' O sinal batera à dois minutos e Monica não teve quaisquer reação. A menina que sempre quisera sair da sala correndo assim que o sinal batia, hoje estava tão assustada que permaneceu imóvel.
Era o primeiro dia de aula, ela era a capitã do time de handebol da sala, estava discutindo táticas com o melhor jogador masculino, Pedro, quando uma aluna nova entrou na sala. Era um pouco mais alta que a garota, tinha marra até no jeito de andar, usava apenas preto e sentou-se sozinha, quieta, no momento em que Monica viu-a, sentiu algo diferente.
A garota chamava-se Victória Sylos, acabara de completar seus 14 anos, viera de outra escola. Seu pai não conseguiu pagar à antiga, então por sorte, ela conseguiu uma vaga na sala de Monica. Esta, no entanto, não escutou metade das características que a menina citou em frente à turma, estava compenetrada em olhar, admiradamente, para a tal garota.
E quando as aulas passaram e mesmo assim a recém-chegada não saía de sua mente, ela começou a ficar assustada. Estava sentindo atração por outra garota? Ela que sempre ficou, gostou e namorou meninos? Isso não podia ser normal.
Victoria enturmou-se rápido, conquistou a amizade de todos da sala, menos a, de Monica que estava tão atordoada a ponto de não levantar os olhos do livro que fingia ler, a menina nova não saía de sua cabeça, por isso quando o sinal bateu, continuou paralisada, imóvel, vendo todos os alunos passarem. Levantou-se, lentamente, para ir embora, ela esperara todos saírem para que ninguém percebesse quão perturbada estava, foi quando uma mão tocou seu ombro:
_Hey, meu nome é Victoria, sou nova na sala! Você deve ter ouvido minha vergonhosa apresentação... – a menina riu de sua própria lembrança, porém Mônica começava a suar com a conversa-... Eu não vim me apresentar porque você estava tão concentrada no livro que não quis incomodar, mas adoraria que fossemos amigas, se quiser, podemos tomar um açaí amanhã, o que acha?
Monica não sabia o que dizer, o que fazer, como agir e diante da menina sorridente que acabara de á convidar para sair, ela fez a coisa mais sensata. Ela correu. Sem dar respostas, sem dar qualquer satisfação para a garota, ela correu dali, assustada, perturbada e com medo de seus próprios sentimentos, o maior problema, agora, era que o medo começou a transbordar pelos seus olhos, em forma de lágrimas. E a Victoria ficou lá, parada, pasma com os acontecimentos ocorridos nos últimos 30 segundos. O que será que ela havia feito de errado?
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