A sorte de Wei Wuxian foi que Lan Wangji nunca havia se descuidado dos exercícios físicos e conseguiu segurá-lo antes que escorregasse pela mureta de segurança.
O garoto estava desacordado, mas no meio daquela chuva torrencial, Wangji conseguiu constatar que não havia sinais de ferimentos visíveis. O ideal era sair imediatamente daquele lugar para colocar o adolescente em segurança.
- “Droga”. – Pensou Wangji enquanto pegava o garoto nos braços.
SiZhui, assustado com a situação, saiu do carro quando viu o Gege quase despencando para o rio.
Vendo que seu filho corria em sua direção, o Lan sabia que a criança estava arruinada com aquela chuva e precisava correr para casa imediatamente, caso contrário, era certeza um resfriado e a última coisa que queria era seu filho doente e Wen Qing sem sequer deixá-lo explicar a situação. – SiZhui, pegue a sacola do Gege.
- Tá, papai! – Disse o menino que se agarrava a sacola como se cumprisse uma missão de vida ou morte. Vendo que o pedaço de pau e a flauta estavam no interior, correu no encalço do pai para ajudar a abrir a porta e colocar o adolescente para dentro do automóvel.
WangJi depositou Wuxian deitado no banco traseiro e colocou o filho no banco do carona dianteiro fechando o cinto de segurança para que pudessem partir imediatamente.
SiZhui nunca ia na frente, pois ele não podia, então estava muito excitado com a oportunidade ao mesmo tempo que estava preocupado com o terceiro passageiro.
- Pai. – Perguntou SiZhui enquanto sentia a temperatura subir com o aquecedor do carro. – O Gege ficará bem?
Wangji era um homem de poucas palavras, mas somente ao acenar olhando dentro dos olhos do filho, tranquilizou a criança.
Tomando cautela na direção naquele tempo fechado, o Lan si dirigiu para a residência. Mesmo tendo analisado Wei Wuxian rapidamente sabia que ele não estava ferido e também não parecia se tratar de febre.
- “Talvez foi uma queda de pressão? Quem sabe ele estivesse com fome?” – As possibilidades que corriam na mente do homem eram as mais variadas possíveis. – Filho, ligue para o Dr. Camus.
Imediatamente a criança pegou o telefone do pai e fez a chamada. Colocando no viva-voz, Wangji explicou para o discreto médico toda a situação e os motivos pelos quais Wuxian ainda não poderia ser atendido por um hospital.
O homem do outro lado concordou e se prontificou a atender aquela demanda.
Ele resolveria tudo.
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Wuxian sentia a brisa marinha refrescante acariciando sua pele enquanto permanecia diante do oceano. A beleza austera do lugar tinha o seu que de delicadeza e poesia quando se via a cidade construída perto do mar. A cidade parecia estranhamente movimentada e barulhenta.
- É lindo aqui. – Disse Wei Ying.
- Sim, de fato é. – Respondeu um homem alto de pele clara e cabelos escuros.
- Onde estou? – Aquilo era muito parecido com as visões que Wuxian costumava ter em Yunmeng por conta do seu poder e a ligação com a natureza.
Provavelmente a descarga de energia o conduziu para outros tempos, mas poder interagir era outra questão. Ele estava começando a se questionar o que realmente era aquela dimensão pra onde o poço envia os que nele são lançados.
- Você está em Elêusis.
Wuxian analisou um pouco mais o cenário até perceber que um cão da altura do seu quadril estava perto do homem. Olhando um pouco adiante notou outros dois animais idênticos próximos.
- O que está havendo? – Agora Wuxian conseguia distinguir os sons dos músicos e percebia as mulheres dançando pelas ruas. O entardecer avançava e a multidão se dirigia para o que parecia ser um prédio imenso com colunas.
- O festival de Deméter. Estão honrando a saga da deusa da agricultura em busca da sua adorável filha.
- Eu não conheço essa história.
- Eu sei que não.
O óbvio precisava ser tratado ali. Wei Ying começou a suspeitar sobre o que era aquele homem, apesar de não fazer a menor ideia de quem fosse.
- Você é um cultivador demoníaco.
O homem olhou com deboche para Wuxian e riu.
- Outros me chamariam de deus.
Ambos permaneceram em silêncio. Mesmo sendo uma visão, Wuxian sentia que o poder irradiava da natureza e ele se sentia estranhamente forte naquele momento.
- Eles dizem honrar Deméter, mas fazem um festival no qual sacrificam jovens virgens para acompanhar Perséfone em sua estada no mundo inferior.
- Isso aumenta o seu poder. – A afirmação era óbvia.
- Você chama o que faço de cultivação? – Falou o homem mudando de assunto.
- Sim, de onde eu venho isso é cultivação e qualquer pessoa pode aprender desde que desenvolva um núcleo dourado. Apesar de que, bom, algumas pessoas dizem que somente um grupo de indivíduos especiais o possam fazer.
- Nós somos iguais, então. – Ambos continuaram presenciando a procissão. – Você é de quanto tempo no futuro? – O homem sabia bem que aquele jovem era de uma época bem distante.
- Eu não sei contar pela sua ótica, mas sou de muito tempo depois deste. – Wuxian se sentiu estranhamente empático com aquela pessoa. – No futuro, as pessoas do seu mundo não sabem o que é cultivação.
O homem sorriu divertido. – Eles perdem a fé?
- Algo assim.
O som da gargalhada daquela pessoa parecia meio destoante. Olhando para Wuxian, disse. – Então o crepúsculo dos “deuses” é uma realidade.
- Acredito que sim. Pelo menos da forma que vocês entendem.
O homem sorriu enviesado e se aproximou de Wuxian.
- Criança com poder das trevas, a humanidade nunca deixará de guerrear e matar. Enquanto isso acontecer, nós teremos poder. Todos os deuses podem cair, mas nós sempre renasceremos.
Wuxian não gostava daquela faceta do seu poder. Todos os mortos que o serviam, faziam-no por livre e espontânea vontade. Ele nunca tirou poder da guerra. Exceto naquela vez que restaurou seu mais fiel amigo, Wen Ning.
- Eu não uso as...
- Você não usa os mortos. Eu sei. Seu poder é estranhamente puro. É como a noite sem estrelas, a tinta mais densa e escura que pode ser produzida, mas você o fará. – O homem sorriu como se visse algo. – Pelo menos uma vez você já o fez.
Diante dos seus olhos, Wuxian percebeu que o homem punha um capacete em mãos. Em sua cintura brilhava uma espada com empunhadura vermelha e sua armadura era extremamente discreta, exceto pelo broche que segurava a capa.
Wuxian se assustou. - “Esse broche, não pode ser, ele parece...”. – Acabou tendo seu pensamento cortado por uma pergunta mais urgente. Ele sentia que a visão iria se desfazer a qualquer momento.
- Quem é você?
- Quando estou em guerra e as mães clamam pelos seus filhos para que voltem para casa e seus inimigos caiam, eu sou Ares. Quando todos estão felizes e a morte se abate sobre suas vidas, eles me chamam de Hades e me abominam.
Wuxian estava confuso com aquela realidade. O poço do silêncio o havia mandado para onde?
- Mas o que é você?
O sol se pôs em Elêusis
O homem sorriu para Wuxian e deixou que os seus olhos brilhassem em vermelho naquela noite enquanto os três cães se uniam em um só e se tornavam uma montaria parecida com Wen Ning em sua forma bestial.
- Eu sou aquele que quando festejam o renascimento da vida, não se lembram de mim como parte desse ciclo. – Dando uma risada divertida, completou. – Eu sou você, Wei Wuxian, e você sou eu.
- Mas eu sou humano.
- Eu também.
E assim a visão se desfez.
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Wei Wuxian não sabia onde estava mais uma vez.
O sol batia em seu rosto. Através da janela que se encontrava aberta ele podia ver o céu azul e as nuvens brancas. Ao seu redor, após despertar do seu desnorteio, ele notou que se encontrava em um quarto que predominava o branco e detalhes em azul escuro.
Na cabeceira havia uma jarra com água e, bem ao lado, seus pertences se encontravam perfeitamente ordenados. Um espelho do lado da cama o fez perceber que as suas feições eram juvenis.
Ainda pensando como iria lidar com aquele novo cenário, percebeu que a porta se abria delicadamente e um pequeno menino colocava a cabeça para dentro do aposento.
Com um suspiro de animação, a criança fechou a porta imediatamente, para surpresa de Wuxian.
Assim, o cultivador lembrou do dia anterior de como havia tentado consumir poder utilizando os raios e a chuva.
- “Aquele homem, ele...” – Antes de concluir seus pensamentos sobre a forma como havia sido salvo, a porta se abriu novamente e o mesmo homem que o havia tirado da prisão, surgiu trazendo uma refeição acompanhado da criança.
- Bom dia. – Wuxian realmente poderia dizer que gostava da voz daquele homem. Ele realmente parecia alguém cujo potencial jamais foi explorado em todo o seu esplendor. – Como você se sente?
O menino estava cada vez mais angustiado para saber essa informação também.
- Eu me sinto muito bem. – Disse Wuxian.
Naquele momento, o telefone do homem soou no quarto. Wangji observou quem ligava e sabia que precisava atender.
- SiZhui, ajude-o, por favor.
- Claro, pai! – A criança se prontificou a ajudar o gege e mostrar que podia ajudar também. Wangji assentiu e foi para o corredor.
Wuxian olhou para aquele menino e o achou adorável de um jeito que jamais poderia explicar.
- Qual o seu nome, gege? Eu sou o Lan SiZhui. – O menino estava ansiosamente curioso.
- Eu sou Wei Wuxian. – Disse o acamado enquanto recebia das mãos do garotinho a refeição. – Você me salvou ontem, correto?
O menino enrubesceu e sorriu extasiado. – Papai te salvou. Eu ajudei, mas ele fez a maior parte. – Um pouco encabulado, completou. – Queria ter feito mais, só que sou pequeno ainda, gege.
Wuxian sorriu brilhantemente pra criança e, colocando a mão livre bagunçando aqueles cabelos curtos em um carinho, disse. – Você foi um herói pra mim. Tenho certeza que seu pai concorda comigo. Muito obrigado!
O menino sorriu como se tivesse ganhado o melhor presente de todos e assentiu feliz.
- Coma bastante. Papai que fez. Você vai ficar forte.
- Tenho certeza que sim.
SiZhui estava feliz. Ele havia feito um amigo. Tudo bem que era mais velho e ele e seu pai haviam impedido que ele caísse no rio, e não era como se Wuxian soubesse bem que já eram amigos, mas mesmo assim, o pequeno Lan estava confiante que seu papai faria seu amigo se sentir bem e ficar.
Wuxian, por outro lado, olhando para aquela criança, se surpreendeu ao prestar atenção. O menino tinha potencial. – “Se ele tivesse nascido em Yunmeng, provavelmente se tornaria um grande cultivador. Mas aqui, nesse reino, eu quase morri só pra reaver um mínimo de poder.“ – Pensou o cultivador considerando dramaticamente toda aquela joia bruta. – “Que desperdício de talento”.
E assim os dois novos amigos conversavam enquanto Wuxian se alimentava e mal notavam que Wangji observava atentamente a interação entre ambos. Ele nunca havia visto seu filho sempre retraído conversar tanto com alguém.
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Enquanto isso, em um bairro pobre chamado Tendring, perto da costa inglesa, vizinho de St Osyth e Seawick, com quase três horas de distância da residência luxuosa de Lan Wangji em Egerton Crescent, uma criança encarava sozinha um grupo de adolescentes que queriam roubar a única lembrança dos seus pais.
- É MEU! – O menino de cabelos e olhos castanhos deu um violento soco contra o nariz do adolescente maior que tentava puxar o cordão que segurava o anel contra o seu pescoço.
- VOU TE MATAR, CHINA! – Disse o adolescente fazendo referência as feições asiáticas do mais novo.
- EU JÁ DISSE QUE MEU NOME É JIN LING, CARALHO! – E assim o garoto de onze anos tomou o objeto com raiva entre as mãos e se pôs a correr para longe dos adolescentes.
Definitivamente a criança não seria páreo para um trio de adolescentes e se ele havia conseguido tempo para correr, foi apenas por conta do susto conquistado após deslocar o nariz do primeiro atacante.
Quando já ameaçava perder as forças e já podia se ver sendo pego, os próprios adolescentes começaram até a cantar vitória, mal acreditou quando um punhado de pedras começaram a serem lançadas contra o trio.
- PROCUREM ALGUÉM DO SEU TAMANHO, BANDO DE PAU NO CU! – Nie JingYi e Ouyang ZiZhen. O menino tinha uma relação de amor e ódio com aqueles dois, mas toda ajuda era bem-vinda. Além deles dois, haviam outros meninos e meninas munidos de pedras para, se necessário, garantir que nunca mais aqueles adolescentes escrotos atacassem qualquer um deles.
- Você tá bem, jovem dama?
Nie JingYi era um garoto bastante bonito de dez anos e que não tinha muita noção do perigo. Era filho de um policial e sua mãe era professora de música na escola particular bonita da cidade vizinha. Todo mundo dizia que não entendia como a família Nie aceitou morar naquele bairro tão pobre, mas desde que se mudaram após a instalação da unidade policial, as coisas melhoraram muito.
A senhora Nie era muito linda, aliás. Alta, de cabelos escuros e olhos azuis como safiras.
A questão era: como JingYi passou a andar com Jin Ling e Ouyang ZiZhen?
- Jovem dama é o teu cu! – Disse um Jin Ling exasperado mesmo aceitando a mão que o ajudava a levantar.
- O que eles queriam dessa vez? – ZiZhen tinha medo dos adolescentes que começaram a se envolver com crimes cada vez pesados. Vai que ele fosse a primeira vítima de homicídio? Queria não. – Você tá bem?
- Eu tô bem. Eles queriam meu anel.
Um silêncio constrangedor caiu entre as crianças e em seguida explodiram em gargalhadas até Jin Ling entender a situação e gritar falando que não tinha nada a ver e eram tudo um bando de nojentos.
- Tá bom, jovem dama. Vamos contar pro pai o que aconteceu.
- Eu não quero incomodar o senhor Nie.
- Tu sabe que ele adora torturar aqueles caras e agora ele poderá botar todos eles para fazerem flexão até morrer!
- Então conta pro senhor Nie você. Tenho horário, se lembra?
- Tá, tá. Amanhã vou levar o jogo que comprei pra gente brincar! A mãe não deixou eu ir pro cais hoje.
- Falou!
Jin Ling tinha horário de volta, pois era um dos residentes do orfanato da região.
Segundo a senhora que administrava o lugar e que pagava de durona, mas era uma manteiga derretida com os seus meninos, ele havia aparecido enrolado em uma manta macia em um dia de inverno tendo apenas consigo o anel que carregava ao redor do pescoço e um sino onde poderia ser lido Jin Ling em caracteres chineses, segundo um dos velhos moradores que veio da China.
A senhora disse que não sabia de onde ele havia vindo e não havia sinal de ninguém quando ela ouviu o choro da criança.
Quando ele teve idade o suficiente para entender a situação, recebeu os dois objetos em suas mãos e nunca se separou deles.
- Jin Ling! Onde você tava, menino? Eu estava preocupada! – Disse a senhora robusta enquanto já arrastava a criança travessa pela orelha.
- Ai, ai, ai, ai. Calma, velha. Tô aqui já. – Naquela casa moravam seis crianças e a mulher recebia ajuda do governo para cuidar dos pequenos. Os demais riram da situação de Jin Ling, mas imediatamente pararam quando a mulher brigou com eles.
- Já para o banho, mocinho. Você não vai ter um resfriado sob a minha supervisão.
E assim ele foi banhar, colocou roupas limpas e parou um instante para observar o anel em suas mãos.
Ele não era nada demais. Jin Ling não sabia identificar prata verdadeira, então, pra ele, se tratava de um tipo de alumínio com uma pintura roxa e desenhos de raios. Talvez fosse o único bem dos seus pais e eles deixaram de presente antes de o abandonarem.
Haviam sentimentos conflitantes no coração do menino sobre o abandono, pois ele não tinha informação alguma.
Naquele momento ele achou melhor esconder o anel junto com o sino na gaveta da cabeceira da sua cama. Era melhor deixar a poeira abaixar com os moleques do bairro e manter em segurança a última lembrança dos seus pais.
Resoluto, desceu para jantar após deixar os objetos em segurança.
Mais uma vez eles jantavam na bagunça dos seus “irmãos” entre risos e histórias mirabolantes. As crianças tinham uma boa convivência e realmente admiravam o delegado Nie que costumava ajudar sempre no orfanato e assim acabaram por conhecer JingYi e a senhora Nie que os ensinava música.
Jin Ling podia dizer que era uma criança, na medida do possível, feliz, apesar da sua origem desconhecida.
- Tia, posso ir?
A mulher acenou dizendo que sim, mas apenas ressaltando que ele deveria ter cuidado e deveria voltar direto pra casa.
E, assim, Jin Ling saiu para observar os pescadores saindo para a pescaria da madrugada. Ele gostava de usar aquele momento para brincar com os cachorros do cais, jogar cartas e ganhar guloseimas enquanto ouvia as histórias dos velhos que não podiam mais ir nos barcos.
- Eu juro. Eu vi uma sereia um dia. Linda de morrer!
- Tu viu uma das putas. Isso sim! – Respondia outro enquanto se acabavam de rir.
Era divertido e Jin Ling tinha autorização para ficar até 21h por lá, pois era naquele horário que a tia se recolhia e gostava de ver todos os meninos acomodados. Ademais, Ouyang ZiZhen também estava por lá com o avô e brincava junto aos velhos.
Nie JingYi não estava junto, pois a senhora Nie já havia falado sobre a importância do sono para terem um excelente aproveitamento no dia seguinte nas aulas. O menino surtava de desespero, pois também queria ir jogar com os velhos.
Perto do horário de voltar para casa, Jin Ling se despediu dos pescadores idosos e encerrou a sua participação em um jogo de cartas.
Faltava apenas uma rua para chegar em sua casa quando o menino presenciou um evento assustador.
Um raio roxo cortou o céu como se fosse ser partido em duas partes e atingiu o terreno cercado por um muro depredado. Jin Ling negaria até morrer o grito que deu, mas depois de recuperado do susto, a curiosidade foi maior.
Como fica um lugar depois de atingido por um raio foda daqueles?
Ele teria que mostrar pros amigos depois.
E, sem muito cuidado, subiu no muro e mal acreditou no que seus olhos viram.
Uma criança vestida de roxo estava exatamente no lugar que o raio caiu.
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