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História Entre amor e vingança - Erguendo os punhos por uma boa causa


Escrita por: RobertaDragneel

Notas do Autor


Quando fui começar o capítulo, pensei em fazer algo bem monótono.
Porém algumas ideias vieram em minha mente, ainda bem.
Nesse capítulo a Sakura deu um grande passo, tanto no sentido físico quanto psicológico.
Ela está tentando não depender tanto da ajuda do indiano para se defender, ela está aprendendo muito e a sua força de vontade a levou longe.
A Miku é uma peça fundamental nesse capítulo e também na história, ela é um pedaço importante da protagonista.
O Yatori também irá aparecer, porém com menos importância.
Sem mais enrolação, vamos ao capítulo.
Tenham uma boa leitura! ^-^

Capítulo 20 - Erguendo os punhos por uma boa causa


Fanfic / Fanfiction Entre amor e vingança - Erguendo os punhos por uma boa causa

Eu acordei logo olhando para o teto. Estou tão dolorida dos treinos de jiu jitsu, foi difícil levantar da cama. Para piorar, tinha que ir à Yanai para o santuário Tanmangu. Hoje seria o Tenjin Matsuri, um grande evento aqui no Japão.

Ainda era cedo mas eu precisava me arrumar logo, a viagem seria um pouco cansativa. Saímos cedo de casa e eu fiquei olhando a paisagem pela janela do carro. O sol ainda não havia aparecido, percebi que o relógio em meu pulso marcava mais de 4 horas da manhã. Apenas me encolhi no casaco preto macio que envolvia o meu corpo. Acabei dormindo e acordei quando já havíamos chegado em Yanai.

A cidade estava bem movimentada para aquele horário, eram quase 8 horas da manhã. Eu e o meu pai resolvemos ir em algum restaurante próximo daquele local. Coloquei as mãos no bolso do casaco, andando pelas ruas da cidade e sentindo a brisa fria em meu rosto. Ao chegar no restaurante, escolhi uma mesa do lado de fora onde eu poderia observar o movimentos das pessoas. Elas estavam tão animadas para esse evento.

- Esse local à noite ficará belo... – Meu pai comenta olhando para a rua.

- Sim. – Murmura suspirando baixo.

A cidade era simples, o verde tomava conta do local. Um vasto gramado envolvia aquela cidade, as pessoas usavam roupas sem muitos acessórios. O ambiente era agradável. Respirei fundo aquele ar puro e logo tomei um longo gole do cappuccino que havia pedido. Isso acabou me trazendo lembranças dos dias que passei na Coreia do Sul.

Flash Back ON

- Algum problema?

- Hã... Não, não. – Respiro fundo e vejo que o garçom já havia sumido. – E o seu pedido?

- Eu já fiz, pedi um mocha. Não me ouviu? – Ele ria baixo, as bochechas levemente coradas e com um sorriso meigo no rosto. – Está muito distraída, Sakura.

- Claro que não! – Digo meio irritada mas logo volta a expressão normal. Não estou conseguindo ficar irritada com ele por muito tempo.

Enquanto o café não chegava, fiquei observando a paisagem ao meu lado. Várias arvores com suas folhas balançando conforme o vento batia nelas. As crianças andando pela rua gritando e pulando animadas. Os casais apaixonados murmuravam palavras de amor, com sorrisos bobos e bochechas rosadas. O tempo estava agradável, o vento morno batia em nós e fazia com que nossos cabelos ficassem mais bagunçados. O pôr do sol brilhava com sua luz laranja, meus olhos ficaram fixos na cena até que nossos pedidos chegaram.

- Parece delicioso. – Diz Kiran sentindo o aroma do seu café.

- Uhum... – Balanço a cabeça concordando e experimentando o cappuccino italiano.

O leite, o chocolate e o café esquentaram o meu interior. Suspiro pesadamente com aquela sensação confortante que a bebida me trazia. Fechei os olhos sendo levada por aquele momento. Não parecia que eu tinha acabado de matar uma pessoa, era só mais um dia comum. Quando encarei Kiran, ele estava boquiaberto depois de ter experimentado o seu café. O indiano voltou a beber em longos goles, também sendo levado pela sensação da bebida. Havia um bigode de leite em seu lábio superior, parecia uma criança agitada por causa da cafeína. Apoiei o cotovelo na mesa e a palma da mão serviu como apoio para o meu queixo. Fitei o moreno e ele fez o mesmo.

- Hum?

Kiran percebeu o bigode e começou a rir. Uma risada alta e contagiante. Todos na cafeteria olhando para a gente, eu podia ter me escondendo de vergonha mas não quis. Ninguém ali nos conhecia e isso era bom. Voltei a beber o café enquanto ele limpava o bigode.

Flash Back OFF

Tivemos uma longa conversa sobre o colégio. Meu pai perguntava animado sobre qual faculdade eu escolherei, ainda não decidi essa etapa da minha vida. Logo estarei no terceiro ano e não tenho nenhum plano para o futuro. Isso é frustrante.

O dia inteiro foi agitado, pessoas por todos os lugares. Os vendedores gritavam animados de suas barracas. Acho que perdi a noção de tempo pois eram 7 da noite. Eu andava distraída com as mãos no bolso, meus olhos no chão pensando em como iria executar o próximo passo da vingança. É o Kiran quem decide esses detalhes.

Quando olhei ao meu redor, não vi o meu pai e só então percebi que tinha me perdido dele. Fiquei com raiva de mim mesma por ser tão distraída nessas horas. O local estava lotado, logo começaria a queima de fogos e isso causava agito entre as pessoas. Fiz o possível para passar entre a multidão, eu era empurrada de um lado para o outro e suspirei pesadamente. Seria uma trajetória complicada até o meu pai. Ergui a cabeça tentando acha-lo mas foi em vão, até que senti uma mão em meu ombro. Virei de costas o mais rápido possível, preocupada com essa estranha pessoa que me tocou.

Kiran POV’s ON

Devo admitir que tive dificuldades para levantar da cama. Eu precisava cuidar da casa enquanto a minha mãe estava fora com a minha irmã. Foi um completo silêncio logo de manhã, nenhuma das empregadas apareceu.

Desci as escadas brilhantes como ouro usando um roupão vinho com bordões de ouro. Olhei ao redor com uma expressão de puro tédio. Odeio ficar sozinho. Fui para a cozinha encontrando o café da manhã pronto, a mesa estava repleta de todos os tipos de comidas que eu podia imaginar. Sentei em uma cadeira aleatória e dei uma enorme mordida na torrada.

Será que a Sakura está bem?

Olho para o horizonte distraído enquanto comia. Mal percebi que meu rosto estava levemente quente, me pergunto se estou com febre. Porém, ao conferir no termômetro notei que minha temperatura estava normal. Isso era muito estranho.

Suspirei pesadamente e depois do café da manhã, fui para a biblioteca na ala oeste da mansão. Aquele era o meu lugar favorito, vários livros de todos os tipos. Esse ambiente me ajuda a relaxar. O meu dia foi voltado em obter todas as informações necessárias para conseguir a pedra do ar. Será um desafio e tanto.

Kiran POV’s OFF

Miku POV’S ON

O clima entre os meus pais estava pesado. Cruzei os braços olhando os dois, meu pai dirigia o carro com uma cara de poucos amigos e a minha mãe olhava para o lado séria. Apenas observei tudo do banco de trás do carro, odiava não saber o que fazer.

Minha única opção foi olhar para as próprias mãos, os dedos finos entrelaçados e tremendo um pouco. Sempre fico nervosa quando os meus pais brigam. Isso me incomoda tanto.

Ao chegar em Yanai, meus pais fingiram um sorriso por onde passavam. Aquele momento que festa não podia ser estragado pelos problemas pessoais deles. Fomos até o santuário Tanmangu, um local lindo e bem iluminado. As pessoas conversavam alegremente ao nosso redor e por um instante eu pude esquecer de todos os meus problemas.

O dia estava sendo legal, bem melhor do que o esperado até que meus pais voltaram a brigar. Eu parei no meio da rua encarando eles agindo daquela forma egoísta.

- Acha que essa viagem pode mudar algo? – Minha mãe questiona irritada.

- Não sei do que está falando. – Meu pai comenta olhando para o lado.

- Você sempre preferiu o trabalho do que a sua família, vivia chegando tarde em casa e quando as coisas não iam bem no trabalho você resolve beber. Eu estou cansada dessa vida! – Ela diz gritando.

- Agora está jogando a culpa do relacionamento toda em mim?! Você é uma péssima dona de casa e...

Eu recuei lentamente balançando a cabeça negativamente, não aguentava ver aquilo. Sai correndo o mais rápido que podia, as lágrimas teimavam em sair dos meus olhos e eu queria gritar o mais alto possível. Olhei ao redor procurando um lugar para ficar até que vi alguém conhecido no meio da multidão. Era a Sakura. Não pensei duas vezes e corri até ela com todas as minhas forças. Apoiei a minha mão no ombro dela e logo a mesma se virou rapidamente.

- Sa... Sakura-chan... – Falei ofegante e ainda chorando.

- Miku?! – Ela parecia surpresa. – O faz aqui? E o que aconteceu?

Fiquei surpresa, fazia tempo que a Sakura não se preocupava com alguém. Sempre parecia distraída em pensamentos sombrios, eu sentia isso. Não pude deixar de suspirar aliviada, eu sabia que a antiga Sakura ainda estava viva dentro dela. Só precisava dar um jeito que fazê-la voltar.

- Os meus pais... Eles... Eles estão brigando demais... – Digo abaixando a cabeça e deixando as lágrimas tocarem o chão. – Tenho medo que se divorciem...

- Hum...

Senti braços me envolverem, isso me deixou confusa e então erguia a cabeça. Sakura me abraçou carinhosamente, ela parecia estar envergonhada por fazer isso e desconfortável também. Porém, ficou em silêncio e afagou os meus cabelos. Apoiei a cabeça no ombro dela, as lágrimas caíam em maior quantidade e eu não conseguia mais segurar o choro.

A música alta do local ajudou para que as pessoas não notassem, pude chorar alto sem incomodar ninguém. Depois de um tempo naquela situação, Sakura me levou para um local afastado. Sentamos em um banco e pude respirar fundo.

- Toma... – Ela diz entregando uma lata de refrigerante que comprou enquanto íamos para aquele local. Logo, sentava ao meu lado permanecendo em silêncio.

- O-Obrigado... – Digo levemente corada e fazendo biquinho. – Muito obrigada mesmo...

Eu tomo um longo gole do refrigerante, suspiro aliviada logo em seguida. Não estava chorando mas sabia que meus olhos estavam vermelhos, isso me deixou sem jeito. Passei um tempo olhando as poucas pessoas que passavam na nossa frente, elas comentavam animadas sobre o festival.

- Sabe...  – Resolvo falar.

- Sim?

- Eu espero que um dia tudo volte ao normal.

- Sobre os seus pais?

- Não... Sobre você. – Encaro Sakura e percebo que ela estava surpresa. – Sinto falta da minha antiga amiga.

- Muitas coisas mudaram, foi necessário. – Diz fria.

- Será que realmente foi necessário? Não tinha outra maneira?

- Não! – Ela grita se levantando. – Esse era o único jeito!

- Afastando todos que você ama? Onde há solução nisso? – Apertei com força a lata de refrigerante nervosa, nunca gostei de discutir com a Sakura.

- ... – Sakura engoliu seco e desviou o olhar se afastando de mim lentamente. – Você não entenderia...

Eu ia falar algo mas ela saiu correndo. Apenas abaixei a cabeça e fiquei encarando o chão. Odeio ficar sem saber o que fazer, queria tanto ajudar a minha amiga. Sim, mesmo me tratando assim eu a considero minha melhor amiga. Preciso fazer algo por ela, vou pesquisar mais sobre o que está acontecendo. Apertei com força a lata de refrigerante.

Algo está errado. O ódio da Sakura pelo Yatori é algo muito forte, ele a machucou mais do que qualquer coisa. E essa união com o tal de Kiran? Para alguém que abomina tanto os relacionamentos até com a melhor amiga, ela está muito próxima desse garoto. Ele é praticamente um desconhecido!

Resolvi andar um pouco, ignorando as pessoas ao meu redor. Joguei a lata no lixo e logo olhei para o horizonte pensativa. Minha mente estava cheia de teorias mas todas bobas, sem nenhuma prova concreta. Não senti quando alguém apareceu na minha frente, eu ergui o olhar para ver quem era.

- Olá, Miku. – Yatori sorria gentilmente.

- Yatori?! – Disse surpresa. – Não te esperava aqui.

- Os meus pais insistiram em vir. – Ele suspirou baixo. Acho que queria ficar em casa. – E então, está se divertindo?

- Sim. – Menti. – A Sakura acabou de passar aqui.

Pude notar o brilho no olhar do loiro ao ouvir o nome da garota. Era óbvio que ele a amava, isso só me deixou mais confusa. Por que o Yatori a machucou? Parece algo impossível para mim. Balancei a cabeça negativamente afastando os pensamentos, não era isso que importava no momento.

- Acho que ela não me quer por perto... – Ele fica desanimado e olha para os próprios pés. – Nunca mais.

- Não diga isso! Não deveria desistir da Sakura-chan, isso é só uma fase ruim que ela está passando.

- Difícil acreditar...

- Espera... – Seguro a mão dele e o puxo para um canto afastado. – Por que a Sakura está tão próxima do Kiran?

Ele me pareceu surpreso com a pergunta e ficou pensando por longos segundos. Parece que essa não seria uma resposta tão fácil de ser encontrada.

- Não sei... – Suspira. – Mas ele não é nenhum parente dela, disso eu tenho certeza.

- É muito estranho ela ter essa aproximação com alguém... – Apoio a mão no queixo. – Eles têm algo em comum...

- Sim, também pensei nisso mas o que seria?

- Não faço ideia mas temos que investigar. Topa fazer isso comigo? – Olho para ele séria.

- Claro, preciso conhecer melhor a Sakura assim vou poder ajuda-la. – Ele abre um largo sorriso sentindo a brisa bagunçar seu cabelo.

Trabalhar como detetive sempre foi um dos meus sonhos favoritos, eu e a Sakura-chan sempre brincávamos disso. Bons tempos...

Depois de uma longa conversa sobre minhas teorias malucas com Yatori, tive que voltar para os meus pais mas eu não os achei tão facilmente. Eu me espremia entre as pessoas buscando uma brecha para passar, estava tão cheio que até respirar tornou-se um desafio. Finalmente consegui sair daquela multidão mas quando me dei conta estava numa rua vazia. Os postes de luz começavam a falhar, no fim das contas a luz da lua foi a única que me acompanhou naquele cenário macabro. Ouvi passos se aproximando e quando me virei era um grupo de quatro jovens. Os rostos irreconhecíveis por causa do escuro, pude notar que um deles fumava e o outro segurava uma garrafa contendo alguma bebida alcoólica.

- O-Olá! – Acenei trêmula.

- Olá, gatinha. Está perdida? – Um deles se aproximou de mim. Eu dei alguns passos para trás recuando.

- Não, estou apenas passando por aqui mas eu já vou voltar para os meus pais. – Disse tentando esconder o medo.

Passei o mais rápido possível por eles olhando o chão. Porém, senti alguém segurar o meu braço esquerdo com força e o apertar. Gemi baixinho de dor e desviei o olhar para trás, os rapazes me olhavam com um sorriso malicioso. Eu tremi de medo e engoli seco.

- Vamos nos divertir um pouco, gatinha.

- Não quero! -  Gritei tentando puxar o meu braço de volta, foi em vão pois ele era mais forte.

- Não seja tão difícil. – O rapaz tirou o cigarro da boca e segurou o meu rosto com força.

Senti os lábios nojentos dele tocarem os meus, o meu corpo ficou paralisado de medo. Eu não sentia as minhas pernas, elas tremiam tanto que eu pensei que iria cair à qualquer momento. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto enquanto eu sentia a língua dele explorar a minha boca.

- N-Não... – Tentei falar ou gritar por ajuda.

Algo ruim iria acontecer comigo, eu precisava pedir ajuda à alguém mas nessa rua escura ninguém apareceria. Uma voz conhecida me afastou dos meus pensamentos, essa voz era da...

- Soltem-na! – Sakura gritou. Ela estava bem perto dos homens, alguns metros de distância e fechava com força os punhos. Fui jogada no chão sendo forçada a se sentar, olhei Sakura pedindo ajudar silenciosamente. Ela entendeu e se aproximou deles em passos pesados.

Por algum motivo que tive um mal pressentimento sobre isso.

Miku POV´s OFF

Yatori POV´s ON

Após conversar com a Miku, não encontrei mais com ela durante toda a noite. Foi horrível passar aquele evento sem a pessoa que eu gosto. Andei pelas ruas com as mãos no bolso e olhando para o chão, acabei esbarrando em algumas pessoa sem querer até que esbarrei em alguém conhecido. O cheiro dela invadiu as minhas narinas e logo eu ergui o olhar. Havia esbarrado na Sakura, ela estava de costas para mim olhando o céu com uma expressão distante. O seu olhar foi desviado para mim e pude perceber como ela ficou surpresa.

- S-Sakura... – Sussurrei sem acreditar que ela estava na minha frente e como estava linda!

- Yatori?! – Ela não conseguiu esconder o quanto estava surpresa com tudo aquilo. Algumas mechas de seu longo cabelo estava caídas sobre o rosto, ocultando-o um pouco. Não consegui esconder os meus sentimentos, eu estava corado. – O que faz aqui?! – Pergunta irritada com a minha presença.

-  Vim ver o festival com os meus pais. – Respirei fundo e virei o rosto , não queria que ela me visse corado.

- Hum. – Apenas sibilou algo sem sentido e seguiu o seu caminho.

Eu estiquei a mão até ela querendo tocá-la, porém era impossível acompanhar a Sakura com aquela multidão. Infelizmente, eu não era pequeno como ela e então não conseguiria passar entre as pessoas com tamanha facilidade. A única coisa que pude fazer foi ver a garota mais linda do mundo se afastar de mim... Novamente.

No final do festival, ouvi uma certa agitação de alguns visitantes. Eles corriam em direção à uma rua vazia, algo aconteceu ali. Eu tentei me aproximar, apesar de ser jogado para os lados pela multidão curiosa. Quando cheguei lá vi algo que me deixou boquiaberto.

Yatori POV´s OFF

- Sa... Sakura-chan... – A voz era de choro. Reconheci de imediato, era a...

- Miku?! – Disse surpresa. – O faz aqui? E o que aconteceu?

Quando a Miku falou dos pais dela, senti um aperto no coração pois eu pude imaginar como estaria sendo doloroso enfrentar essa situação. Por mais que eu abominasse qualquer demonstração de emoções, não suportei vê-la naquele estado. Involuntariamente, eu a envolvi em meus braços e a abracei com força. Era tão embaraçoso, fiz de tudo para esconder o meu rosto. Parece que a Miku percebeu como eu estava mas antes que ela dissesse algo, eu afaguei os seus cabelos. A garota começou a chorar, colocando todos esses sentimentos ruins para fora.

O mais correto a se fazer era leva-la a um local afastado e entregar alguma bebida, talvez assim ela se acalmasse. E foi o que eu fiz.

- Sabe...  – Ela começou a falar.

- Sim?

- Eu espero que um dia tudo volte ao normal.

- Sobre os seus pais?

- Não... Sobre você. – Ela me encarava de uma forma tão intensa me deixando surpresa. – Sinto falta da minha antiga amiga.

- Muitas coisas mudaram, foi necessário. – Digo fria.

- Será que realmente foi necessário? Não tinha outra maneira?

- Não! – Grito me levantando. – Esse era o único jeito!

- Afastando todos que você ama? Onde há solução nisso? – Parecia que ela queria insistir nesse assunto, o que me incomodava muito.

- Você não entenderia...

Não suportaria ficar ali por mais um segundo, lembranças desagradáveis viriam em minha mente e eu não queria isso. Apenas dei as costas e sai correndo o mais rápido possível. Passei pelas pessoas esbarrando por algumas mas não me desculpei, não estava com cabeça para isso. Procurei um lugar pouco movimentado e me sentei em um banco. Fiquei encarando todos ao meu redor, pareciam felizes como esquecessem de seus problemas. Não sou capaz disso, sempre serei assombrada pelos fantasmas do meu passado. Mordi levemente o lábio tentando me controlar.

O tempo passou e eu senti um leve remorso por ter deixado a Miku sozinha. Os pais delas estão passando por uma fase difícil e tudo que eu pude fazer foi fugir. Me levantei e caminhei de volta para o local onde estávamos. Eu estava decidida em me desculpar e depois me afastar dela de uma vez, não posso permitir que ela se machuque pelo o meu “Novo eu”.

Porém, a Miku não estava lá. Olhei para trás e depois para os lados, nada dela. Resolvi procura-la entre as pessoas mas seria um grande desafio. Depois de alguns minutos eu já estava quase perdida, as intensas luzes do local me deixavam confusa e atordoada. Então olhei o céu, ele estava tão lindo e me perdi em pensamentos que nem eu sei descrever. Senti alguém esbarrar em mim, logo me virei para ver quem era.

- S-Sakura... – Yatori murmura surpreso.

- Yatori?! – Isso é péssimo, penso. Mesmo com o meu cabelo atrapalhando a minha visão, pude perceber como ele estava corado. Fiquei surpresa comigo mesmo porque eu não reagi de forma positiva com aquilo. – O que faz aqui?! – Era estressante encontra-lo em uma situação como essa.

-  Vim ver o festival com os meus pais. – Ele disse virando o rosto.

- Hum. – Eu sai dali o mais rápido possível.

O Yatori não era nenhuma preocupação, o meu coração nem estava acelerado. A minha mente apenas se focou na Miku, algo me dizia que ela precisava de mim. Consegui me afastar de toda a agitação do festival e fui caminhando pelas ruas. Era um grande contraste: A rua principal cheia de luzes e alegria enquanto as outras ruas ficavam apagadas em uma intensa escuridão. Ouvi vozes em uma rua próxima, vozes de pessoas jovens e um pouco descontroladas. Não sei explicar o porquê mas senti que deveria estar lá, é como se uma voz doce e suave falasse comigo. Amaterasu, talvez.

Chegando na rua, fiquei boquiaberta com a cena. Duas pessoas seguravam a Miku enquanto a outra a beijava, percebi as lágrimas das garotas e a expressão de nojo em seu rosto. O meu sangue ferveu de ódio.

- Soltem-na!

Miku foi jogada no chão e ficou lá sentada, pedia a minha ajuda usando a linguagem do olhar. Eu me aproximei deles com um olhar frio e então estalei os dedos do meu punho apertando-o com força contra a outra mão.

- Quer se juntar à brincadeira, garotinha? – Um dos rapaz disse se aproximando de mim.

Apenas dei um sorriso de canto, um sorriso frio e sem emoções. Tirei do bolso luvas pretas, elas evitariam que digitais minhas fossem encontradas no local. Nesse momento eu agradeci mentalmente ao Kiran pelas dicas valiosas.

- Acham que podem intimidar alguém assim? – Digo friamente e fico frente a frente com um dos rapazes. Ele tinha cabelos castanhos escuros e ondulados, usava uma roupa toda mal vestida e cheirava à saquê. Apenas balancei a cabeça negativamente. – Você cheira à lixo.

- O que você disse, sua vadia?!

Ele tentou me dar um soco mas apenas joguei levemente o meu corpo para o lado. Segurei o pulso dele e então o torci para o lado. Pude ouvir ele gemer de dor, ainda segurando o seu braço puxei-o para mais perto. Dei uma joelhada na barriga dele, logo me abaixando um pouco e dando um soco em seu queixo de baixo para cima. Ele recuou caindo no chão tonto.

Os outros amigos dele se encararam surpresos e correram até mim. Apenas suspirei pesadamente, seria um saco lidar com esse idiotas. Corri até eles o mais rápido que podia, logo estava entre eles. Nenhum foi capaz de acompanhar a minha aproximação repentina, me abaixei quase tocando o chão. Apoiei a mão direita no solo e girei o pé dando uma rasteira nos três, todos caíram como o previsto. Subia em cima do primeiro que vi e comecei a dar socos em seu rosto, os ossos da minha mão iam de encontro com a mandíbula dele e em pouco tempo ela já estava quebrada. Eu queria mais e mais, vê-lo sofrer era tudo que eu desejava.

Senti uma mão no meu ombro me puxando, apenas joguei o meu corpo completamente para trás, desviando de um soco. Observei o punho passar reto pelo ar, chutei o queixo do rapaz que eu estava batendo anteriormente e com isso eu consegui impulso para me levantar dando um mortal para trás. Na hora do mortal eu ergui bem uma das minhas pernas e chutei a mandíbula de um dos homens, lançando-o para fora. Joguei o meu cabelo para trás e se aproximei do terceiro homem, ele e o seu amigo recuavam assustados.

- O que foi? As menininhas estão com medo? – Falo ironicamente enquanto estalo o meu pescoço, apoiando a mão sobre ele.

- S-S-Sakura... – Miku murmura sem acreditar.

- Você vai pagar! – O terceiro homem se aproxima irritado.

- Ah... Eu vou? – Tento conter a risada macabra e piso no rosto do amiguinho dele que estava largado no chão. – Ops! – Começo a pisar com força nele e os gritos de agonia do mesmo ecoavam pela rua vazia. – Pessoas como vocês são um incômodo... – Inclinei levemente o meu corpo para baixo e segurei firme no cabelo daquele homem caído. – Eu preciso... – Comecei a arrastar ele pela rua segurando o seu cabelo, ele se debatia tentando escapar mas estava sem forças para isso. O rosto todo deformado e banhado com o próprio sangue. - ... me livrar de pessoas assim. – Joguei ele aos pés do seus amiguinhos.

Senti passos atrás de mim, revirei os olhos. Ele realmente não desiste. Era o mesmo homem de antes, eu rapidamente me virei erguendo a perna direita o mais alto possível. O chute no rosto dele foi certeiro, ele caiu no chão inconsciente. Dei nos ombros e me virei para os demais colocando as mãos no meu casaco preto.

- Quem é o próximo? – Pergunto friamente.

Os dois homens de pé voltam a correr até mim, sem pensar duas vezes. Porém, desta vez eles se separaram e cada um foi para um lado, em uma tentativa idiota de me cercar. Apesar do olhar frio, o meu sangue estava fervendo por dentro e eu ansiava por mais desta “batalha”. Eles partiram para cima de mim ao mesmo tempo, era tudo que eu queria.

Tirei as mãos do bolso e joguei o meu corpo para frente com tudo, apoiei ambas as mãos no chão gelado. Era um golpe que eu queria fazer mas era muito arriscado, tentei abrir as duas pernas mas um deles foi mais rápido e chutou a minha barriga. Acabei caindo no chão mas dei logo uma rasteira nele e me levantei. Fui recebida com um soco pelo seu companheiro mas me mantive de pé.

- Sério? Você bate como uma garotinha. – Digo limpando o sangue em meu nariz, esfregando-o no meu braço.

Ele abriu a boca para reclamar de algo mas recebeu um chute em seu peito. Adorei vê-lo cambalear para os lados tentando respirar, eu vi o seu amigo tentando se levantar e chutei com força o seu nariz. Senti o nariz do mesmo se quebrar, deixei escapar uma risada de satisfação. Caminhei até o rapaz que tentava respirar, ele acabou cuspindo o cigarro para fora da boca e me encarou assustado.

- D-Descul...

Antes mesmo que pudesse falar algo, dei um forte golpe em seu pescoço e assim, ele desmaiou. O meu corpo estava tão quente, os nervos à flor da pele. Olhei por cima dos ombros, o meu rosto um pouco apagado pelas longas mechas do cabelo que caíam sobre ele. As luzes dos postes que às vezes acendiam, o uivo do vento e a luz da lua contribuíam para demonstrar a minha expressão macabra. Eu me senti como um demônio sedento por sangue e vingança.

O quarto homem engoliu seco, pude notar como estava assustado. Havia urinado nas próprias calças. Que patético. Voltei a me aproximar dele, estava adorando vê-lo como um gatinho indefeso, ou melhor, um verme inútil pronto para sofrer. Ele virou para Miku e esticou o braço em sua direção.

- P-Por favor... – Miku choramingou sentindo o seu cabelo ser puxado com força.

Em questão de segundos eu já estava atrás daquele verme e segurei firme o seu pescoço. Apertei com tanta força que quase o quebrei, o ódio estava tomando conta do meu corpo. Estava com mais raiva do que quando fui executar a minha vingança, isso era confuso.

- N-N-Não... – Ele tentava falar e soltei o cabelo de Miku.

- Cale a boca! – Gritei irritada e o joguei contra a parede ao lado, fazendo-o bater as costas com força nela. – Vamos negociar. – Comecei a me aproximar dele e peguei uma garrafa de bebida do chão.

O rapaz parecia ter mais de 25 anos, cabelo preto curto e uma pequena franja no lado direito de seu cabelo. Ele usava roupas de grife, provavelmente era algum playboy que saiu para curtir com os amigos esbanjando o dinheiro do papai. Eu quebrei a garrafa no chão e me abaixei diante dele, segurando a ponta afiada do vidro bem próxima ao seu pescoço.

- Vamos fazer o seguinte... – Eu falava enquanto cutucava levemente a ponta do vidro no pescoço dele. – Você esquece o que acabou de acontecer e eu não faço nada com você e os seus amiguinhos.

- ... – Ele apenas engoliu seco. Entendi que estava aceitando as minhas imposições.

- E se achar que estou blefando... Bem... – O meu olhar estava sem vida, senti como se não fosse eu mesma. O ódio em meu coração havia me mudando mais do que imaginei. – O sotaque de vocês, o cheiro de café, as roupas caras e o costume em andar em grupos... Vocês devem ser de Daikanyama, certo?

- C-Como...? – Ele tentou falar mas eu pressionei com mais força a garrafa.

- Shiu... Só eu falo aqui. Se você continuar importunando garotas ou pensar em fazer alguma reclamação sobre o que ocorreu... – Mudei totalmente o tom da minha voz, deixando-a assustadora. – Eu te mato.

Foi bom saber que esse desgraçado entendeu o recado, pois apenas acenou positivamente com a cabeça. Fechei os olhos tentando manter a calma, queria mata-lo porém apenas dei um soco que o fez desmaiar. Ao me levantar, desviei a minha atenção para Miku. Ela tremia assustada, contudo, não era com eles e sim comigo. Caminhei até ela tentando parecer calma, o sangue ainda pulsava animadamente em minhas veias. Percebi que um dos rapazes, aquele que eu deformei o rosto, estava tentando se levantar. Coloquei as mãos no bolso e então chutei a cabeça dele, logo ele caiu novamente no chão e desta vez desmaiado.

- Consegue se levantar? – Sussurro olhando para o horizonte.

- A-Acho que sim... – Miku diz com a voz trêmula e se levanta com certo grau de dificuldade.

Olhei para ela preocupada e a mesma estava me encarando. A brisa gelada bateu em meu rosto e o meu cabelo dançou no ar. Miku não conseguiu falar nada, o seu corpo tremia e eu não sabia definir se era de frio ou de medo. Provavelmente ambos. Suspirei pesadamente tirando o meu casaco e colocando sobre os ombros da menor.

- Vamos sair daqui. – Digo seca, tirando as luvas e estico a mão para ela.

- V-Vamos... – Ela segura firme a minha mão, o que me deixa surpresa. Pensei que estivesse com medo mas ainda confia em mim, sabe que não vou machuca-la. Pensei enquanto andava, saindo daquela rua o mais rápido possível.

Ficamos em silêncio por um longo tempo, eu já estava bem calma mas não sabia exatamente como falar com ela depois daquilo. A minha amiga me viu batendo pra valer em quatro caras bem mais velhos do que eu.

- Sabe, Sakura-chan... – Miku resolve falar, a sua voz quase falha.

- Sim, Miku? – Não quis olhá-la.

- Eu não sei exatamente o que está acontecendo mas eu estou aqui para te ajudar. – Ela aperta a minha mão. – Porque... Porque... Nós somos amigas, certo? E é isso que amigas fazem...

Eu poderia gritar com ela, descontar toda a minha tensão mas ela não merecia isso e nem eu sentia essa raiva. Fui rude e exagerada, descontando minhas energias negativas em que não merecia. Eu percebi que se eu liberar todo esse ódio em quem realmente merece, me sentirei bem melhor. Apenas balancei a cabeça positivamente.

- Sim, somos sim.

Olhei Miku por cima dos ombros e ela estava sorrindo como se nada houvesse acontecido. As bochechas coradas e algumas lágrimas escorrendo pelo rosto. Como pude me afastar de alguém assim? Estou ficando tão cega pela vingança?

Consegui encontrar os pais de Miku, eles a abraçaram preocupados e fizeram milhões de perguntas que eu ignorei. Ela apenas sorriu e disse que estava passeando comigo, olhou para mim de canto e acenou com a cabeça. Eu entendi que ela guardaria o que aconteceu como um segredo, um segredo nosso.

- Bem, vou indo. – Digo dando as costas para eles e acenando.

- Espera! E o seu casaco? – Questiona Miku.

- Você me entrega quando a gente for lanchar no intervalo. – E depois disso e eu adiantei os meus passos, sumindo entre as pessoas.

Logo descobriram o que eu fiz, uma multidão foi até a rua vazia e encontraram os quatros rapazes incapazes de se levantar. Pude ouvir o barulho da sirene da ambulância e comentários desnecessários.

- Te encontrei!

O meu pai correu até mim e me abraçou com força. Ficou me apertando para ter certeza que eu estava inteira. Não é comigo que deveria se preocupar. Falei que estava passeando com a Miku, inventei detalhes falsos que tenho certeza que ele não questionaria. Depois disse que queria ir para casa pois estava muito cansada. Sem pensar duas vezes, ele envolveu o braço em meu ombro e caminhamos juntos de volta para o carro.

- Os fogos foram lindos esse ano, não acha? – Ele diz com um sorriso bobo.

- Sim.

Eu menti. Não vi a queima de fogos, estava ocupada procurando a Miku e depois dando uma surra naqueles malditos. Não me arrependo de ter perdido esse espetáculo, ele não tem nenhum sentido para mim.

No caminho para casa, senti o meu celular vibrar. Era uma ligação do Kiran, olhei de canto para o meu pai e ele parecia muito distraído na estrada para se preocupar com a minha ligação. Dei nos ombros e atendi a ligação.

- O que é? – Digo rude.

- Você está bem? Algo aconteceu? – Ele parecia preocupado.

- Não, por que pergunta? – Fico confusa.

- Não sei explicar mas senti um mal estar no peito. Parecia que algo ruim estava acontecendo... – Ele ficou alguns segundos em silêncio e respirou fundo voltando a falar. – Uma energia muito ruim tomou conta de mim e da...

- Da... ?

- Depois explico, esse não é o momento nem a hora certa. Apenas me diga que está bem.

- Estou sim. – Suspiro baixo, ainda não compreendo porque ele se preocupa tanto comigo.

- Ufa... – Ouço o seu suspiro de alívio. – Nossa! Olha a hora, vai dormir logo quando chegar desse festival!

- Ei! Quem é você para mandar em mim, idiota?! – Gritei do outro lado. – E... É c-claro que eu vou dormir... – Desvio o olhar fazendo careta. – Agora, tchau! – E desligo na cara dele. Logo ouço o meu pai rir baixo e o olho confusa. – O que foi?

- Vocês dois... – Ele balança a cabeça afastando os pensamentos. – Nada.

Eu resolvi não insistir nesse assunto, estava muito cansada e acabei dormindo no carro.

Acordei já no outro dia, na minha cama e bem encolhida debaixo do cobertor. Sentei na cama coçando os olhos e bocejando. Depois de fazer a minha higiene pessoal, desci as escadas e ouvi o meu pai conversando com alguém. Por quanto tempo eu dormi? Questiono me aproximando dos dois indivíduos e percebo que o meu pai conversava com um policial que estava encostado na porta.

- Filha! – Meu pai se vira abrindo um largo sorriso. – O senhor policial disse que quer falar com você.

- Comigo? – Pergunto confusa se aproximando deles.

- Sim, tenho algumas perguntas a te fazer. – O policial diz me encarando com um semblante sério.

No mesmo instante o meu sangue congelou, o único motivo para ele estar na aqui era por causa da minha vingança. Eu fui descoberta, o plano foi por água à baixo. Serei presa e toda a minha vida e o meu sofrimento terão sido em vão.

Essa não...


Notas Finais


Então, o que acharam? Muita coisa mudou na protagonista.
Quase que a Miku sofre o mesmo que a Sakura, ainda bem que ela tem uma amiga durona.
No próximo capítulo, o foco será direcionada à busca da pedra do ar.
Aliais, o que vai acontecer? Por que a polícia está procurando a protagonista?
O plano de vingança chegou ao seu fim?
Aguardem o próximo capítulo...


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