1. Spirit Fanfics >
  2. Encröachment >
  3. Burn In Hell

História Encröachment - Burn In Hell


Escrita por: TheUnspoken

Notas do Autor


Hey there!
O capítulo tá uma pequena merda, mas espero esmagar os coracoeszinhos de vocês com ele :3
Não tenho muito o que dizer, apenas que estou assistindo TWD e esperando o próximo ep, e que tenho um crush fodido no Carl <3
Boa leitura

Capítulo 15 - Burn In Hell



- Eu te amo.

Minha respiração parou. Meu corpo endureceu. Fechei os olhos, tentando desfazer o que havia feito. Esse não era o momento. Aliás, não deveria haver um momento para isso. Senti o corpo de Andy enrijecer, e Eu queria fugir de seu peito, antes tão aconchegante.

- Você o que?

Não abri os olhos para ver a expressão de Andy. Seu tom de voz já dizia tudo. Me levantei correndo, e senti uma dor horrível em minha intimidade, ao mesmo tempo em que minhas pernas fraquejaram, mas ignorei. Peguei meu moletom jogado em um canto e o coloquei rapidamente para me cobrir.

- Nada – respirei fundo tentando não chorar. Estúpida, estúpida, estúpida! Você deveria ter ficado quieta! Andy me encarava incrédulo. Eu simplesmente não aguentaria a resposta dele, pois tenho certeza de que não seria nada boa.

- Drizzle, eu... – Andy começou a se explicar.

- Pode me emprestar alguma toalha e uma roupa qualquer, por favor? Eu quero tomar banho, se não se importa.

Andy se levantou, sem se importar com o fato de estar nu, e eu fechei os olhos, mesmo já tendo visto tudo ali.

- Drizz, eu realmente não posso dizer que te amo, porque não sei se sinto isso, e não quero mentir para você – Andy acariciou minha bochecha, e quando uma pequena lágrima escorreu, ele me abraçou imediatamente – Não chora.

- Não dá – ele me apertou mais.

Aquilo doeu, e eu não conseguiria esconder, mesmo que tentasse. Admitir o que eu sentia em voz alta doeu, e a resposta dele doeu. Eu fui um brinquedinho dele então?

- Você ainda ama a Taylor? – Me afastei levemente, olhando em seus olhos. Ele olhou para o lado, embaraçado.

- E-eu...

- Sim, você a ama – suspirei, engolindo o choro – Pode me emprestar as coisas que pedi, por favor?

Silenciosamente, Andy foi até seu armário, tirando de lá uma camisa do The Doors e um short jeans branco e rasgado, feminino. O olhei, alterando uma sobrancelha quando ele me entregou as roupas e uma toalha branca que tirara depois.

- Minha prima esqueceu aqui – Se justificou. Sem dizer mais nada, peguei minhas roupas usadas e esperei ele me mostrar o banheiro. Teria de usar as mesmas roupas íntimas ou nada, porque eu simplesmente não queria ficar sem tomar banho.

Entrei no banheiro e tranquei a porta, me encostando nela. Tirei o moletom e me olhei no espelho. Marcas de mordidas por meu pescoço e meus seios. Eu me sentia suja. Não devia ter feito isso. Não com ele. Ele não me ama. Havia sido rápido demais, impensado e imprudente. Deveria ter parado no momento em que me lembrei da Taylor. No fundo, sabia que não haveria nada sentimental ali, mas ainda assim, fui uma birra esperançosa.

Recuei alguns passos, me encostando na parede do banheiro. Deixei meu corpo escorregar até que eu me sentasse no chão, e me encolhi. As lágrimas desceram, e eu não as segurei.

Andy é um grande idiota. Eu fui uma grande idiota ao confiar nele. Eu sou uma idiota por amar ele, e por confessar isso. Se eu tivesse ficado quieta, não teria estragado tudo. Eu sempre estrago tudo.

Aquilo tudo... O que nós fizemos, não significou nada para ele? Um beijo, e você se apaixona. Sua voz ecoou em minha mente em uma lembrança. Nunca devia ter beijado ele. Meu choro silencioso aumentou. Ele nunca vai te amar, Drizzle. Você nunca será a Taylor. Ela provavelmente foi a garota mais incrível do mundo antes de enlouquecer, e você é uma ridícula mesmo estando lúcida, ou quase isso.

Me encolhi mais, pensando em como tudo era mais fácil antes. Quando eu tinha sete anos, tudo o que eu tinha de fazer era suportar o bullying na escola, pois depois eu teria o irmão mais maravilhoso do mundo para me acolher. Depois, em um piscar de olhos, eu me sentia sozinha no mundo. Quando ficava com Andy, rindo de qualquer besteira na sala de aula, eu não me sentia sozinha. Eu não me senti sozinha quando estava com ele no quarto. Ele não sentiu nada além de prazer, algo como o que eu senti?

Respirei fundo, me acalmando. Alto-piedade é desnecessária agora, Drizzle. Eu ainda tenho muito o que me preocupar além de mim mesma. Como Chris disse, preciso descansar para treinar mais assim que possível. Me levantei e me olhei no espelho novamente. Meus olhos estavam inchados e vermelhos, e as mordidas não sairiam facilmente. Sequei meus olhos e passei as mãos por elas, pensando em como iria escondê-las. Me encarei no espelho. Sorri, tentando parecer feliz, pois precisaria enganar meus pais. Tentei parecer bem e animada, mas meu sorriso não demonstrava nada além de pânico. Quem sabe depois do banho.

Liguei o chuveiro. Tomei um banho frio, porque isso me relaxava, mesmo que a temperatura já estivesse consideravelmente baixa e que isso me deixaria, com toda certeza, doente. Tomei um banho muito bem tomado, e por mais que eu me limpasse, o cheiro dele continuava em mim, parecendo me impregnar completamente. Isso me irritava muito, porque era o cheiro do qual eu queria mais distância – não que fosse ruim, é um cheiro maravilhoso. Droga, eu elogio ele mesmo o odiando.

Desliguei o chuveiro. Eu sabia que estava limpa, mas eu ainda sentia que não. Eu ainda sentia parte dele ali, e isso me irritava. A dor em minha intimidade havia diminuído, mas não desaparecido, e minhas pernas continuavam fracas, mas eu ignorava tudo.

Rapidamente, me sequei e coloquei as roupas. O short branco ficou perfeito, mas a camiseta de Andy ficou gigante, e mais uma vez, o cheiro dele me irritou. Suspirei, calçando meus coturnos. Não me lembro nem mesmo o ponto em que tiramos nossos calçados, mas eles estavam jogados junto com as roupas. Bufei, observando que as mordidas estavam ainda mais marcadas depois de eu ter tomado banho. O que fora aquilo? Imaginar Andy com tendências sadistas não me surpreendia, mas não me imaginava nessa posição.

Tentei secar bem meus cabelos, eles teriam de se secar naturalmente. Os coloquei para frente, tampado uma mordida que se destacava em meu pescoço. Esfreguei os olhos, tentando de alguma forma, fazer com que eles magicamente desinchassem, de forma inútil, é claro. Peguei minhas roupas sujas e juntei todas em um “bolinho” dentro do meu moletom.

Fui até o quarto novamente, sem saber como prosseguir. Mas Andy não estava lá. Eu faria questão de manda-lo para o inferno com minhas próprias mãos se ele tivesse me deixado ali.

Desci as escadas, pronta para sair e ir embora sozinha, já que não o havia visto, quando reparei no forte barulho de chuva. Esqueci que temporal estava firme e forte do lado de fora. Passei as mãos por meus cabelos, nervosa, sem saber o que fazer.

- Drizz, está com fome? – A voz grave me chamou da cozinha.

- Não, não estou. Preciso ir embora. – Minha barriga protestou em resposta, mas meu orgulho bateu palmas.

- Qual é, ainda temos uma hora antes da minha mãe voltar. Vem comer – Andy, que estava na cozinha, colocou um prato sobre o balcão, com um sanduíche natural aparentemente ótimo – Eu te levo de carro se você comer.

Pensei. Bem, eu mato a fome e não acabo com uma hipotermia. Me dirigi ao balcão, me sentando em um dos bancos e começando a comer. O filho da mãe sabia cozinhar.

Andy me observou, parado na minha frente, encostado na pia, com um sanduíche como o meu na mão. Ele parecia ter acabado de sair do banho, pelos cabelos molhados, e usava uma camisa cinza e larga e uma calça preta. Ele já sabia que teria de me levar embora.

- Você realmente vai ficar com raiva de mim? – Mas que pergunta besta. Não estou com raiva de você. Só quero te me enterrar num buraco bem fundo e esquecer que o resto do mundo existe.

- Não estou com raiva de você – respondi, simplesmente. Estou com raiva de mim mesma por ser tão idiota a ponto de abrir a boca em um momento tão inapropriado.

- Não minta para mim – ele colocou o sanduíche num prato e se aproximou de mim, mas eu nem ergui o olhar. Tive medo de chorar se olhasse os olhos azuis – Por favor, não fica com raiva de mim. Ainda quero continuar sendo seu amigo.

- Não estou com raiva de você – sorri, ou choraria com a palavra “amigo” – Só estou cansada e quero voltar para casa. – Engoli o último pedaço do sanduíche – Pode fazer esse favor?

Andy suspirou, indo para a porta e abandonando o sanduíche no prato. Pegou um moletom preto e grande que estava sobre o sofá e o jogou para mim. O vesti e logo segui Andy. Ele pegou um guarda-chuva preto ao lado da porta e a abriu, revelando a noite chuvosa e barulhenta do lado de fora. Andy abriu o guarda-chuva e me puxou pela cintura. Não gostei da proximidade, mas não queria me molhar.

Dessa forma, caminhamos em meio a chuva, protegidos. O moletom, enorme, era bem quente, e euu

Dessa forma, caminhamos em meio a chuva, protegidos. O moletom, enorme, era bem quente, e eu Mao senti frio graças a isso. Mas ver Andy usando apenas a camisa cinza fina sem problema algum me irritou. No momento, tudo me irrita.

Entramos no carro dele, e eu me envolvi no banco, sem olhar para Andy. Seguimos o caminho até minha casa assim, eu me recusando a falar e ele sem saber o que dizer. Quando o carro parou em frente ao meu passeio, Andy foi até meu lado, com o guarda-chuva, e abriu a porta para mim.

Da mesma forma, Me abraçando de lado, Andy me conduziu até a porta. Quando estava prestes a entrar, Biersack me impediu.

- Drizzle, eu realmente não sei me expressar bem, mas quero que saiba que eu gosto muito de você – Andy segurou minhas mãos e me encarou. Virei o rosto para o lado, olhando as gotas que escorriam pelo guarda-chuva na entrada da varanda. Tentei soltar minhas mãos, mas ele me segurou – Eu senti, sim, algo especial com você. Não sei dizer o que foi, mas foi diferente. Algo que eu não sentia a muito tempo, e que só uma pessoa havia me proporcionado – Eu sabia que ele se referia a Taylor mesmo sem olhá-lo – Então me perdoa se eu disse ou fiz algo errado, não foi minha intenção. – O encarei, analisando sua expressão, tentando encontrar a mentira.

- Eu realmente estou com raiva de você, mas só porque não posso ficar triste – confessei, e ele olhou para baixo – Mas eu não tenho escolha a não ser te perdoar por ser um idiota – Voltou a me encarar - Você está perdoado, mas eu ainda estou brava, e você merece um gelo. – Andy bufou – Agora, estou indo. – Bati na porta.

Antes que ela se abrisse, num movimento rápido, Biersack me puxou sem delicadeza alguma, e me beijou com desejo. Fiquei sem ar com a forma que seus lábios devoraram os meus, e até tentei nos separar, mas quanto eu tentava, mais ele nos grudava.

Tão rápido quanto me agarrou, Andy me soltou, e a porta se abriu. Minha mãe passou o olhar por um Andy com um sorriso simpático e uma Drizzle ofegante e corada, de pernas bambas.

- Você tá bem? – Jane me encarou.

- S-sim – assenti.

- Ok... – Olhou desconfiada para Andy.

- Drizzle estava em minha casa, Chris pediu que eu a deixasse aqui – Andy explicou.

- Não se faça de bobo, eu sei o que você é – Jane o olhou feio, e Andy arregalou os olhos – Encoste um dedo em minha filha e eu acabo com você – Andy estava extremamente surpreso, e eu tive de rir. Ele encostou bem mais do que um dedo em mim. Jane se virou para mim – Vamos entrar.

Andy até tentou se despedir de mim, mas minha mãe rapidamente me puxou pra dentro e fechou a porta, se encostando nela. Senti até um pouco de pena do Andy, o coitado quase entrou em pânico. Mas minha situação era um pouco mais urgente.

- Pelo amor de Deus, me diz que vocês usaram camisinha? – Arregalei os olhos.

- Mãe!

- Nem tente mentir, você é minha filha, nunca vai conseguir me enganar – Sorriu de lado. Pedir por uma mãe normal é de mais. Fiz um som esquisito, escondendo o rosto nas mãos, tentando disfarçar a vergonha – Não precisa disso, Drizzle. Na verdade, estou até feliz. Achava que você era lésbica - A encarei, indignada, e Jane deu de ombros.

- Olha, eu... Eu vou dormir. Não estou afim de falar sobre isso – Virei as costas, e daí, meio correndo, para meu quarto. Subi as escadas e fechei a porta.

Minha mãe não bate bem. Como ela sabia disso? Simplesmente sinistro. É estranho, mas desde pequena, Jane era a única pessoa que parecia saber tudo sobre mim. Ela sempre foi tranquila em relação a namorados e amizades, e não me surpreendeu tanto ela não ter ficado brava, mas ainda assim, estou meio chocada. Retirei o moletom no quarto mesmo, já me preparando para trocar de roupa, quando me olhei no espelho e vi as marcas do pescoço. Ok, isso não é nada bom. Quase como se o Diabo me amasse, nesse momento, a porta se abriu. Tentei tampar as marcas, mas não foi a tempo. Minha mãe viu.

- Mãe, eu... Isso... – Comecei a tentar explicar quando ela fechou a porta, me olhando séria.

- Não precisa explicar – suspirou – Já tinha visto elas em seu pescoço. – A olhei ainda mais indignada – Vamos, tire a blusa, vou dar um jeito nisso.

Hesitei. Não por vergonha, já me acostumei com minha mãe, mas por outro motivo. Ela ainda não havia visto as dos seios, que sem dúvida alguma, eram a pior parte. Fechei os olhos, me preparando psicologicamente para o que viria a seguir, e tirei a blusa. Minha mãe fez uma careta, me observando.

Sem dizer nada, ela se aproximou. Pediu que eu fechasse os olhos, e assim o fiz. Logo, senti um formigamento confortável em meu pescoço.

- Na sua idade, eu era igual a você. – Contou – Tinha gostos estranhos, hábitos estranhos, paixões estranhas – Não pude evitar sorrir – Eu precisava de alguém que não fosse comum. Que fizesse com que eu me sentisse mais fraca, normal. Não é fácil viver com o poder que carregamos. Somos mais fortes que a maioria graças a isso, e, inconscientemente, eu me culpava por isso. Até que conheci seu pai. Um cara normal, uma pessoa de bem. Ele não me minimizava, não me fazia sentir inferior. Mas tinha uma mente incrível, aberta a novidades e uma sabedoria incrível. Me senti igualada. Senti que estava com alguém no mesmo nível que eu. – O formigamento desceu para meus seios – E então, me senti feliz. Foi aí que descobri: eu não tenho que ser inferior à ninguém. Não preciso que ninguém me diga o que fazer ou quem ser. – Jane passou os dedos por meus olhos fechados levemente, me incentivando a abri-los, e assim o fiz – Está pronto.

Me olhei no espelho novamente. As marcas haviam sumido, minha pele estava lisa novamente. Encarei minha mãe, sorrindo, e a abracei. Ela retribuiu, com a cabeça apoiada em meu ombro.

- Você o ama?

A simples pergunta doeu. A resposta era óbvia, mas também doía. Falar isso em voz alta rachava os pedaços que sobraram do meu coração.

- Sim. – Suspirei, os olhos marejando – Mas ele não.

Uma lágrima escorreu, e minha mãe me apertou. Ela nos separou, limpando meu rosto e me olhando por alguns segundos.

- Por amar você, serei sincera: Não espere retribuição. É quase impossível ter o amor de um demônio, ainda mais um que já amou. – Colocou minha franja atrás da orelha – E... Tente esquecê-lo. Um amor assim te mandaria direto para o inferno.

Jane beijou minha testa, num último abraço, e saiu do quarto. Encarei meu reflexo novamente. Como sempre, tediosa. Peguei um maço de cigarros sobre meu criado mudo e ascendi um. O coloquei na boca, tirando meu short e ficando só de roupa íntima. Me joguei na cama dessa forma, encarando o teto.

Já estou condenada ao inferno à muito tempo, Jane.

(...)

- Drizzle! – Cristhian pulou alegremente em cima de mim, me dando um abraço pelas costas e quase me levando ao chão.

- Oi, CC – sorri, tentando me equilibrar. Logo Jake, Jinxx, Ash e Juliet já estavam chegando também. E, é claro, Andy. Sem expressão, sem demonstrar qualquer sentimento. Basicamente, Me enlouquecendo.

Depois de fumar uma uns três maços de cigarros, eu simplesmente havia trocado de roupa, mas resolvi dormir com a camisa de Andy. Por que? Porque tinha o cheiro dele, e eu sou idiota. Logo, não aconteceu nada de interessante, e aqui estou eu, cumprimento os loucos e indo para mais uma sessão de tortura – também conhecida como aula.

Entramos na sala, escandalosos, mas ninguém nem prestou atenção, tamanho o barulho dos alunos. A princípio estranhando, mas logo ficamos sabendo que o professor estava atrasado, e teríamos um tempo livre. As divindades finalmente decidiram cooperar comigo. Ou não.

Me sentei – lê-se “joguei” em minha carteira, e Andy se sentou ao meu lado. Não havia falado com ele, mas ele também não procurará contato. Estava excepcionalmente lindo hoje, como se tivesse decidido me provocar. Para variar, o dia estava frio, o céu totalmente nublado, mas ainda assim, ele usava apenas uma regata larga e preta dos Misfits, e calças pretas e justas. O cabelo bagunçado, olhos perfeitamente delineados, o azul destacado, me eletrizando. Por que tinha de ser tão belo?

Olhei para mim mesma. Moletom enorme e branco da Motionless in White (tentando agradar o Chris porque estou com medo dele), calça jeans manchada, rasgada e velha, All Stars gastos. E ainda assim, morrendo de frio. Não havia me dado ao trabalho de arrumar muito meus cabelos hoje, então eles estavam comportados, mas rebeldes ao mesmo tempo. Minha maquiagem não estava muito pesada, apenas destaquei meus olhos. Resumindo, perto de Andy, estava me sentindo um trapo.

Me debrucei sobre a mesa, fuçando nos fios loiros de Juliet, que conversava alegremente com Jake. Ela nem se importou, então continuei brincando com seu cabelo.

- Está levando aquele papo de “gelo” a sério? – Six finalmente se pronunciou.

- Estou – respondi, entediada.

- Hm.

Silêncio. E foi assim que o dia seguiu. Tedioso e solitário. Os outros meninos e Juliet até tentavam conversar comigo, mas eu estava tão mal-humorada quanto Andy. Simplesmente porque eu não conseguia olhar para a cara dele sem lembrar de ontem, o que me deixava com raiva e vergonha – muita vergonha.

De qualquer forma, foi tedioso. A parte interessante aconteceu no final da última aula. Chris me mandou uma mensagem, me avisando sobre o treinamento que teríamos. Ele viria buscar a mim e a Andy assim que as aulas acabassem. Acredito que hoje descobriríamos mais sobre nossos poderes, Umbracinese e Oneirocinese. Sombras e Sonhos.

Assim que as aulas acabaram, eu estava dormindo. Sim eu dormi a aula inteira, e teria ficado ali se Ash não tivesse me acordado.

- Hey, a aula já acabou, Drizz – ele me balançou. Levantei a cabeça e olhei em volta. A sala já estava vazia. Não seria nada bom se Andy já tivesse indo embora, sendo que eu ainda não havia avisado sobre a mensagem de Chris.

- Obrigada por me acordar, Ash – dei um beijinho em sua bochecha, pegando minhas coisas, e ele sorriu.

Me despedi dele e corri a procura de Andy. Quando cheguei no estacionamento, seu carro ainda estava ali. O que ele fazia na escola?

Voltei para dentro, a procura dele. Não haviam muitas pessoas ali, apenas alguns nerds e esportistas que faziam aulas extras ou praticavam. Corri pelos corredores, mas nada dele. Comecei a me preocupar. Havia acontecido algo com ele?

Estava passando pelo corredor do terceiro andar, que estava totalmente desocupado, quando escutei barulhos estranhos vindo de uma porta a esquerda. Estiquei ali. Seria Andy?

Caminhei lentamente até a porta, com medo do que poderia encontrar. Meu coração e minha respiração aceleraram, e eu simplesmente fiquei com medo, sem saber o porquê.

Coloquei a mão na maçaneta. Por precaução, a abri lentamente. Quando vi o que acontecia ali dentro, meu coração simplesmente parou. Senti a raiva tomar conta de mim, juntamente com uma tristeza avassaladora. Juliet estava contra a parede, e Andy a beijava avidamente. Ele apertava sua cintura e a pressionava contra a parede da mesma forma que fazia comigo. Da mesma forma que me usava.

Quis, eu realmente tive uma compulsão, uma necessidade de ir ali arrancar os cabelos da minha amiga e o pinto daquele via do, mas simplesmente, respirei profundamente. Virei as costas e Bati a porta com força, e eu tenho certeza de que eles ouviram. Andei pelo corredor, rumo as escadas. Ouvi a porta sendo aberta, e passos em minha direção.

- Drizzle, espera! – Andy gritou, vindo atrás de mim – Drizzle, Me deixa explicar!

Ele colocou a mão em meu ombro, e senti minha pele queimar. Um ódio simplesmente imoral tomou conta de mim, e num movimento rápido demais, Me virei rapidamente e acertei um cruzado de direita nele.

- Você não fez nada de errado. Não temos nada. E eu tenho mais o que fazer.

Andy cambaleou para trás, e eu simplesmente me virei e continuei seguindo. Juliet observava tudo, pasma, sem entender o que acontecia. Vadia.

Em passos rápidos, desci as escadas, sem olhar para trás, mas sabia que ele me seguia. Ouvi ele gritar meu nome várias vezes, mas ignorei. Estava saindo da escola, quando senti duas mãos me segurando e me virando.

- Drizzle, me escuta!

- Não vou escutar merda nenhuma! – berrei, o empurrando – Nós não temos nada, você não fés nada de errado, não precisa justificar nada.

- Drizzle, se acalme – Andy tentou se aproximar, mas eu o empurrei e me afastei.

- Deveria ter deixado Chris te mandar direto para o inferno. Você não passa de um demônio. – Cuspo as palavras com uma frieza que surpreendeu até a mim, mas me parabenizei por isso.

Andy estacou ali, Me olhando surpreso. Triste e decepcionando. Espero que esteja tão quebrado quanto eu. Espero que afunde até o inferno, filho da mãe.

Virei as costas e fui para o estacionamento. Encontrei o carro de Chris parado num canto do estacionamento. Caminhei até ele, o olhar firme, segurando as lágrimas.

Entrei no carro e fechei a porta. Fiquei olhando para frente, sem dizer nada. Chris me observou, notando que eu claramente não estava de bom humor.

- E Andrew? – perguntou.

- Queimando no inferno, eu espero.

Chris deu uma risada baixa, ligando o motor. Não parecia muito surpreso.

- Pronta para seu treinamento? Vai aprender muitas coisas hoje, e conhecer alguém novo.

- Estou excepcionalmente disposta hoje – respondi, e ele começou a ir.

Segurar o choro não era uma tarefa fácil, mas o ódio dava conta do recado. No momento, só quero quebrar a cara dele.




"Eu vejo-me como um ser humano sensível e inteligente, mas com um coração de palhaço que me obriga a estragar tudo nos momentos mais importantes."

Jim Morrison


Notas Finais


Tá péssimo ou só horrível?
Beijos :*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...