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História Enlace (Larry Stylinson - ABO) - XXXIII. A escolha certa


Escrita por: podolska e Wulfric

Notas do Autor


Olá, amores!
Tenham uma boa leitura ;)

Capítulo 34 - XXXIII. A escolha certa


Fanfic / Fanfiction Enlace (Larry Stylinson - ABO) - XXXIII. A escolha certa

Louis estava no colégio fazendo as provas finais, minha mãe havia acabado de chegar de um plantão e Jay estava no plantão, Lottie e suas irmãs estavam passando uns dias com a avó, que havia caído no dia anterior e quebrado o braço e Gemma estava trabalhando. 

Resumindo, eu estava sozinho em meu apartamento e Edward não parava de chorar por um segundo sequer.

Eu havia tentado tudo: dar de mamar, dormir, trocar fralda, dar banho. Nada funcionava. E quando ele chegou a perder o fôlego de tanto chorar eu comecei a chorar junto. 

– Diz para o papai o que é, amor. – Disse inutilmente, deixando as lágrimas rolarem enquanto ninava ele em meus braços. Em resposta, ele chorou ainda mais. 

Peguei ele em meus braços e sai, fechando a porta do apartamento e descendo dois andares. Niall e Liam haviam feito a mudança no final de semana e eu rezava para que meu amigo ômega estivesse em casa para me ajudar, porque meu nível de desespero era tanto que o próximo passo era levá-lo ao médico.

Quando Niall atendeu a porta, ele ainda estava de pijama e parecia sonolento, mas quando viu meu estado com Edward chorando compulsivamente em meu colo, ele despertou. 

– Eu não sei mais o que fazer. – Voltei a chorar. – Eu sou um péssimo pai, Niall. Ele deve me odiar. 

– Harry... – Ele sorriu enquanto me chamava para dentro de seu apartamento, que estava totalmente bagunçado e cheio de caixas. – É claro que ele te ama muito e você é um pai excelente, não pense besteiras.

– Ele não para de chorar, Niall. Chorou durante a noite toda até que Louis conseguisse fazê-lo dormir, mas foi Louis sair e ele começou a chorar de novo. Eu não sei o que é, eu já tentei tudo. 

– O pediatra disse algo sobre algum remédio? Deve ser cólica – Disse enquanto pegava ele de meus braços. – Cadê o amor do padrinho? – Brincou. – Está com dorzinha, anjinho?

– Ele não disse nada. – Suspirei frustrado. 

– Você tem o número dele? Ligue para ele e pergunte se você pode dar algum remédio, acho que tem uns vídeos na internet sobre massagens para aliviar cólicas. 

– Por que eles têm isso, Ni... – Fiz bico. – Ele está chorando para valer. Eu só queria poder tirar essa dor dele.

– É algo sobre não terem o intestino totalmente formado ainda. É uma dor que todos nós sentimos, mas graças a Deus ninguém lembra. 

– É judiar muito de alguém que não tem culpa de nada, para quê colocar no mundo uma criança que ainda não está pronta? Para sofrer? Para chorar? 

– Eu concordo, mas vamos deixar para nos revoltar quando ele já estiver dormindo. Vamos para o seu apartamento, lá no bercinho dele, ele vai dormir melhor. 

Voltamos à minha casa e Niall pediu para que eu ligasse para o médico. Contei toda a situação e ele chegou à mesma conclusão que Niall: cólica. Receitou algumas gotas de um remédio e disse para fazer uma massagem leve com óleo e depois agasalhá-lo bem. O único problema é que eu não tinha o remédio em casa. 

– Eu ligo para o Liam e ele traz. – Niall disse breve enquanto brincava com Ed em cima de minha cama. 

– Mas ele não está trabalhando? 

– Está, mas o pai dele deixa ele sair quando ele tem que resolver coisas ligadas a mim. – Me permiti rir pela primeira vez no dia. 

– É a parte boa de ter uma mordida, Hazz, eu posso ligar a qualquer tempo para Liam que ele vai atender e posso pedir qualquer coisa que ele vai me dar. 

– Você explora o coitado do Liam.

– Eu? – Olhou para mim, fingindo estar ofendido. – Ele me ama, querido, amar significa fazer tudo o que o outro quer. 

– Sim, com certeza amar significa isso. – Ri indo pegar Ed enquanto Niall ligava para o alfa.

– Li, preciso que salve um coração de pai de primeira viagem. – Dizia ao telefone. – Calma não tem que levar ninguém para o hospital, o Harry está quase bem. – Uma pausa. – Li, me escuta, eu só preciso que compre um remédio para o bebê. – Outra pausa. – É cólica, ele vai ficar bem assim que você vier o mais rápido possível com o remédio. O nome do remédio é Colikids e traz um óleo de massagem para bebês, o moço da farmácia vai saber qual é. – Uma pausa. – Sim, ele está chorando, precisamos disso para ontem. Também te amo. – Desligou o celular e voltou sua atenção a mim. – Eu li na internet que compressa quente ajuda, vamos tentar. 

Fizemos o que Niall havia sugerido até que a campainha tocou e Edward realmente parecia um pouco melhor, ainda não tinha dormido, mas agora não chorava mais. Liam chegou trazendo os remédios e ajoelhou à beirada da cama para brincar com o bebê enquanto eu ministrava as gotinhas do remédio conforme as instruções médicas. Ele voltou a chorar quando sentiu o gosto do remédio, mas agora eu tinha esperanças de que era para um bem maior. 

– Vem, Hazz, faça uma massagem, aqui diz para fazer em movimentos circulares. – Segui o conselho de Niall e passei a fazer a massagem em sua barriga, conversando com ele durante todo o processo.

– Desculpe o desespero do papai, amor. – Deixei um beijinho na ponta de seu nariz, sem parar os movimentos com as mãos, e ele sorriu. – O papai ainda está aprendendo, mas ainda bem que a gente o tio Niall, não é mesmo. – Niall riu nos braços de Liam. – Quando o papai chegar, a gente vai dizer para ele que temos tudo sob controle e que nos saímos muito bem. – Ed sorriu novamente e eu julguei que já estava muito melhor. – Vamos dormir agora, bebê? Você não dormiu nada essa noite. 

– Aconchegue ele no seu antebraço, dizem que ajuda. – Niall me ajudou a deitá-lo ali. 

– Tenho que ir agora. – Liam disse sussurrando. – Vou deixar nosso pequeno dormir. – Acariciou a testa de Ed que resmungou sem abrir os olhos. 

– Obrigado, Li. – Me virei para ele. 

– Tudo para meu afilhado. – Sorriu. 

– Você é o melhor, amor. Obrigado. – Niall selou seus lábios deixando-o ir. 

– Te vejo mais tarde. – Liam se despediu e partiu.

Fiquei com Ed descansando em seu antebraço até que ele estivesse em um sono profundo, o balancei e cantei baixinho para meu filho, enquanto isso, Niall arrumou a cama e fez chá. O coloquei com todo o cuidado do mundo no berço e liguei a babá eletrônica, fiquei alguns segundo vendo se ele acordava, mas ele parecia finalmente ter dormido. Suspirei mais aliviado do que em toda a minha vida.

– Obrigado de verdade, Ni, eu estava desesperado.

– Eu imagino. Ficaria igual. – Foi compreensivo e me serviu uma xícara de chá.

– Eu acho que estraguei seu dia, não é? – Olhei culpado para ele.

– Nada, eu só ia terminar de arrumar algumas coisas, porque eu tenho que fazer isso sozinho, Liam torna a tarefa impossível!

– Achei que ele fosse organizado.

– Ele é, não é por isso, é porque ele está tão animado com a idéia de que estamos morando juntos que fica me agarrando pela casa toda.   

– Ah, que sacrifício enorme. – Ri. – Eu gostaria de ter alguma me agarrando pela casa. – Fiz um bico.

– Eu gostaria de estar passando pelo que você está agora, então... – Suspirou e segurou a minha mão.

– A grama do vizinho é sempre mais verde?

– Parece que sim. – Riu. – Mas as coisas estão tão difíceis assim?

– Na verdade, Louis tem sido maravilhoso. Ele é um super pai, levanta de madrugada sem reclamar e sabe o que está fazendo, segundo ele mesmo diz, suas irmãs foram um ótimo treino. Ele ainda tem sido um marido incrível, me ajuda no banho, me ajuda com os curativos, me abraça à noite, me diz o quanto eu estou bonito e o quanto me ama. É só que esse período é muito difícil, ter passado por uma cirurgia, ter um bebê recém-nascido e ter de zelar por ele, dormir mal, se sentir totalmente diferente com todas as essas mudanças no corpo. Às vezes eu me olho no espelho e me sinto totalmente diferente, totalmente pai e nenhum pouco ômega, entende?

– Por isso quando eu digo que você é uma pessoa forte, você tem que acreditar em mim. Qualquer ômega que escolha a paternidade é muito forte e sempre vai ter todo o meu respeito. Por isso eu sempre vou defender a escolha, porque é um caminho árduo e muito difícil, apesar de todo mundo glamourizar e fazer parecer coisa simples, que todos temos dentro de nosso instinto, não temos. Paternidade é luta, é força, é determinação e é uma escolha linda.

– Queria poder dar o meu útero para você. – Comecei a chorar e ele riu, me abraçando.

– Você não precisa, Hazz. Vou ser pai um dia, de alguma forma, eu sei que vou. – Secou minhas lágrimas e sorriu. – Vou para casa, mas estou a dois andares de distância, se você me gritar, eu já escuto.

– Obrigado, de verdade. – O abracei forte. – Eu te amo.

– Também amo você, H.

Edward dormiu por duas horas seguidas e eu realmente comemorei esse feito. Quando Louis chegou, no final da tarde, eu estava dando de mamar, ele sentou na lateral da poltrona e deixou um beijo em minha testa, fiz uma careta de dor enquanto sentia as sugadas.

– Está tudo bem? – Ele pareceu perceber.

– Sim, tudo bem. – Sorri para ele.

– Vem com o papai, Ed. Vamos dar um descanso para o papai Hazz, hum? – Ele o pegou de meu colo e foi colocá-lo para arrotar, antes de deitá-lo novamente. – Como foi o seu dia, amor?

– Longo e difícil. – Me levantei indo em direção ao nosso quarto, sendo seguido por ele. – Disse que não iria te contar, porque não queria te preocupar, mas eu estou tão cansado que eu acho melhor te dizer o porquê de me sentir assim. Edward teve cólicas e chorou por horas seguidas até que eu entendesse o que se passava com ele, eu chorei junto com ele de desespero, não tinha ninguém para pedir ajuda, então eu fui até casa de Niall e ele me ajudou, fizemos massagem, compressa quente, Niall ligou para o Liam trazer remédio e óleo de massagem e só depois de um tempo eu consegui fazê-lo dormir.

– Por que você não me ligou? – Ele ergueu a sobrancelha. – Hazz, eu teria vindo.

– Eu não queria te atrapalhar, você está fazendo as provas finais, estava trabalhando, eu não queria que viesse aqui.

– Harry, eu sempre vou poder vir aqui, não importa onde esteja, se você precisa de mim, você tem que me ligar. Liam também estava trabalhando.

– Foi o Niall que ligou para o Liam, não eu.

– Mas eu poderia ter vindo.

– Lou, eu... – Suspirei e me sentei na beirada da cama. – Eu não queria que você me visse desesperado daquele jeito. Você saiu e estava tudo bem, você deixou ele dormindo e estava tranquilo, mas de repente o mundo caiu à minha volta e eu não sabia o que fazer. Não quero que pense que eu sou um péssimo pai. – Meus olhos marejaram.

– Hazz, meu amor. – Ele se sentou ao meu lado. – Eu nunca vou pensar que você é um péssimo pai, você tem sido maravilhoso com Edward, nós estamos nos saindo muito bem, é normal ter cólicas, Phoebe e Daisy quase nos enlouqueceram com as cólicas, mas a fase passou. Sinto muito que tenha tido um dia tão difícil, mas saiba que sempre vai poder me ligar e eu sempre vou vir correndo para te ajudar, porque estamos juntos nessa.

Descansei minha cabeça em seu ombro e olhei para o bebê em seu colo.

– Às vezes eu custo a acreditar que eu fiz parte de algo tão perfeito quanto ele.

– Toda vez que eu olho para ele, eu tenho certeza que você deu toda a sua genética a ele. Os dois seres mais perfeitos do mundo. – Ri nasalado.

– O papai é o melhor, não é Ed? Ele sabe como nos colocar para cima. – Disse rindo e deixei um beijo da bochecha de Louis.

Louis o deixou dormindo enquanto me ajudava no banho e estava indo para a cozinha fazer o jantar quando a campinha tocou. Liam entrou animadíssimo, seguindo de um Niall igualmente feliz.

– As cartas chegaram. – Ele ergueu os dois envelopes da mão.

– Você abriu? – Perguntei.

– Na verdade, não, eu só peguei e trouxe aqui. Acho que estou nervoso.

– O que estão esperando? – Incentivei.

Louis foi até Liam e pegou sua carta, os dois contaram até três e abriram a carta, depois trocaram um olhar significativo.

– Eu passei... – Louis murmurou.

– Caralho, nós vamos para a faculdade! – Liam foi até ele e o abraçou.

– Você está na casa de um bebê, olhe a boca, Liam. – Niall o repreendeu, mas o abraçou em seguida. – Parabéns, amor, fico feliz que tenha conseguido entrar em Medicina.

– Na verdade, eu desisti de Medicina e voltei para Engenharia. – Liam abriu um sorrio sem jeito.   

– Graças a Deus. – Niall respondeu.

– Você tinha razão, eu não tenho nada a ver com Medicina, já trabalho com o meu pai, você quer fazer arquitetura e sempre falamos de trabalhar juntos, eu não tinha o direito de mudar nossos planos assim.

– Estou muito orgulhoso. – Niall lhe beijou.

– Eu também estou orgulhoso. – Abracei Louis. – Sempre soube que conseguiria, fico muito feliz que esteja conseguindo seguir seus sonhos e trilhar seu caminho. Vou amar poder ver tudo isso de perto, ao seu lado. – Nos encaramos e percebi que ele estava realmente emocionado.

– Obrigado. – Selou meus lábios. – Você está em todas as minhas conquistas. – Sorri amável e aproveitei o carinho que ele fez em minha bochecha.

– Isso merece uma comemoração. Claro que só se vocês dois quiserem comemorar pedindo pizza e ficando conversando, sem fazer muito barulho, nesse grande apartamento com dois adolescentes pais de um recém-nascido que pode acordar a qualquer momento chorando horrores.

– Não sei quanto ao Niall, mas parece o meu ideal de noite perfeita. – Liam sorriu e Niall concordou. – Mas só se eu puder segurar Edward no colo antes do Niall, ele fica monopolizando o nosso afilhado.

– Ei, eu não monopolizo nada, não tenho culpa que ele gosta mais de mim. – Soou convencido.

– É claro, você não o deixa conhecer ninguém além de você! – Liam rebateu e Louis riu me puxando para seu colo.

A noite foi totalmente agradável, mesmo que Edward tenha chorado e tenha sido necessário dar mais algumas gotas do remédio. Nós pedimos pizza e ficamos na sala conversando sobre nossas visões sobre o futuro e o futuro de nossos colegas de colégio, que estavam indo para a faculdade, nos permitindo rir de algumas lembranças.

Niall ensinou a Liam a forma correta de segurar Edward e eles ficaram o mimando durante toda a noite. Louis me manteve em seu colo, aconchegado a seu corpo. Provavelmente, estávamos fazendo aqui o mesmo que faríamos em qualquer outro lugar caso Edward ainda não estivesse em nossas vidas.

Senti que, apesar de todas as mudanças, minha vida continuava ali, como um adolescente que tem uma noite com os amigos e sonha com a faculdade, mesmo segurando nos braços a coisa mais importante de sua vida.

Durante as poucas horas que dormi, o fiz totalmente confortável com minha própria vida e com todas as escolhas que fiz.


Notas Finais


Particularmente, eu adoro escrever com os quatro juntos, então não resisto a fazer capítulos com encontros entre eles.
Também quis seguir a linha sobre mostrar como é uma gravidez de forma mais realista, então bem vindo a esse pesadelo chamado cólicas. É realmente angustiante, eu quase chorei junto do meu sobrinho em uma noite de cólicas. É horrível.
No mais, eu espero que tenham gostado e que esses momentos bonitinhos e fofinhos entre os Larry estejam encantando vocês tanto quanto a mim.
XO


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