Jungkook tinha os olhos vermelhos após tanto tempo acordado; não conseguia mais dormir pois temia tantas lembranças ruins de seu passados. E, para piorar, sentia saudade de alguém que sequer conhecia direito. Temia a cada batida do seu coração não se encontrar novamente com a sua alma. Levantou-se apressado, digitando rapidamente o número do irmão mais velho — que não demorou para o atender.
— Jungkook? Você tem ideia de que horas são? — Respirou fundo, afinal, já passava das três da manhã. — Aconteceu alguma coisa com você?
Jungkook apenas tornou a desabar em choro, preocupando ainda mais seu hyung.
— Eu não consigo respirar... — respondeu aos prantos, segurando seu peito enquanto tentava puxar o ar com força, logo caindo ajoelhado no chão gelado.
— Você consegue, sim! Puxe o ar devagar, seus pulmões estão aí ainda, use-os.
Não era a primeira vez que Jungkook ligava para seu irmão naquele estado, era comum que o mais novo tivesse algumas crises de ansiedade em noites mal dormidas. E, como seu hyung o aconselhou, ele fez, respirando calmamente e tomando controle. Seokjin escutava a respiração do outro ir se acalmando e som de choro cessando.
— O que aconteceu, Kookie-ah?
— Eu encontrei, hyung, a minha alma gêmea! Eu encontrei!
SeokJin suspirou pesadamente. Sabia como o peso de encontrar sua alma era sentido, afinal, já havia encontrado a sua.
— Jungkook, venha para casa!
— Hyung, eu não posso, preciso ver ele.
— Não precisa, não agora. Me escute e venha para casa. Você vai precisar de mim pelo menos por uns dias, até suas memórias voltarem.
— Está bem, pela manhã vou até a estação.
— Vou esperar por você.
Pouco depois a ligação foi encerrada e Jungkook já arrumava sua bagagem. Era fato que naquele momento ele precisava do irmão mais velho e, principalmente, colocar toda sua mente no lugar antes de estar, novamente, junto de sua alma gêmea; que naquela vida era o lindo Park Jimin.
[...]
Durante o ano de 1908, no interior da Espanha, Simon era um bom médico, sempre em busca de ajudar aqueles que não tinham muita fonte de renda. Foi assim que ele conheceu Gustave, que sofria de uma gripe forte. Sua febre quase o matou, mas Simon fez todo o possível para que ele sobrevivesse, e conseguiu não apenas salvar sua vida, mas também encontrar um amor que jamais sentiu. Apaixonaram-se e ficaram juntos em segredo. Poucos três anos depois, com a primeira descoberta da real aliança que possuíam, mudaram-se para uma vila mais pacata e decidiram ali permanecer. Simon manteve seus cuidados com o povo e Gustave continuou com seus poemas românticos, que foram sempre direcionados a seu grande amor. Com o passar do tempo, também foram descobertos pelo povo da vila, e assim novamente foram atacados. Em uma noite, decidiram novamente se mudar para uma nova vila. Eles esperavam enfim ter paz, mas acabaram sendo acusados pela igreja. Gustave obrigado a ser internado no manicômio, enquanto Simon era sentenciado à prisão perpétua.
Na noite antes de serem levados para cumprir com suas respectivas penas, os amantes se deliciaram com o corpo um do outro, amaram-se e sentiram o peso que aquele amor tinha.
— Eu pensei em algo, Gustave... — falou enquanto deslizava as pontas das digitais pelas costas desnudas de seu amado que estava debruçado sobre seu peito.
— E no que você pensou? — Olhou nos olhos castanhos do companheiro. Seu peito era repleto de amor, mas também tinha medo.
— Eu não quero morrer em uma prisão, imaginando as torturas que você sentirá. — Suspirou pesadamente, olhando os olhos claros de Gustave. — Eu quero propor algo, mas você não precisa aceitar, apenas considere, está bem? — O outro assentiu. — Eu trouxe um medicamento que tira a ansiedade e nos ajuda a dormir como passarinhos. Vai ser quase incapaz de notar ser apenas um sono, acredito que se eles chegarem e nos verem dessa forma, quem sabe não acreditam que morremos e nós podemos ter uma chance de escapar quando eles tentarem descartar nossos corpos.
Gustave respirou fundo, pensando sobre a proposta do outro, mas não precisou de muito. Ele tinha certeza de que queria tanto viver, criar arte e amar Simon.
— Tem uma grande chance de dar errado. Tenho medo do que tem do outro lado quando perdemos nossa vida.
Simon concordou, com os olhos marejados.
— Eu jamais iria propor isso, mas eu não vejo outra opção com o mínimo de dor ou chance de escapar desta tortura.
— Qualquer coisa é melhor do que passar pelo inferno sem você, mesmo que eu tenha que tirar minha vida pelo ódio.
— Eu te amo de todo o meu coração, não quero que sofra Gustave, perdoe-me por propor essa loucura.
— Não se desculpe, não é sua culpa.
O abraçou com ternura enquanto se permitiam chorar. Eles não sabiam as consequências que viriam com um plano como aquele, e tinham certeza que não daria certo, mas o medo da dor física e psicológica que teriam, dava-os desespero e não conseguiam ver outra opção, não naquele momento. Fora aquilo, apenas um milagre os tiraria de tamanha dor.
— Eu prometo te encontrar em uma próxima vida se nada der certo, Gustave.
— Você promete que não vai demorar para me encontrar?
Olhou nos olhos castanhos do outro, que assentiu com um sorriso. Já estando com os olhos marejados, selou seus lábios aos dele, em um beijo casto repleto de medo e ansiedade. Simon se levantou e preparou duas porções, entregou uma a seu amante e tomou a outra para si. Os dois tinham medo, mas com seus destinos selados, não tinha nada muito bom pelo futuro. Viraram o medicamento no mesmo ritmo; Gustave fez logo uma careta com o sabor amargo em seus lábios, então preparou duas taças de vinho.
— Um último brinde, caso não dê certo. — Entregou a taça ao outro, que já sentava a seu lado na cama.
— A que você quer brindar, mon amour?
— Nosso amor. Amei-te em uma vida passada, nesta e ainda amarei em outras. — Sorriu, levantando sua taça e encostando-a na que estava com Simon. — Mas eu espero ter paz na próxima.
— É tudo que eu mais quero, ter paz a seu lado. — Sentiu-se um pouco tonto, então virou de uma vez todo o vinho. — Está começando a fazer efeito...
Entrelaçou sua mão a do outro, este que fez um breve carinho, concordando e virando todo o vinho.
— Estou nervoso.
— Eu também.
Soltaram as taças pelo chão e se abraçaram enquanto o ritmo do coração diminuía os carinhos silenciosos e as respirações leves eram presentes pelo quarto.
— Eu não sei onde nossos corpos vão parar, então, se nos desencontrarmos, você sabe onde irei te esperar.
— Na árvore de cerejeiras. — Simon sorriu, sentindo o carinho que o outro fazia em seu rosto.
— Na próxima vida? — perguntou, olhando para o rosto do companheiro, memorizando cada parte.
— É uma promessa!
Selou um beijo rápido nos lábios alheios, e assim dormiram, calmos e nos braços de quem tanto amavam. No outro dia, quando a igreja encontrou os corpos desnudos e emaranhados, tratou de incendiar toda a casa com os dois amantes. Para eles, estava inundada no pecado e para o fogo deveriam ir. Mesmo que ainda não estivessem mortos, para os dois era um destino melhor que toda uma vida de tortura, então aceitaram as chamas.
E assim se encerrava a segunda vida dos dois amantes.
[...]
Jimin acordou naquela madrugada suado e com o coração acelerado, levantou-se apressado, com a respiração pesada, e foi a passos rápidos até o banheiro. Lavou seu rosto com a água gelada e parou para se olhar no espelho. Um novo rosto, uma nova vida, para si era tão estranho todas aquelas coisas; eram tantas memórias. Antes de se encontrar com Jungkook em frente a seu estúdio de dança, acreditava fielmente que não tinha uma alma gêmea e que esta seria a sua primeira vida, mas tudo mudou desde aquela noite. Lá estava ele, sonhando com mais uma vida trágica.
Foi até a cozinha e começou a preparar um chá de camomila; estava triste e desolado. Havia visto a morte de Jungkook tantas vezes que não sabia se ambos deveriam mesmo estar juntos. Talvez o universo tenha errado ao decidir que os dois seriam a alma um do outro. Sentou-se no pequeno sofá da varanda observando o Sol nascer ao tempo que saboreava o chá adocicado com mel que havia preparado, estava frio mas os recentes raios de Sol já aqueciam levemente seu corpo pálido.
— O que você faz acordado a essa hora? — Reconheceu a voz do melhor amigo, que logo e sentou-se ao seu lado no sofá. — Você está com uma cara péssima, sabia?
— Você também está e eu nem preciso te olhar pra isso — respondeu, rindo e tomando mais um gole do chá.
— Pesadelo? — Jimin assentiu em resposta, ainda olhando para a vista. — Com sua alma gêmea?
Jimin tornou a assentir, escutando um longo suspiro em resposta.
— Tae, eu não tenho certeza se devemos estar juntos. Eu o vi morrer por duas vidas e foram tantos sofrimentos, tanta dor...
— Não diga tolices, Jimin. Almas gêmeas foram feitas para estarem juntas, o universo não comete erros!
— Como foi quando você encontrou o Hoseok e Yoongi? Como você teve certeza?
— Bom, eu aprendi a falar russo e italiano sem uma aula sequer — respondeu, rindo com o melhor amigo. — Mas eu também vi os dois morrerem por mim em duas vidas. Foi muito triste, porém, mesmo com tanta tristeza, meu coração ainda batia forte pelos dois. E eu tinha certeza que nesta vida eu sou Kim Taehyung, que poderia, enfim, amar os dois sem medo de ser queimado no meio da praça.
Taehyung também não tinha vidas passadas muito agradáveis e, assim como Jimin, já havia vivido duas vidas com seus dois amores.
— É tão estressante...
— Eu sei. Por isso, quando você me disse que o encontrou, te aconselhei que deveriam ter esse tempo para absorver tudo, antes de se encontrarem novamente. É muita coisa para entender e aceitar antes de viver um novo amor em uma nova vida.
Fez uma massagem no ombro de Jimin, para liberar a tensão.
— Depois de me lembrar da minha última vida, eu sinto que não quero ficar longe dele nem um momento. É uma nova oportunidade, e eu também sou Park Jimin, posso ter um amor agora.
— Sim, Minie, você pode. — Sorriu.
Então apenas ficaram ali, admirando a beleza do Sol e seu calor, enquanto dividiam uma xícara de chá adoçado com mel.
O resto do dia de Jimin foi reflexivo e muito cansativo, sua cabeça doía e sua mente transitava entre memórias passadas e de sua vida atual. Era confuso, mas, apesar de todo o medo que sentia em outras vidas, este não era mais presente nesta. O mundo havia mudado e a mente das pessoas também; com a descoberta das almas gêmeas, todos eram livres para amar quem é que estivesse do outro lado do fio vermelho.
O som do seu telefone o tirou de tantos pensamentos, quando o pegou o aparelho, viu que se tratava de uma mensagem da sua alma gêmea. Nem notou, mas tinha um sorriso largo nos lábios.
Jungkook:
Eu descobri que te amo de todo o meu coração, e isso é tão estranho.
Jimin:
É estranho, mas eu também te amo desta forma.
Jungkook:
Não se sinta pressionado, mas você já está pronto para se encontrar comigo?
Jimin:
Estou. Tenho um tempo livre amanhã. Quer fazer alguma coisa?
Jungkook:
Me encontra na praça das cerejeiras, às 16h. Podemos fazer um piquenique por lá.
Jimin:
Está bem, Jungkook, até amanhã.
Jungkook:
Até amanhã, mon amour.
O coração de Jimin se aqueceu com a forma que Jungkook se despediu, eles sempre se chamaram assim, mesmo em novas vidas. E, por aquela noite, os dois amantes passaram em claro, com sorrisos bobos no rostos ao se recordarem — também — dos bons momentos do passado e o amor que tiveram, ansiando para que, enfim, pudessem sentir o toque um do outro.
Naquela época do ano, o cheiro das flores era presente por todo o ar. Jimin tinha a ponta do nariz vermelha, sua alergia insistia em o amolar na época mais bonita do ano, mas ele não se importava em ter alguns espirros. Havia chegado mais cedo, então aguardou por Jungkook no início da praça, e não demorou muito para que o mais novo chegasse, carregando uma cesta cheia de alimentos para o piquenique que teriam. Estava sorridente, nem se conteve ao abraçar Jimin, que — apesar de surpreso — aproveitou-se do abraço, repousando seu queixo no ombro alheio.
— Me desculpe pela demora, Jimin. Fiquei perdido entre as ruas, e olha que isso não costuma acontecer, mas confesso que estava um pouco aéreo hoje — disse ao se separarem. Jimin tinha as bochechas coradas e um sorriso bobo.
— Está tudo bem, eu não cheguei há tanto tempo.
— Isso é muito bom. Vamos procurar um lugar agradável para aproveitar a companhia um do outro. — Estendeu sua mão, que logo foi segurada pelo outro.
Então procuraram um local com sombra para se sentarem. Acharam um bem agradável perto de outras pessoas que também se deliciavam de alimentos saborosos.
— Gosta mesmo daqui?
Jungkook perguntou, enquanto arrumava o lençol sobre a grama fofa.
— Sim, é confortável.
Sorriu enquanto se sentava sobre o lençol. Jungkook então abriu a cesta, tirando alguns morangos, suco de laranja e pequenos sanduíches caseiros que havia preparado mais cedo.
— Pode comer a vontade, só deixa espaço para a torta.
— Oh, você trouxe uma torta? — Sorriu em animação enquanto mordia um dos morangos.
— Claro que sim! — Sorriu de volta. — Que espécie de alma gêmea eu seria se esquecesse sua torta de morangos?
— Uma péssima alma gêmea.
Ambos riram, concordando. Jungkook já comia um dos pequenos sanduíches.
— O que você fez nesse tempo longe de mim?
— Você fala da "outra vida" ou desde que descobri que não era um renegado?
— Acredito que ambos.
— A minha vida é tranquila. Eu tenho um irmão mais novo nesta, nos damos bem. Meus pais são maravilhosos e tenho um bom emprego.
— E um namorado?
Jimin riu novamente, tendo as bochechas coradas, enquanto Jungkook estava apreensivo.
— Nada muito sério, mas alguns casos por aí eu tive, mesmo nunca me sentindo totalmente completo.
Pela primeira vez naquela tarde, encarou os olhos escuros do outro.
— Você se recordou da nossa segunda vida?
— Eu me lembrei de tudo, até mesmo do que eu não queria.
— Não foram vidas fáceis, mas pelo menos essa será.
— Você acredita mesmo nisso?
— Sim. São novas vidas, em um mundo em que entendem o poder das almas gêmeas. — Jungkook sorriu largamente, fazendo um breve carinho na mão do mais velho. — Podemos ser felizes, mas só se você quiser, Jimin.
— Eu não sei se devemos ficar juntos, foi tanta dor, mas ao mesmo tempo eu sinto tanto amor por você.
Entrelaçou sua mão a outra, sentindo o carinho dos dedos longos de Jungkook.
— Mesmo que no fim desta tarde você decida que não deve ficar comigo, eu nunca vou amar outro alguém como amo você.
— Eu digo o mesmo. Sei que estamos ligados eternamente, mas é confuso… — respondeu cabisbaixo.
— Sim. Mas o que não é confuso são esses morangos, pode comer.
Jimin acabou por rir, acatando a ordem do outro, este que já terminava seu segundo mini-sanduíche.
— Você se lembra do meu amigo? Na Alemanha, a nossa primeira vida? — Jimin assentiu, enquanto comia mais alguns morangos. — Eu o reencontrei nesta vida. O tempo que estivemos separados desde aquela noite, eu fui para minha cidade natal e descobri que o noivo do meu irmão mais velho é, na verdade, Lúciles. Nesta vida ele se chama Namjoon. Ele me contou que esteve lá e não conseguiu te encontrar. Quando não me viu, ele acreditou que havíamos sido pegos por seu pai. Pouco depois ele soube de toda a história e procurou ainda mais por você, mas acabou adoecendo e, adivinha, só era a primeira vida dele. E ele passava pelo mesmo com meu irmão. Mas o que mais me intrigou foi o que você fez sem ele… O que aconteceu com você lá?
Jimin entristeceu-se ao recordar e largou o morango que segurava de volta a sua bandeja.— Por um tempo eu me virei com o dinheiro que você tinha juntado para nós, porém, quando acabou e ninguém me contratou, eu acabei na rua. Adoeci e faleci. Acredito que nós dois fomos parar no fundo do mar.
— Pelo menos estivemos juntos por lá — respondeu, tentando suavizar, fazendo com que Jimin risse.
— Ficamos juntos até na morte.
— Pelo menos juntos.
— Você realmente acredita nisso? Que devemos estar juntos?
— Claro que sim, Jimin. Acredito que o amor supera tudo, desde um assassinato até um suicídio. A maior prova disso é esta nova vida, que é mais uma chance de nos amar.
Jimin assentiu, mas aquilo só o deixou ainda mais confuso. Será que merecia e deveria mesmo estar ao lado de Jungkook em uma nova vida?— Eu sou você e você sou eu — Jungkook disse baixo, desviando o olhar. O medo de perder sua alma gêmea era presente.
— O quê?
— Eu sou você quando senti todo o seu medo ao me perder para a crueldade de seu pai. E você sou eu quando sentiu toda minha ansiedade ao te propor o suicídio depois de fazermos amor por toda a noite. — Entrelaçou o seu mindinho ao de Jimin, este que o olhava com lágrimas nos olhos e um coração acelerado. — Assim como eu sempre fui você, sei que você não quer ficar comigo nesta vida. Não adianta mentir para mim, eu sou você e você sou eu.
Jimin então deixou que as lágrimas escapassem, elas foram rapidamente aparadas pelos dedos longos do mais novo, que sorria também com os olhos marejados.
— Me perdoa, Jungkook!
Ele era sincero, realmente queria se desculpar. Apesar de todo o amor que sentia em seu peito por sua alma gêmea, ele não queria o ver morrer novamente, muito menos sofrer. O seu medo naquele momento era maior.
— Não precisa se desculpa. Como meu irmão sempre diz: algumas coisas não são para ser, e tudo bem.Sorriu fraco, soltando a mão de Jimin e começando a recolher as coisas, guardando-as com cuidado novamente na cesta. Porém, tirou de lá a torta que Jimin tanto amava, entregando a ele.
— Não posso aceitar...
Já soluçava pelo choro.
— Você pode e vai. — Olhou-o pela última vez, afinal, havia prometido a si mesmo que respeitaria a vontade que seu amado teria. — E você sabe que eu não gosto muito de morangos. Você está livre para ir, Jimin.
O mais velho — que segurava a torta nas mãos — tinha lágrimas descendo pelas bochechas. Levantou-se, antes selando rápido os lábios do outro.
— Eu amo você e realmente sinto muito, mas realmente quero que fique vivo e bem.
— Eu também amo você. Vou respeitar sua decisão, mas ainda estarei aqui, mesmo que se passe cem anos.
— Adeus, Jungkook.
— Até breve, mon amour.
Sorriu, pois sabia que não seria a última vez a vê-lo. Afinal, estavam ligados pelo fio vermelho e, apesar disso não ser o bastante, sabia que apenas o ver bem e saudável já era o suficiente para si.
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