História Entre a Razão e a Sensibilidade - I cant feel Without ya

*AJ*

Completara um mês que ela estava internada, 12 dias que ela havia saido da UTI, ela parecia bem melhor, de certa forma tínhamos nos aproximado, não exatamente como casal, parecíamos mais grandes amigos do que outra coisa, ela sempre ficava desconfortável quando o assunto nosso relacionamento como casal, surgia e por isso passei a não falar disso.

Algo me incomodava extremamente, sempre que ela estava na presença de outro boy, pessoa da equipe, ou mesmo Lisa, ela se soltava, ficava espontânea e eu podia ver até mesmo brilho em seus olhos e já comigo, riamos, brincávamos, mas ela como que se envolvia em uma concha, e ficava na retaguarda

Ainda tinha certos comentários feitos por Nick que martelavam em minha mente, mas que chocavam-se com o que eu sentia e as evidencias do que tínhamos vivido.

Nick começou a indagar certas coisas, pois ao ver dele, se o amor era verdadeiro e intenso, não poderia ser esquecido de tal fora. Será que algum dia ela me amou de verdade? Será que ela me usou para chegar nos EUA, trabalhar com um grupo de grande nome e agora aproveitou o que aconteceu para me dar um tchau?

Tinha horas que essas perguntas faziam sentido, mas eu tinha evidências de que eu que fui atrás dela, eu que insisti dela largar tudo por uma vida ao meu lado, e ela se entregou por completo a mim, se tornou mulher em meus braços, ela ia ser mãe do nosso filho.

Inclusive Lisa pediu que eu procurasse o diário dela e a entregasse, para que ela desse ao meu anjo, para que lesse e visse tudo relacionado a nós e tivesse evidências mais concretas e também me prometeu contar para meu anjo sobre o bebê que teríamos assim que voltar da pequena viagem que fez com Nick, agora que ela está mais forte, recuperada e achamos melhor ela contar por que talvez não acreditasse se fosse eu que contasse, e ela tem também no celular o vídeo do ultrasom. Ela estava com meu anjo, ninguém melhor pra dar essa notícia que segundo Lisa será outro baque, pois era um grande sonho que estava se realizando pelo meu anjo e por mim também

Confesso, após todos esses dias já me sinto de mãos atadas e impotente, já pensei  até em ir ao Brasil buscar a mãe dela, e a Sophy que com aquele jeito dela pode ajudar a trazer as lembranças do meu anjo, mas estranhamente Sophy evaporou, o celular só dá desligado, Kevin tem se queixado bastante o fato de que ela sumiu do Skype, a notícia que temos pela minha sogrinha e pai de Lisa, é que ela está bem, indo ao trabalho, porém tudo vago demais, estou vendo a hora que Kevin vai atrás dela, mas sinto que tem algo errado ..... E minha intuição diz que tem haver com aquele Sertanejo que estava na festa, mas em fim, isso é problema de Kevin

Dentro de alguns dias ela terá alta e amanhã vou dizer que to preparando tudo para nossa casa recebê-la de braços abertos

Já era tarde, eu estava levando o tal diário e flores como todos os dias fazia, era uma maneira de dizer que a amo em gestos. Eu nunca fui intuitivo, mas  quando acordei a tarde porque eu ficava mais acordado a noite e dormia toda manhã até a hora de eu voltar pro hospital, não houve um dia que eu não estivesse lá, eu estava vindo para ela para nosso amor

A tarde estava chuvosa e fazia frio, olhei pela janela e estranhamente um peso veio sobre meu coração, acompanhado de um nó na garganta, uma sensação estranha, nunca fui intuitivo, mas aquilo me incomodou profundamente. Fui no quarto que mandei preparar no andar de baixo para ela, onde era meu antigo escritório, fechar as janelas por conta da chuva, e tudo estava ficando bem aconchegante, com uma cama king uma cômoda com dois portas retratos, uma da Festa de Sophy e outra nossa no Jardim Botântico e nossa com Ozzy nosso filho canino até então, tv, dvd, frigobar , luminárias e um sofá cama, possívelmente para mim até eu poder estar ao seu lado novamente, com uns vazos de flores que ela adora.

Estava ansioso de ter sua luz e alegria em casa que sem sua presença perdia completamente a vida. Se tudo ocorrer bem,  dentro de dois dias ela terá alta; fechei a porta e saí rumo a floricultura e em seguida ao hospital.

Como todos sabiam na recepção que eu era o noivo dela, eles deixavam eu entrar sem precisar falar para o outro acompanhante deixar o quarto, até porque ela não estava mais frágil como antes.

Eu fui e vi a porta entre aberta, aquela manhã Kevin ficou com ela já que Lisa estava em viagem com Nick e só voltaria na tarde seguinte.

Acabei ouvindo o que não queria e não devia porque cortou meu coração e eu fiquei sem chão.

Ela perguntou pro Kevin se ele tinha um apartamento para ela e a prima dela fisioterapeuta que vinha da Europa até ela se recuperar ficarem até ela ver algo ou até mesmo, estava pensando em voltar para o Brasil, pois não queria prejudicar ninguém, mas minha presença embora a deixasse segura o fato de sempre ser cobrada por algo que ela não podia dar a angustiava e era melhor terminar o que nunca deveria na cabeça dela ter começado, pois não seria capaz de me fazer feliz como ela sentia que eu merecesse, por sermos de mundos completamente distintos.

Ouvi as poucas palavras de Kevin tentando argumentar e simplesmente não tive forças para entrar naquele quarto e permanecer ali, como se nada tivesse acontecido.

Simplesmente me afastei secando umas lágrimas que teimavam cair...

Dei uns passos até a lixeira, joguei as rosas vermelhas fora e sai pelo corredor, descendo pelo elevador segurando a dor de ver nosso amor escorrer por entre meus dedos, sem poder fazer nada, era um misto de dor, revolta, raiva.

Fui até a recepção, pedi um papel e uma caneta para escrever um bilhete:

“Ao contrário do que você pensa, os momentos mais felizes que já vivi foram ao seu lado, foi ao seu lado que por muito pouco não me tornei pai, e maior felicidade do esta, impossível, mas essa fatalidade levou nosso anjinho e se ainda assim não foi o suficiente para você ter dimensão do amor que nos unia, não vou te sufocar mais, te cobrar o que segundo você nunca deveria ter existido. Fique bem, releia o que você sentia e se um dia, tudo vir à tona, sabe onde me encontrar, só espero não ser tarde e tudo tenha se apagado em mim”

Escrevi e dei na recepção com o diário pedindo para ser entregue no quarto dela, uma das atendentes viu me transtornado e perguntou se precisava de algo, uma água talvez, mas neguei com a cabeça.

Saí, peguei o carro e comecei a dirigir sem destino certo