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História Entre amor e vingança - A linguagem do olhar


Escrita por: RobertaDragneel

Notas do Autor


Então, agora os capítulos estão sendo postados com mais frequência.
espero que continue assim ^^
Nesse capítulo não foquei muito em vingança ou até mesmo na história da Amaterasu
O foco é nas relações da personagem principal com os demais personagens ao seu redor.

Capítulo 13 - A linguagem do olhar


Fanfic / Fanfiction Entre amor e vingança - A linguagem do olhar

O sinal tocou, todos foram para as suas salas mas eu permaneci no terraço. Minhas mãos continuavam a apertar a grade com força, meu olhar estava distante. Era como se houvesse uma batalha dentro de mim, eu me questionava se o caminho que escolhi trilhar é o melhor. Será que vai me trazer felicidade? Foi um alívio saber que o Dylan Hall estava morto e que eu o matei, menos um lixo nesse mundo. Porém, talvez aquilo só trouxe um sentimento fugaz pois não me sentia completa. Ainda estava em pedaços e me sentindo perdida.

Depois de um bom tempo de reflexão, me sentei com as costas apoiadas na grade. Abracei com força os joelhos encostando a cabeça sobre eles. Eu queria estar em casa descansando, não estou acostumada a tanto esforço físico e psicológico em tão pouco tempo. Meu corpo caiu para o lado e acabei deitando no chão do terraço, minhas pálpebras pesaram e tive que fechá-las. O sono veio tão rápido que não tive tempo de pensar em mais nada sobre o rumo da minha vida.

Acordei com o maldito sinal tocando, abri os olhos com dificuldade e sentei no chão acariciando meu rosto. Não dormi no melhor lugar do mundo, na verdade acho que é um dos piores para descansar pois estava com uma terrível dor no pescoço. Desci para a sala, peguei a mochila colocando-a nas costas, o sol já estava desaparecendo. Quando cheguei na saída do colégio, o Kiran estava encostado no muro com as mãos no bolso. Ele observava os carros com um olhar vazio, pensava em algo muito profundo. Eu senti uma pontada de curiosidade mas me contive. Ao me ver, abriu um de seus sorrisos e logo se aproximou.

- Demorou, hein. – Falou ajeitando a mochila e começando a andar para o caminho da minha casa.

- Não pedi para que me esperasse. – Eu apenas o segui.

-Pedindo ou não, eu sempre irei te acompanhar para casa. Além de garantir a sua segurança, é algo que eu gosto. – Ele falou normalmente abrindo mais um sorriso, achei estranho ele não tocar no assunto do Yatori.

- Mas nós mal conversamos, seu idiota... – Eu desviei o olhar um pouco sem jeito. Como alguém gosta da minha presença? E ele, pois eu o trato tão mal.

- Uma conversa não é feita somente de meras palavras. Gestos, olhares, respiração, batimentos cardíacos, suspiros e outras coisas são uma forma de conversar. Nos comunicamos sem ao menos perceber, eu gosto dessa nossa comunicação. – Disse sem olhar para mim, apenas encarou as poucas folhas de cerejeira nas árvores ao nosso redor.

O Kiran é incrível quando quer, suas reflexões vão além do que um garoto em sua idade diria. Ele é extremamente paciente comigo, mesmo sabendo que eu o odeio. Ódio... É esse o sentimento que eu alimento pelo Kiran?

Não pude deixar de olhar o indiano de canto, seu olhar é tão profundo e cheio de dor. Não sei ao certo porque defino-o dessa forma, apenas sinto que a nossa conexão significa mais do que parece. É como se ele sentisse as minhas dores e eu as dele.

- C-Como... Como foi a aula?- Eu falei um pouco nervosa, era a primeira vez que puxei assunto. O Kiran me encarou surpreso, suas bochechas morenas coraram um pouco e logo abaixou o olhar.

- Foi chata, eu não gosto de matemática e mal entendo o assunto. Eu estava ansioso para que a aula acabasse logo pois queria... – Ele corou mais ainda e manteve a cabeça baixa. – ... queria te ver. Queria saber se você estava bem, pelo visto me preocupei em vão.

- É... -  Eu lembrei do olhar dele quando me viu quase beijando o Yatori, coloquei a mão no peito sentindo uma leve dor. – Mas obrigada por se preocupar comigo, Kiran. – Tive coragem para erguer o olhar e encará-lo.

-E-Er... D-De nada... -  Os olhos dele se encontraram com os meus, o silêncio se fez presente por longos segundos. Ele engoliu seco, desviei o olhar e ele fez o mesmo. – E a sua aula? Como foi?

Eu falei sobre o meu dia chato, evitei tocar no assunto do “quase beijo”. Conversamos o caminho inteiro, não encarei ele depois daquele momento. Me sentia estranha quando isso acontecia, muito estranha mesmo. O Kiran também não me encarou, parecia envergonhado e ainda estava um pouco corado. Quando chegamos na minha casa, ele acenou sorrindo normalmente como sempre fazia. Eu apenas acenei séria, me virei e entrei em casa.

A semana correu tranquilamente, não falei com o Yatori durante os dias que se seguiram. Ele respeitou o meu espaço. Finalmente chegou o sábado, ajudei o meu pai a arrumar a casa e me esforcei demais pois sentia meu corpo doer.

 O resto do dia foi normal, trabalhei na cafeteria como sempre faço. Tive que forçar um sorriso para os clientes senão perderia o emprego e isso não é bom, tenho que gastar muito com essa vingança.

Eu estava de costas limpando uma mesa, meu corpo estava inclinando e meu olhar fixo na madeira que brilhava refletindo o meu rosto sem expressão. Ouvi alguns comentários de garotas sobre um rapaz parecendo um príncipe, apenas ignorei como sempre. Quando fui me afastar da mesa, alguém sentou na cadeira ao meu lado e eu olhei essa pessoa já pegando o bloco de anotações. 

Não pude deixar de ficar surpresa ao ver que era o Yatori, ele me encarou sorrindo e logo apoiou seus braços na mesa. Disfarcei a minha reação forçando um sorriso, tinha várias pessoas aqui e eu não podia gritar com ele.

- O que deseja, senhor? – Segurei firme o bloco de anotações.

- Um café. – Ele inclinou a cabeça me olhando de cima à baixo, senti um leve nervosismo. – Você está linda, Sakura.

- Não... – Eu estava corada, meu coração disparou até que eu lembrei daquele dia. Todo aquele nervosismo sumiu e voltei a expressão fria de sempre, me virei e fui até o balcão.

Era óbvio que eu fiz o possível para ignorar aquele maldito, porém sua presença me dava um certo desconforto. Não me sentia sem jeito como costumava estar perto dele, queria sair correndo dali o mais rápido possível. 

O tempo passou, vários clientes entraram e saíram mas o Yatori permaneceu ali tomando café, já era a terceira xícara. Estar com ele me trazia péssimas lembranças, devo admitir que às vezes vinham lembranças boas e aquilo me sufocava. Reviver o maldito dia toda vez que eu olhasse para ele, era uma forma de me destruir aos poucos. Encostei o ombro na parede olhando o chão, não me sentia nada bem.

Tanto tempo aqui só pode significar que ele quer conversar comigo, isso me deixa nervosa. Agora estou me lembrando do beijo, meu coração acelerou e não sei o que fazer para voltar ao normal. Eu quero me afastar dele mas parece impossível. Ele sempre vai estar perto de mim, é uma forma de pedir desculpas pelo o que fez mas eu não posso perdoá-lo.

Gritos agudos de meninas me tiraram dos meus pensamentos, ergui a cabeça confusa e vi o Kiran entrando na cafeteria. Ele estava usando um tipo de camisa branca mas ela era muito longa pois chegava até os seus joelhos, a calça era branca também e folgada. Todavia, algo chamou a minha atenção quando olhei para o seu rosto. Ele estava usando brincos de argola e havia algum pontinho em sua testa, parecia uma joia vermelha. Se aproximou de mim abrindo um enorme sorriso e logo foi para a mesa. Eu estava surpresa e paralisada até que  a gerente me cutucou.

- Vai lá atender o gatão, parece que ele gostou de você. – Sorriu maliciosamente.

Aquilo me deu um pouco de reviravoltas no estômago, deve ser nojo. Fui até ele fingindo sorrir mas logo me apoiei na mesa com minhas mãos e o encarei séria. Ele apenas me encarou com um olhar inocente.

- O que faz aqui, seu idiota? Por acaso está me seguindo? – Falei me segurando para não gritar.

- Claro que não, priy. – Ele usou o hindu para se expressar e isso me deixou mais confusa ainda. – Estava passeando por essas ruas em busca de alguma roupa mais moderna e para a minha surpresa, eu vi o Yatori entrando aqui.

- E por que entrou também?

- Eu sei como você se sente desconfortável perto dele, não quero que se sinta assim então eu resolvi te salvar dessa situação. – Ele pegou o bloco de anotação que estava em cima da mesa e escreveu a palavra “chá” nele. Obviamente era o seu pedido, sua letra é bem feita e com contornos diferentes de qualquer caligrafia que eu já vi. – Não entrei na mesma hora que ele pois seria muito evidente as minhas intenções. Prefiro ser o mais discreto possível, além do mais eu já vim algumas vezes aqui.

- Ora mas o seu plano não deu cer... -  Eu desviei o olhar para Yatori enquanto falava, pude ver sua expressão de desconforto e ciúmes. Ele não estava gostando de tanta aproximação minha com o indiano. – Quer dizer, ele não está se sentindo confortável com a situação.

- Eu não disse?! Agora vou aproveitar e tomar um bom chá. – Falou calmamente.

Suspirei pesadamente indo até o balcão, depois de entregar o pedido ao Kiran tudo ficou mais calmo. Não sentia nenhum clima tenso entre mim e o Yatori, isso foi um grande alívio pois pude trabalhar o resto da tarde tranquilamente.

 Só que havia um pequeno problema, o clima estava pesado entre o loiro e o indiano. Eles não paravam de se encarar, olhares sérios e desafiadores, senti que essa era uma batalha que eu não podia travar. O Kiran olhava o Yatori como se o ameaçasse de algo, ele se sentiu ofendido e encarou o indiano com raiva. Logo, ao final da tarde, ele deixou o dinheiro na mesa e foi até mim.

- Foi bom te ver de novo, Sakura. – Sorriu gentilmente e desviou o olhar para Kiran, depois voltou a me encarar. – Desculpe qualquer incômodo, eu queria que a nossa relação  melhorasse mas não está fácil. Principalmente com o seu novo “amiguinho”. – Pareceu incomodado ao dizer aquilo.

- Ele não é o meu amigo, só um stalker qualquer. – Olhei Kiran de canto, ele estava de braços cruzados e fazendo biquinho ao ouvir as minhas palavras, aquilo era... fofo. Hein? Achar o Kiran fofo? Não! Nunca! Ele é um idiota como qualquer outro.

- Entendo... -  Yatori suspirou aliviado, acenou para mim com um leve sorriso nos lábios – Tchau, fofa.

E então sumiu do meu campo de visão, senti vontade de socar o rosto dele com todas as minhas forças mas tive que me conter. Logo depois de pagar o chá, Kiran me esperou sair do trabalho pois achou melhor estar ao meu lado caso alguém apareça ou o Yatori venha me incomodar.

 Não adianta discutir com esse cabeça dura, só pude aceitar sua companhia. Na verdade, fui forçada a aceitar. Em poucos minutos o meu turno acabou, troquei de roupa e sai da cafeteria me encontrando com o indiano que estava sentando em um banco, olhando o céu.

- Vamos? – Disse séria.

- Vamos! – Ele saiu dos pensamentos, saltou do banco e saiu andando.

- Espero que o Yatori não apareça novamente aqui. -  Suspirei enquanto andava ao lado do indiano.

- Se isso acontecer é só me avisar, eu quebro a cara dele. – Kiran falou entre um de seus mais enormes sorrisos.

- Você devia parar de se intrometer na minha vida pessoal, nossa única relação é de interesse próprio. Eu purifico a espada e você me ajuda a purificar esse mundo acabando com aqueles malditos. – Falei baixo pois tinha medo de alguém nos ouvir. Kiran olhou ao redor e viu a rua um pouco vazia, resolveu dar continuidade ao assunto.

- Estou investigando sobre o próximo local onde há a pedra, seguindo a lógica que a minha família estudou, vamos ter que lidar com o elemento ar. – A brisa bateu em nós, o cabelo de Kiran flutuou dançando ao vento.

- Quando iremos pegar a pedra? – Senti um aperto no peito ao lembrar que não fui capaz de usar a pedra da terra, talvez eu seja uma fracassada nesses assuntos místicos.

- Daqui há dois meses, quero me preparar melhor do que antes. Não me perdoaria se algo acontecesse com você. – Falou sério, aquilo fez eu me sentir desconfortável de alguma forma.

- Dois meses? Enquanto isso vamos terminar a minha vingança.

- Não é uma boa ideia...

- Por que?!  - Fiquei claramente irritada com aquilo, queria logo acabar com todo o ódio guardado dentro de mim.

- Se todas as mortes ocorrerem em uma sequência temporal, é muito capaz de suspeitarem de uma de vingança. As investigações iam se tornar mais intensas, o raciocínio do detetive ia apontar para acontecimentos que interliguem as cinco pessoas. Se descobrirem o que aconteceu naquele dia,  já era. Vamos ser pegos e tratados como meros assassinos, é isso o que você quer? – Ele me encarou fixamente nos olhos, parei de andar e abaixei a cabeça fechando os punhos com força.

-Não... Eu quero que eles paguem por tudo que fizeram mas não quero ser comparada à esses lixos, eu sou diferente.

- Então seja paciente, todo esse tempo de espera vai valer a pena. Confie em mim.

- Eu já disse que não confio em ninguém. – Eu voltei a andar e ele fez o mesmo.

- Não foi o que pareceu na pirâmide. Por um breve momento eu senti que você confiou  a sua vida à mim... Claro que pode ser só impressão minha.

- Claro que é impressão sua, seu idiota!

Ele andou de cabeça baixa por um bom tempo, parecia perdido em seus pensamentos. Senti vontade de confortá-lo, dizer que não precisava ficar triste pois eu sou uma boba que trata todos mal para fortalecer o escudo que fiz envolta do coração. Sem pensar, estiquei a minha mão em direção à sua até algo fez com que eu recuasse a minha mão.

Tocá-lo seria aceitar tudo o que eu passei como se não tivesse acontecido nada. Não é só o Yatori que me traz péssimas lembranças, o Kiran também. Afinal, foi ele que me salvou naquele dia e o seu cheiro de camélia me faz lembrar de como eu fui tratada como um mero objeto. Sinto vontade de vomitar toda vez que esses pensamentos invadem a minha mente mas tenho que ser forte senão não serei capaz de completar a minha vingança.

- Você vai ao festival das cerejeiras? – O Kiran me olhou animado, eu fico surpresa como ele pode mudar tão facilmente de humor.

-Não, prefiro ficar em casa e estudar. Não tenho tempo para essas idiotices. – Falei seca olhando para o horizonte, a caminhada foi longa e eu podia ver a minha casa logo à frente.

- Ah, entendo... – Ele pareceu triste mas disfarçou com um sorriso. – Eu queria muito ir, na Índia não tem essas coisas. Mas acho que esse ano não seja um bom ano para ver.

- Por que?

-Porque você não vai estar lá... – Ele parou de andar quando percebeu que estávamos na frente da minha casa. – É, chegou sã e salva.

- Sim... – Me senti desconfortável quando ele falou da importância que a minha presença tinha no festival de cerejeiras, era algo confuso pois eu era somente uma conhecida para ele. – Aliais, por que eu nunca te vi usando brinco?

- Na escola é proibido essas coisas. – Ele falou tocando de leve a argola do brinco, suspirou e olhou para a rua. -  As escolas no Japão são cheias de regras, não que eu esteja reclamando mas podiam aceitar as diversas culturas.

- Se sente incomodado ao seguir esses padrões na uniformização dos alunos? – Eu estava curiosa, antes eu não suportava ouvir falar das histórias do Kiran mas agora eu despertei o interesse.

- Sim, queria ser eu mesmo mas não dá. Já chamo muita atenção com a minha aparência, isso me incomoda.

Eu não imaginava que o Kiran não gostasse de chamar atenção, sempre pensei que ele fosse um egocêntrico como a maioria dos garotos bonitos. Espera, eu acabei de dizer que o Kiran é bonito?! Bem... Os seus olhos são uma característica marcante. Acho que a beleza dele está além do que todas as outras garotas veem.

- Com brinco ou não, será impossível para você ser discreto... -  Cruzei os braços suspirando.

- Eu sei, a aparência sempre se destaca e acho que isso incomoda algumas pessoas... – Ele pareceu triste falando sobre isso, eu decidi animá-lo só dessa vez.

- Sua aparência pode se destacar para aquelas pessoas de mente vazia que só veem isso e nada mais. Para mim, o que realmente merece atenção é a sua expressividade. Você se comunica muito bem com o olhar, não tem como ignorar seus olhos e o que eles transmitem.

Kiran ficou muito surpreso com tais palavras, era evidente que ele não esperava isso de mim. O vento estava mais forte, nossas roupas balançaram de leve e seus olhos ficaram ocultos por um breve momento devido às mechas de cabelo salientes que estavam inquietas com a ar ao nosso redor. Meus olhos ficaram fixos aos seus, não consegui olhar para baixo pois o par de olhos cor de mel me prenderam novamente.

 O corpo do indiano se inclinou um pouco para que seu rosto ficasse na altura do meu, ele se aproximou mas logo parou. Voltou à postura normal, inclinou a cabeça sorrindo e fechou os olhos com uma expressão alegre em sua face.

- Obrigado, Sakura! Obrigado mesmo. – Olhou o relógio de ouro em seu pulso, ao analisar a hora apenas fez uma reverência e saiu andando pela rua. – Se cuida, nos vemos na escola! – Acenou enquanto andava.

- Humpf, tchau. – Mantive os meus braços cruzados olhando o indiano se afastar de mim, o meu coração estava um pouco acelerado mas não entendo o motivo.

A noite foi de puro treinamento de artes marciais, eu melhorei muito nos meus golpes desde que realmente me dediquei. Quando meu corpo ainda estava machucado era difícil praticar pois qualquer movimento brusco causava uma dor imensa. Eu não treinava somente pela vingança, agora tinha que estar pronta para qualquer monstro que eu iria enfrentar futuramente.

 Depois do treino, tomei um bom banho e passei algum tempo conversando com o meu pai. Fui para o quarto quando estava me sentindo sonolenta, antes disso eu fui até a varanda e fiquei olhando as estrelas. Até mesmo elas me causam angústia, isso não é bom. Um fio de luz subiu ao céu e explodiu em um brilho intenso e colorido.

Ah sim, o show de fogos do festival das cerejeiras. Esse é o momento em que todos aceitam que não verão as belas flores rosas tão cedo, parece um pouco triste.

Fiquei olhando os fogos de artifício fazerem a sua dança no céu, aquele brilho não me causava alegria. Eu estava morta por dentro e nada podia mudar isso, nem mesmo a beleza que estava diante de mim. Suspirei indo para a cama, me joguei nela olhando o teto até que senti o meu celular vibrar. 

Era muito estranho receber mensagem de alguém à essa hora e fiquei muito surpresa ao ver que era uma imagem do show de fogos. O Yatori tinha me enviado e mandado um mini texto logo abaixo, dizendo: “Mesmo que você não esteja aqui, posso sentir que está olhando para o mesmo céu que eu. Isso me conforta pois me dá o sentimento de esperança e essa esperança que me faz seguir em frente. Nunca esqueça que mesmo no céu mais escuro pode aparecer a mais bela luz, siga essa luz e será feliz.”

Senti vontade chorar, meu corpo tremia e eu estava corada ao ler aquela mensagem. O Yatori está tornando cada vez mais difícil odiá-lo. Como odiar o garoto que faz o meu coração disparar? Por sorte lembro de todo o desespero que eu senti ao vê-lo me abandonar, parei de tremer e o meu coração se acalmou. 

Deixei o celular de lado fechando os olhos, foi uma noite difícil parar dormir e eu acabei passando maior parte do tempo tentando apagar todos os sentimentos que eu sentia pelo Yatori. Somente ao ver que eu estava começando a odiá-lo de verdade que eu consegui dormir em paz, sonhei que estava perdida no meio da escuridão e então uma imensa luz brilhou logo na minha frente. Corri seguindo essa luz mas logo acordei, o despertador não havia tocado mas o intenso calor do sol foi capaz de me fazer se afastar dos meus sonhos.

Kiran POV´s ON

Ver os fogos de artifício do telhado não é algo muito legal, eu realmente queria ir mas sem a Sakura não seria legal. Quero mostrar à ela que o mundo ainda é colorido, que nem sempre toda a dor deve ser mais forte do que você. 

Tudo bem chorar e desabar às vezes mas não deve ser abatido por isso, ela não está sozinha. Tem um pai amoroso, uma amiga verdadeira e um cara que se preocupa com ela: o Yatori. Por mais que eu não goste dele, devo admitir que eu espero que ele realmente se arrependa do que fez e que a Sakura o aceite de volta. Só assim ambos serão felizes. Já está decido, vou ajudar a uni-los mas você me deve uma, seu loirinho medroso.

Fui para o meu quarto, deitei na cama olhando para a janela. O céu é realmente bem estrelado nessa época do ano, será que a Sakura gosta de estrelas? Bem, preciso descansar para ter boas ideias sobre o meu plano de deixar a Sakura feliz.

Não precisa sorrir para mim...apenas sorria.

 


Notas Finais


Algumas curiosidades sobre o capítulo de hoje:
1- A roupa que o Kiran estava usando era um Kurta Pijama
(imagem abaixo:)

http://1.bp.blogspot.com/-CeBkLwiD-Vg/U01dcsHBuqI/AAAAAAAAL5s/OepWX51v1-w/s1600/wajahat-mansoor-latest-summer-eid-kurta-pajama-salwar-kameez-collection-2013-mens-boys-8.jpg

2-Priy quer dizer querida em híndi.

3- Yatori e Kiran aparentemente se odeiam mas o Kiran só quer ver a Sakura bem, provavelmente ele vai aceitou o Yatori no final do capítulo pois viu que ele mexe com a garota.

4- O brinco, a roupa e o chá foram referências à cultura indiana.


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