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História Entre o Humano e a Besta - O Réquiem de um vampiro. - Um invasor inesperado


Escrita por: SirenSong

Notas do Autor


Yooooooo amores
Então, eu estou reescrevendo a história, espero que gostem de como ela vai ficar.

Capítulo 1 - Um invasor inesperado


Fanfic / Fanfiction Entre o Humano e a Besta - O Réquiem de um vampiro. - Um invasor inesperado


Havia o cheiro de terra úmida 
Havia o gosto quente e vermelho na boca 
Haviam corpos de pessoas estranhas em volta 
Roupas estranhas. 
Havia uma estrada de areia preta, dura como pedra. 
Haviam luzes assustadoras, caixas de metal, 
Carruagens sem cavalo, mais rápidas que corrente de rio. 
Nem mesmo o céu era o mesmo. 
Nem o ar, o mesmo cheiro. 
As casas eram de algo que nunca antes vira. 
O medo era o mesmo 
A fome, era maior


— — — |— — — - — - — — —| — — —

O pequeno Arthur estava animado e impaciente ao mesmo tempo. Hora batia os pés inquieto, hora colava o nariz na janela do carro quando suspeitava de algum movimento entre as árvores. As sombras noturnas alimentavam sua imaginação infantil com intensidade, mas não conseguiam entretê-lo por muito tempo.

— Eu estou com fome… — Resmungou.

— Se você não tivesse dado todo o seu lanche para os patos, teria o que comer agora.

— Mas eu queria engordar eles!

— Não funciona bem assim. —  Respondeu sem conseguir conter o riso.

O menino se voltou novamente a estrada. Adorava sair para caçar com seu irmão, mas a viagem era longa demais para ser suportada pela paciência infantil.

— A gente tá perto?

— Estamos na metade do caminho.

— Victor, por que temos que descer a montanha? Tem floresta perto de casa, por que a gente não caça lá?  – Finalmente perguntou.

— Não tem animais próximo a propriedade.

— Por quê?

— Porque a presença de Nicolai afasta as feras.

— Por quê?

— Para que a Aba* (avó) possa colher suas ervas sem se preocupar em ser atacada por um lobo ou uma raposa. — mais velho respondeu pacientemente.

— Eu posso proteger a Aba!

— É mas antes você não tinha nascido, não é?  

O menino afundou desanimado na cadeira do carro. Victor apenas riu assanhando o cabelo do irmão. O pequeno se perdeu em seus pensamentos até voltar a sua rotina usual de perguntas.

— E antes do Nicolai, quem protegia a família?

— Hum... boa pergunta, mas o Nicolai protege a família a muito, muito tempo.

— Tipo a Aba?

— Desde antes de a Aba nascer.

O pequeno se calou novamente por alguns instantes verdadeiramente intrigado.

— Mas ele não parece mais velho que a Aba.

— Curioso não? — O mais velho instigou.

— O que ele é?

— O que você acha que ele é?

— Eugene me disse que ele é um vampiro, que quando eu crescer, ele vai morder meu pescoço até sair sangue, e que eu vou ficar chorando no chão.

— Arthur, Eugene estava apenas brincando com você. Não precisa se preocupar, a mordida não dói.

O menino teria perguntado se o irmão já havia sido mordido, mas sua fala foi ocultada pelo impacto do carro se chocando com algo.

— Acho que atropelamos, um veado você está bem? – Perguntou o mais velho. A criança respondeu com um “Uhum” choroso.

Então houve outro estrondo, algo estava sobre o capô. Uma besta banhada em sangue vestida com trapos avançava no vidro tentando quebrá-lo. A criança gritava assustava enquanto Victor dava a ré e tentava manobrar o carro de modo a derrubar a criatura.

O pneus marcaram o asfalto com um barulho estridente. A criatura rolou e caiu no chão. Victor avançou a toda velocidade retornando para casa, era sua única chance. O ser medonho havia desaparecido do retrovisor, só para fazer Arthur gritar novamente quando começou a bater na janela do garoto.

Faltava pouco, o vidro havia trincado.

Estavam quase chegando, a mão da fera agarrou as roupas do pequeno.

Victor deu uma pancada violenta no porta luvas que abriu derrubando uma arma. O rapaz dividia sua atenção entre a estrada e a mira. Três tiros, nenhum acertou Arthur, sua maior preocupação, mas agora o vidro estava completamente estraçalhado.

A criatura desapareceu por um momento deixando para trás um eco de desespero. Artur gritava, mas sua voz foi abafada quando a besta se chocou novamente na porta agarrando-se na janela. O impacto foi tão forte que tirou o carro do rumo. Victor tentou manobrar, mas perdeu a mão do volante.

A criatura voou longe enquanto o caro erguia suas rodas, deixando pelo chão um caminho de faíscas enquanto a lataria arrastava no asfalto. Victor tentou se concentrar no que estava a sua volta, mas tudo o que viu foi Arthur desmaiado escorregando pelo cinto de segurança e a criatura levantando ao longe, investindo contra o carro com toda a sua sede. Era o fim. O jovem fechou os olhos, mas o som de algo se chocando contra uma árvore lhe fez abrir novamente.

“Nicolai…” Foi a última coisa que pensou antes perder finalmente a consciência.

Esperança, foi a última coisa que sentiu.

***

Nicolai estava furioso, faltava pouco para ele próprio perder o controle. Quem ousava invadir seu território e atacar sua criadagem? Lançou a criatura com toda a sua força o mais longe possível. 

— O que você quer no meu território? —  perguntou com a autoridade de um rei enquanto se aproximava.

A besta levantou novamente, deixando trapos de tecido no chão. Seus olhos encaravam o vampiro flamejando num azul furioso, ela expôs os dentes irritada com aquele que se punha entre ela e seu alimento. Então avançou.

Pare! — O vampiro ordenou evocando o poder se seu sangue, mas para sua surpresa, a criatura ignorou e investiu novamente contra o carro.

Nicolai a interceptou novamente. Ela tentou se soltar rasgando-lhe a pele com unhas pontudas, sujas de sangue e terra, mas não teve muito sucesso. O vampiro lançou a criatura numa árvore próxima, afastando-a do carro, levando a luta para longe dos olhos indevidos. Antes que ela pudesse reagir novamente, ele já havia lhe imobilizado, suspendendo-a pelo pescoço com uma das mãos enquanto socava o peito da besta com a outra para quebrar o torax, então enfiou os dedos através da pele agarrando a única coisa que mantinha aquele ser amaldiçoado andando pela terra.

Medo e desespero.

Controle e poder.

O coração parecia pulsar como o coração de um humano, escorregava pelos seus dedos numa sensação deliciosa. Uma melodia ritmada, excitante, erótica, viciante. O vampiro respirou fundo por puro reflexo, memória de um hábito antigo que custava a perder, e concentrou-se na besta. Era melhor terminar isso rápido antes que seus antigos demônios acabassem despertos. Nicolai começou a forçar o órgão para fora do corpo, não iria deixar um vampiro descontrolado em suas terras.

A criatura agarrava seu braço tentando lutando pela sua existência. Seus olhos não tinham mais a fúria de outrora, antes disso, seu olhar suplicava numa expressão medonha e comovente, ao mesmo tempo. Se permitiu prestar um pouco de atenção no ser que estava prestes a destruir, ela uma jovem de feições delicadas, embora estivesse tão imunda quanto seu vestido. Este, por sinal, resistia bravamente em poucos pedaços de pano. As presas denunciavam a fera, os olhos luminosos das feras noturnas… cintilava em azul? Que tipo de criatura era essa? 

Mas isso não era seu problema. Sequer entendia porque havia começado a prestar atenção nessas coisas. Então continuou, indiferente às perguntas que se formavam em sua mente.

Ela arquejou quando ele repuxou o órgão. Um som tão desolado que o vampiro sentiu uma pontada em seu próprio peito. Ela não disse uma palavra, apenas continuou com as mão em torno do braço do vampiro tentando impedi-lo de sair. Olhando-o profundamente, clamando pela própria vida. O que diabos estava acontecendo? Por que ele estava parando para notar na isso? Será que estava preso em algum poder do sangue dela?

Focou sua mente e puxou a mão com força. Mas soltou o orgão quando sentiu que o seu próprio coração estava prestes a ser arrancado do seu peito. Sentia-se sufocado, apavorado, desesperado. Mas aquelas não eram suas emoções, eram?

A criatura desabou no chão completamente acuada, como um animal ferido. Contudo, antes que o sangue amaldiçoado fechasse a ferida, antes mesmo da besta  começar a pensar em se recompor ou fugir, Nicolai já havia transpassado um galho no buraco que fizera, empalando o coração da fera.

***

Victor e Arthur foram socorridos pelos demais membros da família.

Nicolai removeu da criança as lembranças da experiência, direcionando o trauma ao acidente de carro. Em seguida, lançou a besta inerte em uma cela subterrânea. O porquê ele estava mantendo-a, nem mesmo ele compreendia, mas ponderava se isso era algo que ele deveria investir em descobrir


Notas Finais


Mistéeeeeerios

Bom por hora é isso
Beijinhos vermelhos pra vocês
e mantenham seus corações dentro da sua caixa torácica
☆ ~('▽^人)


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