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História Em nome da vingança - Jeon Jungkook - O atual Jeongguk


Escrita por: hyesie

Notas do Autor


✨ SURPRESINHAAA ✨
||⇾ Um aviso útil: o capítulo está calmo em sua maior parte. Leiam com tranquilidade, na paz.

B O A
L E I T U R A!

Capítulo 61 - O atual Jeongguk


Fanfic / Fanfiction Em nome da vingança - Jeon Jungkook - O atual Jeongguk

— Você tem muito jeito pra alimentar crianças — comentei quando finalmente terminamos de lavar a louça que usamos. Heeji brincava com o seu amado boneco azul na sua cadeirinha. — Praticou com alguma? — O silêncio de Jeongguk durou por alguns segundos. — Não quer falar? Se for, não tem problema.

— Não, não é isso — negou rapidamente. — Eu só... Só sigo o meu instinto — sorriu fechado, desviando o seu olhar do meu em seguida. Jeon parecia nervoso. — Bom, você tem que ir trabalhar agora — olhou para o relógio em seu pulso. O que ele escondia? — Lembre-se de que temos um evento da eleição amanhã e de que no fim de ano nós deveremos estar em uma festa do Sang.

— Tudo bem — sorri brevemente. Já não gostava mais de ter que falar desses assuntos, principalmente hoje que estava tão emotiva. — Te vejo mais tarde.

— Mais tarde? — Me olhou assustado. — Marcamos algo?

— Aqui em casa — dei de ombros.

— Mas nos vemos pouco — riu.

— Você quer jantar comigo?

— Como é? — Arregalou os olhos, surpreso. — Você... Nós... Jantar?

— É, como bons companheiros de casa — ri fraco, envergonhada. Por que eu estava fazendo esse convite?

— Ah... — disse baixo. — Tudo bem — sorriu. — Eu vou amar ficar um pouco mais de tempo com Heeji.

— Você gosta mesmo dela, não é?

— Amo — olhou para a menina que mantinha-se concentrada em sua interação com o brinquedo favorito. — E não sei te explicar o motivo.

— Você a quis muito, acho que foi por isso — suspirei. — E eu aprecio muito o que você sente por ela, mas...

— Não me peça nada, por favor — me encarou rapidamente. — Não faça isso.

— Preciso ir, Jeongguk.

E como se fugisse de um fantasma, peguei Heeji no colo e caminhei às pressas até o meu quarto enquanto chamava por Gayoon. Horas mais tarde daquele mesmo dia, já no trabalho, recebi várias ligações de Taehyung, porém decidi ignorar todas elas. Eu precisava ficar longe de qualquer assunto ligado ao plano por mais um tempo, principalmente nesse momento em que estava tão frágil após descobrir as verdadeiras intenções e a falta de caráter de Minhyuk. Depois de realizar o meu serviço praticamente em modo automático, pude retornar para casa e lá me deparei com uma cena fofa e engraçada: Jeongguk apoiado em uma das paredes que dividia os nossos ambientes enquanto tinha as mãos enfiadas dentro dos bolsos da calça de moletom cinza. Os cabelos escuros estavam úmidos e denunciavam o seu banho recente.

— Está me esperando há muito tempo? — Questionei antes de colocar a minha bolsa no meu sofá.

— Não, cheguei agora — sorriu abertamente. Eu podia ver o quanto ele estava ansioso. — E Heeji? Onde está?

— Acabei de chegar, você viu — ri. — Estou indo vê-la agora.

— Eu espero aqui.

— Quer me acompanhar? — Convidei, já sabendo que poderia estar fazendo tudo errado. Eu ainda estava muito abalada e as minhas atitudes certamente eram justificadas por isso. — Ela vai gostar de receber a sua visita.

— Sério? — Seu sorriso aumentou.

— Vem logo — iniciei o caminho até a escada e ri ao ouvir os seus passos apressados logo atrás de mim. — Gayoon?

— Aqui! — Ela respondeu um pouco longe. Estava no quarto da mais nova. — A Hee virou o baldinho de tinta verde sobre a cabeça! — Comentou assim que entrei no cômodo. — Eu já dei um banho nela, mas está difícil de sair.

— O quê? — Arregalei os olhos ao ver o topo da testa de Heeji esverdeado. Conferi mais um pouco e notei que as orelhas também estavam. — Sujou muito!

— Foram dois banhos, um de tinta e outro com água pra tentar corrigir o primeiro — Gayoon riu, sendo seguida de Jeongguk. — Boa noite, senhor Jeon.

— Boa noite — ele respondeu sorridente. Eu já havia notado que os dois tinham uma relação muito boa e isso me deixava um pouco curiosa, pois ambos não tinham tanto contato. — Será que temos uma menina Hulk em formação? — Todos nós rimos.

— Seu horário acabou, Gayoon. Eu me ocupo de limpar os cantinhos — falei. — Acho que devemos suspender o uso dessas tintas. Tenho medo de que ela acabe bebendo.

— Mas a Gayoon não tira os olhos dela — Jeon disse.

— E olha o que aconteceu! — Eu rebati em meio ao riso. — Heeji é rápida. Quando menos esperamos, percebemos que ela já fez algo de errado.

— Num piscar de olhos — Gayoon acrescentou e eu concordei com a cabeça. — A senhora precisa de mais alguma coisa? Eu posso...

— Não, pode ir — a interrompi. — É sexta à noite e eu sei que você tem compromissos — pisquei o olho fazendo-a rir. — Vá aproveitar.

— Obrigada — a moça disse antes de praticamente correr dali, animada para ir embora.

— Você não cansa de fazer bagunça, não? — Perguntei para a menininha que havia acabado de colocar a mão na boca. — Isso é feio, Hee. Eu já te disse — me abaixei para ficar mais próxima e repreendê-la mais uma vez, porém desisti ao vê-la retirar a mão e sorrir. Tão linda. — Você é uma delinquente profissional — cerrei os olhos fazendo Jeongguk gargalhar. — Sabe a hora certa de me obedecer.

Goo! — Ela olhou para o maior. Seus olhinhos escuros ficaram menores quando mais um sorriso surgiu, porém agora direcionado para o seu mais novo melhor amigo.

— Está tentando fugir de mim? — Segurei-a pela cintura e beijei a sua testa antes de liberá-la para que caminhasse até Jeon. — Espertinha.

— Vamos comer juntos hoje, meu amor — o moreno mexeu nos cabelos curtos da bebê, acariciando-os. — Eu posso terminar de limpá-la enquanto você toma banho, (s/n).

— Não quero te incomodar. Eu posso fazer isso.

— Não é incômodo — respondeu com pressa. Ele realmente queria aquilo. — Eu tenho a noite inteira livre.

— Você? — Ri. — E a Softway?

— Hisoka.

— E os seus planos de curtir a noite?

— Quais? — Arqueou a sobrancelha após me encarar. — Ultimamente eu só tenho caído na cama e dormido.

— E de onde você tira tanto sono, então? — Ri mais uma vez. — Te vejo passeando pela casa o tempo todo e isso não cansa ao ponto de te fazer dormir logo.

— Você nem imagina o que eu sofro pra conseguir dormir — negou com a cabeça, comprimindo os lábios logo após.

Por já conhecê-lo, eu sabia que o assunto era complicado e que ele não queria dividir. Se tivéssemos em uma relação, eu até insistiria para saber se poderia ajudá-lo de alguma forma, porém estávamos em uma situação completamente diferente e eu não tinha o direito de pedir nada. Após deixar que Jeongguk terminasse de limpar o rosto de Heeji no quarto, segui para o banheiro e tomei um banho pouco demorado, mas relaxante. Enquanto ainda estava dentro do cômodo, eu podia ouvir com clareza as risadas dos dois e foi inevitável não sorrir. Eles se davam tão bem. Era uma relação rara e muito bonita.

 — Deixa que eu enxugo! — Jeon falou animado quando, no meio do jantar, Heeji bateu na minha mão e o suco escapou de sua boca. A mais nova estava começando a ter vontade de se alimentar sozinha e isso me forçava a dobrar a atenção durante as refeições. — Sua mãe está fora do ar, não é? — Riu.

— Ela que bateu na minha mão! — Rebati antes de rir.

— Não acredito que está querendo pôr a culpa na sua filha — cruzou os braços, me encarando com divertimento.

— Mas foi ela! — Repeti o seu ato. — Não acredito que você está defendendo a Heeji desse modo descarado.

— Nós dois temos uma parceria — piscou o olho para mim, logo retornando para a tarefa de limpar a boca e o queixo da mais nova. — Pronto! — Heeji esticou os braços na sua direção e o seu sorriso pareceu dobrar de tamanho. — Posso?

— Se não for te atrapalhar... — dei de ombros.

— Já terminei de comer — ele disse enquanto já pegava a menina. — Posso terminar de alimentá-la também.

— Mas ela já não vai querer continuar — ri fraco. — Quando faz esse tipo de coisa, é porque a cota do dia já foi atingida.

— É? — Sorriu. — Eu gosto de saber dessas coisas.

— Crianças são realmente curiosas e... — me calei ao ver Heeji esticar-se para alcançar o seu prato. — Não acredito.

— Será? — Jeon riu antes de trazer o utensílio para perto. — Você quer? — Vimos os olhinhos fixos da menina no prato e a sua boca pequena se abrir e fechar diversas vezes. Foi impossível não rir. — Por que tão fofa, Heeji? — O moreno abraçou fortemente a menor e deixou um beijo em sua bochecha levemente avermelhada. — Você vai comer tudo agora mesmo, não vai esperar nem mais um minuto.

E contrariando tudo o que era comum até aqui, a menina comeu toda a sua refeição e ainda bebeu o que sobrou do suco. Jeongguk tinha toda a tranquilidade do mundo e esperava pacientemente que ela terminasse de bater palmas para só então abrir a boca. Enquanto os dois interagiam, eu me peguei pensando em como ele será um bom pai quando for a sua hora. E depois do que passamos nesses últimos dias, mais do que nunca, eu desejava que a sua mudança aparente fosse verdadeira e que ele fosse realmente merecedor de tudo aquilo que tem. Eu sabia que também tinha muito o que aprender, mas desejar que Jeon fosse feliz era mais forte do que deveria ser.

— Muito obrigado por hoje — Jeongguk disse após colocar Heeji já adormecida em seu berço. — Eu realmente adorei ficar mais perto de vocês.

— Foi um gesto de agradecimento — nos encaramos. — Você me ajudou a lidar com as declarações de Minhyuk.

— Mas... Mas eu não fiz nada — franziu o cenho. — Te dei o espaço que pediu.

— Você me amparou naquele momento terrível e depois cuidou de mim mesmo distante — sorri brevemente. — Eu ouvi você perguntando sobre mim e a minha alimentação para os meus funcionários — o moreno abaixou a cabeça e bagunçou os cabelos por um breve momento, envergonhado. — Em alguns casos, a distância é a maior prova de... De... — engoli em seco, perdida nas palavras. Droga, (s/n). — De carinho.

— Amor — manteve o olhar fixo em mim. — Prova de amor.

— Jeongguk...

— E eu concordo com o que disse — continuou falando com seriedade. — Eu só aprendi a amar e a demonstrar o amor há pouco tempo. E não estou falando apenas daquele que sinto por você, mas também daquele que sinto por meus pais, por Hisoka, por meus amigos... — encolheu os ombros. — Eu descobri que amar alguém é também perceber e aceitar que o outro é mais feliz longe da gente — agora foi a sua vez de engolir em seco. Eu permaneci paralisada, apenas ouvindo o que era dito. — Esse é o nosso caso. Eu te amo, mas te vejo feliz quando está distante de mim e hoje consigo apreciar isso imensamente.

— Eu... Nossa! — Ri fraco, surpresa. Seus olhos mantinham as lágrimas presas e ali eu conseguia identificar que as suas palavras eram verdadeiras. — Não sei nem o que te dizer.

— Não diga nada — sorriu abertamente. — Só quero que entenda algum dia que eu me arrependo de tudo o que fiz. De tudo. A vingança não é o melhor caminho pra ninguém, ainda mais tendo motivos tão idiotas como aconteceu comigo e com o Park — suspirou. — Veja como estou infeliz, como o Minhyuk se comportou como um louco... — interrompeu-se e negou com a cabeça. — Sinto muito por toda essa merda.

— É... — olhei para os lados na tentativa de disfarçar os meus olhos marejados. Jeon falava do quanto uma vingança era ruim e, por trás, eu armava uma contra ele. — Eu estou muito cansada, Jeongguk. Amanhã temos o evento pra ir e eu preciso dormir pra me recuperar a tempo.

— Claro! — O seu sorriso largo surgiu mais uma vez. — Tenha uma ótima noite, Heeji — sussurrou antes de abaixar-se para beijar a testa da garotinha. — Boa noite — disse quando passou por mim.

— Boa noite — murmurei, ouvindo os seus passos se distanciarem em seguida. O cheiro do perfume de Jeongguk ainda se fez presente naquele quarto por alguns minutos e eu, sentindo o meu coração bater forte e descompassado contra o peito, suspirei com pesar enquanto prendia o choro. — Não posso voltar atrás. Não posso.

[...]

— Vocês têm muita química — Sang disse sorridente. — Ainda se fala esse tipo de coisa? — Riu ao olhar para a sua esposa que era de meia idade assim como ele. — Acho que estou velho demais — nós rimos. — Bom... Felicidades ao casal.

— Muito obrigada, senhor Sang — agradeci antes de dar o meu sorriso mais aberto. Eu precisava esbanjar simpatia e, por sorte, já conseguia me sentir bem melhor sobre o que aconteceu recentemente.

— E Heeji?

— A Hee ficou em casa sob os cuidados da minha mãe — respondi com simpatia.

— Deveriam ter trazido a pequena.

— Não — Jeon respondeu alto, sério. — Ela é muito nova e eu não quero usá-la como munição pra vencer.

— Jeongguk — chamei a sua atenção falando bem mais baixo enquanto apertava o seu antebraço disfarçadamente.

— Não quis insinuar isso, mas...

— Sang, a Hee é apenas uma criança e as suas táticas de negócios não vão se aplicar a ela — interrompeu o mais velho. O tom de voz de Jeongguk havia mudado completamente e agora denunciava a sua irritação. — Heeji está fora.

— Como quiser — ele ergueu os braços em rendição e a partir dali o clima pesado se instaurou entre nós quatro.

— Desculpe o meu marido, senhor Sang — pedi. Era tão estranho falar aquilo, mas não havia outra saída. — Jeongguk está estressado com toda essa movimentação da eleição. É algo muito novo.

— Ele sabe que vai ganhar — Sang logo sorriu. — É o meu homem de ouro — bateu nas costas do mais novo. — Faço questão de que vocês sentem aqui conosco — nos olhou alternadamente. — Será a mesa dos casais mais importantes de Seul.

— Não exagere — Jeongguk disse após rir, assim como todos nós. — Vamos sentar? Acho que já chamamos a atenção de todos por muito tempo — o moreno apossou-se da minha cintura e sorriu gentilmente para Sang, que assentiu.

— Vocês são carne fresca por aqui — o mais velho riu. — Vão ser olhados como novidade por mais alguns meses. Longos meses.

— E sobre a eleição? — Perguntei. — Jeongguk tem muita intenção de voto entre os empresários?

— Bastante — Sang parecia extremamente animado. — Depois que se casou, então... — deu mais algumas tapinhas nas costas de Jeon. — Esse novo passo no relacionamento de vocês veio a calhar, sabe? Foi perfeito.

— Imagino — Jeon resmungou.

— Eu fico muito satisfeita com tudo isso — sorri forçadamente. Era difícil lembrar do motivo desse casamento, mas eu tinha que fazer a minha parte e convencer os demais. — Jeongguk quer muito ser o presidente do complexo dois — entrelacei os nossos braços e apoiei a cabeça no ombro do mencionado por um breve momento, fazendo a maior cena de mulher apaixonada. — Ele não fala sobre outra coisa.

— Ah, que casal lindo! — A senhora Sang disse. — Tão jovens e tão apaixonados.

— Vejam só quem eu encontro! — A voz de Taehyung surgiu de repente. — O casal do ano!

— Taehyung? — Arregalei os olhos, assustada por vê-lo de surpresa. Ele deveria ter me avisado que viria, não?

— Olá, senhora — me reverenciou. — Boa noite.

— Eu o convidei, como sempre — Sang riu. — Taehyung e eu estamos planejando mais negócios, então não deveremos perder um evento que seja.

— Sang é sempre sábio — Kim sorriu. — Boa noite a todos — nós respondemos em um uníssono. — Jeongguk, quero que saiba que eu torço muito por sua vitória na eleição. Pelo que ouvi no salão, você é o favorito.

— Fico feliz, Taehyung — Jeongguk disse com seriedade. — Sang, o Kim ajudou a (s/n) nos primeiros meses de Heeji — revelou antes de sorrir minimamente. Por que ele fazia isso? — Eles possuem um vínculo. São amigos.

— Sério? — O mais velho, assim como eu, arregalou os olhos. Porém ao contrário de mim, Sang ficou ainda mais animado. — Que mundo pequeno! Eu sabia que vocês já se conheciam e até presenciei aquela confusão no nosso primeiro encontro, mas nunca pensei que se aproximariam tanto ao ponto de compartilhar o desenvolvimento de Heeji — o homem nos encarou alternadamente e o meu nervosismo apenas aumentou. O que eu deveria dizer?

— Seu amigo é muito solícito — Jeon continuou falando com tranquilidade. — E eu sou muito agradecido pelo apoio que ele deu a (s/n) quando o bosta do Minhyuk negligenciou a posição de pai e quando eu não fui capaz de estar por perto — encarou Taehyung. — E pode ter certeza de que não falo isso pra parecer bom. É um sentimento verdadeiro — manteve-se sério, chocando a todos nós com a declaração repentina. — Obrigado.

— Por... Por nada — Kim disse baixo, sem jeito. — Mas eu fiz porque gosto de (s/n) e de Heeji. Não foi nada ruim.

— Eu sei, não duvido disso — sorriu para o outro. O que estava acontecendo? Jeongguk sendo tão gentil com Taehyung? Era uma novidade e tanto!

— Senta-se conosco, Kim? — Sang convidou sorridente, claramente feliz por ter os seus dois aliados em clima de paz. — É muito bom saber que vocês já não estão mais se estranhando.

— Eu não vou demorar muito, Sang — Tae disse sério, tão assustado quanto eu com o que havia acabado de ouvir. — Vim apenas pra falar com uma pessoa — me olhou, mas logo encarou o amigo. — E dar uma olhada nas oportunidades de negócio, é claro.

— Que bom que falou nisso! Eu preciso te apresentar ao vice-presidente de um grupo muito importante — o homem levantou-se com pressa.

— Faça isso depois — Taehyung segurou o seu ombro. — Eu tenho que beber algo bem alcoólico antes — riu.

— Você sempre faz isso pra se soltar — abraçou o mais novo de lado. — Quando quiser, me chame que eu te levarei até ele.

Após me olhar mais uma vez, Taehyung se afastou da nossa mesa em passos lentos e preguiçosos. Quando tudo pareceu voltar ao normal, sorri brevemente para a senhora Sang e busquei iniciar uma conversa sobre vasos, assunto que, de acordo com Jeongguk, ela adorava. Depois do que aconteceu com Kim, o meu marido parecia um pouco disperso e não conseguia responder as perguntas de Sang com cem por cento de coerência. Curiosa e preocupada pela situação, convidei Jeon para me acompanhar até a área externa após reclamar da falta de circulação de ar puro e assim consegui me livrar do casal mais velho.

— O que você tem? — Questionei assim que chegamos em um local seguro, onde ninguém nos ouviria. — Por que não responde o Sang com simpatia?

— Eu estou um pouco enferrujado — deu de ombros. — Queria estar em casa. Dormindo, de preferência.

— Você não era assim — franzi o cenho. — Agora só vive trancado em casa e os únicos momentos de felicidade é com Heeji — nos entreolhamos. — Você pode pensar que não dou a mínima para o que acontece contigo, mas eu sou capaz de perceber as coisas.

— Eu só não quero cometer erros mais uma vez — disse mais baixo. — Então eu prefiro me recolher e evitar qualquer tipo de confusão.

— Mas e a sua vida, Jeongguk? Você... Você não vai seguir em frente? — Ele engoliu em seco e desviou a atenção de mim, olhando para a paisagem bonita à nossa frente. — O que pretende fazer?

— Não sei — murmurou. — Eu só quero paz e no momento estou encontrando isso em casa.

— Mas você precisa ver os seus amigos e a sua família com mais frequência.

— Vou fazer algo a respeito — sorriu fechado ao me olhar por um breve instante. — Obrigado pela preocupação — eu iria bancar a durona e dizer que não estava preocupada, mas não conseguia fingir enquanto realmente sentia aquilo. Ele não estava bem e isso me deixava aflita. — Taehyung parecia querer falar contigo.

— Você achou? — Perguntei após mais um tempo em silêncio, apenas pensando na atual situação dele.

— Achei — me olhou novamente. — Se quiser falar com ele, eu posso chamá-lo.

— Você realmente não se importa? — Sustentei a nossa troca de olhares. — Tinha tanto ciúme e agora...

— Eu sei que parece estranho pra você — riu fraco —, mas a verdade é que eu já aceitei que o destino é traiçoeiro — deu de ombros. — Talvez... Talvez nunca iremos ficar juntos e eu preciso me acostumar a te ver com outro homem mesmo ainda te amando.

— Nossa... Jeongguk... — sussurrei. — Isso é realmente verdade?

— O quê?

— O que disse.

— Claro que é! Eu juro! — Disse mais alto. — Sei que a minha palavra não vale muito depois de tudo o que aconteceu, mas eu te garanto que desejo toda a felicidade que existe nesse mundo pra você — nos encarávamos intensamente. — Quero que supere toda a dor que te causei e espero que possa me perdoar algum dia.

— Jeongguk — falei baixo, com a voz entrecortada. A vontade de chorar já se fazia presente e o meu desejo de contar tudo só crescia. — Preciso dizer algo.

— Te escuto.

— Descobri uma coisa que me fez cometer uma loucura e...

— (s/n)! — Taehyung me chamou em um grito. — Estive procurando por vocês durante vinte minutos! — Sorriu, porém não foi de verdade. Ele estava nervoso. — Até que Sang resolveu contar que estavam aqui.

— Sim, estamos — sorri fechado, nervosa. — Precisa de algo?

— Quero falar com você sobre a Heeji.

— Heeji? — Franzi o cenho. Não tínhamos nada para falar sobre a minha filha.

— Lembra que você me pediu pra buscar informações sobre duas escolas infantis? — Me olhou fixamente, com um sorriso forçado colado no rosto. Ele queria ficar sozinho comigo. — Tenho novidades.

— Ah, é verdade — olhei para Jeon. — Você pode...

— Posso — o moreno me interrompeu falando baixo, aparentemente calmo. Por que estava sendo tão gentil, Jeon Jeongguk? — Não demore, por favor. Eu tenho que fazer o discurso em quinze minutos.

— Estarei no palco com você, não se preocupe — após assentir, Jeon se foi. — O que quer? É perigoso ficarmos sozinhos pelos cantos da festa.

— Você ia contar sobre a descoberta pra ele ou foi impressão minha? — Pôs as mãos na cintura.

— Não estou conseguindo lidar com a angústia, Taehyung — falei rápido, cada vez mais nervosa. Kim bufou alto. — Eu estou vendo o quanto Jeongguk está mudando e isso me faz repensar os meus atos até aqui. Será que eu deveria mesmo ter conversado com ele antes de aceitar o casamento?

— Eu te falei! Viu só? — Negou com a cabeça. — Você tinha inúmeras formas pra resolver o que aconteceu, mas preferiu o lado malvado. O que não dá pra fazer agora é desistir do que já foi iniciado — pressionou os lábios antes de se aproximar mais um pouco de mim. — Vou te dar só um exemplo do que pode dar errado — nos encaramos firmemente. — Nós trocamos os contratos e eu posso ser penalizado se a secretária do Jeon resolver nos entregar, entendeu?

— Mas...

— Por isso, temos que continuar com a porra do seu plano — me interrompeu. — Eu prometi pra senhorita Seo que ela seria chefe de um departamento da Softway e isso tem que acontecer.

— Como... Como você... — suspirei por não conseguir completar. Kim não havia me contado isso antes. — Taehyung, você deixou claro pra ela que queríamos dar um golpe no Jeon?

— Qual justificativa eu daria, (s/n)? — Puxou os cabelos para trás, tão nervoso quanto eu. — Eu disse que Jeongguk armou pra você e que daríamos o troco, então ela quis saber o que ganharia em troca e eu lhe prometi aquilo. Não consegui pensar em mais nada!

— Mas se eu desistir e contar ao Jeon, ela não terá como...

— (s/n) — me interrompeu novamente. — Só basta que ela diga ao Seokjin e nós estamos fodidos de verdade.

— Além dela, o que teremos que enfrentar se eu cancelar o plano?

— Quer mesmo abandonar tudo? É certeza?

— Não sei — suspirei.

— Pois pense bem — afastou-se lentamente de mim. — Porque se você quiser continuar, nós teremos que ser rápidos.

— Por quê?

— Se o Jin quiser revisar os papéis por qualquer motivo, ele descobrirá a alteração.

— Mas isso não será um problema, pois tudo foi assinado pelo Jeongguk.

— Foi, mas todos eles estarão de olho em nós dois — manteve-se sério. — Se descobrirem que nos encontramos com frequência e, pior, se conseguirem uma foto nossa, estaremos ainda mais fodidos. Você sai sem nada e eu perco o meu prestígio como advogado.

— Sinto muito por te envolver nisso.

— Me envolvi porque quis — respondeu rápido. — Não assuma a responsabilidade das ações de um homem adulto.

— Mas eu acho que ainda há um jeito — respirei fundo, negando com a cabeça enquanto buscava pensar em algo. — Jeongguk está diferente e ele pode me ajudar a sair desse buraco.

— O Jeon tem muitas faces — Kim deu de ombros. — Ele já mentiu e te manipulou tanto que agora eu não consigo acreditar em mais nada — suspirou. — Você deve pensar muito bem antes de tomar uma atitude nesse momento e eu quero que saiba que tem o meu apoio independentemente de qual seja.

— Obrigada, Tae — sorri fechado. Me sentia ainda mais angustiada agora. — Bom, eu vou voltar pra dentro. Nos falamos por mensagem.

Caminhei apressadamente para longe do maior e não demorei a encontrar Jeongguk. O moreno estava próximo ao palco e olhava com apreensão para tudo ao seu redor, não tardando a suspirar de alívio quando finalmente me reconheceu entre as pessoas ali. Levemente nervosa, me aproximei de Jeon e subi ao palco junto a ele quando fomos convocados. O instante seguinte foi marcado por aplausos calorosos enquanto eu me limitava a apenas sorrir largamente, posicionada a alguns passos atrás do meu marido. O discurso do rapaz foi curto, porém objetivo e forte. Jeongguk conhecia muito bem o ramo em que atuava e pensar nisso me fez rir, pois a lembrança do dia em que ele comprou sete livros de tecnologia e empreendedorismo preencheu a minha mente. Era claro que Jeon estava se preparando naquela época.

“— Livros sobre empreendedorismo? — Perguntei ao ver a pilha que se formava sobre seu antebraço.

— É, eu preciso estar atento aos negócios — sorriu abertamente, animado.

— Mas aí também tem livros que envolvem o setor de tecnologia. O que isso tem a ver com tatuagens? — Ri fraco.

— É só curiosidade mesmo, amor — abaixou-se um pouco para selar nossos lábios. — Pegou os livros que precisava para a faculdade?

— Peguei — ergui os dois exemplares.

— Certo, nós podemos ir agora.

— Você vai comprar sete livros?

— Vou — me olhou de forma divertida e riu. — Estou determinado.”

 No fim da sua fala, Jeongguk me agradeceu por estar ao seu lado e, mesmo angustiada, eu sorri aberta e verdadeiramente para ele. Não sabia o que faria daqui para frente, mas eu não podia deixar de lhe dar esse apoio agora. Enquanto descíamos do palco, o barulho das palmas ecoava forte por toda a extensão do local mais uma vez. Pelo jeito, o moreno havia agradado e convencido muito bem. Sang nos recebeu sorridente assim que retornamos juntos para a mesa e a alegria dos aliados de Jeon, que começaram a aparecer no instante seguinte, era palpável. Todos estavam satisfeitos.

— O que achou? — Jeongguk me perguntou quando, finalmente, caminhávamos na direção da saída do evento.

— Foi perfeito! — Naquele momento, eu usava o seu braço como apoio e o apertei um pouco mais na intenção de tranquilizá-lo com aquele ato. Era claro que o rapaz ainda estava inseguro. — Você nasceu pra isso.

— Sem exageros — riu fraco. — Eu dei o meu máximo mesmo não tendo a mínima vontade de estar aqui hoje — falava enquanto, vez ou outra, sorria para os convidados que passavam por nós e se despediam.

— Você sabe que precisamos fazer isso — eu também me despedia dos demais daquela forma e as minhas bochechas já doíam de tanto sorrir. — E acrescento que você fez um belo trabalho. Está de parabéns.

— Fiz por nós — me conduziu até o carro, que já tinha a porta aberta. — Você terá a empresa da sua família de volta e eu acho que mereço ter a Softway. O rumo dessa eleição vai definir o sucesso disso tudo.

— Só me prometa uma coisa, Jeongguk — nos encaramos. — Nunca deixe de lutar — me aproximei um pouco mais, notando que o maior ficou tenso. — Não abandone aquilo que acredita e não se deixe abalar por algo que venha a acontecer por injustiça ou porque você tenha causado — ele engoliu em seco antes de franzir o cenho. — Se você acha que merece ser dono da Softway, lute por ela — continuei. — E isso não vale apenas pra sua empresa — pus a minha mão sobre a lateral do seu rosto e o vi fechar os olhos por um breve momento, apreciando o contato. — Lute por sua felicidade também.

— Obrigado — sorriu largo. — Muito obrigado por se importar.

Jeon fechou os olhos mais uma vez e quando os abriu para me encarar, eu fui atingida em cheio pelo sentimento de que estava fazendo tudo errado. O poder que aqueles olhos tiveram sobre mim naquele momento era surpreendente. Já fazia tanto tempo desde a última vez que pude observar aquela imensidão negra tão de perto... Meu coração batia acelerado dentro do peito e as minhas mãos suaram ainda mais quando a direcionei a atenção para os seus lábios levemente avermelhados. Jeongguk permanecia paralisado, aguardando a descoberta do que aconteceria dali adiante. E movida pelas lembranças dos seus beijos intensos, uni os nossos lábios em uma ação repentina até para mim e dei início ao que nem sabia que precisava tanto.

Beijei Jeon lentamente, sem pressa, aproveitando cada segundo daquele contato prazeroso. Quando fiz menção a me afastar, o maior me puxou para si pela cintura ao mesmo tempo em que sugava o meu lábio inferior e logo retomou o beijo; que tornou-se mais apressado agora. Céus! Aquele momento me trazia recordações inapropriadas dos beijos escondidos que dávamos nas dependências da escola. Era tão bom. Com isso na cabeça, levei as minhas mãos até os seus cabelos e os acariciei devagar, deliciando-me com a sensação de ter o seu corpo colado ao meu enquanto os seus fios macios passeavam entre os meus dedos. Poucos segundos depois, afastamo-nos vagarosamente e, ofegantes, nos entreolhamos com culpa.

Será que havíamos acabado de piorar a nossa situação?


Notas Finais


Ui ui ui 🤭
E lá vamos nós com a nossa guerreira confusa de novo kkkkkk

Uma coisa que eu queria falar no capítulo anterior e que acabei esquecendo é que quem leu e lembra da primeira versão de Criminal pode ter se recordado da fic com o momento de Minhyuk por motivos que só nós sabemos e eu digo agora que é completamente válido. Eu já falei antes, mas gosto de repetir que chamo as duas fics (Crim e ENDV) de primas. Não tem nada igual, mas algumas coisas farão vocês lembrarem da outra porque é proposital mesmo. De forma bem resumida, eu não iria repostar Criminal e resolvi fazer ENDV com algumas coisas que fizessem o pessoal que lia lembrar dela, então a gente vai encontrar algumas pontes entre as fanfics vez ou outra. Mas isso não acontece só com elas, hein? Eu sempre estou colocando alguma coisa que liga as minhas histórias e já vi muita gente percebendo (eu amo quando isso acontece). A última, antes dessa do Minhyuk, foi o Jeongguk vigiando a Heeji no parque. Ninguém deve ter notado, mas aquilo foi um link discreto com SOMT, onde JK e TH se juntaram pra perseguir a amada pelos lugares. Enfim, quase nada é por acaso por aqui.

Sobre o próximo capítulo: ainda não sei quando sai (ಥ _ ಥ)
Preciso organizar as outras histórias e terminar de escrever ENDV. Eu estou fazendo o capítulo 81, chegando na reta final e preciso me concentrar pra fazer direitinho. Não posso garantir muita coisa, mas não quero demorar com as atualizações. Só que tudo pode acontecer e eu talvez precise passar um tempo sem postar, certo? No geral, não posso me comprometer com nada kkkkkk pode ser rápido ou não.

B E I J Ã O ❤❤


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