— Estávamos certos. — Meu pai disse aliviado.
— Você é maluco? Como pode sair de casa sem avisar? — Minha mãe me deu leves tapas, eu apenas ri.
— Me desculpem, a culpa é minha. — Natasha fez reverência aos mais velhos.
— Já conhecemos ele, Natasha. Não se preocupe.
— Não a deixem constrangida. — Todos riram. Permito que sentem na cama e aguardo eles falarem. — Por que estão atrás de mim? Sou de maior, posso fazer o que quiser.
— Você ainda mora debaixo do nosso teto, então precisamos saber seu paradeiro. Seu moleque!
— Não avisou à eles? — Natasha pareceu envergonhada.
— Estava ajudando você. Não tive tempo de avisar. — Me expliquei. — Aliás, o que querem?
— Os meninos estão te procurando. Está faltando demais, meu filho. Não vamos dar moleza só porque é nosso filho.
— Amanhã voltaremos à escola, não se preocupem.
— Isso mesmo. Desculpem por deixá-los preocupados, mas se não fosse pelo Tae…eu talvez não estivesse aqui, agora.
— O que os idiotas queriam comigo?
— Disseram que você deixou um trabalho pendente. — Responde minha mãe. Quase me esqueci da boate, provavelmente vou precisar cobrir por umas duas semanas, no mínimo. E pensar que eu mal lembrei desse trabalho.
— Mãe, pai. Devo dizer que…vou sair de casa.
— O quê? — Minha mãe retruca.
— Já estava na hora. — Meu pai diz fazendo Natasha e eu rir. — Até a casa posso comprar.
— Não, posso comprar sozinho.
— TaeHyung-ah. Como vai morar sozinho? Não sabe nem assar um ovo. — Meu pai e Natasha são os únicos que riem das palavras da minha mãe.
— Minha namorada vai ensinar, óbvio. — Respondo.
— Está querendo uma namorada ou uma empregada, seu moleque?!
— Não é isso, mãe. Eu disse que vou aprender com ela. As tarefas serão divididas.
— Por acaso sua namorada seria…Natasha Drew? — Meu pai pergunta sorridente.
— E-eu? Claro que não, senhor… deve ser…
— Sim, é ela. Vamos morar juntos e nos casar futuramente. Não é legal? — Digo enquanto seguro a mão da garota. Todos ficam surpresos, inclusive ela. Não sei se fiz certo em assumir daquela forma, mas eu gostei, fui corajoso. — Ela é linda, não?
— Você teria perdido se tivéssemos feito aquela aposta, filho. — Minha mãe comenta orgulhosa. — E você querida, está disposta a aturar esse bebezão? — Indaga a Nat.
Ainda paralisada, Natasha demorou a responder. Pode estar chocada com o acontecimento.
— Estou, sim. — Respondeu, em seguida sorriu. Por que ela tem que ser tão linda aos meus olhos?
— Vamos sair para comemorar! — Meus pais disseram em uníssono. Hesitei, mas como Natasha concordou nem tive escolhas.
Em meia-hora Natasha e eu ficamos prontos para o jantar. Meus pais nos levaram ao restaurante que costumamos ir no meu aniversário, é ótimo lugar para comer e é agradável à qualquer paladar. Fizemos os pedidos e esperamos os pratos. Precisei ajudar minha namorada com o que comer. Tem muitas coisas que ela não gosta, então escolhi um prato estrangeiro.
— Podem pedir o que quiserem, é por nossa conta. — Minha mãe sempre amigável. — Nat, você gosta de sorvete?
— O de flocos é o meu favorito.
— Sempre pedimos esse sabor. — Meu pai comenta. Todos nós amamos esse sabor, creio que é o mais gostoso que existe. — Aliás, você bebe?
— Querido! — Minha mãe repreende.
— Nunca bebi, senhor. Mas gostaria de experimentar algum dia.
— TaeHyung, a ensine a beber, tudo bem? — Assinto.
— Vocês homens gostam. — Minha mãe revira os olhos e logo sorri. Nossos pedidos chegam em pouco tempo. — Duas garrafas de vinho e soju, por favor. — Pede. Todo mundo sabe que a minha mãe ama bebida. — Uau, parece delicioso! — Estávamos entusiasmados com os pratos. Logo começamos a comer. — Aliás, vocês usaram camisinha? — Minha mãe pergunta do nada fazendo com que Natasha e eu engasgar com a comida. — O quê…o quê…
— Bebam água! — Ouço meu pai dizer. Assim que nos recuperamos ficamos corados.
— A gente não chegou nesse ponto, seus pervertidos. — Respondo. — Sequer nos beijamos. — Falo sem pensar.
— Que pouca vergonha, TaeHyung. Você é lindo e galanteador, mas não beijou a garota que gosta? Impossível.
— Sua mãe e eu fizemos tudo ao contrário. Fizemos sexo, depois moramos juntos e por último foi o beijo. Acho que é de família.
— Eu nunca transei com ninguém, ainda. Mas já beijei alguém que não era o TaeHyung.
— TaeHyung transou com uma garota, mas me disse que nunca a beijou. — Minha mãe revelou meu segredo. Só ela sabia que eu era bv e acabou revelando sem pensar.
— Sério? — Natasha pareceu cabisbaixa com aquilo, me senti culpado.
— Não se sinta mal, querida. Foi apenas uma vez. — A mais velha tentou confortar Natasha. Nat assentiu e forçou um sorriso. — Um brinde? — Sorriu ao me olhar.
Jantamos bem e conversamos normalmente. Também exagerando na bebida, porém todos estávamos sóbrios. Meus pais saíram mais cedo e deixaram a conta paga. Natasha pareceu gostar muito mais do Soju que do vinho. Estava bebendo sem parar e até rosnou para mim quando tentei tirar a garrafa dela, fiquei com medo e a deixei beber o quanto quis.
— Chega Nat, vamos embora pro hotel. — Resolvi tirar a garrafa da mesma e ela acabou me mordendo. — Sua maluca! — Tentei disfarçar a dor pedindo desculpas aos outros clientes. A peguei novamente e a coloquei no ombro. — Ai! — Resmungo do tapa na bunda que recebo da mesma e a escuto rir, parece gostar disso. — Não importa quanto me morda ou me bata, eu ainda vou te amar. — Disse isso enquanto saía do restaurante com ela ainda nos meus ombros.
— Me põe no chão, seu tarado! — Se debate. — Você…você está morto! Ouviu bem? Meu namorado vai te dar uma surra. — Não posso evitar um sorriso ao ouvir suas ameaças. Por que tão fofa? — Se você não me colocar no chão eu vou gritar. — Com medo das pessoas me acharem mesmo um tarado resolvo obedecer. — Viu só? Está com medo. — Diz apontando o dedo no meu rosto. A garota corre e pula em cima de um dos bancos da praça. — Eu…vou me suicidar agora.
— Boa sorte por tentar se matar pulando de um banco. — Gargalhei da mesma, isso é tão hilário. Como alguém fica bêbado nesse ponto? — Ei, faça uma pose! Vou tirar uma foto sua.
— Você vai enviar para o meu namorado?
— Claro que sim. Foi ele que me pediu as fotos.
— Aqui vou eu, então. — Uma série de poses engraçadas me faz rir até a barriga doer. Tirei fotos de todas elas. — Senhor tarado, estou cansada. — Natasha deitou no banco e dormiu. Infelizmente, a graça acabou.
Então é verdade, a bebida mostra quem realmente somos. Nat era uma pessoa neutra antes de mim, mas essa é sua verdadeira personalidade.
— Você é bem danada, não? — Sorrio ao ver a mesma naquele estado. Tirei meu casaco e coloquei nela. Coloquei a louquinha nas minhas costas e a segurei firme.
— Vai cavalinho! — A criatura puxou meus cabelos como se eu fosse mesmo o animal. — Por que tão lento?! — Esperei a louca se acalmar e ela acabou dormindo novamente.
— Louca. — Resmungo.
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