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História Em tormenta - Capítulo cinquenta e dois


Escrita por: deomenaleticia

Capítulo 52 - Capítulo cinquenta e dois


Fanfic / Fanfiction Em tormenta - Capítulo cinquenta e dois

Espiei através da janela do meu quarto mais uma vez, estava ansiosa aguardando a chegada dele. Desde que Audrey me alertou sobre sua aparência, temi que alguém me fizesse alguma pergunta que não condiz com a realidade. Mamãe pediu para que hoje não fosse passear, talvez causasse uma má impressão voltar com o vestido encharcado de lama. 

Ao longe me deparei com a dois cavalos, corri para o espelho. Optei por deixar meu cabelo solto, apesar da regra dizer que jovens damas jamais podem mostrar seus cabelos soltos... uma regra idiota, o qual quebro constantemente. 

- Você está linda, prima. - Lucinda entrou sem que percebesse. 

- Você também, como sempre. Fico feliz com seu noivado... Você não me parece contente. 

- Não é algo que tenha planejado para mim. Na verdade, sempre me inspirei em você. Mas com a mãe que tenho, fica impossível de seguir e como você também...

- Lucinda, não faça algo por alguém e sim por si mesma. Por que no cair da noite, será você infeliz e não sua mãe. 

- Obrigada, Elvira. Você é nobre. - Descemos para a sala de visitas e os dois já estavam sentados. Quando nos aproximamos eles se levantaram para nos cumprimentar. Adam, sua beleza era absurda. Altura admirável, olhos da cor do oceano, rosto esculpido assim como seu corpo. Ele sorriu ao perceber que eu o avaliava. Finalmente vislumbrei o rapaz ao lado, o dito Alec. Um arrepio diferente me tomou. Sua aparência deslumbrante assim como o irmão, mas havia algo diferente e... senti que o conhecia. 

- Alec, essa é minha noiva Elvira Blanc. - Ele parecia assustado e talvez minha expressão não diferia da dele. Até fiquei um pouco enjoada. 

- Creio que estejam famintos, gostaria de nos acompanhar para um chá? 

- Claro, senhoritas. - Fomos para a mesa, sentamos frente a frente. 

- Senhorita Elvira, escrevi para o padre e ele pediu para que fôssemos encontrá-lo mais tarde. Já pensou em uma data? 

- Na verdade não, A... senhor Moreau. Vamos esperar o que o padre dirá. - Senti que Alec estava me observando e comecei a sentir um certo desconforto. 

- Senhorita Lucinda, meus pais decidiram por nos casar após meu irmão. Será um problema? E o padre também reservou a tarde para nós dois. 

- Tudo bem, querido. 

Conversamos sobre frivolidades e após concluir o chá, seguimos para a cidade. A viagem na carruagem foi silenciosa. 

- Qual lugar que a senhorita gostaria de visitar? 

- Itália. Mas especificamente os vinhendos. Me falaram que é um lugar encantador. 

- É mesmo, senhorita. Temos umas terras por lá e ficaria feliz em levá-la após o casamento. 

- Será uma honra. - Assim que chegamos a cidade, decidimos passear um pouco, Adam queria mostrar o quão bela é a sua noiva. Revirei os olhos só de lembrar. 

Caminhamos um pouco, mas o mal tempo começou a dar sinais e fomos para a igreja nos abrigar. O padre Bernadi se apresentou e pediu para segui-lo até a sacristia. 

- Olá jovens, não posso descrever a felicidade em saber de ambos os compromissos. Mas espero que a pressa não seja por mal passo dado por vocês. 

- Não, senhor. Sabemos das regras e jamais cometeriamos tal ato de imprudência. - ele olhou para mim com a sombrancelha arqueada, me questionando.

- Sei que não sou de respeitar todas as regras... a maioria delas... mas lhe garanto que não houve qualquer má conduta.

- Espero que não. Agora, conforme o comunicado do sr. Moreau, pediu para que o casamento do seu filho mais velho anteceda ao do mais jovem. Temos diversas datas, mas aconselho que o primeiro seja para daqui a quatro semanas. Tempo suficiente para as preparações e insuficiente para algum problema... - Ele ainda acreditava que eu dei algum mal passo? 

- O senhor como padre deveria julgar menos! - Exclamei ofendida. 

- Elvira! - Minha prima me beliscou. 

- Jovem, isso não são modos de falar! - Ao meu lado, Adam tentava esconder um sorriso. De certa forma me trouxe alívio. - Espero que o matrimônio lhe dê juízo ou o senhor ponha arreios. 

- Está chamando minha noiva de égua, senhor padre? 

- Perdoe-me senhor Moreau. Não escolhi bem minhas palavras. - Ele deveria pedir perdão a mim e não ao meu noivo. Era por esse motivo que gostaria de partir para um lugar distante, sem que ninguém julge meus atos. Uma pequena lembrança me recorreu, era o rosto de Alec em uma multidão e aquela mesma sensação de quando o vi esta tarde. Minha cabeça latejou um pouco. Que estranho. 

A chuva estava forte e por infortúnio, a carruagem ficou presa na lama. 

- Conheço um lugar para nos abrigar e não fica longe daqui. 

- Acho melhor continuarmos aqui dentro, protegidos. 

- Se a chuva piorar podemos ficar presos por mais tempo. Vamos Lucinda, não seja medrosa. Guiei todos para uma caverna não muito longe de onde estávamos. O frio nos alcançou com força e as roupas molhadas não ajudavam muito.

- Meu vestido está arruinado! - Fechei os olhos por um momento e a lembrança de Alec estava novamente lá, mas dessa vez era ele com uma cesta repleta de comidas e algumas roupas... 

- Senhorita Elvira, você está bem? 

- Só estou com uma leve tontura. 

- Você está pálida. - Fiquei ainda mais fraca, como se soubesse que fosse acontecer, Alec se aproximou e me segurou antes que caísse por entre as pedras. Nosso olhos se prendeu por um mínimo instante e todo resto pareceu parar. Ele é tão familiar, tão... por qual motivo eu sentia isso por ele se nunca o encontrei antes, não que pudesse me lembrar. Ao acordar do transe, ele me sentou e se ajoelhou ao meu lado avaliando meu estado. 

- Estou bem. Obrigada. - Ele concordou, mas ficou alguns minutos ali com aquele olhar estranho e saiu sem dar mais uma palavra. 

Horas após e a tempestade ainda não havia partido. Sabia que meus pais já estavam preocupados, mentalizei um recado para mamãe dizendo que estávamos bem. Isso sempre me intrigou, desde pequena tínhamos costume de mentalizar algo para a outra e funcionava. Fiz o mesmo para a Audrey. 

- A chuva não passa meu irmão e não é seguro sair em uma tempestade. Não queremos ninguém doente... - ele olhou rapidamente para mim. - E está muito frio, precisamos entrar ainda mais na caverna. Achar um lugar seguro para elas. 

- Lucinda, precisamos tirar os vestido ou ficaremos doentes.

- Tem razão, mas como faremos isso diante dos cavalheiros. 

- Eu sei. - Me assustei com o pensamento de tirar minhas vestes. Como não seguia muitas regras, as vestimentas também estava incluinda. - Não costumo utilizar todos os trajes femininos...

- Elvira! Isso é indecoroso! Como a titia Ella não a proíbe de sair vestida desse modo? 

- Longas discussões, mas você sabe bem que não aceito um não como resposta. - ela concordou. Mas isso não resolvia o meu problema. - Solte meu vestido, que soltarei o seu. 

- Eu não disse que faria. Mas lhe ajudo com isso. 

- O que estão fazendo? 

- Tirando o vestido. Ou pegaremos um resfrido. 

- Mas se alguém vir nos resgatar e ver sem os trajes pensará que...

- Não me importo com o que pensarão, Alec Moreau. Mas já achei uma solução, iremos para o fim da caverna onde é mais quente e ninguém sabe deste lugar. Ficaremos a salvo. - Arrastei Lucinda, tomando cuidado para não escorregar. Ao encontrar o ponto mais quente tirei meu vestido, ficando apenas com o espatilho e a anágua. - Vamos deitar aqui onde é quente e os cavalheiros não podem no ver. Certamente o vestido secará até amanhã. Deitamos e logo a Lucinda adormeceu. Mas não conseguia parar de pensar no casamento e o que acontecia depois. 

- Fale baixo irmão, as moças já devem estar dormindo. 

- Sua noiva é...

- Maravilhosa. Vi isso no primeiro instante que a vi. E você sobre a sua noiva? Está feliz? 

- Não foi ideia minha e sim do papai. Ele sabe o quanto a família delas possuem e o dote... mas isso não importa para mim, não mais... 

- Está me dizendo que o galanteador foi fisgado? Isso mesmo? 

- Para com isso, Adam. - Meus olhos ficaram repletos de água e o medo me atingiu em cheio. O desespero batendo, o ar me faltou... coloquei o vestido e saí para onde pudesse respirar. 

Estava escuro, mas já havia parado de chover. Continuei a andar até encontrar o pequeno riacho, sentei na margem e me pus a chorar. As incertezas, os falatórios... isso nunca me importou tanto como hoje. Meu coração parecia estar despedaçado. 

- Senhorita? Vi que saiu e agora está chorando, há algo que eu possa fazer? 

- Adam. Obrigada, mas nem eu entendo. Penso que as palavras do padre me afetou mais do que deveriam. 

- Não entendo a perseguição. Você é uma jovem extremamente maravilhosa, não sabem o que estão perdendo, ter você por perto é um verdadeiro presente. 

- Adam, você é incrível. Agradeço por estar aqui comigo, sem dúvida alguma, você faz tudo isso se tornar fácil. - Um brilho perigoso surgiu em seus olhos. Não pude resistir a eles e com isso, me entreguei. 

                            




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