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História Enquanto Ele não vem - Eleven


Escrita por: heyhodallas

Notas do Autor


Oi, tudo bom?
Aqui vai mais um cap. de EENV, e espero que edifiquem vocês!

Capítulo 11 - Eleven


Fanfic / Fanfiction Enquanto Ele não vem - Eleven

E a você: nunca tire seus olhos dos olhos de Jesus. Os olhos dele são tudo o que precisamos para caminhar sobre esse mundo dominado pela escuridão, mas se mantermos nossos olhos nos olhos da luz, iremos expulsar a escuridão e assim caminhar em paz e lavar os outros a caminhar em paz também. Mantenha seus olhos sempre nos olhos de Jesus

Dois dias depois - minha casa

Eu estava há quatro dias longe do pessoal de Porto Alegre, e eu já estava em muita abstinência, mesmo que os meus amigos daqui são extremamente especiais e importantes.

Como eu ando vivendo de uma maneira muito, digamos louca, a cerca do evangelho, porque lá eles vivem dessa maneira, aqui eu me senti "incapacitada", pois existem muitas coisas para se fazer nessa cidade, e a igreja está parada dentro do templo, não é pra ser assim!

– Léo, aqui tem tantas formas de anunciar o evangelho, você não faz ideia! – disse enquanto mexia o arroz na panela e falava ao telefone com Léo.

E vocês estão fazendo isso? Tipo, bolando estratégias pra pregar? – indagou do outro lado da linha. Abaixei o fogo do fogão, tampei a panela e fui para a sala. Meus pais foram resolver algo numa cidade próxima a minha, e minha irmã foi almoçar na casa do namorado, então eu estava sozinha.

– Sabe qual é o maior problema? – Léo murmurou "hum" – Comodismo! Real, estão muito acomodados dentro da igreja... Ainda estão muito presos à religião...

– Vish! – ele prolongou o "i" – E o que você vai fazer quanto à isso?

– Nada! Eu nem moro aqui, não posso simplesmente chegar de férias e querer mexer no "sistema" da igreja...

– Meu bem, o que Jesus faria?

– Ah... Iria dar um jeito de avivar essa galera, influenciar eles para saírem do templo...

– Muito bem! E o que você vai fazer agora?

– Avivar essa galera e influenciá-los para saírem do templo. – respondi dando uma gargalhada e ouvindo Léo fazer a mesma coisa do outro lado.

Jesus é tão bom, que nos dá pessoas parecidas com ele para nos impulsionar no reino. Falando por mim... Sou uma pessoa que preciso me espelhar em alguém, não depositar minha confiança, mas preciso de ser impulsionada por alguém, e sabendo disso, quando Jesus derramou um avivamento pessoal no meu coração, ele já sabia que se eu vou tivesse alguém ao meu lado pra viver essa loucura comigo, a chama iria apagar, e então ele me deu toda aquela galera de Porto Alegre, e hoje ele está me dizendo pra eu influenciar a galera daqui, e eu digo: eis-me aqui!

– Not... – Léo disse.

– Today... – completei e depois gritamos juntos: "DEVIL!" e gargalhamos. Era uma frase de encorajamento que eu, ele, Carina, Fernanda e Mateus falamos quando realizamos alguma estratégia, plano de evangelismo e avivamento, e que nos faz lembrar do nosso chamado. – E aí, quando vai pra Argentina?

– Provavelmente depois de amanhã... – Léo disse soltando um longo suspiro – A vovó tá quase doida querendo que vamos logo pra lá, na verdade era pra você ir com a gente né?!

– Pois é, queria muito ir... – respondi – Leva ela pra Porto Alegre!

– Então, pensei nessa possibilidade, vou falar com ela... – ficamos em silêncio só ouvindo a respiração um do outro, e por mais estranho que soa isso, era muito melhor do que quando ficamos falando sem parar. – Quando que você vai pra tal formatura com o Raphael?

– Sábado que vem... – Léo murmurou um "hum".

– Eu tô com saudades... – ele disse por fim e eu sorri, mesmo ele não podendo ver, eu sorri escancaradamente.

– Eu também estou com muita saudade! – respondi ouvindo ele soltar uma lufada de ar do outro lado linha, e sentindo que ele sorriu assim como eu. 

– Aline?! – alguém gritou lá do portão.

– Léo, espera aí que tem alguém me chamando... – ele respondeu "tudo bem". Levantei do sofá, olhei pela janela e lá estava uma figura loira do olhos verdes, que sorriu quando eu apareci na janela: Raphael. – Já vou! – disse e ele gritou de volta "ok". – É o Rapha... – disse quase num sussurro para o Léo.

– Eu não tenho muito ciúmes, mas ele está testando minha paciência, daqui a pouco eu pego o avião e apareço aí... – gargalhei e Léo também.

– Depois eu te ligo, beijo! – esperei ele responder e logo desliguei a chamada. Destranquei a porta e fui até o portão. – Que surpresa é essa aqui?

– Na verdade é urgência mesmo! – Raphael respondeu rindo e eu abri o portão e dei espaço para ele entrar.

– O que aconteceu? – questionei preocupada enquanto fomos caminhando para a área.

– Não, relaxa! – respondeu sorrindo – É que meu irmão me disse que eu vou ter que dançar valsa na formatura dele com a mãe, é estranho, mas eu vou ter que fazer isso... – olhei para a cara de preocupação dele e soltei uma gargalhada o vendo me encarar confuso.

– Ok... – disse recuperando o fôlego – E como eu posso ajudar?

– Você sabe valsa, não sabe? 

– É o quê?

– É sério, eu sei que você dança... – Raphael segurou minhas duas mãos e a levou na altura do seu rosto e deu um beijo em cada uma me encarando nos olhos. – Por favor? – encarei seu rosto totalmente transformado em um semblante desesperado, e então suspirei.

– Tudo bem, vamos fazer isso... – dei de ombros puxando minha mão, enquanto ele murmurou um "yes!". Fui até o meu quarto, peguei o notebook, procurei no YouTube músicas de valsa para começarmos logo a ensaiar. – Pronto! – exclamei dando play numa playlist de músicas para valsa.

– Tá, o que eu faço? – Raphael indagou ficando numa postura ereta, parecendo quase um robô.

– Primeiramente: relaxa! – eu disse e nós gargalhamos. – O homem sempre conduz a mulher, portanto meu querido... Seja cavalheiro. – gesticulei com as mãos e ele sorriu. Me aproximei dele, numa distância aproximadamente de uns quinze centímetros e o encarei. – Mão direita em minha cintura... – peguei sua mão direita e a pousei sobre minha cintura enquanto ele não tirava seus olhos dos meus – Agora eu pouso minha mão esquerda sobre seu ombro direito, e sua mão esquerda segura a minha direita... – e assim fizemos. – Agora presta atenção na música, a melodia dela por si só nos faz entender o jeito certo de dançar... Um passo pra cá, outro pra lá... – disse fazendo nossos corpos se mexerem conforme a música. – Isso aí! – Raphael sabia direitinho como fazer, me fez até se perguntar se ele já não sabia.

– Seus olhos não são pretos... – ele disse fazendo eu encarar seu rosto. Arqueei a sobrancelha esquerda.

– Oi?

– Não! É que sempre achei que eles fossem pretos, nunca te vi tão de perto... – encarei seus olhos verdes, que às vezes parecia serem azuis, e senti um calafrio percorrer sobre meu corpo. Era óbvio: Raphael ainda despertava algo em mim, algo quase imperceptível, mas que ao olhar no fundo dos seus olhos, sentir seu velho e bom perfume tão de perto, despertou uma saudade. – Eles são castanhos escuros... – senti sua mão sair de minha cintura e ir para o meu rosto. Sua mão acariciou levemente a maçã do meu rosto, o que me fez fechar os olhos por alguns instantes e quando os abri, Raphael estava tão próximo que sua respiração batia em meu rosto.

– Pois é... Hum... Eles são castanhos mesmo... – respondi me afastando dele o suficiente para não sentir seu perfume e muito menos correr o perigo de acontecer algo.

Não! Não sinto mais nada por ele, isso é apenas minha carne tentando fazer eu estragar de novo minha vida espiritual e os planos de Deus. Se eu sinto algo por alguém, além de Jesus, esse alguém se chama Leonardo.

Raphael pigarreou sem graça, e desviou o olhar para o celular em cima da mesa.

– Acho que por hoje é só... Vou indo... – murmurei um "tudo bem" – Tchau, até qualquer hora. – disse descontraído e eu sorri. Ele me deu um beijo rápido no rosto e foi embora.

***

Dia seguinte

Marquei com os jovens da igreja de nos encontramos na igreja às seis horas da tarde.

Ontem a noite orei pedindo que Jesus me desse alguma estratégia para avivar essa juventude e os despertar para o nosso chamado, e ele me deu a seguinte ideia: reúne eles na igreja um horário sem falar o que vão fazer, prepara umas músicas bem show de adoração, pede para que se separem um do outro, cada um escolha um lugar dentro da igreja, e vão orar, o resto é comigo; depois de receberem um avivamento pessoal através da oração, vocês vão sair da igreja e vão para a rua evangelizar, e assim vou fazer.

Já eram seis e sete, e quem estava lá eram: Thais, Neto, Alana, Thiago, Emily, Gabriel, Jessica, Isabella, Ana, Karol, Andressa, Lucas, Iago, Fernando, Juliana e eu. Todos eles me olhavam com cara de: o que merda essa garota tá aprontando?

– Bom... Chamei vocês aqui para um esquema que Jesus pediu: oração! – alguns reviraram os olhos, outros arregalaram os olhos, e outros me olharam com uma cara de desprezo. – Sabe, estamos vivendo um tempo em que ninguém mais quer ouvir falar de Deus etc, eles já ouviram, agora eles querem sentir e conhecer esse Deus, mas como vão fazer isso se nós mesmos não o conhecemos de verdade? – olhei para cada um deles, e senti o espírito santo me enchendo de ousadia e autoridade, então fui avante! – A pergunta é: vocês conhecem esse Jesus que vocês dizer servir? Vocês conhecem esse Deus? Mas eu respondo por vocês: não, não conhecem! – vi o rosto de alguns se transformar em uma careta, e outros exalavam curiosidade. – Se conhecessem, perceberiam que vocês são livres, e que Jesus não se agrada em religiosidade, portanto não andariam em religiosidade, mas em liberdade! Se conhecessem Jesus de verdade, saberiam que vocês têm o direito e a liberdade de ser amigo dele, portanto saberiam que ele tem algo mais pra mostrar do que simplesmente estão ouvindo todo domingo, e então teriam um relacionamento mais profundo! Vocês estão satisfeitos com o raso! Vocês estão acomodados dentro do templo, quando Jesus quer chamá-los para se afundar em conhecer mais sobre a natureza dele, e descobrir quem ele é de verdade, e não apenas ouvir outras pessoas dizendo, vocês precisam e vão conhecer Jesus hoje! Cada um procure um lugar aqui, pra orar sozinho, ou melhor, pra orar com Jesus! – dito isso eles começaram a se levantar e procurar um lugar. Fui até a caixa de som, e dei play na minha playlist de oração, apaguei as luzes, e deixei rolar o show.

Eu me sentei no meio do altar, de costas para os bancos e entrada da igreja, e fiquei de frente para o batistério onde tinha um rio desenhado na parede, como se aquelas águas dessem ao batistério.

A música que tocava era Abba, da Laura Souguellis, e não preciso nem dizer o porquê de amar essa canção. Fechei meus olhos, e decidi não abrir a boca pra orar, apenas iria fechar olhos e deixar meu noivo falar comigo. E então uma vontade incontrolável de chorar dominou todo o meu ser, e eu me rendi. Me prostrei com o rosto no chão, e com os braços abertos, e senti o espírito santo se movendo em mim, e ele me deu uma visão linda do que estava acontecendo naquele lugar: eu via cada um dos jovens, exatamente no lugar onde eles estão, e eu via um homem agachado ao lado delas. Ele fazia carinho na cabeça delas, e as abraçava, e eu soube que era Jesus, quando se virou pra mim, aqui no altar e sorriu, e eu entendi, que nesse momento eu não serei servida com o avivamento, mas eu iria servir à eles como Jesus, e assim fiz. Abri meus olhos, e cara, essa foi a visão mais linda! Me levantei e fui em direção em cada uma delas, impondo as mãos sobre o coração e cabeça, orando, e quando terminava a oração, o espírito santo me conduzia para que eu as abraçasse e quando isso acontecia, eles se levantavam e dançavam, gargalhavam, pulavam, e choravam de alegria. A chama foi acesa, começou um avivamento louco nessa igreja a partir de hoje. E não é sobre mim, mas sobre Jesus!

***

Sexta-feira - três dias depois

Aquele dia ficou marcado, não só em mim e na vida da juventude, mas na cidade!

Jesus causou através de nós.

Sabe o que é sair no meio da rua abraçando as pessoas, olhar no olhos delas e dizer que Jesus as ama, e quando elas olhavam para os nossos olhos, choravam? Algumas diziam que viam fogo, outras enxergavam um brilho diferente, mas nós sabemos que naquele momento eram os olhos de Jesus, pois pedimos emprestado.

Fomos no hospital, mesmo sendo de noite, e ali curamos os enfermos, não todos, alguns não foram curados, mas isso não nos parou. Fomos em uma roda de adolescentes que fumavam maconha etc, e pregamos para ele uma liberdade diferente, e no meio da praça municipal, com várias pessoas olhando, aqueles meninos apagaram seus cigarros, e acenderam uma sede e fome por conhecer esse evangelho que pregamos.

Chegamos em casa naquele dia três horas da manhã! E olha que fomos quase que obrigados, porque se fosse por nós, ficaríamos para sempre experimentando dessas loucuras!

– Aline, pastor quer falar com você! – minha mãe disse entregando o telefone dela. Levantei do sofá e peguei o telefone murmurando um "Alô, graça e paz!".

– Graça e paz! – ele respondeu com um tom de voz ríspido – Quero comunicar você, e já comuniquei os outros jovens, para um assembléia extraordinária domingo, para tratar de um assunto muito sério que aconteceu na terça-feira de noite! – quando ele disse isso eu já entendi o recado.

– Tudo bem, estaremos lá! – respondi no meu tom de voz normal e ele soltou uma risada fraca.

Ótimos, tchau! – nem esperou eu responder, e a chamada caiu. 

Naquele momento soube que viria algo ruim, pois na noite passada o espírito santo ministrou sobre o quão Jesus e seus discípulos foram perseguidos pelo próprio povo, ou seja, gente da igreja, e então eu entendi que experimentaríamos um pouco do que eles viveram, e pra ser bem sincera? Assim como eles não pararam, assim eu também não pararei.

E a você: muitas vezes a "porrada" virá de pessoas que deveriam te apoiar, virá de pessoas que acreditamos estar ao nosso lado, quando na verdade eles só querem nos crucificar, mas não desanime, muito pelo contrário! Use isso como impulsionamento, e mostre não só pra elas, mas pra si próprio, que você não é aquilo ruim  que eles dizem ser.

 


Notas Finais


É isso aí, me digam o que acharam, e compartilhe esse baqulho aqui gente, vamos espalhar! É nóixxxxxxx


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