História End of the day - 1 - Everything he does.

Parei por dez segundos na porta da sala, não queria que Harry me visse chorando.

Entrei na sala e caminhei até o meu lugar, ele estava quietinho fitando as mãos. Puxei a cadeira para trás, entrando no espaço e empurrando-a para frente ao sentar. 

Harry me olhou e eu apenas o abracei. O abracei forte e apertado, suas mãos imediatamente me envolveram também. Ele tinha o melhor abraço do mundo. 

Seus braços grandes te seguram perfeitamente, seu cheiro inunda o seu nariz, te causando arrepios e o mais doce queimar de bochechas, e a alma dele encosta na sua. Era o que eu precisava.

Harry não disse nada, apenas compreendeu o que eu sentia, me dando amor. Passei minhas mãos em sua nuca, seu cabelo era macio. 

Ouvi a porta se abrindo, o soltei lentamente. O juiz havia voltado e David também.

Nada que falava tinha nexo, meus ouvidos doíam por ter que escutar aquelas coisas.

Harry e eu tínhamos nossas mãos juntas por baixo da mesa, me deixando tranquila. Bia estava mais tranquila do que nós dois juntos, precisava de muito para estressá-la. 

-Serei breve. 

Ele disse firme.

-Analisei o caso mais uma vez e tenho conclusões. Nicolas, eu vou marcar outra sessão com você. Mas não é o que quero dizer. 

Eu escutava com muita atenção, tinha confiança.

-Vocês estão liberados, eu os libero. 

Ele anotou, meu coração bateu muito forte. Bia me olhou sorrindo, eu não esperava.

-Vocês três estão liberados, você fica.

Ele disse para o David, parei de comemorar no mesmo segundo, por susto.

-Eu? 

-Sim, seus argumentos não estão claros para mim.

Me levantei no mesmo instante.

-Lá fora vocês comemoram, vamos.

Nicolas cochichou e nós seguimos em fila até a saída. Olhei para David mais uma vez, esperando que fosse a última. Ele olhava para Harry, parecia assustador.

Nicolas fechou a porta e eu imediatamente agarrei a Bia, a abraçando tão forte e sendo abraçada tão forte que podia sentir minhas costelas sendo apertadas e nossos corpos sendo inclinados para trás pelo impulso. 

-Eu te falei! 

-Estamos livres!

Minha voz saiu mais abafada ainda. Soltei ela e a olhei, nossos sorrisos falavam por si só. Meu coração batia tão rápido, eu estava feliz. 

Ela fez sinal para olhar para trás e ele estava lá, me esperando. Pulei em seus braços também, mergulhei em sua alma. 

-Obrigada, obrigada e obrigada!

Sorri. 

-Não vejo a hora de viver minha vida sem ter que pensar nisso agora.

Harry sorriu, concordando.

-Nicolas, obrigado também. Me mantenha informado, ok? 

-Com certeza Styles, eu agradeço pela confiança. 

-Com licença?

Alguém interrompeu. 

-Desculpe, mas vou ter que pedir para que vocês conversem lá fora, aqui não é permitido. 

Um dos guardas disse, nos fazendo sair. Nicolas foi para outro lado, enquanto nós três fomos por onde entramos. 

Ao sair, a claridade doeu um pouco os meus olhos, me fazendo semicerra-los por um minuto.

-Meninas, querem ir à algum lugar? 

-Eu adoraria comemorar, mas realmente preciso ir para casa. Tenho algumas coisas da escola pra ajeitar.

Meu coração doeu. 

-Como eles estão? 

-Estão bem, você deveria ir visita-los antes de ir.

-Eu vou.

-Eu adoraria conhecê-los também. 

Harry disse me olhando, com um sorriso lindo no rosto. Ele deu partida no carro e fomos deixar a Bia. 

Coloquei minha mão esquerda sob sua coxa direita, após deixarmos ela em casa. 

-Está tudo bem?

-David me encontrou no corredor, queria conversar.

-Eu não acredito. -riu-

-Acabou que eu falei várias coisas e ele não.

Harry hesitou por um momento. 

-Ele te fez algum mal? 

-Não, prometo. 

-Certo, você é importante para mim, quero o seu bem. 

Era fofo. Era suave. Inclinei meu corpo para frente, dando um beijinho em sua bochecha. Nos conhecíamos a tão pouco tempo, e eu já sabia que ele tomaria conta da minha vida. 

E eu não negaria. Mais uma vez, eu não neguei. Eu adorava quando ele fazia aquilo. Todas as coisas que ele fazia. Quando vinha bem devagarinho, me olhando daquele jeito, chegando bem pertinho, sentindo as mãos dele me segurando... Quanto mais eu o beijava mais eu tinha vontade de beija-lo. Eu morria de vontade dele o tempo todo.