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História Encontro Marcado - Eu preciso te falar ...


Escrita por: JehCalazans

Capítulo 21 - Eu preciso te falar ...


Fanfic / Fanfiction Encontro Marcado - Eu preciso te falar ...

Depois da troca de mensagens, Vitória se sentiu mais confiante.  Ia dizer toda a verdade a Emília, contar toda sua história de uma vez por toda, tudo que a filha ainda não sabia. Bento tinha razão, foi pra isso que ela veio, e era isso que faria. Assumiria toda as consequências, ela nunca pensou que seria fácil e não era agora que ia mudar de ideia, por mais que aquela fagulha preenchesse seu coração pelo fato dela e Emilia se darem tão bem. E parte da verdade incluía também a pessoa mais que fundamental da história, Luís.  Não sabia como ele ia agir, mas ele também precisa saber. Primeiro, bastante óbvio, ele era o pai. E depois…. Ela não ia esconder mais nada da sua pequena.

 

   Resolveu ligar pro Carmosino. E Vitória pode perceber o quanto ele ficou surpreso com a ligação. Coisa que não entendia já que ambos vinham mantendo contato por causa do convênio. Mas quem era ela pra dizer algo? Sobressaltava-se a cada ligação dele, sempre que via o nome masculino piscar no retrovisor. Bobagem…

 

Luís ficou ainda mais surpreso quando ela se convidou para o desjejum em sua mansão. Mas obviamente ele aceitou, acreditando ser mais uma reunião de negócios.

 

Vitória não se demorou para se aprontar, já feito sua higiene. Então pegou seu carro e foi pra casa de Luís com uma única intenção, dizer-lhe a verdade.

 

 

(.....)


 

Na casa da Beraldini, Raimunda ouviu os gritos desesperados da patroa, e sem pensar duas vezes, correu pro andar de cima. Emília não estava na suíte, então se apressou para ir ao toalete. A visão lhe provocou horror.

 

Por um instante, Raimunda levou as mãos aos lábios para abafar o grito que queria soltar pela garganta... ao ver Emília jogada no box banhado de sangue. A postura da promotora era quase fetal, o choro se juntava com soluços e gritos de perdão.  A empregada não demorou para entender o que tinha acontecido ali. Mas ela não podia acreditar. Olhava da patroa para o que restara do feto que ela tinha nas mãos e para o frasco de Cytotec ainda sobre a pia . Raimunda não podia acreditar num ato tão vil.

 

Talvez Emília pudesse notar a repulsa, o desgosto estampado na face da doméstica quando os olhares se cruzaram. Mas tão transtornada, também poderia ter passado despercebido.

 

— Meu bebê, Raimunda, meu bebê –  E só ao ouvir seu nome ser chamado foi que Raimunda se viu obrigada agir

 

— Por favor, Dona Emília, vamos, saia daí – Ele fez menção em se aproximar, mas a patroa se encolheu ainda mais no box – Não piora as coisas, Dona Emília –

 

Mas a Beraldini não parecia ouvir, perdida na sua própria culpa e arrependimento.  Raimunda teve que invadir o box e usar toda a sua força para levantá-la do chão e tirar aquele pedaço morto de suas mãos.

 

— NÃO RAIMUNDA ME DEIXA, POR FAVOR ME DEIXA –

 

E apesar dos gritos e choro desesperado, Raimunda enfiou Emília debaixo da ducha fria, para que a água lavasse o sangue impregnado na pele

 

— MEU BEBÊ.., ME.. MEU … MEU BEBÊ – E a cada soluço, ela engolia cada vez mais água se engasgando, sendo obrigada a se calar na força

 

O choro foi cedendo aos poucos, a água que caía da ducha tendo um efeito calmante. Raimunda ajudou Emília se banhar, e depois a se vestir. Deixou a patroa na cama descansando e foi preparar um chá de camomila. E enquanto preparava, resolveu  ligar para a médica amiga de Emília.

 


(...)


 

Vitória estacionou próximo a mansão. Fitou pela milionésima vez o reflexo no espelho e era mais do que óbvio a tensão em sua expressão. Respirou fundo, tentando relaxar.



 

—  E eu achando que não teria maior beleza do que a aurora do amanhecer lento.  Está linda, Vitória – Ele a cumprimentou, como sempre gentil, segurando a canhota de forma delicada,  sentindo o aroma inebriante da pele sempre perfumada e hidratada


 

— Sempre cavalheiro, Luís –  As maçãs estavam coradas, e ela não sabia se pelo elogio ou pelo toque do nariz afilado a lhe roçar a pele, arrepiando-a. Achava ridículo como parecia adolescente ás vezes em sua presença –


 

— Mas entre, por favor. A casa é sua –  Ele deu passagem, admirando a classe do gracioso andar feminino – Marina já está colocando a mesa – Ele a ajudou a retirar o leve casaco, pendurando-o no cabideiro que havia no hall, bem como a bolsa de onde ela apenas tirou a bolsinha que carregava o celular.... hábitos da profissão

 

Quando chegaram a cozinha, a mesa estava realmente posta, Marina acabava de colocar a mesa uma jarra de suco de laranja feito da fruto, bem geladinho.

 

— Luh já acordou, Marina? –  Ele perguntou, assim que chegou na cozinha

 

— Ela está se levantando, senhor! Mas disse se sente sem apetite e não desce para o desjejum. O senhor vai precisar de mais alguma coisa? –

 

— Não, Marina, pode ir adiantar outros afazeres –

 

A empregada assentiu, deixando-os a sós. Ele puxou a cadeira para que ela se sentasse, num gesto cavalheiro

 

— O que vai querer, Vitória? Sinta-se a vontade –

 

— Só um pouco de suco e torradas, Lúis. Tenho um almoço ainda hoje –

 

Os olhos castanhos num tom claro  se perderam nos gestos cuidadosos de Luís ao lhe servir o café. O jeito com ele passava a pasta nas torradas que seriam para ela.... fez a  mente divagar em lembranças passadas. Ele sempre teve esse hábito de servi-la, cuidar dela, e isso parece não ter mudado. Perdida em pesamentos, ela nem ouviu que ele fala consigo, e já lhe chamara a atenção umas duas vezes

 

—– Vitória… – E foi o toque suave dos dedos em seu ombro que a fez acordar para a realidade

 

— Oi, me desculpe!. Falava algo?  –

 

— Nada demais. Apenas que estou esperando Bernardo chegar da Espanha para formalizarmos nosso negócio. Ele deve chegar em dois dias –  Respondia enquanto se sentava na cadeira ao lado e se servia também.

 

— Entendo –  Ela bebericou um pouco do suco para ver se algo descia pela garganta – Mas não foi sobre negócios que vim falar, Luís – E ela fitou as duas amêndoas tão escuras quanto as da filha

 

— Não???? –  A torrada que ele segurava ficou no meio do caminho, e a tez já se franzia em pequenas rugas de confusão, o que a fez sorrir.. sempre desconfiado e temeroso.

 

— Sabe de uma coisa? Eu fico me perguntando o que teria sido de nós se nos tivéssemos dado uma segunda chance – Os dedos deslizaram levemente sobre a tez masculina, tentando suavizá-la, e juntamente com  tom suave da voz, conseguiram seu intento

 

Ele depositou a torrada novamente no prato, talvez surpreso demais para o simples mastigar

 

— Achei que esse assunto estava morto há anos atrás. E não fale em nós, eu estava disposto a largar tudo por você –

 

— Você não entende, não é? O problema não era meu casamento, e sim tudo que você representa pra mim, Luís. Tudo que aconteceu entre nós me deixou uma marca muito grande –

 

— Maior do que nossa história? – Ele ousou perguntar

 

— Se você soubesse – Ela suspirou, e desviou olhar para o copo mais uma vez.  Degustou goles generosos, sentindo a garganta a seca.

 

— E foi para isso que veio não é? Para me contar que ainda não sei... – Perguntou, mas ela não respondeu.  Então os dedos foram guiados até o queixo feminino, e num gesto suave, ele virou o rosto dela para si. Para que ela ela pudesse encarar seus olhos – Vitória, por que você veio aqui? – Tentou de novo


 

— Luís, eu … eu.. eu vim – E aquilo estava sendo mais difícil que imaginou. As mãos não paravam tremer e nada parecia sair de forma coerente de seus lábios.

 

Luís segurou a canhota trêmula entre as mãos enrugadas, como lhe dando apoio.  Vitória estava disposta a falar quando o telefone tocou

 

— Me desculpe eu tenho que … – Se afastou e finalmente ela atendeu a chamada. A cor fugiu de sua face. Transtornada, ela fitou Luis e os olhos castanhos pareciam suplicar por ajuda.

 

— Fique calma, respire, beba mais um pouco de suco – Luis nem sabia se ainda tinha outra pessoa na linha, mas tirou o telefone da mão dela, encerrando a chamada. E serviu um pouco mais de suco para ela, apesar do copo ainda estar razoavelmente cheio.

 

Vitoria bebeu com avidez quase toda a bebida, deixando um pouco menos que a matade do copo... enquanto sentia os dedos cálidos se embrenharem pelos seus cabelos, numa caricia e uma suavidade deliciosa


 

— Sente-se melhor? – Perguntou, ainda a brincar com mechas sedosas

 

E ela assentiu, voltando a depositar o copo sobre a mesa

 

— Pode me dizer o que aconteceu? – Mais do que curioso, estava preocupado

 

— Uma emergência na casa da Emília, Luís – Ele pode perceber o tom desesperado  voltar aos poucos. O nome de Emilia fez sua preocupação se agravar, notável nas pequenas rugas que se forma na tez delgada. Mas ele se esforçou para se manter sereno por Vitória

 

— Tudo bem, ok?  Você não vai sozinha.  Vou pegar minha maleta e te acompanho –

 

— Mas, Luis…. – Seu protesto foi interrompido antes mesmo que concluísse 

 

— Não adianta barganhar, dessa vez eu não vou te ouvir. Eu nunca devia ter escutado você – Com aquela indireta, ele segurou seus rosto, salpicando um beijo carinhoso na tez feminina – Eu volto já – Sem palavras, ela deixou que ele subisse.

 

Tenso, Luís nem sequer estranhou a preocupação em demasia de Vitoria. E também preocupado, até se esqueceu do motivo que levou a mulher até ele.




 

Ao chegarem na mansão do Sartorini, ambos tentaram parecer menos nervosos. Verdade que Luís conseguiu o feito maior.

 

— Ainda bem que a senhora chegou –  Raimunda cumprimentou Vitória, estranhando a presença do Carmosino.

 

— Tudo bem, Raimunda... O que aconteceu? –

 

Ela deu passagem pro casal entrar, ficando meio incerta em responder a pergunta com Luis ali

 

— Pode dizer, Raimunda. Antes de tudo eu vim como médico – Ele a cumprimentou, cavalheiro, segurando a mão de pele escura, sentindo o aroma de sabão, aroma de quem trabalha

 

Se foi pela simpatia ou não, Raimunda decidiu falar

 

— Ela tá mais calma agora! Não sei se podia, mas dei a ela um chá de camomila, ela estava bem nervosa e…

 

— Sim, Raimunda, e o que houve? –  Vitória perguntou, apreensiva demais para se conter. Luís gentilmente levou a canhota ao ombro feminino, num afago, chamando atenção, numa mensagem muda de que ela precisava se acalmar

 

— Ela… ela.. Eu não sei, Dona Vitória. Acho que ela provocou um aborto. O banheiro estava sujo de sangue ela gritava muito. Eu vi um frasco de cytotec sobre a pia… Sei que é usado pra aborto. Eu não tenho certeza, mas acho que Dona Emília teve um aborto – Omitiu certos fatos desnecessários, e se utilizou do eufemismo pra descrever a conduta da patroa.

 

— ELA OQUE????? Não, ela não fez isso. Me diz que ela não fez – Se desvencilhou da mão forte de Luis que ainda estava sobre si. Nervosa demais para que atendesse ao seu pedido. Luís estava em choque, até para perceber o movimento brusco

 

Raimunda apenas assentiu sem jeito, não pode negar


 

— NÃO.. NÃO…DROGA!!! Ela disse que ia me esperar, que íamos conversar. Não pode ser.  Deus, eu tinha que salvar esse bebê… Eu tinha  – Os olhos lacrimejaram e ela nao impediu a queda das primeiras lágrimas –

 

— Você sabia que ela está grávida? – Luís fez a pergunta que também parecia ser a dúvida de Raimunda. E era notável o tom repulsa na voz masculina

 

— Sim – Ela assentiu envergonhada, enxugando as lágrimas sem êxito –  Ela me implorou para que eu fizesse a cirurgia.  Eu aceitei e… chegamos a marcar pra hoje… Mas eu não consegui Luís … eu não consegui. É só um bebezinho, meu…. Tão indefeso…. Eu disse que eramos pra conversar. A culpa é minha, toda minha –  choro finalmente rompeu. Ele a amparou em seus braços, afagando seu cabelo, tentando acalmá-la. Ele queria saber mais, mas nada importava agora.


 

— Leve-a até a cozinha, por favor. Sirva um pouco de água com açúcar – Pediu a Raimunda que tudo assistia... quando sentiu a mulher em seus braços mais calma

 

— Não, eu preciso vê-la.. – A ventura contestou de imediato

 

— Você sabe que não é a melhor indicada pra isso agora. Acalme-se e  logo irá vê-la – E num gesto sutil, indicou que Raimunda a levasse

 

A contragosto, mas sabendo que o homem tinha razão, Vitória cedeu.

 

Luís então pegou o lencinho que estava na bolsa da calça e enxugou a tez suada, o que sempre ocorria quando estava nervoso. E então, conhecendo a casa, subiu a escadaria para o quarto do casal.


 

Deitada sobre a cama, o olhar e o pensamento distante alheia a confusão do andar debaixo, Emília sequer prestava atenção no noticiário que passava na televisão, alarmando os cidadãos sobre o caso de um pai acusado de matar a própria filha. Apenas as batidas da porta lhe trouxeram de volta a realidade

 

— Pode entrar, Raimunda –

 

— É aqui que temos a paciente mais linda do mundo precisando de ajuda – E brincou, tentando aliviar a própria tensão, ao espiá-la pela pequena brecha que ele abriu na porta  –

 

— Luís????  – Idiotamente perguntou, surpresa, até mesmo assustada


 

— Nossa, meu senso de fidelidade tá zero nessa casa – Se fez de ofendido voltando a brincar ao se aproximar, se sentando na beirada da cama ao lado dela


 

— Desculpe, é que…. –

 

— Também sou seu amigo, Emília. Sou fiel a você também – Ele forçou um pequeno sorriso e ela pareceu se tranquilizar com a declaração.

 

— Desculpe, não pensei que Raimunda chamaria você. Aliás, não pensei que ela fosse chamar alguém

 

— Eu entendo…. Vai me dizer o que aconteceu? –


 

Emília criou coragem para narrar o que fez, e dessa vez ela não tinha mais lágrimas para produzir, talvez estivesse fatigada demais emocionalmente para isso.

 

Ela notou a diferença passear pelos traços masculinos, a serenidade de antes abrindo fuga. Até mesmo a decepção passou pelos olhos castanhos, tao castanhos quantos os seus.


 

— As dores cessaram? – Perguntou formal

 

— Mais ou menos. Mas se  parecem com cólicas normais de menstruação –

 

— Sangramento? –

 

— Normais também –

 

— Ok, levante um pouco a blusa –

 

Ela fez o obedecido e os dedos cálidos passearam por ali, pelo baixo ventre. E ele comprovou que as dores da Beraldini não eram de fatos absurdas.

 

— Você me parece bem, ao menos fisicamente. Use o que você toma normalmente pra cólica pra aliviar a dor. Se a dor agravar, ou ter um sangramento significativo, não hesite em procurar um hospital. Pode até me procurar, venho correndo – Ele até forçou um sorriso, fazendo com que ela deixasse escapar um também


 

— Mas.. – Ela sentiu que vinha um mas..

 

— Mas deve procurar um médico para fazer uma ultrassonografia. Mesmo que tudo lhe pareça bem.. É preciso saber se o aborto foi completo


 

Emília assentiu e Luis fez menção em se levantar, mas ela impediu segurando sua mão, o deixando surpreso

 

— Nunca, nunca quis, que se decepcionasse comigo  – E as lágrimas pareciam querer cair de novo, mas só ameaçaram enchendo seus olhos d'água - É tão bonita a admiração que você tem pela sua advogada  –

 

— Shiiiu .. – Ele ficou tocado pelas iris castanhas a lhe fitar, e que brilhavam pelas lágrimas acumuladas ali. Segurou canhota feminina, entre as suas mãos num afago – Verdade que nada vai justificar o que fez. E ainda vamos conversar sobre isso em outro momento. Mas até irredutivelmente errada como está agora, você é admirável – Ele chegou a sorrir, ainda pequeno. Independente do que realmente  achava, ela não precisava saber agora – Sabe que Lucrécia morre de ciúmes de você? Quero dizer.. comigo?. Ela não diz, mas sei que sim. E sabe por que? Por que você é a filha que eu adoraria ter.... Tudo bem que se eu pudesse realmente escolher seria o Bernardo, mas.. – Graciosamente deu de ombros, rindo um pouco, conseguindo relaxa-la e até mesmo que ela risse em resposta

 

— Você e  Bernado são especialistas em me fazer sorrir nas horas mais impróprias, só senhor mesmo  – Ela sorriu, o carinho estampado nas iris que cintilavam.

 

— Vou levar isso como elogio – Ele ainda segurava a mão feminina, então a guiou até os lábios para um beijo singelo – Comporte-se, e obedeça minhas recomendações. Deixa eu ir porque tem uma senhora desesperada lá embaixo querendo ver você – E dessa vez Emília deixou que Luis se levantasse

 

— Vitória? – Ela perguntou surpresa

 

— Uhum – Ele assentiu. Então carinhosamente lhe beijou a testa antes de finalmente sair – Cuide-se, acima de tudo – Disse por fim.

 

Assim que fechou a porta, Luís apenas fechou os olhos, deixando que toda a tensão e tristeza se esvaísse num único suspiro. Apesar de parecer seguro com Emília, ele não tinha a minima noção do que faria. Era tão injusto com o bebezinho, com Bernardo. Ele se permitiu ficar ali, escorado na porta, tentando achar uma saída pra uma situação que não tinha solução. Só desceu a escadaria de encontro a Vitória quando se sentiu pronto.



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