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História End of Summer - The past needs to be left behind


Escrita por: Wndnee_

Capítulo 8 - The past needs to be left behind


Fanfic / Fanfiction End of Summer - The past needs to be left behind

 

Acordei com uma ressaca pesada, minha cabeça doía como o inferno e minha boca estava bastante seca. Não consegui me adaptar a luz em primeiro momento, mas senti que algo estava errado ao perceber estar em uma superfície macia, apenas com minha cueca e uma coberta por cima de mim.

O lugar estava organizado, levando em conta que consegui andar sem pisar em nada. Me assustei ao escutar vozes, provavelmente na cozinha, já que pelo que eu pude notar, a conversa era sobre café da manhã.

Me vesti ao achar minha roupa jogada pelo chão do quarto, todas espalhadas sem nenhum cuidado.  Minhas costas doíam muito e eu esperava que nada tivesse acontecido, seria como uma avalanche para mim, mas não uma surpresa. O resto da casa parecia bagunçado, almofadas e roupas jogadas para todos os lugares, tinha uma garrafa quebrada no canto da sala. Fiquei confuso ao ver um dos idiotas da minha turma jogado no colchão e outro no sofá ao lado. Era a Alien idiota e o maldito Pikachu, o observei por mais tempo que deveria e cheguei à conclusão que nunca tinha visto alguém se contorcer tanto.

Me espreguicei e espreitei até a cozinha, tentando entender o que falavam, mas eu ainda não conseguia distinguir direito as vozes, minha cabeça chiava e a tontura ficava mais forte. Abri a porta meio hesitante, quase caindo por ter me desequilibrado, mas alguém me segurou. Estava muito mais claro naquela parte da casa, as cortinas todas abertas, demorei um pouco para me acostumar com a luz.

 

– Você está bem? Bakugou? – Perguntou me sentando em uma das cadeiras, forcei a visão, mas não precisou de muito para ver aqueles dentinhos pontiagudos.

 

– Cabelo de merda?

 

– Eu já disse que tenho nome – Bufou, inflando as bochechas antes de assoprar na minha cara, tive que piscar várias vezes antes de conseguir ver direito de novo.

 

– Tsc. Tanto faz – Resmunguei frustrado, era para eu estar na casa da velhas esticado na minha cama, o que diabos aconteceu nesse meio tempo?

 

– Aqui Bakugou – Sero me entregou uma pílula, ele parecia preocupado, era até engraçado comparado ao seu cabelo preso de maneira ridícula – você deve estar mal ainda, o que não me surpreende.

 

– Cara você tava muito bêbado quando te achamos, você tem que dar uma moderada ou vai ficar sem fígado – O projeto de tubarão disse preocupado, sua fala me deixou com uma sensação estranha.

 

– Não sei quem tava pior, você ou o Denki – O ouvi atentamente, tomando o remédio com água, olhando confuso para os dois garotos.

 

– Eu preciso ir embora, a velha vai me matar – Resmunguei irritado, eu só queria dormir naquele momento, mas ainda tinha plena noção que estava preocupando alguém, não queria matar ela do coração – Ela pode ter um infarto ou sei lá.

 

– Ah, eu liguei pra ela – Kirishima falou tranquilamente, o encarei como se fosse idiota, quando ele descobriu o número dela aliás? – Que foi? Se eu soubesse que você sumiu depois de ir para uma festa cheia de adolescentes burros eu também iria ficar preocupado.

 

– Tráfico de órgão – Hanta falou com uma voz estranha, o que nos arrancou algumas risadas, desviando o pouco sobre o assunto anterior.

 

– Tanto faz – Me levantei da cadeira de madeira, indo até o colchão e empurrando um pouco a garota, me jogando no espaço livre – Eu vou voltar a dormir.

 

– Eu vou buscar um lençol – Se propôs, indo para o quarto, minha cabeça estava um pouco melhor.

 

* * *

 

Acordei um tempo depois, dessa vez conseguindo diferenciar os objetos ao meu redor. O sol parecia ter ficado ainda mais forte, mas agora não batia no meu rosto. Me sentei no colchão, percebi que o Kaminari ainda jogado de qualquer jeito no sofá, pelo display da televisão consegui ver que já era duas horas da tarde.

Fui até a cozinha, encontrando-a vazia, nenhum ruído na casa, eles deveriam ter saído. Logo escutei um barulho, vi a caminhonete branca de Hanta ser estacionada na frente da casa, a luz batendo no capô e refletindo no meu olho.

Escutei atentamente o barulho das chaves girando, o ranger quase imperceptível da porta cara de madeira escura sendo aberta. Suas vozes irritantes ficando ainda mais altas enquanto eles passavam pela recepção.

 

– Acordou? – O garoto perguntou sorridente, passando por mim e colocando algumas sacolas em cima da mesa branca.

 

– Ainda estou dormindo – Debochei, fechando os olhos e colocando as mãos na cintura para ficar mais dramático – Não está vendo?

 

– Nossa, mas que humor do cão ein – A garota riu escandalosamente, me deixando irritado – Não dormiu bem?

 

– Ashido! – O maior de nós três ali a reprendeu, abrindo as sacolas para tirar a comida de dentro – Não fale assim com o nosso Pinscher.

 

– Nosso o que, maldito? – Rosnei entre dentes, me sentando em uma das cadeiras, irritado com aquelas piadas idiotas, mas ao mesmo tempo cansado demais para arrumar confusão.

 

– Parem de irritar o docinho logo cedo – Me provocou rindo, minha vontade era dar pauladas na cabeça deles para ver se consertava.

 

Suspirei estressado, me debruçando no balcão enquanto a garota se sentava do meu lado para me irritar, sua unha cumprida cutucando minha nuca. Me fazia arrepios e me dava uma agonia, como se ela pudesse me cortar a qualquer momento.

 

– Ah baby, você estava podre ontem! – Os pratos e copos sendo colocados na mesa a fez tremer um pouco, deixando uma sensação estranha nos meus ouvidos – Não sei quem estava mais bêbado, você ou o Denki.

 

– Acho que ele – A encarei, seus brincos chacoalhando enquanto mexia no enorme cabelo crespo – Eu já acordei a muito tempo, parece que ele morreu.

 

– O Kamibro é muito preguiçoso, ele tá bem – Afirmou Kirishima, se sentando na ponta da mesa enquanto nos encarava – Já vi ele com porres piores.

 

– Uma vez ele foi parar no hospital – Hanta entrou na conversa, finalmente arrumando a comida na mesa – Achei que ia morrer naquele dia... mas deu tudo certo no fim das contas.

 

Todos ficaram em silêncio, seus rostos mais sérios e travados, pensei em algo para mudar o assunto, não é como se eles parecessem confortáveis com aquilo, talvez ele tenha falado sobre aquilo sem pensar.

 

– Vamos comer? – Perguntou junto de mais um sorriso com seus dentinhos pontiagudos, parecia meio falso – Vai esfriar.

 

– Não vão acordar a minhoca contorcionista?

 

– Ele deve acordar lá pelas quatro, melhor deixar pra lá – Deu de ombros a Ashido, abrindo o refrigerante e distribuindo pelos copos.

 

* * * 

 

– Ei! Minha roupa! – Reclamei para a garota, parecia uma criança que nunca tinha visto água na vida. Agora eu estava encharcado sem uma troca de roupa, enquanto ela ria e mostrava a língua como uma criança travessa.

 

– Não ligue pra ela docinho – Brincou o garoto do meu lado, finalmente trazendo os sucos para a mesa aonde eu estava sentado – É só um pouquinho de água na roupa.

 

– Eu podia ter perdido meu celular – Chacoalhei o aparelho na sua frente, que estava seco graças a minha agilidade, eu estaria ferrado se o molhasse.

 

– Mas não perdeu! – Riu como se tivesse ganhado a discussão, apenas fechei a cara, apoiando meu queixo com a palma da mão esquerda. Observei Sero e Mina brincando igual duas crianças do pré, minha raiva sumindo no momento seguinte.

 

Aproveitei o sol que batia no meu corpo e um pouco no meu rosto, fazendo eu arrepiar e me aquecer, era bom. Uma leve brisa quente chacoalhando meu cabelo, era como se eu relembrasse os verões de quando eu era criança.

Ir na praia, montar o maior castelinho de areia que eu conseguisse junto do meu pai. Nadar o dia inteiro atrás de conchinhas e pular as ondas, sinto saudade daquela época descontraída, onde a minha maior preocupação era se eu tinha catado conchas o suficiente para minha mãe dar para um pintor.

Suspirei e tentei focar em qualquer outra coisa, eu poderia entrar naquela piscina, mas eu não tinha vontade nem paciência o suficiente para isso. No final eu iria embora molhado para casa, não estou afim de pegar um resfriado ou algo do tipo bem no fim da primavera.

Era um pouco estranho ainda, toda aquela familiaridade, como se eu finalmente me encaixasse em um lugar. Mesmo que, na maioria do tempo, eu me sentisse constantemente excluído. Suas piadas internas e fantasmas do passado não chegando ao meu entendimento, constantemente pareciam esconder algo de mim, isso me incomodava.

Eu decidir ir relevando, ignorando aquele detalhezinho, irritante e insistente, muito presente. Uma parte de mim gritava que eu não podia ignorar, mas outra apenas não queria estragar tudo, as vezes a ilusão tende a ser mais doce do que a verdade, eu poderia simplesmente não aceitar.

 

– Você não vai atender? – Me perguntou apontando para o celular que vibrava na mesa, me tirando de meus pensamentos, revirei os olhos ao ver quem estava me ligando.

 

– Não vale a pena – Resmunguei pegando o aparelho, encerrando a chamado e desligando o ecrã.

 

– Sabe Bakugou... – Prestei atenção ao que ia dizer, fazia tempo que ele não me chamava pelo nome, normalmente era apenas “docinho” – Você ainda não contou nada da sua antiga cidade.

 

– E porque eu deveria? – Bufei com aquele assunto, dando um gole no meu copo, já estava quente, fiz uma careta.

 

– Eu estou curioso! – Passou os dedos pelo copo de suco, parecia pensativo com as palavras que iria escolher – Eu mal sei sobre você e Midoriya fica me perguntando de pessoas que eu mal faço ideia de quem são.

 

– O Deku é um idiota, não caia na dele – Respirei fundo desviando o olhar para as duas pessoas na piscina, Sero parecia ter acabado de ganhar alguma aposta idiota com a Ashido.

 

– Mas não seria nada mal eu conhecer um pouco sobre você – Insistiu, se debruçando ainda mais na mesa, seu sorriso surgindo no rosto – Como era o antigo docinho?

 

– Sabe cabelo de merda, algumas coisas precisam ficar no passado – Debochei ácido, joguei minha bebida fora nas pedrinhas do vaso de planta do meu lado – Eu não fico perguntando sobre a sua vida e seus segredinhos.  

 

– Eu não tenho nenhum – Sorriu de novo, me parecendo tão falso quanto os piercings da garota na piscina, meu estomago se revirou e eu quis socar sua cara.

 

– Eu pareço ser otário igual a esses idiotas? – Peguei uma latinha na caixa de isopor, enchendo meu copo até a metade – Vai precisar mais do que um sorriso meia boca e palavras para me convencer.

 

Ele iria falar mais alguma coisa, se o meu celular não estivesse vibrando de novo, revirei os olhos, a ideia de que o aparelho tivesse estragado com a água não parecendo tão ruim agora. Apenas desliguei, o abandonando no canto e bebendo um gole da bebida espumante.

 

– Uma coisa que eu aprendi Bakugou, é que não importa o quanto as coisas mudem ao seu redor, tudo vai parecer igual se você não decidir mudar a si mesmo. 

 

 

 

 


Notas Finais


bakugou desconfiado e os dois fugindo
é a vida né
denki desmaiado o capitulo inteiro jkdshfjksf


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