- Quero que você vá direto pro seu quarto. - James disse quando estacionou em frente de casa, então me entregou a chave do meu quarto - Entendeu?
- Sim. - Assenti e sai do carro.
Assim que abri a porta de casa, os meninos automaticamente viraram para me olhar. Me senti destruida por tantos olhares decepcionados direcionados a mim, mas eu sabia que merecia. Passei direto por eles e subi as escadas correndo e entrando no meu quarto.
Inspira. Expira. Inspira. Expira. Inspira. Expira.
Não adiantou, tive que usar minha bombinha de asma. Eu ja ouvia os passos pesados de James no corredor e eu não me lembrava quando foi a última vez que ele me deu uma bronca
- Eu juro que não sei mais o que faço com você. Primeiro a festa e agora isso?!
- James, você não pode me culpar. Eu só queria viver normalmente e deixar de te preocupar.
- Então para, porque você ta piorando tudo. - Ele disse - Você só ta me preocupando mais.
- Então porque não me interna logo?! - Me virei pra ele - Você sabe que eu quero isso e também é a única maneira de você conseguir viver normalmente.
- Você não é louca e não precisa ser internada.
- Preciso James e ta na hora de você aceitar isso. - Choraminguei - Você não pode ficar vinte e quatro horas do meu lado e a todo momento. Você tem a sua vida e tem o direito de vive-la, até o final.
- Ja chega. - Ele engoliu em seco - Casa pra Colégio e Colégio pra casa.
- Até quando?
- Até eu voltar a ter confiança e orgulho de você.
- VOCÊ E O DANTE OQUE?
- Grita mais, acho que o prédio do lado ainda não ouviu.
- Desculpa. - Lia sussurou de volta
- Foi inevitável. De repente, estávamos nos beijando.
- Ele beija bem? Quer dizer... Da pro gasto?
- Você tem namorado. - Arqueei a sobrancelha pra ela
- Qual é?! Meu namorado é maravilhoso, mas você ja percebeu no charme que o Dante tem?!
- As vezes eu fico me perguntando oque me levou a ser sua amiga. - Falei revirando os olhos. O sinal tocou e nos levantamos saindo da biblioteca e indo para o refeitório encontrar com os meninos.
- Oque uma bolada na queimada não faz?! - Ela riu - E esse chupão no pescoço?
- Espera, ta visível?!
- E como.
- Que porra, quase acabei com o resto da minha base pra cobrir Isso.
- Adiantou pra nada.
E eu me senti estranha no momento em que entramos no refeitório, a maioria me olhava e alguns cochichavam
- Gente, eu so fui detida. Não precisava eles me olharem como seu eu fosse puxar uma arma. - Cochichei para Lia - Isso é desconfortável.
- Mas rende popularidade. - Ela arrumou os cabelos
- Ja somos populares.
- Não o suficiente.
- Me diga, oque me levou a namorar você?
Elli e os meninos apareceram por trás de nós e ali eu ja senti o clímax entre Lia e Elliot.
- Oque quer dizer com isso?
- Você é convencida demais.
- Como é que é?!
- Andamos bem devagar para trás e deixamos o local ou ficamos aqui para acompanhar um dos trilhões motivos que um vai jogar pro outro?! - Henry cochichou
- Primeira opção. - Eu e Dante dissemos juntos e lentamente, nós três deixamos o local indo para o patio aberto e mesmo longe, dava pra se ouvir os gritos de Lia e Elliot
- Eles brigam diretamente?
- Uma briga por semana... Ou por noite.
- Eles brigam diretamente mas se amam mais do que eu amo bebida.
- Então, como vai com seu irmão?
- Estou considerando meu castigo pra sempre... Ou eu até fazer 18.
- Você se sente mal com isso, né?!
- Da pra perceber?
- E como da.
- Desculpa a demora James, tive que ver uma coisa com a professora. - Falei entrando no carro, mas não era James - Ben?! Cam?!
- Precisamos conversar. - Cam disse
- Oque é esse vermelho na sua bochecha?
- Um pequeno acidente na educação física. - Respondi rápido e Ben apertou os olhos - É sério.
- Não disse nada. - Ele respondeu seco se virando pra frente e ligando o carro
- Oque vocês querem?
- James tem andado meio preocupado com você...
- Meio?! - Falei sarcástica - Ele ta tão preocupado comigo que chega a me assustar.
- Você tem estrapolado esses dias. - Ben disse me olhando pelo retrovisor - Ele ta deprimido e tão sem vontade de viver que ontem a noite ele disse que queria sair da banda.
- Vocês não podem deixar isso acontecer. - Falei alto - Vocês sabem que tocar é a melhor coisa pra ele.
- Então só temos duas opções - Cam disse e se virou pra mim - Ou você volta a andar na linha ou vamos todos ir para um canto viver nossas vidas.
- Ja falei, me internem.
- Que porra Juliana. - Ben parou o carro de repente e se virou pra mim - Você não percebe que se internarmos você o James desmorona de vez?! Seus pais morreram e ele só tem você e desde que isso aconteceu ele fala pra nós que quer você do lado dele até poder aguentar. Você pode se cuidar sozinha e nós estamos aqui pra te ajudar, basta você querer e ter força de vontade.
- Eu não consigo. - Falei e desviei o olhar - Eu sempre fiquei na sombra de James e isso fode tudo. Eu não consigo me controlar sozinha e eu sempre vou fazer alguma merda. Sempre.
- Não se todos te ajudarmos. - Cam falou - Conversamos com James e a casa de vocês é grande o suficiente para todos nós.
- Estão dispostos a deixar a casa de vocês só pra ajudar eu e James?!
- Vocês são a nossa família também. - Cam sorriu - Além disso, meus pais vão ficar felizes quando eu falar que vou deixar o porão deles.
- E o apartamento ja ta deixando eu e Danny com bastantes dívidas. - Ben riu - Sam disse também que ta cansado de morar sozinho.
- Perceberam que o Sam é o mais quieto e mais sinistro?! - Falei rindo e eles me acompanharam - É sério, ele só fica ali quietinho, vendo as merda acontecer.
- Ele seria um ótimo psicopata um dia. - Ben disse ligando o carro novamente
Eu sorri e me encostei no banco, logo ficando séria e vendo a paisagem passar por mim. Eu não era besta e senti o olhar de Ben pelo retrovisor em mim.
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