História Enemies at Work -Drarry ABO- - Capítulo 4

Capítulo 4- Você literalmente dormiu com o inimigo! 

Londres, dia 4 de fevereiro, 15:37 da tarde. 

P.O.V Narradora 

 Eles não podiam acreditar, porque isso estaria acontecendo logo com eles? Isso só pode ser brincadeira. Oh não, isso não pode estar acontecendo. 

— Draco... Esse não é o ômega que estava no bar? Que estava te olhando e que você saiu com ele? — Blaise sussurrou no ouvido do loiro. 

— É-é ele sim... — O maior respondeu prendendo a respiração, ainda com o olhar vidrado no ômega. 

— Com licença, Sr.Malfoy, há algo de errado? — Perguntou o juiz, ao perceber que o clima da sala mudou drasticamente. 

— Não s-senhor, quer d-dizer, sim senhor, ah d-droga.

— Sim ou não, Sr.Malfoy? — O juiz arqueou as sobrancelhas, estranhando o comportamento do alfa. 

— Eu poderia, por favor vossa excelência , ter um minuto a sós com o Sr.Potter? Prometo não demorar. — Pediu o loiro. 

— Tudo bem, mas seja breve. — O juiz suspirou, Draco em um pulo se levantou e puxou o menor para fora da sala, fechando a porta atrás de si. 

— Oi... — Disse o maior em tom perigosamente baixo. 

— Oi... — Respondeu no mesmo tom, sentindo seu estômago revirar de ansiedade. 

— Então... Que situação estranha. — Comentou o alfa sorrindo sem graça. 

— Você nunca me disse que era policial! — Acusou franzindo as sobrancelhas, e cruzando os braços na frente do peito. 

— E você nunca me disse que era advogado! — Rebateu encarando os olhos verdes que estavam quase cerrados. — Tudo bem, e o que faremos agora? — Não houve resposta, o moreno estava ocupado encarando o loiro com raiva. — O que foi? Eu peço para o juiz te tirar do caso! Eu explico para ele que houve esse pequeno conflito de interesse entre nós. 

— Ha ha ha, não não não não, você está enganado. Conflito de interesse? Não há nenhum conflito de interesse! Sabe porque? Porque eu não estou interessado em você! 

Draco piscou algumas vezes, porque de repente o menor havia se tornado tão hostil? Onde estava o anjinho que ele havia conhecido? Malfoy riu sarcástico. 

— Hm, que bom... Sendo assim eu também não tenho nenhum interesse em você! — Disse entredentes. 

— Ótimo! 

— Ótimo! 

Os dois disseram e logo o maior abriu a porta novamente, passando pela mesma sem segurar a mesma para o moreno, que fez uma cara feia, xingando o loiro em seus pensamentos. O policial voltou para o banco de madeira sentando-se no meio de Pansy e Blaise. 

— Draco! Você literalmente dormiu com o inimigo! — Pansy sibilou baixinho, o olhando indignada. — Como você pode fazer uma coisa dessas? 

— Primeiramente, nós não conversamos sobre trabalho, ele apenas me disse que faculdade havia feito. 

— E deixa eu adivinhar, ele fez direito? E como você não sacou na hora? Draco seu imbecil! — A beta lhe deu um empurrão com o ombro. 

— Ei! Não me chame de imbecil! Ele podia muito bem não ser um advogado! 

— As chances eram mínimas! 

— Não me enche Parkinson! — Rosnou o loiro, cruzando os braços. 

— Calados os dois. — Blaise disse, já começando a ficar farto com aquela briguinha dos dois. 

Os dois se calaram, e minutos depois o julgamento foi iniciado. Tudo ocorria bem, as pistas condiziam, estava tudo bem, eles tinham uma testemunha que alegava ter visto o Sr.Villin cometer um assalto.

— Então, Sr.Smith, foi esse o homem que você alega ter visto cometendo o assalto? — Harry questionou o homem. 

— Sim senhor, foi esse cara. 

— Hm, certo,  aqui diz que em 2016 você foi acusado de fraude em Manchester, certo? 

— Sim... — O homem assentiu. 

— Oh merda, eu não sabia isso. — Blaise comentou para os dois, o nervosismo aparente em sua voz. Os dois engoliram seco. 

— Merda, porque não levantamos a ficha dele? O capitão vai ficar uma fera... — Pansy sussurrou apreensiva. 

O loiro estava aéreo, ele apenas conseguia prestar atenção no ômega, e se perguntar o porque de ele estar tão diferente? Porque o fato de ele ser policial mudaria alguma coisa na relação deles? Poxa eles haviam se dado tão bem... 

xxx

O julgamento já havia acabado, agora Draco, Blaise e Pansy conversaram com o promotor nos corredores. 

— O juiz deu a vocês um recesso, vocês tem até amanhã para conseguir novas provas, se não podem dizer adeus ao Sr.Villin. — McLaggen disse, os três reviraram os olhos.

— Certo, certo, agora se nos der licença. — Pansy rosnou, em um pedido mudo para que o promotor saísse e parasse de os atazanar, e assim McLaggen o fez. — OK, e agora? O que faremos? 

— Em questão do Draco transar com o defensor ou com conseguir novas provas? — Blaise respondeu, observando atentamente o corredor, procurando Harry com o olhar.

— Os dois! Porra Draco, não dava pra segurar o tesão não? 

— Parkinson! Não enche! — O loiro chiou, massageando as têmporas e fechando os olhos com força, desejando que tudo isso fosse apenas um sonho maluco, e que quando ele abrisse os olhos ele ainda estaria deitado com Potter ao seu lado. 

— Draco, vai lá falar com ele, você precisa resolver esse seu caso. — O alfa disse ao avistar o moreno dos olhos verdes. 

— Nem fudendo, vocês não viram o jeito que ele falou comigo, quando eu sai pra falar com ele, eu apenas planejava dizer um “ Oi. “ e rir dessa situação estranha, mas nossa! Ele surtou. 

— Não conseguiu guardar isso ai que você tem no meio das pernas e agora arque com as consequências, e se resolva com ele. — Zabine voltou a insistir. — Vai lá agora! — Malfoy recebeu um empurrão do amigo e logo se pôs a andar na direção do ômega, que ao avistá-lo fechou a cara e cruzou os braços. 

— Oi... — Começou o maior. 

— O que você quer? — Respondeu secamente. O loiro o olhou indignado. 

— Qual o seu problema? Porque você ficou deste jeito do nada? 

— Não lhe interessa, agora me responde logo, o que é que você quer? 

— Tsc, só queria te dar parabéns por ter deixado um criminoso a solta! Meus parabéns, viu? — O loiro disse sarcástico, já perdendo a paciência. 

— Criminoso? Acho que não, o juiz o declarou inocente até que se prove o contrário, agora se me der licença, tenho coisas mais importantes para fazer. 

— Você sabe muito bem que ele é culpado! Não se faça de sonso!

— Pouco m-me importa se ele é culpado ou não, é meu trabalho! E eu preciso f-fazê-lo. — A voz do menor saiu trêmula, ele agradeceu que o maior pareceu não notar. 

— Tsc, parabéns viu? Deixou outro criminoso a solta! Muito obrigada Potter, você ajudou muito o mundo! — Seu tom de voz saiu mais alto do que o esperado, ao perceber que tinha praticamente gritado com o ômega, seu coração apertou. — E-eu, oh me... — Foi interrompido, o menor havia lhe dado as costas, saindo às pressas sem olhar para trás. 

“ Oh merda, o que foi que eu fiz? ”

Pensou, se sentindo a pior pessoa nesse planeta terra. Em segundos depois seus dois amigos haviam surgido ao seu lado. 

— E aí? Como foi? — Blaise perguntou observando a figura do moreno desaparecer assim que o mesmo virou em um corredor.

— Horrível, péssimo. — Respondeu sem ânimo, deixando um suspiro sair de seus lábios. 

— O que você disse para ele? Ele parecia estar chorando. — A beta comentou apreensiva .

— C-chorando? — O alfa loiro esfregou os olhos com as mãos, deixando outro suspiro sair de seus lábios. 

— Eu posso conversar com ele, perguntar o que já há de errado, se você quiser. — Pansy sugeriu. 

— Sério? Por favor, diz pra ele que eu não quis gritar com ele. — Malfoy pediu agoniado, segurando as mãos da amiga. 

— Ai tá tá, tá bom, calma Romeu, eu hein,  ‘tô indo lá. — Parkinson acenou e logo foi atrás do menor, seguindo seu cheiro, seria fácil achá-lo, seu cheiro ainda estava no ar. 

Pansy seguiu o cheiro de Potter até uma sala, sob a porta havia uma pequena placa escrita o seguinte: Adv. Harry.J.Potter e Adv. Ronald.B.Weasley. A beta bateu suavemente na madeira, esperando uma resposta. 

— Olá? — O advogado havia aberto a porta e dado de cara com Pansy, o moreno arregalou os olhos, ele não esperava vê-la ali. 

— Oi, Harry... Certo? — Perguntou sorrindo, e o ômega apenas confirmou. — Pansy Parkinson, prazer. — A mulher estendeu a mão para o mesmo, que a apertou mesmo um tanto quanto desconfiado. — Você provavelmente deve saber o porque de eu estar aqui, olha, o Draco me pediu para te dizer que ele não queria ter gritado contigo. — Potter assentiu já pronto para fechar a porta. — Espera! Tem mais uma coisa que ele me disse, ele disse que queria conversar com você... Amanhã, depois da próxima audiência, aqui na sua sala, tudo bem? Por favor pense nisso, ele quer muito falar com você. — A beta sorriu, deixando uma piscadela para o outro logo de retirando, e indo atrás de Malfoy. 

— Pansy! Então, como foi? — O loiro questionou. 

— Pode me agradecer depois, eu consegui com que você falasse com ele amanhã, e vê se não estraga tudo! — A beta disse com um sorriso sacana. — Amanhã, depois da audiência na sala dele.

— N-na sala dele? Pansy? Como é que fez isso? 

— Isso não importa agora, você tem que se preocupar no que você vai dizer a ele, vê se não diz merda, pelo amor de Deus, se acerta com ele, vai ser a melhor coisa que você pode fazer. — Parkinson respondeu, deixando um selar na bochecha alva do loiro. — Agora que meu “ trabalho ” está feito, eu posso ir para o meu outro trabalho, vejo vocês na delegacia. — A mulher se despediu deixando Malfoy e Zabine. 

— Bla... — O alfa loiro iria começar mas fora interrompido por Blaise. 

— Tudo bem Draco, é a coisa certa a se fazer, está bem claro que você gostou dele, não deixa essa rivalidade boba de profissões atrapalhar isso, e veja só! Finalmente você deixou a Astória de lado! Isso é ótimo, e não importa quem ele seja ou que cargo ele possui, tudo bem? O que importa é a tua felicidade cara.  

— Ah, muito obrigado Blaise. — Abraçou o amigo. — Eu não vou deixar que nossas profissões atrapalhem, pode deixar. 

— É assim que se fala! Agora vamos voltar para a delegacia, temos um bandoleiro para prender! — O loiro riu, indo em direção a saída. 

xxx

— Quer merda de dia... — Choramingou o ômega, assim que chegou em sua casa, tirando seus sapatos sociais e os jogando em qualquer canto. Ele em seguida ouviu as patinhas de seu cachorro correndo em sua direção. — Padfoot... Oi amigão, pelo menos você está bem, não é? — Riu soprado se abaixando para acariciar seu cachorro que agora estava deitado de barriga para cima, balançando sua cauda freneticamente, feliz pra volta de seu dono. — Vem, vamos para o sofá, preciso descansar. — Disse parando de acariciar seu cachorro e indo até o sofá, sendo seguido pelo mesmo. 

Harry se jogou no sofá, deixando um longo suspiro sair de seus lábios, sentindo Padfoot lamber sua mão, pedindo carinho.

— Sobe Pad. — Chamou batendo levemente no tecido do sofá, e o cachorro subiu no sofá, deitando sua cabeça na perna do dono. — O que eu faço? Eu devia falar com ele? Porque ele quer falar comigo? E se nós brigarmos feio? E se ele nunca mais quiser me ver? — O pequeno disse sentindo seu estômago revirar com essas ideias.  — Não sei se meu coração aguenta até lá! Capaz de eu desmaiar no meio da conversa. Ugh! Eu fui tão idiota, eu não devia ter falado com ele daquele jeito! O que deu em mim? Eu sei que eu tenho t-traumas mas... Não j-justifica! Oh Meus Deuses como eu s-sou idiota! — Bateu sua mão em sua testa, sentindo seus olhinhos verdes começaram a embaçar, graças às lágrimas reprimidas que agora estavam presentes ali. 

Seu telefone tocou, seu coração parou, e se fosse Draco? Meu Deus, o que ele faria? Ele puxou o celular do bolso, e a tela anunciava uma chamada de Ginny. O moreno suspirou aliviado, fungou uma vez e limpou a garganta, o máximo para não dar indícios de seu choro recente, 

-xxx-

— Ginny, oi!

— Oi Harry! Está tudo bem? 

— Sim sim, claro, tudo certo. 

— Hum, não minta para mim Harry, me diz, o que tanto lhe incomoda? 

— Ah, é complicado, eu te explico depois. Mas enfim, porque me ligou? 

— Para perguntar do alfa bonitão que você saiu... O que rolou entre vocês? 

— Ginny! 

— Tá bom! Tá bom! Não é da minha conta, mas então, o que está rolando entre vocês? Estão ficando? Saindo? Se conhecendo? Ou foi só uma noite?

— Bem, como eu te explico isso? Hoje eu tive uma audiência e adivinha? 

— Oh meu Deus! Você transou com um criminoso!? 

— Não não não! Ele é policial, ele havia prendido o meu cliente... E nós brigamos... E amanhã ele disse que quer falar comigo, e eu estou extremamente confuso sobre o que fazer.

— Oh meu doce Harry Potter, eu acho que você devia conversar com ele, para mim é a coisa certa a se fazer. 

— Tudo bem... Eu falo com ele amanhã, me deseje sorte! 

— Uhul! Assim que você terminar de falar com ele me liga! E me conta absolutamente tudo! Tchau, beijinhos! 

— Tchau Ginny! 

-xxx-

A ligação foi encerrada, Harry gostava de conversar com Ginny, ela sempre conseguia o animar, ele sorriu satisfeito e decidido. Ele falaria com Draco! E eles se acertariam... ele apenas precisava achar um jeito de lidar com seu trauma, mas o alfa poderia lhe ajudar com isso.

Afinal, eles haviam sido feitos um para o outro, e nada impediria essa ligação especial que eles possuíam. 

Continua no próximo capítulo...