saberei que a responsável foi você. Por mais que eu considere o Jeongguk como um amigo, você é apenas a namoradinha certinha dele. Não vou relevar — disse baixo, parado em minha frente.

— Foda-se — respondi da maneira mais firme que consegui. — Seu pai deve morrer de desgosto por você ser esse merda que é — o maior ergueu o braço furiosamente e eu andei para trás de olhos fechados, esperando a pancada.

— Não ouse — a voz de Jeongguk saiu alta e me fez abrir os olhos imediatamente. Ele segurava o braço do “amigo” com força. — Se tentar de novo, o nosso acordo acaba no mesmo instante — disse no mesmo tom, mas de forma contida. Hojin puxou o braço com brutalidade e me olhou uma última vez antes de sair. — Você está bem? — segurou o meu rosto com as duas mãos e eu logo as tirei dali, separando-me dele em seguida.

— Estou péssima, pior impossível! Você me enganou, se aproveitou do meu amor, me tratou como se eu fosse anencéfala.

— Não diz isso, eu só quis te manter fora dessa sujeira. E eu nunca me aproveitaria do seu amor, (s/n). Foi em nome dele, inclusive, que eu maquiei tudo pra que você nem desconfiasse. Como acha que eu me sentia sabendo que você teria vergonha de mim se descobrisse?

— E o que você esperava, Jeon? Que eu te apoiasse?

— É só uma fase, eu não vou ficar nessa — suspirei, sentando-me no sofá. — Não me deixe, (s/n).

— O que você faz? Qual é o seu papel nessa merda toda?

— Vamos conversar com calma — sentou-se no chão, logo à minha frente. — Eu vou te contar tudo desde o começo, mas primeiro me prometa que continuaremos juntos — segurou minhas mãos e eu respirei fundo.

— Não posso te garantir isso, Jeongguk. O que você fez comigo foi grave, assim como o que está fazendo com a sua vida. Porra, se meter com tráfico?

— Amor, por favor, me promete.

— Não posso — gritei, soltando as minhas mãos das suas. — Agora você tem a obrigação de me contar e o que acontecerá depois nós só saberemos quando você disser tudo. Vai depender de como eu irei me sentir, não vou te prometer nada — ele assentiu em silêncio e respirou fundo, passando as mãos pelos cabelos vermelhos.

— Hojin está com problemas sérios e precisou da minha ajuda.

 — Que problemas? Não me esconda nada, Jeon. Você não está em condições de fazer isso.

— Ele está devendo a um traficante aqui da cidade. O cara é cruel, do tipo que manda a orelha do devedor pra família — arregalei os olhos, completamente assustada. — Ele praticamente me implorou por ajuda e eu não consegui negar — me olhava atentamente.

— Jeongguk, você não vê o perigo? — ele assentiu. — Você está no meio agora, esse traficante tem conhecimento sobre você e pode te ameaçar também — levantei-me, nervosa. — Meu Deus, Jeon! E se ele quiser vir até aqui pra te procurar?

— Não vai — segurou a minha mão e me puxou para baixo, fazendo com que eu sentasse de frente para ele no chão. — Pode ter certeza disso.

— Por quê? Jeongguk... — passei as mãos no rosto, impaciente. — Essa é a última vez que eu te alerto sobre isso. Me conte tudo, não esconda nada.

— Hojin não falou sobre mim, o estúdio... Nada. Pra ele, Hojin está vendendo as drogas em festas pela cidade — suspirei aliviada. — Eu devo algo a ele — disse sério, focado no chão. Puxei seu rosto para cima e o forcei a me encarar.

— Por quê?

— Ele conseguiu novos clientes, amor. Tudo começou com ele, é por isso — deu de ombros e suspirou. — Não consegui negar nada.

— Mas esse pedido é extremo — bufei. — Você ainda é ingênuo, não canso de dizer isso. Ele vende as drogas pra pagar a dívida? — Jeon assentiu. — Esse estúdio é um lugar de utilização de drogas? Ou apenas a venda? Ou nenhuma das coisas? — apertei minhas mãos, estava inquieta. Queria saber de tudo e ao mesmo tempo não queria ter ideia do quão sujo o meu namorado estava.

— Só armazenamento — disse rapidamente, fechando os olhos em seguida. Guk suspirou e segurou minhas mãos, beijando-as repetidas vezes. — Me perdoe por tudo isso, eu omiti informações e menti pra você porque não queria que se decepcionasse comigo. Além de não querer que você fosse mais uma pra guardar o segredo.

— Você acha que o Hojin pode tentar algo contra mim? — perguntei após um tempo focada em seu olhar culpado.

— Hojin não é louco, eu acabo com ele — respondeu com pressa. — Entrego essa merda toda pra polícia sem pensar duas vezes.

— Gukkie, você pretende continuar nisso até quando?

— Vai depender de você, (s/a) — suspirou. — Eu sei que é errado, mas agora eu estou metido nisso até o pescoço. Hojin conta com a minha ajuda em troca do favor que ele me fez no início do estúdio. Se você não me quiser mais, eu desisto de tudo e escolho você.

— Mas e se você desistir? O que acontece? — perguntei mais baixo.

— Hojin morre — respondeu no mesmo tom que o meu. Puxei minhas mãos das suas para colocar sobre a minha boca. Estava realmente chocada.

— E-Eu... Eu não quero ser culpada pela morte de ninguém — murmurei.

— Se você me deixar, eu não me importo com isso.

— Jeon! — repreendi-o. — Como não se importa? — ele deu de ombros. — Você disse que ele é o seu amigo.

— E você é a minha namorada — rebateu. — Eu conheci o Hojin nesse ano, ele é metido em confusões, problemático... Você é a minha companheira de anos, foi a minha primeira mulher, está comigo em todos os momentos. Não há o que duvidar — falava rápido.

— Isso me soa a chantagem — encarei-o. Jeon balançou a cabeça negativamente.

— Eu só não vou te perder por causa do Hojin. Você ainda me ama, não é?

— Você mentiu pra mim — respondi, mesmo que quisesse dizer “sim” mil vezes.

— Você ainda me ama, (s/n)? — aproximou-se de mim. Segurou o meu rosto com as duas mãos, prendendo o meu olhar no seu. — Por favor, me responde com clareza.

— Amo, é claro que eu amo. Um amor não some assim do nada, Jeongguk — livrei-me de seu toque e me levantei novamente. — Mas não suporta mentiras e falta de confiança. Sei que falhei nesse segundo quesito com você, mas garanto tentei o tempo inteiro mudar essa situação. Já você mentiu na cara dura.

— Eu fiz algo errado, eu sei, mas foi pensando no nosso melhor. Principalmente no seu, amor. Não queria te colocar em risco, fiquei pensando que talvez você pudesse deixar vazar alguma informação por aí e isso acabaria prejudicando o Hojin com o traficante. Esse mesmo traficante poderia descobrir, através de Hojin, que você deixou passar algo e aí te atacaria, não sei... — suspirou. — Mas eu só quero te proteger.

— Ficarei segura longe disso.

— Então eu vou me livrar de tudo, pronto — enxugou o rosto. Não havia percebido que ele chorava. Jeongguk alcançou o celular e digitou algo com rapidez, levando o aparelho para o ouvido em seguida.

— Não — puxei seu celular e desliguei a ligação que ele fazia para Hojin. — Não quero que esse inútil morra e também não quero estar envolvida nisso.

— Não me deixe — abraçou-me com força. Ele já estava ficando desesperado e eu, cada vez mais confusa.

— Jeongguk...

— Por favor, fique comigo — insistiu, apertando-me em seus braços.

Retribuí o abraço na mesma intensidade, liberando o choro que nem sabia que estava preso. Eu só queria voltar em alguns meses atrás para que essa ideia de estúdio ainda estivesse em construção e eu pudesse vetar. Isso se tornou um inferno no nosso relacionamento, tanto com a chegada dos novos amigos quanto com essa história de drogas agora. E os dois motivos tinham um mesmo ponto de partida: Hojin.

— Me promete mais duas coisas, Jeon. Quando estávamos na minha casa, você me prometeu que tudo ficaria bem e agora eu quero outras promessas que complementem isso — falei, separando-nos. Jeongguk assentiu repetidas vezes, ele tinha o rosto vermelho e agora as suas bochechas estavam molhadas. — Se afasta do Hojin de vez — ele suspirou. — Para o seu e para o nosso bem como casal.

— Certo — respondeu com pressa. — Faço isso agora.

— Não. Primeiro você o ajuda com essa tal carga nova que está pra chegar, abriga ela aqui o tempo que precisar, mas depois disso é adeus — falei tentando manter o tom ameno. — Diga a ele que eu não concordo e que você vai fazer o que eu pedi. Também garanta que eu não irei denunciá-lo ou algo do tipo — Jeongguk assentiu. — Você precisa se livrar disso e eu vou estar contigo, do seu lado — o maior me abraçou novamente, fungando enquanto o fazia. Ele realmente achava que eu o abandonaria. — Mas é a última vez. De verdade — completei sendo apertada com mais força. Chegava até a doer. — Prometa que se livrará de Hojin e seus problemas.

— Prometo — soltamo-nos. Enxuguei seu rosto molhado de suor e lágrimas.

— E também me prometa que não vai mais mentir pra mim — ele me encarou por um tempo. — Prometa, Jeongguk. A não ser que você tenha mais alguma coisa pra me dizer. Você tem?

— Eu... Não tenho — suspirou, sorrindo fechado em seguida. — Prometo. Você saberá de tudo o que acontece na minha vida daqui pra frente. Tudo mesmo.

— Perfeito — beijei seus lábios com calma, sendo agarrada firmemente por suas mãos. — É horrível saber que a nojenta da Hari sabe de um segredo que te envolve e eu não. Depois de descobrir tudo isso eu senti como se não te conhecesse, parecia que eu namorava um desconhecido — Jeon suspirou mais uma vez. — Não quero que isso se repita novamente.

— Não vai.

— Jeongguk, eu estou falando sério — segurei seu rosto para que ele me olhasse nos olhos. — Se você contar mais uma mentira, de qualquer gravidade que for, nós iremos romper. Ou se omitir algo grave também.

— Não diz isso — deu-me um selinho, seus lábios pressionavam os meus com força. — Eu te amo demais. Não fale mais nada sobre isso, você estando ao meu lado é o que importa agora.

— Estarei ao seu lado só se você se empenhar em se livrar do Hojin.

— Não se preocupe.

— Não me decepcione novamente — abracei-o pondo fim naquela conversa horrível.

Minha cabeça doía, eu estava arrasada. Mesmo disposta a tentar continuar com ele, eu não conseguia me impedir de ficar chateada. Por tudo. Desde a sua mudança no decorrer dos anos até a situação em que ele se meteu agora. Jeongguk sempre foi um rapaz calmo, gentil e honesto. Eu realmente não sei como ele conseguiu mudar tanto ao ponto de fazer tudo isso. Abrigar drogas no próprio estabelecimento? Conseguir mentir para mim com tanta competência? Ele me enganou direitinho e eu não sei se conseguiria confiar nele completamente daqui para frente.

— Jeongguk, é a nossa última chance.

— Não fala assim, amor — apertou minha nuca levemente, beijando minha testa em seguida. — Nada vai acontecer. Confie em mim.

Ao invés de prolongar aquela conversa, apenas me mantive calada e suspirei com pesar. Não queria dizer que seria difícil confiar nele novamente, pois sabia que aquilo acarretaria em mais lágrimas e pedidos de desculpa. Tudo o que eu mais queria agora era ir para casa, tomar um banho quente e dormir. Dormir bastante até esquecer tudo o que aconteceu hoje.

— Vai nos entregar?

— Você vende as drogas, querida? — perguntei encarando Hari. Ela deu de ombros.

— Sou sócia do Hojin.

— Sócia? — ri soprado, sem vontade alguma. — Sócia de um homem ameaçado? Nossa, que coisa ridícula. Você não poderia ser mais patética.

— Mas o que...

— Chega! — Jeongguk gritou, interrompendo Hojin. — Hojin, só deixe a minha namorada ir embora em paz. Nós conversaremos em instantes.

— Precisamos mesmo — respondeu, encarando-me enquanto o fazia. — Estou de olho em você, (s/n) — disse calmamente enquanto eu mantinha o olhar fixo no seu.

— Eu também estou de olho em você, Hojin — falei antes de ser praticamente arrastada para fora por Jeongguk. — Eu vou de táxi — anunciei ao vê-lo retirar a chave do carro do bolso. Não queria ficar mais um minuto ao seu lado. Eu o amava, mas estar perto de Jeon agora me fazia lembrar de tudo de ruim que nos atingiu nos últimos dias. — Se apresse para conversar com Hojin e dar um fim nisso.

[...]

— E vocês se falaram hoje? — minha mãe perguntou atraindo a atenção do meu pai. Era sábado e estávamos tomando café da manhã juntos.

— Não. Jeongguk está muito ocupado com o trabalho dele, assim como eu estou com a minha faculdade — dei de ombros. — Estamos sem tempo um para o outro.

— Mas sempre dá pra se encontrar — meu pai disse. — Vocês estão bem mesmo? Porque quando a gente quer sempre tem um jeito — me olhou atentamente. — Eu estou aqui tomando café da manhã com a sua mãe, por exemplo — riu fraco.

— É que estamos realmente sem tempo — falei sem jeito, sabia que não estava sendo convincente. Meu pai me olhou por um tempo até dar de ombros e voltar a comer.

— Vamos sair juntos hoje? — minha mãe perguntou.

— Eu e vocês? — ela assentiu.

— Iremos até a loja de uma amiga da sua mãe e de lá nós iremos almoçar em algum restaurante por aí — meu pai explicou.

— Restaurante francês — a mais velha corrigiu com o cenho franzido. Eu ri. Minha mãe não gostava muito dos restaurantes coreanos, ela não conseguia se adaptar aos alimentos típicos daqui.

— Que seja — deu de ombros. — Filha, eu tenho uma dúvida. O pai do Hojin me perguntou o que o seu namorado fazia e eu disse que ele tinha um estúdio de tatuagem — limpou a boca e colocou as mãos sobre a mesa, unindo-as. Parecia sério agora. — Após me olhar de forma meio confusa, ele me perguntou o que o seu namorado fazia exatamente.

— Você disse o quê?

— Pois é, eu não sabia o que responder — entortou a boca. — O que o Jeongguk faz naquele estúdio? É só o dono? Pretendo conversar melhor com o pai do Hojin sobre isso. Sei que Jeongguk é um bom rapaz, mas esse outro garoto me preocupa. Não quero você perto de coisas erradas, aqui na Coreia o modo de lidar com crimes é mais duro e o Hojin já usou drogas, enfim... — suspirou e eu engoli em seco. Aquela conversa era perigosa demais.

— Jeongguk é o dono, mas também é... — ele estendeu a mão para que eu parasse de falar e sacou o celular que tocava.

— Pode falar, estou livre — disse, levantando-se.

— Depois vocês continuam essa história — minha mãe levantou-se. — Vamos nos arrumar, quero fazer essa visita logo.

— Só visita? — ri, levantando-me também. — Você quer comprar muito que eu sei — ela gargalhou.

Nos arrumamos rapidamente e durante o caminho o meu pai quis voltar ao assunto, mas a minha mãe não permitiu. O que eu agradeci mentalmente. Não queria ficar lembrando de Hojin e a sua péssima amizade com o meu namorado. Em pensar que nesse momento, lá no estúdio de Jeongguk, há sacos e mais sacos de drogas escondidos nos armários ou no chão... A decepção me invade com força. Ao chegar na loja, minha mãe se empolgou e comprou várias peças. Eu fiz a aquisição de apenas duas blusas e o meu pai comprou uma calça.

— Doze peças — ela suspirou e sorriu, ocupando uma cadeira do restaurante. — E agora eu irei comer alguma delícia francesa — abriu o cardápio, animada. Meu pai revirou os olhos.

— Olha quem está aí — um homem com roupas formais parou perto da nossa mesa e sorriu. — (s/s) — aproximou-se e apertou a mão do meu pai. Os dois se abraçaram em seguida.

— Essa é a minha esposa e aquela ali é a minha filha — apontou e ele logo cumprimentou a minha mãe. O homem parecia ser jovem, deveria ter seus trinta anos e os seus traços europeus eram charmosos.

— Muito linda — disse segurando a minha mão para beijá-la em seguida enquanto mantinha os olhos fixos nos meus. Sorri fechado sentindo-me levemente envergonhada. — É um prazer.

— Quer sentar conosco? — minha mãe convidou.

— Se não for incômodo — sorriu gentilmente.

— Nunca é — meu pai respondeu e ele sentou-se rapidamente. — Pierre é um acionista da minha empresa. Rapaz muito dedicado, vale acrescentar — sorriu para o outro que rapidamente retribuiu.

Almoçamos em meio a conversas animadas sobre as viagens que havíamos feito. Pierre revelou ter vinte e oito anos e eu fiquei surpresa, pois o rapaz era novo para ser tão bem sucedido. Além de ser acionista na empresa do meu pai, ele possuía uma rede de lojas de artigos esportivos por toda a França. Meu celular tocou algumas vezes, mas eu não percebi por estar envolvida na conversa com o rapaz. Quando notei já era tarde demais. Todas as ligações eram de Jeongguk e agora ele não atendia as minhas chamadas de retorno.

— Algum problema? — Pierre se aproximou, assustando-me. Eu estava em frente ao restaurante, na rua.

— Não, nenhum — respondi rapidamente. — Eu estava fazendo uma ligação.

— Você parece meio nervosa. Desesperada, talvez? — riu fraco, instigando-me ao fazer o mesmo. — Problemas com o namorado? — franzi o cenho. — Seu pai já me disse que você namora.

— Ah, sim — ri. — É, estamos meio distantes esses dias. As coisas não vão bem, sabe? — ele assentiu com a cabeça. — Mas eu o amo e tento passar por cima de tudo.

— Às vezes não adianta — colocou as mãos nos bolsos da calça social, encarando a rua agora. — O fim já está decretado.

— Nossa — ri sem vontade e ele me olhou rapidamente.

— Não quero te assustar ou nada do tipo — tinha os olhos arregalados e aquilo me fez rir de verdade.

— Tudo bem, você está certo mesmo — dei de ombros. — Nem sempre todos os esforços dão resultado.

— Conversar nunca é demais, talvez falte isso na relação de vocês.

— Falta conversa? — ri. — Não mesmo, o que eu mais faço com o Jeon é conversar. Pode acreditar.

— Então ele é um babaca mesmo — desviou o seu olhar do meu e encarou a rua novamente. Fiquei calada, sem saber o que responder. Aquilo foi uma espécie de cantada? Não, eu devo estar viajando. Ele não olharia diferente para uma mulher seis anos mais nova que ele.

— Vamos voltar? Meus pais vão ficar preocupados — tentei retornar para o estabelecimento, mas ele segurou meu braço para me impedir. Encarei-o assustada e ele sorriu abertamente, puxando-me para a sua frente. — M-Me...

— Não devemos voltar agora — soltou-me antes que eu pedisse. — Seus pais estão no maior clima lá dentro — riu. — Eu fui ao banheiro assim que você saiu e quando voltei os dois estavam se beijando — estiquei-me um pouco para olhar através do vidro do restaurante e vi os dois trocando carícias lá dentro.

— É um momento deles — falei antes de gargalhar. — Bonitinhos.

— É melhor guardar o seu celular — Pierre disse de repente, pondo-se à minha frente de novo.

— Por quê? — guardei o aparelho na bolsa.

— Tem uns rapazes esquisitos olhando pra nós dois do outro lado da rua. Vamos entrar — segurou minha cintura, guiando-me para a entrada do restaurante novamente. Olhei para trás apenas por curiosidade enquanto deixava-me ser levada e não contive o susto ao ver quem estava do outro lado nos observando.

— Espera, Pierre — pedi, parando de andar e forçando-o a fazer o mesmo. Viramo-nos para a rua de novo enquanto alguns dos rapazes conversavam entre si na outra calçada.

— Você os conhece? — ele perguntou, parecia sério. Respirei fundo buscando coragem para dizer aquilo.

— É o meu namorado que está ali — falei, afastando-me dele completamente. Ele riu soprado.

— Sério? — me olhou rapidamente e voltou a encarar os outros. Jeongguk estava com Hojin e mais três rapazes. — Não vai me dizer que o seu namorado é o cara de cabelos vermelhos — zombou rindo.

— Sim, é ele — suspirei, cruzando o meu olhar com o de Jeongguk. Anteriormente ele tinha o olhar fixo em Pierre. — E está extremamente irritado — murmurei mais para mim do que para o rapaz ao meu lado.


Notas Finais


Geeente! Muito muito muito obrigada pelos favoritos, já estamos aí em mais de 120 e eu nem acredito que está crescendo tão rápido. Quero agradecer muito a quem comentou até aqui, eu percebi um aumento de comentários no cap passado e isso me animou muuuuito. Obrigada MESMO ❤

Quero avisar que, por enquanto, a sexta-feira será o dia fixo de postagem. Eu já escrevi até o cap 14, mas não tenho muito tempo pra revisar e postar, por isso só garanto a sexta. Mas eu vou tentar postar no meio da semana, ainda vou organizar melhor isso aí.

B E I J Ã O ❤❤


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