Depois que sai do carro de Lisa e entrei em casa, alguém me puxou por trás. Tive minha boca tampada por um pano e senti um cheiro forte vindo dali.
Eu me debati o máximo que pude, mas acabei ficando sem forças e desmaiando.
Abri meus olhos e estava tudo escuro, algo tampava os meus olhos e minha boca. Mexi minhas mãos, mas elas estavam amarradas nas minhas costas.
Meus pés também estavam amarrados, mesmo não vendo eu sentia que estava amarrada e sentada numa cadeira.
–Está acordada Jennie? – Ouvi a voz de Adam.
No mesmo instante que ouvi a voz dele, as vendas nos meus olhos e o pano que estava na minha boca foram tirados.
–Me solta! Me solta! – Me debati tentando me soltar, mas era inútil.
–Calma! Assim que Lisa chegar eu vou te soltar – Adam segurava meu telefone.
–O que você quer com ela?
–Vou por aquela aberração no lugar dela.
–O que?! Você enlouqueceu!
–Eu também achei que tinha Jennie, mas eu recebi um certo vídeo.
–Que vídeo?
Ele pegou um tablet de cima da mesa e colocou na minha direção. A qualidade do vídeo não era das melhores, mas dava para ver que era a minha casa.
Arregalei os olhos com o que eu vi. Era Lisa, o vídeo mostrava o momento exato dela pulando da minha janela e sumindo. O vídeo parecia ter sido filmado de frente da minha casa, só podia ter sido o Sr. Lee. Eu sabia que ele estava vigiando e em alguma hora iria dar merda.
–Quem te enviou esse vídeo? – Eu já sabia quem, mas iria me fazer de desentendida. Perguntei tentando parecer calma.
–Um conhecido do meu pai enviou, meu pai me mostrou esse vídeo.
–E o que exatamente você quer fazer?
–Não se preocupe, são só uns experimentos. Meu pai ajuda financia as pesquisas sobre essas coisas.
Lisa estava certa. Os humanos estão fazendo experimentos com os vampiros, e para melhorar, o pai de Adam é quem financia isso.
–Eles são como nós, a maioria quer paz, para que fazer isso?
–Como nós?! Não seja ridícula Jennie! Eles são criaturas desprezíveis, não viu o que ela fez comigo naquela noite?
–Elas estava me defendendo, desprezível é você!
–Já chega! – Ele se aproximou de mim e passou meu celular no dedo da minha mão para desbloquear.
–Vamos chamar a sua amiguinha – Ele disse colocando o celular no ouvido.
Ele começou a rir como se estivesse ouvido uma piada.
–Lalisa Manoban – Ele falou.
–Venha ao endereço que eu vou te enviar, eu e Jennie queremos conversar com você – Foi só o que ele disse e desligou. Ele ainda digitou algo no celular provavelmente o endereço de onde nós estávamos.
–Docinho?... Não sabia que você tinha um gosto tão exótico.
–Ela nunca vai se entregar.
–Veremos.
Se passaram algumas horas, ele tinha me deixado aqui com mais três homens armados. A ordem era atirar em mim caso Lisa entrasse por aquela porta sem ele.
A porta se abriu, Adam entrou e atrás dele estava Lisa sendo segurada por mais dois homens.
–Viu? Ela está bem, eu só quero você, deixarei Jennie ir se você fizer o que eu pedir.
–Lisa, não se preocupe comigo – Falei e fui amordaçada logo em seguida.
Ela era forte e rápida, se quisesse atacaria todos em minutos, ao menos era isso que eu queria.
–Eu faço o que você quiser, só deixe ela ir – Eu comecei a chorar quando ouvi Lisa dizer isso. Ela se deixaria ser pega fácil assim?!
–Muito bem, você é muito esperta. Agora se ajoelhe – Adam ordenou.
Lisa se ajoelhou e ele foi até uma mala na mesa e a abriu. Ele colocou luvas e pegou uma seringa. Vi ela apertando os olhos assim que sentiu a agulha no seu braço, ela foi segurada e logo ficou desacordada.
O mesmo foi feito comigo, fui vendada novamente e senti a injeção em meu braço, desmaiei segundos depois.
Acordei com dor de cabeça, eu estava numa cama. Me sentei e olhei ao meu redor, era o meu quarto, eu estava no meu quarto.
Me levantei correndo para porta tentei abrir, mas não consegui, estava trancado e a chave que eu deixava na fechadura não estava mais lá.
–Pai? Pai está em casa? – Gritei e bati na porta.
Pus meu ouvido encostado na porta para tentar ouvir alguma coisa.
–Jennie? – Meu pai falou do outro lado.
–Me deixe sair! Eu preciso sair daqui agora!
–Me desculpe Jennie, não posso deixar você sair por enquanto.
–Por que não?
–Você tem andado com pessoas perigosas, mas Adam já está cuidando disso.
Não acredito, meu pai está junto com ele, eles tramaram isso juntos e agora Lisa corre perigo.
–Abre essa porta, por favor – Eu pedi mais uma vez, mas ninguém respondeu e eu consegui ouvir ele se afastando.
Preciso avisar Rosé e Jisoo. Procurei pelo quarto o meu celular, mas é claro que não estava lá. Sentei no chão abraçando meus joelhos e fiz o que eu só poderia fazer agora: chorar.
Era tarde da noite quando eu adormeci, eu acordei com o barulho da campainha e corri para janela. Um carro estava estacionado ali na frente.
Eu pude ver Jisoo e Rosé voltando para o carro, eu queria gritar, mas meu pai ouviria. Eu só poderia torcer para elas olharem para cá, não era difícil a janela ficava quase que em frente ao carro.
Elas não olharam foram embora. Bufei, e olhei para frente, era tudo culpa desse Lee, ele estava me vigiando e me filmando, por culpa dele Lisa estava em apuros.
Sentei na cama e comecei a chorar, o que estariam fazendo com Lisa? Não acredito no que está acontecendo, é tudo minha culpa.
–Ainda bem que você deixa essa janela aberta – Ouvi a voz de Rosé.
–Rosé, Jisoo?! – Falei me levantando e abraçando as duas.
–Lisa não está aqui? – A morena me perguntou.
Expliquei tudo o que aconteceu, e sugeri que ir junto com elas, iriamos atrás de Adam para saber onde ele tinha enviado Lisa.
–Eu vou embora daqui, eu não posso mais ficar, por favor me deixem ficar com vocês por um tempo – Supliquei segurando a mão das duas.
Rosé e Jisoo se entreolharam daquele jeito que eu já conhecia, elas pareciam conversar pelas mentes até que Rosé falou:
–Vamos te ajudar e vamos encontrar Lisa.
–Eu vou levar algumas coisas e vamos embora.
Eu peguei minha mochila e uma mala e coloquei algumas roupas dentro. Também peguei documentos e um dinheiro que eu tinha guardado.
Fui no banheiro pegar minha toalha e escova de dentes, e então eu ouvi um tiro.
Saí de lá apressada e vi Jisoo segurando o braço do meu pai para cima, vi a arma no chão e quando me virei para trás vi Rosé ajoelhada segurando seu braço direito ensanguentado.
–Que merda? – Falei me abaixando em frente a Rosé.
–Saiam daqui sua imundas, não encostem na minha filha! – Meu pai gritou e Jisoo o jogou no chão de barriga para baixo segurando as mãos dele para trás.
–É melhor calar a boca antes que eu fique com mais raiva.
–Jisoo não o mate – Rosé falou.
–Claro que não – Jisoo se levantou levantando meu pai junto e saiu com ele do quarto. Minutos depois ela voltou sem ele.
–Vo-você o matou? – Perguntei, eu tinha enrolado o braço de Rosé em uma camisa numa tentativa de parar o sangramento.
–Fiz ele desmaiar. E melhor sairmos daqui agora – Assim que Jisoo disse isso peguei minhas coisas e ajudei Rosé a se levantar. Saímos pela porta indo direto para o carro que estava estacionado mais à frente.
–Não deveríamos perder tempo me desculpem – Rosé falou. Ela vinha se desculpando o caminho inteiro de volta para o apartamento delas.
–Não fale muito – Eu disse tentando conforta-la. É claro que deveríamos estar indo atrás de Lisa, mas tínhamos que cuidar dela primeiro.
Jisoo voltou com uma maleta e com vários produtos. Rosé estava sentada em cima de um lençol que forramos no sofá do apartamento delas.
–Você sabe o que está fazendo? – Perguntei para Jisoo que colocava luvas cirúrgicas.
–Sim, eu fiz medicina a um tempo atrás.
–Isso já faz cem anos, estou tão fodida – Rosé falou com dificuldade.
–Não faz tanto tempo, as coisas não devem ter mudado tanto.
Eu olhei para as duas, eu estava incrédula, não acredito que ela iria tirar a bala de Rosé ali e agora.
–Achei que vampiros fossem imunes a tiros – Falei observando de canto de olho o que Jisoo fazia.
–Somos, mas mesmo assim dói, e o corpo de cada um reage de um jeito diferente.
Jisoo começou a retirar a bala de Rosé, eu mal olhava, eu segurava a mão dela, ela dizia que não doía tanto. Na verdade, eu sofria e chorava mais que ela.
–Prontinho! – Jisoo tirou a bala com uma pinça e começou a costurar o braço de Rosé.
–Nossa você é incrível! – Eu falei, e realmente ela era.
–Obrigada, mas isso aqui é só para quebrar o galho, vou leva-la de volta a base assim que puder.
Após terminar tudo Rosé parecia mais calma, mas por algum motivo estava com febre. Jisoo se levantou e tirou a camisa.
–Preciso que você beba meu sangue Rosé – Olhei espantada para ela.
–O que? Isso não era proibido? – Perguntei.
–É mesmo Jisoo – Rosé falou com os olhos meio abertos – Não se lembra o que ouve quando Lisa bebeu o sangue de Ruby?
Arregalei os olhos com essa informação. Lisa tinha bebido sangue? E ainda por cima de Ruby?
–Ela está delirando devido a febre – Jisoo falou sem me encarar.
–Então Lisa não...
–Conversaremos depois, agora preciso que Rosé beba meu sangue.
–Como assim Jisoo? Me explica – Eu estava atordoada com tudo o que estava acontecendo.
–Não podemos beber sangue humano, mas não tem problema beber sangue de vampiro, vai ser como uma transfusão de sangue, Rosé perdeu sangue e está com febre, e falando mais que a boca.
–Eca! – Rosé disse fazendo cara de nojo.
–Para de delirar, até parece que nunca fizemos isso.
Jisoo se sentou em cima de Rosé frente para ela com uma perna de cada lado. Eu estava sentada mais afastada observando tudo confusa.
Jisoo colocou o cabelo para frente do seu lado esquerdo do ombro, deixando o pescoço descoberto. Ela deitou a cabeça no ombro de Rosé e fechou os olhos.
Rosé a abraçou e eu pude ver seus olhos mudando de cor. Sua boca se abriu devagar e eu pude ver os dentes afiados.
Assim que ela apertou os dentes no pescoço, Jisoo gemeu. Eu sei que não é o momento nem hora para isso, mas eu fiquei excitada com toda a cena.
Eu estava testemunhando uma cena que só acontecia em filmes, eu estava fascinada e excitada. Por um momento eu senti que eu não deveria estar ali vendo aquilo tudo, senti vontade de levantar e ir embora, mas fiquei.
Jisoo levantou de cima de Rosé colocando a blusa, Rosé limpava a boca de sangue com uma toalha.
Esperamos Rosé ficar melhor o que não demorou muito. Ela não estava sem porcento, mas parecia estar, talvez fosse esse um dos benefícios de não ser totalmente humana. Arrumamos tudo e seguimos juntas para a casa de Adam.
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