História Ensine-me a sobreviver, Daryl Dixon... - 16 - Milagre

Meus olhos se abrem. Estou confusa. O lugar está escuro, logo não sei onde estou, mas aos poucos meus olhos se acostumam com a penumbra. Meus olhos se fixam no soro pendurado acima de mim.

-Daryl, ela esta acordando. - escuto uma voz familiar. 

Negan aparece no meu campo de visão me olhando aliviado. Em um segundo com a respiração pesada, Daryl aparece do outro lado.

Tento me remexer no lugar onde estou. Era tão macio e quentinho... Sinto mãos grossas sobre meu braço. As mãos que eu amo sentir no meu corpo.

-Eu tenho sede. - digo baixinho.

Negan se prontifica a buscar um copo de água enquanto Daryl me encara. Eu não consegui decifrar aquele olhar. O dono do taco de baseball me entrega o copo d'água e eu bebo vorazmente.

-Obrigada.

-Bom, agora que a menina acordou e parece bem, vou voltar pro Santuário... - escuto o homem dizer se afastando. - Preciso resolver umas coisas sérias com alguns parasitas... - julguei estar falando dos últimos acontecimentos. - Pega leve com a garota, caçador.

Não o escutei mais. Agora um pouco mais acordada, me forço para sertar na cama e Daryl me ajuda escorando minhas costas no travesseiro. Estive ali uma vez antes, era a enfermaria de Alexandria, a Dra. Denise havia examinado meus pés machucados e tratado de mim.  Não imaginei que estaria ali tão cedo.

-Eu pensei que ia te perder, Ellie... - a voz grossa do homem sai baixa e com um pingo de angústia.

-Me desculpe, Daryl, mas eu precisava saber se isso era verdade... Eu agora sei que posso salvar o mundo. Se a gente descobrir alguma... - parei ao ver o caçador balançando a cabeça e quebrando seu contato visual comigo.

-Para com isso... - algo morno e molhado caiu em meu braço. Daryl estava chorando. - Você não sabe o que eu vi... Você tava lá. Igual a um rato de laboratório. Você... Você quase morreu... Eu quase te perdi! - finalmente seus olhar cruzou com o meu e eu senti um aperto tão grande no peito que chega doeu.

-Daryl... Eu... Não me lembro do que aconteceu depois que eu adormeci... - olho para ele suplicanto um exclarecimento.

-Me impressiona... Porque eu podia te ouvir gritar lá do andar de baixo. Negan e eu subimos aquela escada matando todos no caminho. Você estava apagada quando chegamos, estava nos braços daqueles infelizes. Haviam seringas cheias do seu sangue... Porra, você tá toda furada. A Denise disse que tentaram tirar até a sua medula... E foi isso que te fodeu... Você pode ser imune aos mortos, mas não é imune aos vivos, garota. - Daryl ficou com raiva conforme me contava o que acondecia.

Meus pensamentos me levaram longe naquele instante.

-Negan ficou com Jadis lá dentro daquele quarto. Ele fez ela contar tudo o que estava acontecendo. Ele disse que tem uma equipe, eles chegam de helicóptero e fazem trocas preciosas por simples benefícios. Disseram para extrair tudo o que podiam de você porque se você morresse ou fugisse no caminho de lá seria uma grande perda... Isso não é cert, Ellie. Se você for embora de novo, eu não vou atrás de você. - o caçador diz firme fazendo meu coração apertar mais ainda.

Chego para o lado e o puxo para a maca onde estou. Ele vem sem exitar. Passa um dos braços sob a minha cabeça e me puxa para o seu peito quente. Sinto seu cheiro penetrar nas minhas narinas e aquilo era como uma droga. Desde que acordei sentia dores e desconforto pelo corpo todo, mas agora não penso mais nisso. Só consigo me concentrar na sua presença.

Levanto meu rosto e ele me encara, seu peito começa a subir e descer. Forço para subir um pouco e Daryl percebe o que vou fazer, mais rápido que eu, ele se inclina fazendo nossos lábios se encontrarem e um beijo demorado, preciso e necessário. Sua mão gentilmente pousou pelo meu pescoço e desceu até meus seios dando uma leve apertada. Enquanto isso eu acariciava seu abdômen colocando a mão por debaixo de sua camisa. Ele para o beijo e sorri levemente.

-Não podemos fazer isso, durona. Você ainda está de repouso... - ele beija minha testa.

Parecia que toda a sua raiva e preocupação haviam se esvaído.

-Eu acho que eu aguento, Sr. Dixon. - digo manhosa.

-Fala de novo. Fala meu nome desse jeito... - disse fechando os olhos.

- Sr. Dixon... - minha voz sai repleta de desejo.