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História Enquanto ela estiver comigo - A maior prova de amor


Escrita por: Mara-Kuchiki

Capítulo 41 - A maior prova de amor


Fanfic / Fanfiction Enquanto ela estiver comigo - A maior prova de amor

No capítulo anterior:

― Está ciente de que você pode ser executado se for mesmo condenado? ― O nobre não conseguia acreditando no que ouvia.

― Sim. Mas não me importa, se isso devolver para Rukia sua vida como era antes, eu morrerei feliz.

Byakuya se levantou, saiu de sua sala e quando voltou estava acompanhado de dois shinigamis.

― Kurosaki Ichigo, vai ficar preso na 6° divisão até que resolvemos qual será seu destino, isso se o conselho dos Kuchiki aceitar fazer a troca. ― falou o capitão.

Os dois colocaram uma corrente nos pulsos e pescoço no jovem, ele sentiu na mesma hora sua reiatsu ser selada. Os mesmos o levaram, deixando para trás um Kuchiki sem saber o que dizer ou fazer, aquilo realmente foi surpreendente.

 

.

A maior prova de amor

 

Depois que Ichigo fora levado para a prisão, Byakuya ficou pensativo nas coisas que o jovem falou. Realmente tocaram seu coração.

“Rukia é sua irmã. Pode não ser de sangue, mas existe um laço fraternal entre vocês que nada nem ninguém deveriam conseguir romper. Sei disso porque tenho irmãs também e faria de tudo, até dar minha vida, para protegê-las. É assim que um irmão mais velho deve agir, mesmo que não concorde com suas escolhas, se é o que vai fazê-las felizes, nossa obrigação como seus protetores é apoiar e estar sempre ao seu lado lhe dando o respaldo necessário. O que fez com Rukia foi tão cruel que não é nem digno de falar que um dia foi seu irmão.”

O ex-substituto sempre arriscou sua vida pelas pessoas que amava e Rukia nunca fora uma exceção. E o que mais agoniava o capitão era ter a certeza de que ele tinha realmente razão. No entanto, o nobre se encontrava em uma verdadeira “sinuca de pico”, qualquer decisão que tomasse acarretaria consequências desastrosas.

O que deveria fazer? Nunca se sentiu tão dividido e perdido. Será que seria Kurosaki Ichigo a salvar a vida de sua irmã novamente e ele ficaria de braços cruzados? Ainda não tinha resposta para sua indagação.

Mais tarde...

O capitão Kuchiki estava tentando relaxar um pouco em seu escritório depois de ter tido uma conversa bem desagradável com o conselho dos Kuchiki, quando teve seu silêncio quebrado por Rukia acompanhada de Renji, que invadiu sua sala sem nem pedir permissão.

― Onde está Ichigo? ― Ela disse visivelmente descontrolada.

― Rukia? O que faz aqui? Sabe muito bem que a pena por retornar a Soul Society é de morte. ― O capitão ficou surpreso por vê-la diante de seus olhos. Será que Rukia foi capaz de arriscar a própria vida somente para ter noticias de Ichigo?

― Não me importa o que aconteça comigo desde que Ichigo fiquei bem. Onde ele está. ― se desesperava ainda mais a medida que falava.

― Fica calma, Rukia. Tudo vai se resolver. ― Renji colocou a mão no ombro dela, na tentativa de tranquilizá-la.

Byakuya suspirou fundo.

― Você sabe o que ele veio fazer aqui, né? ― Os dois invasores o fitaram atentos ao que ele falava. ― Kurosaki Ichigo pediu para que sua pena seja ab-rogada e em troca ele ficará em seu lugar.

― O quê? Não pode tá falando sério!

― Se tivesse chagado a uma hora atrás na Soul Society, teria tido problemas, porque foi avisada que não poderia retornar, mas acabei de vir de uma reunião com o clã Kuchiki e a central 46. Eles aceitaram o pedido de Kurosaki Ichigo, acharam justo. Sendo assim ele será julgado pela manhã, logo na primeira hora do dia.

― Não pode ser verdade. Isso não está certo. ― balbuciou de cabeça baixa.

― Agora você é uma pessoa livre, Rukia. Graças ao sacrifício de Kurosaki Ichigo já pode se considerar integrada o clã Kuchiki novamente. ― Apesar da situação desagradável, ele estava feliz por ter sua irmã de volta a família. Tinha ciência de que a tenente sofreria muito por causa do ex-substituto, mas logo se conformaria e as coisas voltariam a ser como antes.

― E quem disse que quero voltar a me chamar Kuchiki? ― falou alterada. ― Por muito tempo tive orgulho de me dirigir a você como “Nii-sama”, me orgulhava de dizer que era uma Kuchiki. Mas... ― Secou o conto dos olhos que estavam lacrimejados. ― ... Percebi que vocês não são uma família, e que talvez nem saibam o significado desta palavra. ― Agora falava mais tranquila. ― Família é a união de um grupo de indivíduos, sendo esses biológicos ou não. Família é estar sempre ao lado da pessoa nos momentos em que ela mais precisar, dar um ombro para chorar, abraço quando se sentir sozinho, e mesmo sem dizer nada, mostrar que nunca vai desampará-la, e que sempre estará ao seu lado. E no momento que mais precisei deste apoio, porque o que pedi não era nenhum absurdo, fui posta contra a parede e obrigada a decidir entre as duas coisas que mais amava na vida. Acha justo chamar isso de família, KUCHIKI BYAKUYA? Um exemplo de família para mim são os Kurosaki, que estão sempre de braços abertos para aqueles que precisam de amparo, e, mesmo com toda sua excentricidade, eles se apoiam e se amam acima de qualquer coisa.

Byakuya escutava o discurso de morena com os olhos arregalados, surpreso pela ousadia dela e pelo fato daquelas palavras entrarem em seu coração feito flechas afiadas lhe causando uma dor muito grande. A morena realmente tinha razão. Sempre que Rukia precisou ser apoiada por sua família, eles não estavam presentes como uma base forte.

Ele até queria, mas não conseguiu falar nada ao seu favor, não tinha o que replicar.

Renji também estava estático com tudo que Rukia disse, mas não era contra, fora ele mesmo quem abriu os olhos da amiga que só fazia se culpar por aquela situação arbitraria.

― Eu quero ver Ichigo. Libere minha entrada. Pelo menos isso pode fazer por mim? ― Ela falou. Estava embalada por lágrimas, raiva e mágoa.

Byakuya escreveu alguma coisa no papel e a entregou.

― Apresenta isso na prisão e te deixaram entrar. ― disse seco, indiferente, mas por dentro estava destruído.

Ela saiu sem dizer mais nada, já havia falado tudo que desejava e o que mais queria naquele momento era ver seu amado e voltarem para casa o mais rápido possível.

― Taichou, eu... ― Renji até tentou falar algumas palavras de incentivo para seu capitão, mas ele o interrompeu.

― Como descobriram que Kurosaki Ichigo estava aqui. Ele disse que Rukia não sabia de nada. ― disse seco.

― Urahara-san. Ele ligou para ela contando o que Ichigo pretendia fazer.

Era exatamente isso que Byakuya imaginou. Na certa, o ex-capitão achou que se Rukia estivesse na Soul Society intercedendo por seu amado, as coisas seriam revolvidas. Foi um erro.

― Entendo...

― Taichou eu não queria... ― De novo, Renji tentou falar alguma palavra de consolo para seu capitão, mas ao que parece, ele não estava disposto a ouvir.

― Pode se retirar.

O tatuado foi obrigado a obedecer, não era certo contrariar uma ordem direta, e acabou saindo dali triste, pois entendia que, apesar dele não demostrar, estava devastado com tudo que ouviu de sua irmã querida.

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Já tinha se passado algumas horas desde que Ichigo foi posto naquela cela, que, mesmo parecendo confortável, pois tinha uma boa cama e tudo muito limpinho, era escura, fria e solitária. O jovem sentia falta de sua baixinha linda e não parava de pensar nela.

Estava sentado na borda da cama com seu cotovelo apoiado nos joelhos e as mão no rosto. Sentia uma vontade monstruosa de chorar sempre que pensava como ficaria a morena quando descobrisse o que ele fez, com sorte, ele já não estaria mais com vida para não ver seu rostinho triste.

― Ichigooo...? ― Ele levantou bruscamente a cabeça quando escutou aquela voz baixa e triste lhe chamar. Mal acreditou quando teve a certeza de que realmente era ela.

― Rukia? ― Levantou-se e foi até a grade. Sim, era mesmo ela.

― O que você fez, seu idiota? ― falou chorosa, as lágrimas já desciam de seu rosto sem controle algum.

Ela enfiou os braços pelas grades, tocando nos cabelos dele, rosto. Queria senti-lo.

― Eu sinto muito não ter notado antes o quanto você sofria por ter escolhido ficar comigo. Mais uma vez só estava pensado em mim e não me importei com seus sentimentos, Rukia. Sinto muito.

A morena conseguiu ver a sinceridade no olhar do jovem, sentia a aflição em sua voz.

― Não deveria ficar escutando a conversa dos outros escondido, seu bobo. Isso é muito feio, sabia? ― Ela até tentou sorrir, mas as lágrimas denunciavam sua angústia.

― Se não fosse daquele jeito você nunca teria me contado a verdade. ― Beijou a mão dela — Pare de me proteger, Rukia, eu não quero mais que esconda nada de mim. ― Pôs também seus braços pelas grades e acariciava os cabelos dela e com a outra mão lhe secava as lágrimas.  

― A escolha foi minha, você não me obrigou a nada, não se sinta culpado, e desista de fazer essa besteira de querer pagar em meu lugar, idiota. Amanhã você vai dizer a eles que se arrepende e as coisas vão voltar como era antes. ― falava segura.

― Não. Já me decidi e sei quais vão ser as consequências dos meus atos...

― VOCÊ VAI SER CONDENADO A MORTE... ― Ela o interrompeu e gritou desesperada.

― Eu sei... ― Segurou na nuca dela, a fazendo encostar o rosto nas grades. Lhe deu um beijo, apenas um roçar de lábios. ― ... Mas não me importo. Tudo que estou fazendo é por você. Porque te amo, Rukia, e não conseguiria te encarar nunca mais se aceitasse o que fez só para viver ao meu lado. Sua família é o que te definia, os Kuchiki são as pessoas que te acolheram e sei como ama o Byakuya. Não posso viver ao seu lado sabendo que nunca vou poder te fazer completamente feliz.

― NÃO, SEU IDIOTA. ― berrou entre lágrimas. ― Como pode fazer isso comigo? Você é minha família, é quem sempre me ajudou quando precisei, apoiava minhas decisões, os Kuchiki nunca me aceitaram de verdade. Ichigo, se te perder vai ser como viver incompleta. Por que não consegue entender isso? ― Agora falava mais baixo, pois as palavras pareciam que iam lhe faltar.

― Tá falando isso porque está magoada com eles, mas sei que os ama, principalmente seu irmão. Sei disso porque a conheço muito bem.

― Ichigoo... Não faça isso, por favor. Vamos voltar para Karakura juntos. Você é tudo que preciso para ser feliz. ― O desespero começou a tomar conta do corpo da bela e todos os seus sentidos ao notar que não conseguiria fazê-lo mudar de ideia.

― Ei, Rukia... olha para mim. ― Segurou com as duas mãos no rosto dela ao notar seu descontrole. ― Eu sempre vou estar com você. Nem a morte vai conseguir destruir o que existe entre nós.

― E-Eu... te amo tanto... não quero te perder, I-Ichi... gooo... ― Pôs as suas mãos sobre as dele, a apertando bem forte.

O ruivo voltou a secar as lágrimas que caíam dos olhos da tenente e selou sua boca a dela em um beijo calmo, degustava cada pedacinho de seus lábios, os sugando um por um. A língua vasculhava a boca dela embosca do sabor que tanto desejava degustar.

Beijar Rukia era como tocar o céu, Ichigo sempre se sentiu assim. Ela era sua vida, seu mundo, e nos últimos tempos, tudo na vida do jovem Kurosaki girava em torno dela, para ela, fazê-la feliz. Aquilo que existia entre eles era amor na sua mais pura forma, um sentimento tão grande que, com certeza, ainda existiria mesmo depois da morte.

― Não quero que sofra por mim. ― Seus lábios já não estavam mais juntos, porém, os rostos permaneciam apenas separados pelas grades. ― Não chore mais, Rukia. Já disse que tá tudo bem. Odeio te ver chorando. Fique bem, meu amor. ― Acariciava a face dela.

― Só um idiota como você para me pedir um absurdo deste. Se eu te perder, vai ser como morrer. Porque não entende isso, Ichigo. ― Apesar de falar baixo, seu tom de voz mostrava o nível de desespero que ela estava.

― Eu sinto muito. ― Deu um selinho nela e se afastou.

― Ichigooo... espera. ― Não gostou de seu semblante sério.

― Pode levá-la. A visita acabou. ― disse ele para dois shinigamis que estavam a alguns metros deles.

― Não... ― Ela protestou quando os viu se aproximando.

― Vamos. Seu tempo já tinha mesmo acabado, Kuchiki-san. ― disse um deles.

― Ichigo? ― Ela gritou, mas o jovem já tinha sumido na escuridão do quarto. ― Eu não vou desistir, tá me escutando? Não vai sair tão fácil assim da minha vida. ― gritava entre lágrimas. 

Não houve respostas.

A morena ficou por alguns segundo olhando a silhueta de seu amado envolto sobre as trevas, não adiantaria ficar ali insistindo, só deixaria Ichigo ainda mais triste. Ela seguiu seu caminho com o coração em pedaços. Não conseguia acreditar que sua história com Ichigo terminaria assim. 

Quando o jovem Kurosaki percebeu que ela já não estava mais ali, deixou as lágrimas que lutou tanto para esconder invadirem seu rosto. Ver sua baixinha tão abatida foi arrasador, mas ele já tinha tomado sua decisão e sabia que ela sofreria muito, porém, o tempo se encarregaria de cicatrizar suas feriadas e logo sua amada voltaria a sorrir.

Era isso que ele acreditava e esse pensamento lhe dava, de certa forma, um consolo.

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Byakuya acabara de entrar em seu escritório. Assim que Rukia seguiu para ver Ichigo, ele foi atrás e escutou toda conversa, coisa essa que o deixou atormentado. Tudo que estava acontecendo com sua amada irmã era fruto de sua covardia, sim, um covarde era a melhor palavra que o definia.

Quando quis se casar com Hisana, ele teve pulso firme, mesmo todo seu clã sendo contra, eles se casaram. Por que não fez o mesmo por Rukia? Deixar as coisas chegarem a esse extremo fora lamentável.

Sentou- se em sua cadeira cabisbaixo. As palavras que Rukia disse para ele martelavam em sua cabeça. O que ele presenciou na prisão também foi chocante. O choro de dor de sua irmã, e o sacrifício de Ichigo para que Rukia voltasse ao seio de sua família. Ele não pareceu se arrepender, estava seguro de sua decisão.

Aquele moleque imundo estava dando para a bela tenente a maior prova de amor que já se ouviu falar. Kurosaki Ichigo decidiu trocar sua vida para vê-la feliz. 

 

Continua... 


Notas Finais


Espero que tenham gostado e , por favor, não esqueçam de comentar.

Obrigada por ler e pelos reviews!
Beijos!


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