-Oi mãe, que saudade! A senhora me ligou mais cedo?
-Oi filha, liguei, tudo bem?
-Desculpe, eu estava fazendo minha mais nova tatuagem!
Anunciei animada, Harry sorriu de longe.
-Posso saber que tatuagem é essa?
-Mandarei foto para vocês, é bonita.
-Muito bem. Como andam os shows?
-Cada noite é tão diferente da outra e sempre tão especial, sabe? É divertido, as comidas são ótimas também.
Ela riu.
-E o Harry?
O olhei de novo.
-Está bem, está feliz com tudo, é bonito de se ver.
-E vocês aí?
-Hum... Estamos nos acostumamos.
-Como o Eduardo está?
-Ah, filha... está bem, mas me fala sobre você.
Ela disse rápido, o que me fez estranhar.
-Mãe, o que foi?
-O que?
-Parece que não quer me contar, aconteceu alguma coisa?
Me sentei ereta, ouvindo bem.
-O seu irmão há uma semana não vem muito bem...
Meu coração pulou.
-Ele tossia, ficava com os olhos irritados, pensamos que não era nada até ontem, até ele começar a vomitar.
-Porque não me falou nada? Eu posso ajudar, eu...
Pensei em alternativas.
-Porque eu não quero te atrapalhar, Lauren.
-Mãe, você precisa me contar essas coisas. Ele tomou remédio?
-Sim, nós fomos ao médico ontem, eu liguei para te contar. Fique tranquila, ele vai melhorar.
-Ele está por aí?
Perguntei triste.
-Só um minuto...
-Alô?
Sua voz fraquinha me fez tremer. Fechei os olhos por um segundo.
-Oi Dudu, é a Lauren!
-Oi Lauren!
-Como você está?
-Legal, estava vendo desenho.
-Humm, depois quero saber qual é. Está se sentindo bem?
Eu falava suavemente, Harry colocou uma das mãos em meu ombro.
-É só uma criança...
Harry cochichou, querendo dizer que talvez Eduardo não saberia me dizer o que sentia. Ele estava certo.
-Olha, tome os remédios direito, ok? Eu estou morrendo de saudades de você e da mamãe.
-Eu também.
Sorri.
-Harry está te mandando um super beijo!
Ele riu do outro lado da linha.
-Passa para mamãe agora, te amo, fique bem.
Digo e a linha ficou silenciosa por alguns segundos.
-Oi?
-Mãe, me avisa se ele melhorar ou piorar?
-Aviso sim, fica tranquila, está tudo bem!
-Eu espero.
-Se cuide por aí, beba água, você faz falta.
-Pode deixar -sorri- Beijos, te amo.
Finalizei a ligação, encostando a cabeça sobre o ombro do Harry.
-Ele vai melhorar, tenho certeza.
-Obrigada, às vezes tenho medo de ser falta do meu pai...
...
Pov Bianca
-Oi, vem sempre por aqui?
-Pare!
-Voa tarde, Bianca.
Ele riu, estendi uma das mãos.
-Boa tarde, David, sente-se. Pedi esse para você.
Sorri.
-Obrigado, muito gentil. Como está?
-Cansada e você?
-Cansado, de vários jeitos.
-Hum...
Ele sorriu, tomando devagar o café. Meus olhos acompanhavam cada movimento.
-O que te cansou dessa vez?
-O número que você me deu? Não atende, não existe. A Lauren? Tem dois caras atrás dela aonde quer que ela vá. Estou cansado.
-É... Styles é super protetor.
Digo pensativa, bebendo o resto do meu café.
-E eu super sem paciência. Você sabe que eu só estou fazendo isso por você, não sabe?
-Mais ou menos, né? Eu sei que você sente algo por ela.
Me inclinei na mesa, como se pudesse ver a sua alma feia.
-Talvez.
Silêncio.
-Mas e você? Você gosta dele, o que faz para ter isso?
-Nada ainda, não sei fazer maldades.
-E eu sei?
-Sabe, sabe sim.
Ele riu sarcástico, permaneci estática.
-Bom, não sei se ajuda, mas você é bem bonita e é impossível um homem não te olhar. Acredito que ele não seja diferente.
Sorri sem graça.
-Sabe, eu não me importo se ele quer trancar ela à sete chaves. Eu só não queria causar traumas.
David riu, eu não segurei também.
-Eu queria que ele me notasse pelo que eu sou, não por algo que eu faria.
-É um bom pensamento, mas se não aconteceu até agora...
O queimei com os olhos.
-Cuide da Lauren que eu cuido do chefe, ok? Beijos, tchau e boa tarde.
Digo me levantando.
-Mas já?
Ele segurou minha mão, me fazendo recuar pela surpresa. A soltei devagar.
-Sim eu.. É... Se ele precisar de mim eu tenho que estar lá. Tchau.
Digo me virando. Talvez eu tenha sentido o que ela sentiu agora...
-Ah!
Me virei de volta pra ele.
-Por favor, não me toque sem que eu dê permissão, até mais.
Me afastei, sentindo seus olhos em mim. Atravessei a rua por entre os carros e caminhei com meus saltos por mais três minutos até o hotel.
-Bianca!
Esbarrei sem querer na Linz.
-Oi, desculpa, não te vi.
-Está bem? Parece que viu um fantasma.
-Ah... -sorri- Acabei de tomar um café, talvez seja isso.
-Certo, estamos saindo, não quer ir?
Ela disse, se afastando.
-Não posso, trabalho...
Apontei para cima e Linz sorriu, se afastando. Entrei no prédio e esperei pelo elevador.
...
Pov Lauren
Desci as escadas seguida pelos meninos. Tirei meu fone e o coloquei na caixinha de sempre.
-Com licença senhor, onde tem um banheiro? -perguntei-
-À direita!
-Obrigada.
Passei as mãos em minha testa e percebi o quão suada eu estava, mais do que o normal. Só consegui pensar no quanto eu queria tomar um banho e deitar com o meu namorado depois.
Lavei minhas mãos e depois de secá-las arrumei rapidamente o cabelo. Deixei o banheiro em direção aos camarins, entrando no que tinha o meu nome.
Estiquei o braço pela parede e fiquei por um segundo procurando o interruptor de luz. Ao iluminar o quarto meus olhos se encheram.
A primeira visão que tive foi de um buquê de rosas vermelhas e uma caixinha de chocolate ao lado.
-Harry!!
Falei para mim mesma. Encostei a porta e fui até lá, o pegando. Peguei aquelas flores belíssimas e as levei até meu nariz, sentindo provavelmente um dos cheiros mais doces da terra.
Eu amava flores e ele sabia, Harry me ganhava cada vez mais. Harry me lembrava a cada segundo como era se sentir com borboletas no estômago.
Peguei a caixinha com a outra mão e pela embalagem pude ver que eram vários bombons. Adoraria dividir com ele.
Harry era o tipo de cara que te mimaria até você saber que era a única no mundo. Ele era o tipo de cara que segurava a sua mão para atravessar a rua, que te daria um abraço a cada cinco minutos porque estava com saudades.
Harry era o tipo de cara que te faria parar e pensar: ele existe? Como é possível? Eu pensava toda hora em quanto era sortuda, em quanto ele tomou a minha vida e a mudou para uma constante caixinha de surpresas.
No começo eu tive medo, mas agora... Agora era só o que eu queria sentir. Ele era tão bonito e tão bom, seu interior completamente amável também.
Sim, eu tinha sorte. E eu queria estar perto dele, sempre. Peguei as flores e a caixinha e empurrei a porta com o pé, saindo.
Eu precisava encontrá-lo.
-H?
Harry todo suado e vermelhinho se virou para mim. O abracei rapidinho e notei seus olhos nas flores.
-Tão gentil, são tão bonitas, eu nunca vou me cansar!
Digo sorrindo.
-Obrigada, você as escolhe bem.
Harry me soltou.
-Lauren, eu não sei do que você está falando.
Ele disse e tudo o que eu disse antes foi quebrado. Harry me olhava sério enquanto eu lentamente perdia o ar dos pulmões.
-Você não... Não sabe?
Silêncio. As olhei.
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