-Oh, olá, boa noite. -raspei a garganta- A Lauren está?
Franzi o cenho ao ser recebido por outro homem.
-Está sim. Você...?
O cara sorriu, provavelmente me reconhecendo.
-Deixei ela descansando, está precisando.
Desviei os olhos.
-Mas por favor, entre!
-Não, não, é melhor que ela descanse. Obrigada.
-Não quer que eu a chame ou avise?
Agradeci com a cabeça e me afastei. Apertei o botão do elevador vinte vezes em dois segundos.
Minha cabeça estava bem confusa, confusa demais para pensar.
-A deixou descansando?
Eu repetia, segurando firme o volante.
-Nível de intimidade alto para abrir a porta dela.
Repreendi qualquer pensamento, Lauren não faria isso. Mas eu era egoísta. Não queria saber quem era. Passei por uma rua bastante movimentada, diminuí a velocidade para ver quem era.
Parecia uma cafeteria com algum show ao vivo. Subi o vidro novamente e dei a volta no quarteirão com o carro, o estacionando um pouco distante por conta das vagas.
Desci e caminhei até o local, extremamente cheio. Havia alguns seguranças na porta, eles colocavam pulseiras em quem entrava.
-A, B ou C?
-Hum... C?
Respondi por pressão, não fazia ideia do que ele estava falando. O lugar era maior do que aparentava. Caminhei por entre as pessoas e avistei mesas, sentando em uma delas.
-Pois não senhor, quer fazer um pedido?
-Boa noite... -olhei o cardápio em minha frente- Me traga um cappuccino médio, por favor?
Ele anotou. Voltei meu olhar para frente, um grupo me olhava.
-Harry? Ah meu Deus, com licença!
-Olá, tudo bem?
O grupo parou em minha frente.
-Posso... Podemos?
Uma das garotas disse com muita dificuldade e eu sorri, me levantando. Abri os braços e as envolvi singelamente, eu gostava do carinho.
-Está morando aqui? Estou tão animada para a turnê, estarei lá!
-Ótimo! Fico feliz!
Elas me olhavam sem dizer muito, envergonhadas, eu corava também.
-Querem se sentar?
Fiz sinal com as mãos.
...
Pov Lauren
-Lauren?
Disse batendo na minha porta, tirei os fones no mesmo segundo.
-Posso entrar?
Fiz que sim com a cabeça.
-Alguém veio aqui perguntando por você.
-Quem?
-Não tenho certeza...
Gelei ao pensar em David.
-Mulher?
Torci.
-Homem.
Tremi de novo.
-Como ele era?
Digo me sentando na cama, de frente para ele.
-Bonito, acho que era Harry Styles.
-Como assim? Ele foi embora? Você não disse que eu estava aqui?
Falei de uma vez, indo e voltando até a porta da sala. Indignada.
-Calma!
Eu o olhava indignada, tentando entender.
-O que você falou?
-Que você estava descansando, ele não quis atrapalhar.
Tentei dizer algo, mas o silêncio seria a melhor opção.
---
Encontrei Gabriella no elevador, subindo.
-Como está?
-Atrasada, e você?
Ela riu. Atravessamos o corredor, ela com um pouco de pressa e eu logo atrás.
Gabriella abriu a porta e eu pude vê-lo de costas. Concentrado.
Adentramos a sala e já estavam todos lá, cada um fazendo uma coisa. Harry não se mexeu.
Fui até o meu teclado e pendurei minha bolsa, olhos sempre nele. Ele conversava com um dos meninos enquanto dedilhava seu violão.
-Acredito que se alterarmos essas notas, soará mais suave.
O ouvi conversar, me aproximei com o coração nas mãos.
-Harry?
Ele sorriu, me abraçando. Respirei fundo, não conseguindo controlar meus sentimentos.
-Tudo bem?
-Vamos começar, estávamos apenas te esperando.
Harry disse ao se afastar, me fazendo segui-lo com os olhos.
Talvez o que eu tanto tinha medo finalmente estaria acontecendo.
O intervalo se iniciou e eu fingi estar ocupada com o celular. Harry havia sentado ao meu lado, nenhuma palavra foi dita. Eu estava assustava demais para arriscar.
-Desculpe. Por mais cedo.
Ele raspou a garganta, eu o olhei.
-Bom, sou ciumento, estou um pouco chateado. Estive na sua casa ontem.
-Eu soube...
-Mas outra pessoa atendeu e...
-Harry...
-Foi estranho. E então fui embora.
Seu olhar encarava o nada novamente.
-Eu não sei quem era e estou tentando não julgar, mas preferiria que tivesse me dito.
Silêncio.
-Eu pensei que você realmente quisesse estar comigo também.
Silêncio.
-Harry...
Toquei suas mãos grandes e frias.
-Está tudo bem... Talvez eu tenha ido rápido demais com tudo.
Ele disse, abaixando a cabeça. Seu polegar se juntou ao meu, fazendo movimentos circulares por ele todo.
-Era o meu primo. E nós não temos nada, isso eu posso garantir.
Harry me olhou de novo. De repente, a sala tinha toda a cor de seus olhos.
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