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História Emerald of Time - I - It's time to pack


Escrita por: Annadtky

Notas do Autor


◄ Hey, como estão?

► Hoje estou iniciando essa fic de HP que é um presente para a @Si1mari11ion. Eu fiz com muito carinho, xuxu, e espero que goste, de coração! Espero muito que aprecie a história ❤ Deu um trabalhinho para chegar nesse resultado, mas posso dizer que gostei.

► A capa da história foi feita pela @Sakihy arrasando mais uma vez, trazendo esse resultado incrível!

► Peço perdão por qualquer erro e boa leitura ❤

Capítulo 1 - I - It's time to pack


Fanfic / Fanfiction Emerald of Time - I - It's time to pack

2018

 

Na casa de dois andares, as caixas espalhadas pelos cômodos e corredores eram as ocupações dos donos da casa. 

A mudança seria em alguns dias e os Amser estavam acabando de empacotar seus pertences.

Melian colocou a caixa escrito doações no corredor enquanto escutava a música alta em seus headphones. A filha única dos Amser doaria mais da metade de suas coisas, sentiria falta de algumas. O que a despreocupava era que, além de suas roupas, teriam seus amados livros e isso ninguém tiraria dela.

Enquanto para muitos, joias e pedras preciosas eram o que tinham de mais valioso, para Melian eram os livros.

Ela poderia ir aos quatro cantos do mundo apenas pelas palavras escritas pelo autor, poderia conhecer pessoas novas e com personalidade diferentes com diálogos.

Conseguia sentir as borboletas no estômago quando a protagonista estava prestes a beijar o garoto por quem era apaixonada. Ou até movimentar seus pés pelo quarto, com a música clássica ecoando em seus ouvidos, com seus olhos percorrendo as linhas e frases, imaginando estar em um baile.

Os livros tinham o mundo dos seus sonhos. O mundo que ela gostaria de conhecer.

Caminhou pelo corredor indo em direção ao escritório do pai, ainda escutando música, balançando os quadris de forma engraçada.

Never gonna give you up, never gonna let you down…” Cantarolou, atraindo a atenção de seu pai que apenas sorriu e negou com a cabeça, tirando seus pertences das gavetas de madeira de seu escritório.

As estantes dele ainda estavam cheias de seus livros de estudos, de sua época de faculdade. O quadro negro grande que ficava na parede, estava rabiscado por fórmulas e anotações em branco, por conta do giz.

Ele não poderia deixar nada de seus estudos para trás.

Após concluir seu mestrado em tecnologia quântica na Universidade de Sussex, acabou recebendo uma proposta para dar aula em diversas universidades, inclusive por toda a Europa.

A proposta que mais agradou-lhe foi da instituição de ensino superior na Noruega, NTNU i Ålesund. Porém, antes de aceitar, foi necessário conversar com sua família. Ambas hesitaram um pouco, mas Melian foi a primeira a ceder e aceitar.

Violet, sua esposa, era dona de um hotel conhecido no centro de Londres que era bastante requisitado e era responsável pela boa renda da família. Amser’s Hotel seria administrado de longe por Violet caso realmente se mudassem para a Noruega.

O que o preocupava era a educação de Melian que deveria ingressar na faculdade até o final do ano, ainda mais que chegara aos dezessete anos.

Seria a primeira vez que sua filha teria contato com um mundo exterior por longo prazo, pois passou todos os anos - correspondentes aos seus anos escolares - sendo educada em casa pelos seus pais. 

Owen ainda se lembrava que assim que Melian chegou à idade de começar a estudar, ele e Violet discutiram bastante sobre isso e optaram pelo método homeschooling. Acharam que seria o melhor para a pequena menina, mas na verdade, acabaram a privaram bastante e ela não tinha amigos. Tão pouco conhecia muito da cidade onde vivia.

Owen acreditava que isso poderia mudar e ela se tornaria mais social ao entrar na universidade.

Aproximou-se de seu quadro negro e colocou as mãos na cintura, observando suas anotações.

“Mestre Amser e suas anotações que ninguém entende.” Owen se virou, encarando sua esposa com os braços cruzados e encostada no batente da porta.

“Melian entende.” Caminhou até o meio do escritório e Violet foi até ele. Deram um selinho rápido.

“Não sei o que você fez com ela por deixá-la tão apaixonada por física como você. Todas essas teorias fariam minha cabeça rodar.” Ele negou com a cabeça, segurando-a pela cintura.

“Não, não faria...Um pouco confusa talvez, mas iria despertar curiosidade e iria querer aprender mais. Talvez devesse estudar algumas teorias comigo e com Melian.” Violet dez careta.

“Agradeço o convite, mas dispenso, prefiro ver vocês teorizando enquanto faço muffins.” Piscou para ele. 

“Vocês são lindos, eu amo vocês, mas temos mais coisas para empacotar.” Melian comentou com um sorriso, atraindo a atenção de seus pais.

“Apressadinha, já estamos com tudo quase pronto.” Violet caminhou até a filha. “Tente relaxar. Só falta empacotar as coisas que estão no escritório.” Passou a mão pelos cabelos castanhos da filha, inclusive bagunçando um pouco de sua franjinha.

“E os pratos de porcelana persa da vovó.” Complementou e Violet riu. 

“Verdade, se ela for nos visitar e os pratos não estiverem lá, ela me esgana.” Comentou Owen se aproximando de ambas com as mãos nos bolsos da calça jeans. Encarou a esposa após apoiar a mão nas costas dela. “Foi presente de casamento, querida. E ela não ficaria irritada com você, ficaria comigo.” Encarou a filha. “Você sabe disso, né?” A adolescente assentiu. 

“Sim, pai, eu sei.” Riu. “Até porque, todo mundo ama a mamãe.” Violet piscou para a filha.

“Depois falamos da mudança e as porcelanas persas da sua vó.” Segurando nos ombros de Melian, Violet virou-a, caminhando para fora do escritório sendo seguida pelo marido. “Vamos comer. Fiz muffins e sanduíches de atum.” Desceram as escadas. “E bastantes sanduíches, porque parece que há um buraco negro no estômago de vocês.”

“Violet, minha querida esposa, os sanduíches e muffins não passarão em velocidade da luz pelo nosso estômago…” Começou a explicar, usando a definição de buracos negros.

“Que também não é um espaço gravitacional,mas há matéria armazenada.” Violet revirou os olhos.

“Vocês e suas explicações físicas…” Negou com a cabeça seguindo seu caminho até a cozinha.

Pai e filha se olharam e riram, caminhando até as banquetas, onde se sentaram.

Violet vestiu a luva clara própria para a cozinha e abriu o forno. A acastanhada tirou a fôrma rosa pink com a mão que vestia a luva e a outra, fechou o forno.

Ao se virar, deparou-se com o marido e a filha com as bocas cheias de sanduíche.

“Nem esperaram os muffins…” Colocou a fôrma sobre a bancada e tirou a luva. “Fominhas.”

“Não é qualquer sanduíche de atum, querida...É o seu.” Owen deu mais uma mordida generosa no sanduíche. “Eu já disse que você tem mãos de fada na cozinha?” Ela riu.

“Várias vezes. São dezoito anos de casamento, Owen.”

“Em alguns meses será o aniversário de casamento de vocês.” Pronunciou-se atraindo a atenção dos pais. “Planejam fazer alguma coisa?” Pegou mais um sanduíche.

“Bem, poderíamos viajar, Violet...O que acha?” Ela apoiou-se na bancada.

“Podemos planejar isso.” Pegou o sanduíche no prato. “Como aquela nossa viagem para a França que queríamos fazer.” Sugeriu, arqueando as sobrancelhas e mordendo um pedaço do sanduíche em seguida.

“Pode ser.” Owen encarou a filha e a esposa. “Só não podemos deixá-la sozinha.” 

“Owen, concordamos em dar mais liberdade para Melian quando ela completou dezessete anos.” Mordeu mais um pedaço. “Os anos de homeschooling já foram o suficiente.” Olhou para a filha. “E eu sei que nos mudarmos para um lugar meio isolado não irá te ajudar a socializar, mas na faculdade isso vai mudar, querida.” A Amser mais nova assentiu.

“Eu sei, mãe, mas não se preocupe com isso. Enquanto eu tenho meus livros, estou bem.” Piscou para o pai. 

“Qual está lendo agora?”

Fallen da Lauren Kate.” Começou a observar a mãe começar a desenformar os muffins. “Fala sobre a Lucinda. Uma garota que vai parar em um internato e acaba conhecendo algumas pessoas novas. Só que ela tem conexão com um deles, Daniel, e ele vive fugindo dela. E tem o Cam, um cara estilo bad boy maravilhoso, sabe?” Explicou. “Ainda estou no meio do livro.”

“Melian e suas paixões por personagens fictícios com estilo bad boy.” Brincou Violet, arrumando os muffins em um pratinho.

“Esses personagens mais… ‘Complicados’, vamos dizer assim, são mais interessantes, pode reparar. Mas mesmo que seja cativante, posso dizer que se fosse na vida real, eu já tinha dado um soco na cara deles.” Seus pais riram.

“Quando eu tinha a sua idade, eu conheci um rapaz que tinha esse estilo. Rolou um namorinho por alguns meses, mas acabamos nos separando.” Encolheu os ombros.

“Sorte minha.” Owen resmungou.

“E como foi, mãe?” Melian apoiou o cotovelo na bancada. “Você e esse cara.” Apoiou a cabeça na mão. 

“É sério?” Owen encarou a filha, indignado. “Você quer falar de um namorado da sua mãe?”

“De adolescência, pai. Vocês se conheceram um ano depois.” Rebateu.

“E no ano seguinte, nos casamos.” Violet disse encarando o marido. 

“Um ano depois, eu cheguei.” Melian apontou para si mesma. 

“Então fique quieto e deixe eu contar.” Falou para o marido que levantou os braços em rendição. A garota riu e Violet acabou dando um sorrisinho. “O nome dele era Bob.” 

“Que nome de idiota…” Owen sussurrou pegando mais um sanduíche. Violet revirou os olhos.

“Ele era mais velho, mas era da mesma sala que eu na faculdade.” Continuou. “Na época, nós dois estudávamos na Universidade de Londres cursando negócios e administração. Ele era cheio de tatuagens e fazia parte do time de rugby, tinha um corpo que era um pecado…” O físico encarou a esposa, revoltado.

“Sério? Na minha frente, Violet?” Ela mandou um beijo para ele.

“São apenas fatos, querido, continuando…” Virou-se para Melian. “Bob tinha uma moto e era guitarrista de uma banda de rock. O típico garoto que as garotas adoravam, mas o que mudou tudo foi quando precisamos fazer um trabalho da faculdade e aí acabamos nos aproximando. E aconteceu.”

“Sorte que foi só uns beijinhos…” Ele resmungou, levando a mão até o muffin e levou um tapa. 

“Está quente, Owen!” Voltou sua atenção para a filha. “Mas assim que terminamos o trabalho, continuamos nosso namoro. Até que eu conheci um certo rapaz que cursava física que era uma gracinha.” Encarou o marido. “E estamos casados até hoje.” Piscou para ele. Owen a admirava apoiando o rosto na mão. 

“Sorte minha mesmo.” Esticaram-se e deram um beijo rápido. 

“Certo, casal, vulgo pais.” Melian levantou-se. “Vou acabar de arrumar minhas coisas, depois venho pegar muffins.” Começou a caminhar até a escada. “Não coma tudo, pai!’’ Gritou subindo os degraus.

“Não prometo!” Gritou de volta e a menina riu indo até seu quarto.

 

                               • • • 

Melian fechou a mala, depois de verificá-la pela milésima vez naquela noite. Já tinham se passado alguns dias - o que foi assustadoramente rápido - e o dia seguinte seria o dia da mudança.

Seria a última vez que dormiria na casa em que viveu pelos últimos dezessete anos e pensar nisso chegava a ser estranho. Iria para outro país, com outra cultura. Iria conhecer pessoas novas e até fazer alguns amigos - podendo ser a parte mais complicada disso.

Sentou-se na cama, vestindo um pijama confortável. Enquanto desfazia a trança que usara durante o dia, admirando a lua cheia que refletia em si e no chão de seu quarto. Era uma noite estrelada e possivelmente choveria no dia seguinte, o que faria Melian apenas querer estar debaixo das cobertas lendo um romance de época ouvindo o som das gotas de chuva em sua janela. Era extremamente relaxante quando fazia isso e adorava os dias chuvosos por isso.

Jogou os fios escuros para trás dos ombros antes de se levantar e caminhar até sua poltrona perto da janela. Sentou-se ali, acomodando-se, cruzando as pernas e se sentando em posição de lótus.

Com a mesinha ao lado da poltrona, estava sua caneca de chocolate quente - que mesmo no calor adorava tomar a bebida antes de dormir - o abajur e o seu exemplar de Fallen.

Ligou o abajur e pegou o livro, abrindo-o na página que tinha deixado marcado. Tirou o marcador, deixando-o perto do abajur. Com a folha bem iluminada, permitindo que enxergasse as letras impressas.

Entre um gole de chocolate e outro, passava as folhas brancas, devorando o enredo a cada página que passava. Perguntava a si mesma, porque não conseguia deixar aquele livro de lado. Cada momento deixava-a ansiosa por mais, querendo que chegasse à cena no primeiro beijo de Luce e Daniel.

Mas, com o passar dos minutos silenciosos, seus olhos começaram a pesar, e a cabeça a rodar. Apoiou-se no braço da poltrona, deitando-se de maneira desajeitada e a posição poderia deixá-la com as costas doídas na manhã seguinte.

Tudo começou a ficar escuro de repente e seu corpo molenga, com o sono começando a dominá-la.

Um longo corredor...Era um lugar completamente desconhecido para si... Suas pétalas inteiras.

Olhos eram claros e hipnotizantes...Lembre-se...Será o suficiente.

Leve...Conforto... Som alto...Abriu os olhos.

Acabou sentando-se em sua poltrona com o susto e olhou em volta, observando que estava em seu quarto e não naquele lugar desconhecido. Também estava sozinha. 

“Melian, filha, levante-se!” Ouviu a voz de sua mãe do corredor após as batidas na porta. “Arrume-se que logo iremos para o aeroporto.” 

“Tá bom, mãe!” Falou, ainda um pouco sonolenta e sentindo uma leve dor nas costas. Até porque tinha dormido na poltrona e não era muito confortável para dormir.

Notou seu livro no chão e se levantou, colocando-o sobre a poltrona e usou o marcador para indicar a página onde parou. Desligou o abajur e notou a caneca quase vazia de chocolate. Colocou o livro ao lado da caneca e pela primeira vez desde que acordou, permitiu-se olhar para o lado de fora, vendo a chuva cair.

E enquanto via a chuva encontrar o chão, Melian sentiu a sensação de conforto atingir-lhe em cheio mais uma vez ao se lembrar de seu sonho.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado.

Agradeço que tenha chegado até aqui ❤

Annadtky.


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