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História Enlace (Larry Stylinson - ABO) - IV. Tempo corrido


Escrita por: podolska e Wulfric

Notas do Autor


Olá, amores! O social está meio de sacanagem com o capítulo e não está formatando certo, então eu exclui o anterior e postei novamente. Sorry por isso.
Boa leitura!

Capítulo 5 - IV. Tempo corrido


Fanfic / Fanfiction Enlace (Larry Stylinson - ABO) - IV. Tempo corrido

Agradeço com um aceno de cabeça pela hospitalidade de Zayn, recebendo um sorriso de lado e dar de ombros do mesmo. Tiro os sapatos próximo a porta e ele me observa de maneira curiosa, encarando a cena em sua frente como se fosse algo novo e não tão rotineiro quanto costumava ser há pouco tempo atrás, onde um vivia na casa do outro. 

— Meus pais não estão em casa. — Ele diz de maneira rápida. — Então se quiser conversar na sala ou falar em tom alto eu não me importo. — Zayn dá de ombros. — Você parece apavorado, quer um pouco de água? 

Aceito e ele sai em direção a cozinha, deixando-me sozinho na sala. Subo as escadas em direção ao seu quarto, não me importando em esperá-lo ou ficar com ele no andar debaixo. A porta do quarto das suas irmãs estão fechadas, apenas uma confirmação de que não há ninguém além dele em casa. De certa forma isso é um alívio. 

Seu quarto permanecia o mesmo desde a última vez que eu estive ali. Suas paredes cobertas com alguns posters de rappers que eu não lembrava o nome e bandas que costumávamos ouvir juntos por partilhar do mesmo gosto musical na maioria das vezes. Era uma sensação boa estar com alguém parecido a você em alguns casos. 

Zayn retorna da cozinha e coloca o copo de água sobre o móvel ao lado da sua cama, sentando-se em seguida e cruzando as pernas. Ele me encarava com os olhos fixos e o cenho franzido enquanto eu mexia em seus CD’s, provavelmente estranhando a maneira com que estou agindo, ou apenas descontente com eu estar mexendo em suas coisas. Afundo minhas mãos nos bolsos da minha calça jeans e suspiro, virando-me em direção a ele com um sorriso de lado antes de falar: 

— Você tem maconha por aqui? — Zayn revira os olhos e ri comigo. 

— Eu não posso trazer essas coisas para casa, meus pais me matariam. — Sento em sua frente e bebo um gole da água que ele me trouxe, rindo internamente para a inocência dele ao pensar que seus pais não sabiam das coisas que ele faz fora da escola ou quando mata as aulas para fazê-las. — Então, vai ficar enrolando ou vai dizer logo o que veio fazer aqui?

Largo o copo agora pela metade no mesmo lugar de antes e passo os olhos pelas paredes azul escuro do seu quarto, parando sobre um pequeno quadro onde há uma foto nossa com os outros garotos. Liam está sentado e Niall com os braços ao redor do seu pescoço, dependurando-se no namorado; eu estava no colo de Zayn e Harry deitado sobre nós todos com seu habitual sorriso de covinha mostrando-se para o mundo, algo que não vejo desde que começaram os sintomas de sua gravidez. 

— O que você faria se eu dissesse que vou ser pai? — Vou direto ao ponto e Zayn me encara com os olhos arregalados, surpreso com minhas palavras. 

Demora exatamente dois minutos – tenho certeza disso ao ver o despertador ao lado da cama mudar os números assustadoramente – para que ele fale novamente. 

— Eu diria que é uma brincadeira muito idiota da sua parte. — Ele passa a mão pelos cabelos, sorrindo como se eu houvesse contado alguma piada. Permaneço em silencio e ele parece perceber, tornando-se sério. — Foi alguma das ômegas do segundo ano? 

— Não, Zayn! — Exclamo quase enojado ao pensar na ideia. — É o Harry. 

— Meu Deus, o que você pretende fazer, Louis? — Ele faz a pergunta de um milhão de dólares e eu posso sentir minha cabeça voltar a doer. — Vocês dois são muito novos. Você sabe que isso pode dar errado, não sabe? 

Reviro os olhos para as suas palavras, já quase convencido de que foi um grande erro da minha parte vir atrás dos conselhos de Zayn, afinal de contas, de todos os amigos do grupo ele é o menos sensato para essas coisas. Contudo, eu não poderia procurar Liam, ou teria que me preparar para ouvir sobre o quão irresponsável somos e como ele e Niall, que estão juntos há tanto tempo, não deixaram que coisas como essas acontecessem. Mas ali estava Zayn, falando o que eu não precisava ouvir no momento. 

— O Harry quer abortar. — Ele morde o lábio inferior. — Eu não quero isso, você entende? É do meu filhote que estamos falando e é egoísta da parte do Harry pensar que só ele está passando por isso, que só ele tem um futuro que pode estar em jogo nesse momento. As coisas são diferentes hoje em dia, não são? 

Zayn nega e eu permaneço em silêncio, esperando que ele diga algo caso esteja disposto. 

— Você sabe que mesmo com os ômegas tendo direito de escolha e não sendo mais tão submissos a seus alfas, ainda existe o preconceito. Não sabe? — Aceno positivamente olhando para minhas pernas. — Talvez Harry esteja certo, talvez seja loucura vocês dois fazerem isso agora; ele não está errado em cogitar a ideia do aborto. É complicado eu ou qualquer outra pessoa opinar sobre isso quando não é nossa vida que está em jogo. — Ele dá de ombros. — Talvez quem esteja sendo egoísta seja você ao pensar que é seu filhote, como se Harry fosse a parte menos importante disso tudo. Você veio ao lugar errado, bro, deveria ter procurado o Liam. 

Levanto-me irritado, ignorando suas palavras e marchando para fora do seu quarto. Ele me segue, mas permanece no topo da escada enquanto me olha com uma expressão limpa, aparentemente tão entediada quanto possível. Típico de Zayn.

— Então você apoia que o Harry aborte? Qual é o problema com vocês dois, afinal? — Ele revira os olhos com os braços cruzados em frente ao corpo. — Claro que você não entenderia, você é um beta! 

— Antes um beta do que um alfa irresponsável e idiota como você, Tomlinson. — Termino de amarrar meus sapatos. — Feche a porta quando sair, por favor. Adeus. 

— Foda-se, Malik. 

Bato a porta atrás de mim e caminho apressado até meu carro, batendo com força o bastante contra o volante para sentir meu pulso doer. Encaro com raiva a janela do quarto de Zayn e dou partida após o beta me oferecer o dedo do meio em um gesto sutil, quando se diz respeito a Zayn. 
 

[...]

Levanto-me e permaneço imóvel sentado em minha cama com ambos os pés no chão frio enquanto encaro o dia nublado através da janela. O tempo se parece com meu humor, que essa manhã principalmente, não estava nada convidativo após a noite mal dormida. 

As batidas da minha mãe contra a porta do meu quarto ainda ressoava em meu cérebro, fazendo com que eu me encolha com a dor azucrinante; se não fosse sexta-feira pela manhã, eu poderia ser visto como um garoto com ressaca, que havia bebido demais na noite anterior para estar com uma aparência deplorável no dia seguinte. Mas esse não era o caso, infelizmente. 

Leio a mensagem de Harry perguntando se eu iria busca-lo hoje para irmos juntos para a escola e respondo apenas com um “ok”, ensaiando mentalmente a melhor forma de agir em sua presença, fazendo uma nota mental para que não pergunte, em hipótese alguma, se ele havia pensado sobre o assunto ou se alguma coisa já fora decidida pelo mais novo. 

— Não vou tomar café. — Aviso passando pela cozinha onde minha mãe e minhas irmãs estão dispostas ao redor da mesa, sendo encarado pelo olhar duvidoso que Felicite direciona a mim. 

— Na volta conversaremos. — Minha mãe anuncia dando mais um motivo para que eu saia o mais rapidamente possível dali. 

Deixo que minha mente viaje por lugares distantes e até situações engraçadas do passado enquanto percorro o caminho até a casa de Harry, não querendo que minha mente fique presa nas palavras de Zayn ou no discurso que obviamente escutarei ao chegar em casa. 

Harry já me esperava na frente de casa com uma alça da mochila em seu braço e a outra pendurada, dando a maior aparência de descaso para o garoto que quase se sumia sob o moletom grande demais para ele. O encaracolado caminha até o carro e entra, sentando-se em completo silencio ao meu lado. 

Em qualquer outro dia eu seria recebido por um sorriso caloroso ou um beijo de bom dia, mesmo que não fossemos namorados. Mas hoje tudo que ele parece disposto a me oferecer é um sorriso de lado quase sem graça e a bela visão das suas coxas cobertas pelo jeans preto e apertado como sempre, parecendo ainda mais adorável em contraste com o moletom absurdamente largo que o mesmo vestia.

— O que houve com as suas roupas? — Pergunto antes de dar partida, recebendo um dar de ombros como resposta. 

— Hoje eu não acordei muito bem humorado e peguei a primeira roupa que encontrei. — Ele se encolhe no banco como de costume, dessa vez colocando as pernas para cima do bando e abraçando-as. — É confortável e eu estou quase dormindo. 

Sorrio para a cena do mais novo com a cabeça pressionada contra o vidro enquanto suas pernas são abraçadas contra o peito e ele bebe um gole da bebida que trouxe consigo, fazendo-me franzir o cenho para ele. 

— O que é isso? — Ele estica o copo em minha direção e eu sugo um pouco pelo canudo, fazendo uma careta para o gosto. — Isso parece nojento.

 — Isso é vitamina, ou pelo menos deveria ser. — Ele balança o copo um pouco enojado diante dos olhos. — Minha mãe disse que faz bem para o feto e que eu preciso me manter saudável, levando em consideração a minha adorável situação. 

A ironia é clara em sua voz, fazendo-me desviar a atenção e deixa-lo falando sozinho, tendo em mente nossas divergências quando o assunto é nosso filho. 

— Você pensou sobre isso? — Repreendo-me mentalmente após estacionar no pátio da escola. — Desculpa, eu não quero apressá-lo. 

— Minha opinião não mudou, Louis. — Seus olhos se juntam aos meus, sereno e como quem não quer nada. — Eu duvido que vá mudar em um futuro próximo, apenas tenha isso em mente.

 Fecho os olhos com força e concordo mesmo contra minha vontade, destravando as portas do carro e saindo. Ele deixa o veículo logo depois, acompanhando-me e juntando nossas mãos de maneira delicada, fazendo parecer errado. Ainda assim é reconfortante, como tudo a respeito de Harry. Como o próprio.

— Vamos fingir que nada está acontecendo, tudo bem? — Ele me oferece um sorriso vacilante, mas ainda com covinhas. — Nossos amigos não precisam saber que estamos nos desentendendo e nem precisam suspeitar da situação. 

Engulo em seco e sinto o chão sumir a cada passo que eu dou, tendo em mente a ideia de que Zayn sabe disso. Mesmo que apenas ele saiba, ainda parece errado após as palavras de Harry; era como se eu tivesse traído a sua confiança em um momento de confusão da minha parte, o que de fato acontecera. 

Os olhos de algumas garotas queimam minha pele sob meu casaco, deixando claro o fato de estar sendo encarado de maneira tão vulgar, como se elas ao menos se importassem em esconder isso. 

Os garotos vestidos com o casaco do time de futebol riem em voz alta, sendo acompanhados por outros ao seu redor. Harry pareceu perceber também ao apertar o passo e olhar para o chão, desprendendo sua mão da minha no meio do caminho. 

— Parabéns, Tommo! — Stan, um dos meus colegas grita e Harry o encara confuso. 

Levo o mais novo comigo pelo corredor que parece não terminar nunca, mas sou puxado no meio do caminho em direção a um dos banheiros, levando Harry de arrasto junto comigo. 

Recobro completamente a consciência e encontro Liam com os braços cruzados apoiado na pia, tendo Niall sentado sob o balcão da pia e nos encarando de maneira apreensiva, mas ainda com um sorriso amigável no rosto. Algo está estranho em seus profundos olhos azuis, hoje aparentemente mais escuros dos que os outros dias. 

— Vocês podem me dizer o que está acontecendo? — Harry se afasta e vai até Niall, abraçando-o rapidamente em um cumprimento. — Eu não sei se é coisa da minha cabeça, se eu estou ficando louco, mas todos estavam me encarando como se eu tivesse feito algo de errado! 

— Você não fez nada de errado, não pense isso! — Ele prende o mais novo em meio aos seus braços. — Liam e eu queremos conversar com vocês. Na verdade, Liam está querendo matar o Louis. 

O castanho desvia os olhos na direção do namorado e o irlandês se encolhe sob o olhar do alfa, sussurrando um pedido de desculpa. 

— Então Louis, você imagina como deve ser agradável chegar na escola e ouvir através dos idiotas do time do futebol que meu melhor amigo vai ser pai? 

Liam se aproxima, fechando as mãos na gola do meu casaco e colocando-me na altura dos seus olhos. Harry parece assustado com a cena e eu afasto o maior de perto de mim, recebendo um rosnar em troca. Os olhos do maior ainda queimam em contato com os meus e eu posso sentir o sangue fervendo em minhas veias; ele acabara de me tratar como um ômega inútil, ferindo principalmente meu orgulho. 

— Parem os dois. — Niall se coloca em meio a nós dois, afastando Liam. — Viemos aqui só conversar e tentar entender o que está acontecendo.

— O que está acontecendo é obvio, Niall! — Liam levanta o tom de voz e o alfa no canto do banheiro se encolhe. — Louis é um irresponsável, um alfa idiota que não tem noção de suas ações infantis! Eu avisei que isso acabaria acontecendo, mas você é idiota o bastante para me ignorar a vida toda. Vocês dois nem juntos estavam, o que você tinha na cabeça, Louis? 

— Meu Deus, pare de falar como se fosse o único alfa com juízo aqui! Pare de se meter na minha vida, para começar. — Ele revira os olhos. — Eu pretendo assumir com minhas responsabilidades e não é como se eu quisesse engravidar o Harry! 

Niall arregala os olhos e então percebo o que acabei de dizer. Harry me encara com os olhos marejados, visivelmente magoado e completamente atingido por toda a cena que estava se desenrolando em sua frente. Eu não poderia achar que seria diferente, afinal, ele é o principal personagem disso tudo. 

— Era nosso segredo. — Ele sussurra. — Como a escola inteira sabe? Eles sabem também que eu não quero manter o bebê? — Niall e Liam se olham com o semblante preocupado, desfazendo completamente a pose de macho alfa que Liam mantinha. — É por isso que estão me encarando como um monstro? 

O irlandês caminha em direção a Harry, abraçando-o e acariciando com uma das mãos o estomago ainda liso do mais alto. Sussurros são ouvidos e aos poucos os soluços do maior somem; era um choro seco, sem lágrimas, apenas soluços e pânico. 

— Harry, me desculpe. — Peço miseravelmente para o ômega em minha frente. 

Ele se recompõe momentaneamente e me encara com os olhos cheios de raiva, algo que tão poucas vezes fora visto por mim ou por qualquer pessoa. Não há bondade, não existe mais o sorriso carinhoso ou as covinhas que se mostravam sempre nos momentos de felicidade. Tudo que resta ali em seus olhos verdes e cristalinos por causa das lágrimas mantidas, é a raiva que o mesmo sente por mim. 

— Eu não quero mais vê-lo, Louis. — De repente minha carranca fica insustentável e eu deixo a chateação me atingir após a saída dos dois ômegas.

— Como vocês souberam? Eu contei apenas para Zayn. — Balbucio incrédulo. — Eu estava chateado por ter brigado com Harry e precisava conversar com alguém sobre isso. Eu sabia que seria julgado se procurasse por você ou Niall; eu só precisava desabafar.

Admito para o alfa em minha frente que me encara de maneira serena, como se nada tivesse acontecido. Demora apenas algumas frações de segundos para que ele dê de ombros. 

— Eu não ligo. — Sua voz soa amarga. — Você que permaneça com seu verdadeiro amigo. 

E em menos de um minuto ele se vai, deixando-me sozinho comigo e com o relógio em minha mente. Os ponteiros se movem tão depressa que é quase impossível acompanhar, mas então eles param e o relógio desperta. 

Dessa vez eu não fui despertado após um pesadelo, me encontrando atrasado para a escola. Eu estava vivendo o pesadelo e a sensação de incapacidade permanecia junto com as amarras ao meu redor, prendendo-me em um looping infinito no meio da situação.


Notas Finais


Como desgraça pouca é bobagem na vida de Louis e Harry, sim, Zayn foi o fofoqueiro da vez e avisou a escola inteira do "deslize" dos dois.
Sobre os momentos Zouis, Lilo e Narry, não sei o que dizer, apenas sentir...
Espero que tenham gostado.
XO


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