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História Encontraste, Esmeralda? - Na quinta usamos máscaras.


Escrita por: falalia

Notas do Autor


Boa madrugada.
Boa leitura.

💜💙💜

Capítulo 2 - Na quinta usamos máscaras.



Na quinta-feira, três dias após nosso primeiro contato, a prova de química, exposta em branco em cima de sua mesa, parecia mais difícil do que era.
Seus olhos estavam arregalados e vermelhos, a boca precionada, os fios sedosos tampavam sua visão e as mãos formavam nós.

Talvez, sua respiração descompassada tenha atraído os olhos atentos do professor, percebi quando o mesmo se aproximou, ele suspirou, entregou a prova e saiu.

Todos observaram suas costas magras, a porta rangeu e meu coração se despedaçou quando sussurros foram ouvidos.

Eles não faziam ideia.

Minhas questões, mesmo feitas, pareciam palavras vazias em linhas do Word. O sinal bateu estridente, lembrei-me da mania que ele tinha de tampar os ouvidos. Preocupei-me.

Os corredores estavam em tráfego, alunos rindo e correndo por todos os lados. Nas salas, carteiras bagunçadas e livros jogados dentro dos armários. Os alunos fazem da escola um lugar melhor, diziam.

Bolacha água e sal, suco de goiaba adoçado demais, índice glicêmico planando com os pássaros e ele sentado. Os fones de ouvido plugados e bem encaixados, caderno em mãos, mas ele parecia distante demais. Como se morassemos no mesmo planeta, mas não falassemos a mesma língua.

Por um segundo, estrelas passaram pelos olhos do reclinado menino, ele viu o céu, o inferno, mas era daltônico para enxergar as próprias cores.

Ouvi, enquanto esperava o metrô, aquela sua amiga loira dizer algo sobre: deixar ir.
Um conceito errôneo, uma teoria macabra demais para a articulação enferrujada.

Pensei: "cuidado com quem anda."

Hoje, a mesma amiga sorriu para o menino-esmeralda, abraçou-o e disse palavras bonitas. Falsa. Segurando as mãos ossudas do esverdeado, ela fez um revirar de olhos discreto.

Antes de sua crise na aula anterior, eu pensei em dizer um "olá", mas sou covarde, perdoe-me. Todos pareciam ocupados demais nesse egocentrismo.
Um mundo habitado pelos piores pesadelos dele.

Eles não fazem ideia.

Ao final do dia, às cinco horas, segui os passos dele até a bicicleta, ele se foi e junto com o pôr do sol, questionei-me, observando aquela sombra:

Para onde tua tristeza te levas, menino-esmeralda?



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