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História End of the day - 1 - Can you hear me?


Escrita por: signof_thetimes

Notas do Autor


Espero que gostem ♡

Capítulo 83 - Can you hear me?


Fanfic / Fanfiction End of the day - 1 - Can you hear me?

Me levantei completamente atordoado e subi os dois celulares e a chave de um carro na mão esquerda. 

 

-Mas o que é isso? Estavam no chão? 

-Ela está aqui. 

 

Digo sentindo meu corpo formigar. 

 

-Você reconhece estes objetos? 

 

Os olhei e percebi que minhas mãos estavam levemente sujas de terra também.

 

-Esse é o celular dela, ela me respondeu daqui então. 

-Meu Deus é o celular da Lauren, o que é isso?? 

 

Gabriella chegou correndo, tentando ligar ele a todo custo. Olhei para a porta atrás de mim e eles sabiam o que eu queria fazer. 

 

-Alô, mandem reforços imediatamente. Eu repito, mandem reforços imediatamente! Vocês sabem a localização, precisamos fazer uma perícia no local. 

 

Um deles gritou contra o rádio, a resposta foi imediata. 

 

-Fiquem dentro do carro, se alguma coisa acontecer saiam. 

 

Ele disse firme, quase que sem coração. 

 

-Harry eu.. 

-Vai Gabi por favor! 

 

Ela hesitou mas acabou obedecendo. Eu não consigo sequer dizer o que estava sentindo naquele momento. Estava escuro, fazia frio e o meu corpo me traía. 

 

Uma corrente gelada passava por nós e aquilo me fazia odiar cada vez mais aquele lugar. A casa caia aos pedaços e estava escura e silenciosa, como se realmente não tivesse ninguém. E se a Bianca tiver me enganado e me atraído para outro lugar? 

 

Mas aí é que tá: eu sentia que ela estava ali. Bem atrás da porta. E eu rezava mentalmente para que estivesse viva, para que eu pudesse salvá-la. 

 

Apesar de tudo, Gabriella tentava me passar confiança. Elas voltaram para o carro mas os olhos estavam em mim. Os olhos tristes e preocupados, corpos cansados e enfurecidos.

 

Me posicionei atrás dos policiais e das armas deles enquanto ainda falavam no rádio, não demoraria para que mais outros carros viessem nos ajudar. 

 

Entreguei a chave e o celular do doente do David, provavelmente, para eles e me aproximei para escutar o plano. Um vai dar a volta e procurar pelo carro, o outro vai arrombar a porta e eu definitivamente ficaria aqui para isso.

 

Há coisas na vida que você não está treinado para passar. Há situações em que você é inserido que uma simples coragem não é o suficiente. Eu estava em dor, mas eu não chorava. Não nesse minuto. Nesse minuto meus olhos caminhavam da porta à Gabriella dentro do carro, e então de volta à porta. 

 

Eu estava tão concentrado em fazer aquilo que só percebi que outros três carros chegaram quando já estavam quase em cima de mim. 

 

Quatro caras uniformizamos desceram do primeiro e, junto deles, quatro armas compridas. Me encolhi um pouco. 

 

Do segundo carro: dois caras e uma coisa enorme que eu presumo que seja para arrombar outras coisas. E do último mais dois caras que, sem nem dizer nada, rondavam a casa. 

 

-No três. 

 

A contagem me chamou atenção. 

 

-Um! 

 

Eles fizeram força para trás. 

 

-Dois! 

 

As armas e lanternas estavam apontadas. 

 

-Três! 

 

E a porta foi ao chão com um estrondo ensurdecedor.

 

Senti meu coração pular e meus olhos quase saltarem do meu rosto, porém nada aconteceu. Ninguém saiu, ninguém apareceu. 

 

Olhei para Gabriella de novo e elas faziam força para conseguirem ver através da porta. Eu não podia me segurar. Se eu tivesse que morrer, que fosse tentando salvá-la. 

 

Os primeiros policiais entraram e, pelos comandos, minhas pernas dispararam sem nem olhar para trás. 

 

É como se o mundo a minha volta tivesse parado e tudo o que me importava era no que os meus olhos viam. 

 

De repente eu não sentia medo de morrer mais. Atravessei a porta e segui o clarão das lanternas deles. 

 

Dois passos e um para trás. Sangue. Eu vi sangue no chão e as veias do meu pescoço saltaram. 

 

-Não! 

 

Gritei, seguindo o rastro. Alguém tentou me segurar pelo braço mas eu soltei brutalmente, encontrando um corpo no chão. 

 

Um corpo sem vida e exalando odor. 

 

-Da.. David..? 

-Ele é o David? 

 

Ignorei. Eu estava em choque. Meu cérebro queimava, minhas veias estourariam a qualquer momento. 

 

Um corpo conhecido morto. Imerso no sangue. Eu já podia sentir a única coisa quente descendo pelo meu rosto.

 

-Achei! 

 

Alguém gritou atrás de mim, minha vida desmoronou. Como se passasse em câmera lenta, eu a vi jogada no chão de barriga para baixo. Sem qualquer movimento. Eu vi a minha vida acabar. 

 

Eu caí de joelhos, não me importando se poderia tocar ou não. Vozes gritavam atrás de mim, mas não mais alto do que eu.

 

-Por favor.. Lauren por favor! 

 

A virei devagar enquanto procurava por ferimentos ou qualquer sangramento por todo o corpo dela, não tinha! 

 

Passei o braço pelo seu pescoço e a trouxe até o meu peito trêmulo, apoiada em meus joelhos no chão. 

 

-Lauren por favor, fala comigo amor por favor! 

 

Ela não se mexia, minhas lágrimas caíam pelo corpo dela. A pressionei contra o meu peito e a apertei, queixo apoiado em sua testa fria. 

 

Eu tremia tanto que tentar sentir as veias dela ou a respiração foram completamente falhas. 

 

-Eu te achei amor, eu disse que viria por você, por favor não vai embora, por favor!

 

Gemi baixo. Virei a cabeça para o lado e o vi de novo, morto. 

 

-Você está segura comigo, por favor diz alguma coisa! 

 

Eu implorava com ela em meu colo. Pressionei a cabeça contra a dela e deixei que o meu desespero saísse através de choro e gritos. 

 

-Eu não vou soltar ela, eu não vou soltar ela! 

 

Gritei pra quem quer que estivesse mexendo na garota que eu amo. 

 

-Eu vim por você, você está segura comigo! Eu te amo tanto, fala comigo! 

 

Tentei mais uma vez e nada. Meus ombros tremiam devido aos soluços, eu não podia acreditar. 

 

-Eu te amo, me perdoa! Sua mãe e seu irmãozinho estão esperando por você também! 

 

Gemi ainda com a cabeça pressionada nela. Abri os olhos devagar e o local escuro estava claro agora.

 

Meus olhos se encheram ao ver o rosto dela de novo. Era tudo o que eu queria. Bom, quase. Eu a queria viva acima de tudo. 

 

Passei dois dedos gentilmente pelo rosto dela, afastando o cabelo bagunçado. Sorri por ela ser tão bonita. Por ela ser tão minha. 

 

Caminhei a mesma mão por entre seus braços cobertos até a sua mão e, antes que eu pudesse pensar em alguma coisa, ela segurou de volta. Lauren segurou a minha mão de volta. 

 

Voltei a olhá-la desesperadamente em um segundo, esperando por uma confirmação.

 

-Ei, consegue me ouvir? 

 

Cochichei com um sorriso e lágrimas nos olhos. 

 

Silêncio. 

 

-Lauren, sou eu, Harry! 

 

Cochichei de novo, mas agora com a voz trêmula. Passei o dedo indicador por uma de suas pálpebras esperando uma resposta. 

 

-Por favor.. eu não quero fazer isso sem você... 

 

Digo encostando a cabeça de novo na dela. Segurei em sua mão de novo e ouvi cochichos bem próximos á mim. 

 

-Olha senhor, seria melhor se..

 

Um policial se abaixou próximo à mim mas outra coisa me chamou atenção. Lauren mexeu a cabeça levemente e era tudo o que eu precisava. 

 

-Ela está viva! 

 

Alguém gritou. 

 

-Oh meu Deus, eu te amo, eu te amo! 

 

Chorei a apertando contra o meu peito de novo. Concentrei todas as minhas forças na perna e, em um único movimento, me levantei e levantei ela junto. 

 

Corri até o que antes era a porta e me deparei com mais policiais do que eu podia contar e com Gabriella e Linz desesperadas vindo até mim.

 

-Por Deus Lauren! 

-Ela está viva? Ela está viva? 

 

Eu não parei, desviei delas e continuei correndo até o carro.

 

-Gabriella dirige até o primeiro hospital que você encontrar por favor! Rápido por favor eu acho que.. 

 

Gritei parando ao lado da porta que Linz estava abrindo para mim, me embaralhando com o tanto de informação em um único minuto. 

 

-Eu acho que ela está sem comer, ela está muito fraca e se a gente não fizer alguma coisa...

 

Coloquei uma das pernas dentro e enfim a outra, com todo o cuidado do mundo segurando ela.

 

Linz entrou pela outra porta e se sentou do nosso lado enquanto eu a ajeitava, pegando suas pernas moles. 

 

-Ela está respirando! 

 

Ela sorriu como nunca antes, fazendo um sorriso grato crescer em meio ao meu rosto molhado também. 

 

-Dê à ela. 

 

Gabriella esticou o braço para trás, me dando uma garrafa de água. Linz a abriu e me entregou, tremendo. 

 

Sorri como agradecimento e limpei o meu rosto. Encostei o bico em sua boca e fui virando bem devagar. 

 

-Bebe um pouco, eu prometo que é pro seu bem. 

 

Cochichei encostando meus lábios suavemente em sua testa, deixando ali o beijo mais grato que um dia eu poderia ter dado. Involuntariamente ou não, ela conseguiu beber dois goles e eu agradeci aos céus por ter caído no amor por uma garota tão forte.

 

Mesmo que ainda estivesse desacordada.

 

... 

 

Ele não queria se apaixonar por ela

Este não era o plano 

Disse a si mesmo

Mas ele não podia ignorar o que sentia

Alguma coisa nele

Mesmo tendo seu coração partido uma vez antes

E mil outras promessas 

Que nunca viram a luz do dia

Decidiu que esse amor

Valia o risco 

Porque ele não sabia que o amor

Podia ser desse jeito. 

 

 


Notas Finais


Obrigada a todos que estão acompanhando, até a próxima ❤️


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