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História EmMUSAS - The Lost Canvas - Estou me impondo!


Escrita por: guerrakkya

Notas do Autor


Olá, queridxs leitorxs!

Como prometido, postando de 4 em 4 dias, normalmente, porque to adiantando os outros capítulos pra caramba - o que me dá segurança pra postar mais rápido! Além disso, to amando o apoio de vocês. Sério, dá vontade de dançar macarena no terraço da torre só pra comemorar. Ah, queria uma ajuda de vocês: please, elevem seus cosmos pra me ajudarem a passar no processo de seleção da bolsa de intercâmbio, tá? Se eu conseguir, vou ficar muito lok e escrever mais ainda pra reduzir o tamanho dos dias entre os capítulos hahahah Enfim, por favor, torçam por mim!

E NO CAP DE HOJE: drama, sangue, paixão, tragédia, escolha e dor. Brincadeira, gente, nada disso. MAS FINALMENTE haverá o que muitas estão esperando! Espero que vocês gostem. Boa leitura, amores!

Capítulo 49 - Estou me impondo!


Capítulo 49

Início da tarde, quarto de Clio e Terpsícore.

- Agora, por favor, Terpsícore, diga-me, sinceramente, o que há por trás dos seus atos e desse rubor que insiste em dominar sua face. – Clio pediu, normalmente. Estava sentada no banco que compunha a penteadeira do quarto, mirando diretamente nos olhos da irmã, que repousava no parapeito da janela.

Terpsícore estava calma; a temperatura fresca do vento que balançava suas madeixas loiras era agradável e influenciava em seu estado tranquilo, por mais que Clio estivesse a colocando na parede quanto às palavras anteriores. Ora ou outra, isso aconteceria; e, agora, Terps se sentia mais apta a conversar com a irmã sobre isso, pois finalmente se sentia capaz de impor suas vontades. Mas antes, respirou fundo.

- Há um tempo, você me disse que eu não sabia me impor. Que eu era boba demais, inocente demais... Não acho que tudo isso tenha a ver com inocência, mas sim maturidade para com certas pessoas que fogem do que nós esperamos encontrar. Ou talvez do que você, Clio, espera encontrar. – Terps optou por não encarar a irmã inicialmente, até porque seu corpo estremeceu um pouco por começar a conversa dessa forma reflexiva, mas agradeceu muito por não ter sido rebatida logo de cara. Isso a encorajou a continuar. – Sei que... Def- O cavaleiro de gêmeos não lhe é bem visto, mas você já parou para pensar que isso se deve ao seu desconhecimento sobre ele?

- Já. E isso não me convenceu, pois eu não conheço muito sobre Sísifo ou Albafica para saber que são decentes. – Clio pigarreou. – Se bem que esse primeiro me deixou um pouco duvidosa depois do isolamento de Urânia...

- Diferentemente de você, eu enxergo motivo no que envolve a atitude do cavaleiro de sagitário. Não que eu concorde, mas eu sei que ele deve estar surpreso e chateado com tudo, assim como nós ficamos quando descobrimos sobre o espectro, há alguns anos. – Terps falou, séria, sem desviar o olhar do horizonte. Ao ouvir Clio resmungar baixinho, entendeu que deveria continuar. – Enfim, você não conhece Defteros.

- E você conhece, Terpsícore?

- Talvez não, mas eu vi um lado diferente dele, um lado que talvez outro alguém não tenha visto. Na verdade, vejo esse lado em uma grande luta, repetidas vezes. E me dói vê-lo assim.

- É claro, você está ridiculamente apaixonada. – apesar de estar com os braços cruzados e parecer calma, Clio queria demonstrar a total insatisfação ao ouvir a irmã, mas, lá no fundo, um lado seu gritava para que fosse paciente, afinal era raro ver a loira se expressar tão bem.

- Não vejo por que ridiculamente. – Terps, corada. – Eu queria que entendesse. Por que não pode entender? De todas, você é a única que se nega a isso! Por quê?

- Porque ele é perigoso, Terpsícore! – dessa vez, aumentou o volume da voz. – Ele é perigoso e emana o instinto de um animal irracional, que só quer descontar uma agressividade reprimida pela tensão da guerra.

- Isso é o que você acha. – por um momento, as duas se encararam intensamente. Era quase visível a faísca que ligava os dois olhares.

- E raramente estou errada.

- O “raramente” na sua fala denuncia a possibilidade de estar! – Terps se levantou, e Clio a imitou.

- Por que agora está defendendo tanto ele? Não é como se eu pudesse lhe proibir mais! Você está buscando por isso, está querendo correr esse perigo. Aprenda a crescer de verdade! Pare de me importunar com esse assunto, se não for para levar minhas palavras à sério. – seus punhos se fecharam ao lado de suas coxas, no intuito de comprimir qualquer raiva.

- Estou defendendo por motivos óbvios. Quero poder ser vista aos seus olhos com ele da mesma forma que Urânia e Sísifo foram, ou então Mel e Albafica são. – Terps estreitou os olhos. - Por que é tão difícil? Eu não conheço o cavaleiro de capricórnio, mas sei do seu envolvimento com ele e do carinho que sentem um pelo outro! E eu aceito isso! – Clio corou timidamente com as palavras firmes. – Não entendo por que o fato de você não conhecer alguém implica em rejeitá-lo imediatamente. Garanto que El Cid tem lados que eu criticaria se conhecesse. Só que você só conhece um lado de Defteros e já o considera a única característica existente nele! Isso é inadmissível. – Terps não percebeu de primeira, mas também juntou os punhos ao lado das coxas.

As duas musas mantiveram as poses, os olhares ferozes, as respirações desaceleradas e o turbilhão de pensamentos embaralhados. Duas energias em combustão, querendo explodir contra a outra, mantendo-se firmes para não acabar com um pilar da irmandade existente ali. Ficaram assim até que os ombros relaxassem por si só.

- Terpsícore... – Clio não sabia muito bem o que falar, respirou fundo para continuar, mas...

- Eu fiz amor com ele.

Clio travou. Precisou de uns segundos para recuperar a respiração...

- O QUÊ?!

- Eu fiz amor com Defteros.

- TERPSÍCORE, VOCÊ ESTÁ ME PROVOCANDO! – Clio deixou o corpo pender no banco novamente, chocada e aterrorizada com a informação. Seus olhos arregalados fitaram a expressão de incômodo de Terpsícore.

- Eu fiz amor com o cavaleiro de gêmeos. – repetiu. E repetiria mil vezes se fosse necessário.

- CALE A BOCA! – Clio tapou os ouvidos.

- MAS EU FIZ E FOI MARAVILHOSO! – Terps nem se preocupou mais, mal reconhecia a sensação deliciosa que estava sentindo por finalmente falar isso para a irmã, mesmo recebendo tal reação.

- NÃO GRITE COMIGO, TERPSÍCORE. – Clio retomou a postura e se levantou de frente para a irmã.

- Clio, por favor, entenda. Eu posso provar que ele não me machucou como você pensa. Na verdade, ele me salvou de um cara que me atacou ontem à noite! Eu fui sozinha à vila e acabei ficando até tarde. – Clio ouvia tudo, horrorizada, andando para lá e para cá, no quarto. – E eu teria me machucado se não fosse por ele e-

- IRRESPONSÁVEL. É isso o que você é! – de repente, parou. – Como pôde sair sem proteção?

- Você ia comigo, caso não lembre. – Terps juntou as mãos na cintura e “reprovou” a irmã com o olhar.

- Está me culpando? – foi inacreditável.

- Não! As circunstâncias todas não ajudaram, é claro. Mas Defteros me-

- NÃO, Terps, ele não lhe salvou. Provavelmente, ele armou tudo isso! – Clio levou as mãos à cabeça e iniciou uma série de frases quase inaudíveis para Terps.

- CLIO... – a musa da dança não aguentou mais. Isso estava ridículo já. – CALE A BOCA!

- Oh, céus... Agora você está... Está me mandando calar a boca, oh, céus... O que aconteceu? – deixou-se sentar na cama e seu olhar desceu ao piso de madeira. Terps riu, sarcasticamente. – E está rindo dessa forma...

- Sabe o que estou fazendo, Clio? – caminhou lentamente até a frente da irmã. – Estou me impondo. Você sempre disse que faltava isso em mim. Por que está me criticando agora? Se você quer me acusar, antes tenha provas. E eu vou lhe dar uma de que Defteros não me machucou em momento algum; pelo contrário, ele só me deixou mais feliz.

Sem cerimônias, Terps passou a se despir por completo na frente de Clio, que chegou a perguntar duas vezes o que ela estava fazendo. Realmente, o corpo da musa mais nova estava sem grandes marcas, só alguns mínimos hematomas nos lugares onde Defteros apalpou, mas isso se devia ao fato da sensibilidade incomum da pele de Terps também. Não havia nada comparado a o que Clio vira na vez em que brigou com o cavaleiro de gêmeos.

- Viu?

- O que é para ver aí? – a voz de Euterpe foi ouvida da porta, de onde ela, Polímnia e Erato observaram o final da cena. – Por que Terpsícore está nua?

Terps e Clio se assustaram, mas mantiveram o contato visual furiosamente.

- Clio não quer aceitar... Que eu fiz amor com alguém que ela não conhece. – Terps ia dizer “que ela não gosta”, mas o senso de provocação foi maior. Ouviu Euterpe bufar.

- Ah, Clio, faça-me o favor! – a musa da música revirou os olhos.

- Terpsícore – Polímnia ficou meramente corada. -, você mudou tanto.

- Ela mudou sim, e parece que vocês não se importam! – Clio bradou.

- Só porque não a reprimimos como você? – Euterpe desafiou com os olhos.

- Terps, você nem me contou. – Erato, com beicinho.

- E-Eu...

- Clio – Euterpe se abaixou e pegou o vestido de Terps, para então entregar à irmã menor. -, não acredito que você não confia em Terpsícore. Como pretende manter um laço forte dessa forma?

- Minha relação com Terpsícore não é sua relação com Urânia. – a musa da história rebateu secamente. Seus olhos fuzilaram os da musa da música, que deu de ombros.

- Uma pena. Eu confio em todas vocês, deveria fazer o mesmo. Além disso – elegantemente, ajudou a musa da dança a se recompor. -, o corpo é dela e as regras sobre ele também! Preocupe-se com o seu, apenas.

- É assim que demonstra preocupação, Euterpe? – Clio provocou.

- Depende. Talvez eu demonstre preocupação de menos, mas você demonstra de mais, a ponto de nos sufocar às vezes, sinceramente. Você quer que Terps cresça, mas está colaborando nesse processo ou só reprimindo? Não vejo motivo para brigar com ela, muito menos para cortá-la tanto assim. – Euterpe se virou para Terpsícore. – Você está feliz? – viu a irmã assentir. – Está com alguma dor? – dessa vez, a outra negou. – E foi gostoso? – perguntou, sorrindo maliciosamente. Terps travou o rosto e Clio revirou os olhos.

- Que pergunta... – Polímnia conteve um riso, junto à Erato.

- Então está decidido! – a musa da música largou os ombros da irmã e seguiu até a penteadeira, cujo espelho usou para ajeitar o visual. – Clio, antes de criticar as marcas alheias, procure fazer amor com quem quer que lhe agrade. – através do reflexo no espelho, sorriu para a irmã da história, junto a uma piscadela.

- Como você sabe disso? – Erato perguntou, estranhando as palavras maduras.

- Agora não, Erato. – Euterpe respondeu, ajeitando a tiara.

- Enfim, Clio – Terpsícore retomou a atenção. -, agora você já sabe de tudo. Espero que consiga compreender. E se não conseguir, a partir de agora, essa é uma luta só sua, Clio. Me desculpe. – foi até Erato e tomou sua mão. – Vamos descer.

Polímnia foi atrás das duas mais jovens, deixando apenas um olhar maternal para Clio e Euterpe, que permaneceram um bom tempo em silêncio.

- Você tinha que aparecer... – Clio quebrou, repentinamente. Estava observando o mesmo cenário que antes Terps observava da janela, de costas para Euterpe, que estava no lugar que antes foi seu.

- É minha dádiva. Apareço sempre que você se torna desagradável. – brincou, deixando um risinho baixo sair. Não obteve resposta. – Deixe de ser séria, Clio. Vá viver.

- Sabe... Calíope me disse isso uma vez. “Vá viver”. São duas palavras curtas, rápidas e diretas, porém juntas se tornam complexas. E, quando postas em práticas, mostram a dificuldade que escondem. – observou mais atentamente a cor do mar, com seus olhos de mel. – Eu estou tentando, mas admito que temo um pouco o que pode acontecer se eu simplesmente... Viver.

- Você diz por causa da necessidade de planejar? – Euterpe se deslocou para uma das camas, onde deitou para fitar uma das janelas, mas acabou pegando a própria tiara de ouro para observar.

- Tudo está fugindo do controle. – Clio franziu o cenho.

- E isso tem se mostrado ruim?

- Não exatamente. – pensou em El Cid. Desde que começou a deixar acontecer com ele, teve boas surpresas.

- Então deixe como está e só aja se for necessário. – Euterpe se levantou, recolocou a tiara e se aproximou da irmã, na janela, para então encará-la seriamente. – E isso inclui agir na vida de todas nós, Clio. Pare de ser controladora. Ninguém gosta do tipo de gente que corta as asas de quem quer voar.

Em seguida, a musa da música se dirigiu à porta, mas foi impedida de sair pela pergunta de Clio:

- Quando vai conversar com o cavaleiro que provocou semanas atrás? Kárdia é um pouco inconveniente, mas tem um bom caráter.

- Conversarei com ele quando eu quiser. – Euterpe se virou para sorrir e se surpreendeu ao ver o mesmo de Clio. Um sorriso para outro sorriso. E depois seguiu para um local qualquer do Templo do Grande Mestre, no intuito, apenas, de tocar sua flauta.

~

Primeira arena dos cavaleiros.

Terpsícore, a fim de espairecer a mente, decidiu descer até a área das arenas com Erato e Polímnia. Seu intuito não foi apenas o de introduzir as irmãs àquela área do Santuário, mas também de encontrar a única pessoa que poderia lhe acalmar naquela altura. Não que estivesse muito agitada, mas seu coração estava acelerado e ansioso por vê-lo novamente. Porém ela sabia que ele não treinava ali.

- Oh, que brutalidade! – Polímnia exclamou ao ver um jovem aspirante esmurrar o outro bem na área da bochecha. Os dois se chocaram novamente, até um enorme cavaleiro afastá-los para lhes falar. – E aquele homem enorme nada faz?

Terps riu do comentário da irmã, que não estava acostumada com tais cenas. Por um segundo, imaginou o que ela teria dito acerca do comportamento habitual de Defteros – claro, pois o íntimo ela nunca saberia. Erato, por outro lado, nada comentou, apenas fitou os dois aspirantes quando já estavam novamente posicionados.

- Aquele é um dos cavaleiros de ouro que treinam os aspirantes a cavaleiros de Athena. – Terps informou, normalmente. – Só não recordo seu nome... Parece que ele é chamado de duas formas diferentes e...

- Ah, mas eu vou lá agora mesmo! – Polímnia bradou, iniciando um passo. – Ele por acaso não percebeu que aquelas crianças estão exaustas?! – uma ruga se formou entre suas finas sobrancelhas.

Naquela área da arena, os outros aspirantes, sentados nas ruínas e arquibancas, assistiam seus dois colegas. De fato, os dois que treinavam estavam cansados, já passavam dos quarenta minutos apenas ali, no jogo de força e golpe ágil. Mas nenhum deles protestaria algo, até porque seu mestre deixou clara a necessidade de um treinamento intenso naquela altura do período de guerra.

Polímnia não se intimidou com a figura grande do mestre daqueles pobres aspirantes. Emanou com força sua energia inspiradora até que eles se sentissem aliviados e que seu mestre se virasse para vê-la. Todos ali presentes pararam suas funções para observar a musa desconhecida que se apresentou de repente.

Terpsícore acenou levemente, com a cabeça, para a irmã mais velha e depois agarrou o pulso de Erato para seguirem até a próxima arena. Seu coração não permitiu a estadia longa. A ansiedade em ver Defteros falou mais alto que a curiosidade em ver Polímnia expressando seu instinto maternal nos aspirantes.

- Com licença, senhor. – a musa da poesia sacra, em seu semblante seguro, disse, mirando o grande cavaleiro. – Perdoe-me se estiver errada ou com falta de informação o suficiente, mas esse treinamento não é pesado demais para crianças dessa idade? Athena tem conhecimento desse tipo de prática?

Polímnia, apesar de confusa e incomodada, manteve um tom de voz ameno, com uma essência de seriedade mais pontuada; seu semblante permaneceu da mesma forma e seu olhar mirou incessantemente a extensão daquela armadura dourada e repleta de chifres nas extremidades.

- Senhorita, Athena tem conhecimento e concorda com as exigências que aplicamos no treinamento desses aspirantes, esses que a senhorita chama de crianças, mas que, infelizmente, não tiveram a oportunidade de usufruir da infância. – Hasgard disse, num tom igualmente ameno e sério.

- E você não acha que deixá-los aqui para treinarem dessa forma só piora essa realidade? Essas crianças deveriam estar se divertindo! – Polímnia se aproximou calmamente daquele espaço, até ficar de frente para os dois aspirantes que minutos antes tinham lutado. – Gostariam de descansar?

Um dos aspirantes, temerosamente, desviou o olhar para seu mestre, e o fez com receio da reação dele diante do atrevimento da musa. Ela podia até não conhecer Hasgard, porém ele conhecia e sabia que o mestre não gostava de interrupções desnecessárias. Mas o cavaleiro de touro permaneceu de braços cruzados, encarando a cena. Sua expressão, inclusive, não demonstrava oposição alguma.

- Permita-me falar por Saro, senhorita. – um jovem aspirante, que antes se encontrava na arquibancada, aproximou-se com um semblante tranquilo, porém firme; quase igual ao do cavaleiro de ouro. Polímnia sorriu e o fitou com acolhimento. – Acredito que, assim como meus colegas que aqui estão, Saro sabe muito bem sobre sua responsabilidade para com o Santuário, até porque ele teve oportunidade de escolher essa realidade ou rejeitá-la. Assim como eu, ele escolheu lutar ao lado de Athena, pelo amor e a paz na Terra. E é por isso que compreendemos todas as dificuldades que passamos. Precisamos lapidar esse esforço para que, um dia, sejamos capazes de proteger aqueles que amamos.

Por essa resposta, Polímnia nunca esperou. Se pudesse descrever o jovem aspirante que se colocou de forma tão aberta e madura, o faria com palavras muito bem escolhidas. De fato, aquele pequeno menino não aparentava infantilidade em movimento algum, sequer sua voz possuía um timbre que parecia ideal para a idade. Mas o que mais chamou atenção da musa foi o olhar protetor e gentil que acompanhou a fala dele. Apesar de estar surpresa, ela demonstrou a mesma gentileza com a qual foi recebida.

- Você me parece bastante maduro para sua idade, jovem...? – dando a entender a falta do nome.

- Teneo, senhorita. – Teneo fez uma breve reverência diante da musa e, ao voltar, ofereceu um sorriso franzido. – Será que... Posso saber seu nome?

- Ah, desculpem-me! – Polímnia se afastou e acariciou cada rosto daquele espaço com seu olhar doce e maternal. – Gostaria que me perdoassem por simplesmente atrapalhar esse treinamento, mas confesso que me senti profundamente incomodada com o que vi. No entanto, não possuo conhecimento o bastante para lhes julgar e sequer me apresentei! – um pouco constrangida, sorriu. – Chamo-me Polímnia e sou a Musa da Poesia Sacra.

- Oh, uma musa! – um início de murmúrio entre os aspirantes se deu após tal revelação, mas logo foi impedido por um olhar atencioso de Hasgard, que, apesar de já ter sido apresentado às novas musas no décimo terceiro templo, não recordou alguns nomes direito.

- Senhorita, não se incomode. – inesperadamente, Hasgard tirou uma das mãos do colo e com ela fez um gesto indicando um espaço vazio da arquibancada. – Sinta-se à vontade para ver de perto as técnicas de luta que exijo no treinamento de meus pupilos. Contanto que não interfira com sua inspiração, será muito bem vinda.

- Obrigada, cavaleiro. Era exatamente o que eu queria. – Polímnia seguiu tranquilamente até o espaço indicado e ajeitou a postura, para, enfim, acenar com a cabeça. Em seguida, Hasgard voltou com sua postura anterior.

Apesar de ter compreendido a necessidade brutal por trás daquele treinamento, sentiu-se obrigada a observar mais de perto. Até achou engraçado o espírito que agregou diante daquele momento, pois isso era algo esperado de Clio, mas não dela. Embora alguns exageros existissem, Clio estava certa quanto à importância de observar de perto para se ter uma noção maior dos fatos. E, se fosse preciso, no intuito de cuidar daqueles pequenos seres em crescimento árduo, ela presenciaria todos os treinos possíveis. 


Notas Finais


Gente, ô, gente, pera, pera.
Antes de tudo, não fiquem putxs com a Clio, ok? Ela, ao contrário da Euterpe, é bastante conservadora em relação a essas questões de relação sexual e etc. Lembrem-se de que ela é muito protetora com as irmãs, mas tá começando a perceber o que há por trás do ato de se relacionar com alguém - sim, Cidão colaborando e tals. hahaha
Bom, várias pessoas ficaram preocupadas por causa do spoiler passado e já foram brigando com a Clio, só que o erro nisso foi apostar somente na reação da Clio e não da Terps. Confiem na musa safada, gente hahahaha Agora que Terps, de fato, admitiu seu amor, ninguém a segura! Um ALÔ bem grande pra Yuzuriha, que colaborou totalmente pra isso acontecer. Arrasa, gata!

Ei, beijos, amores. Deixem aquela chuvinha de comentários que sempre me molha de felicidade ~ fui brega, porém sincera.


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