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História Entre amor e vingança - O novo eu e o encontro inesperado


Escrita por: RobertaDragneel

Notas do Autor


Deixem a imaginação de vocês voarem com esse capítulo!
o/
Beijos no coração.

Capítulo 5 - O novo eu e o encontro inesperado


Fanfic / Fanfiction Entre amor e vingança - O novo eu e o encontro inesperado

A tranquilidade que minha casa se encontrava era incrível. Como meu pai trabalhava até tarde, eu aproveitava esse tempo para arrumar os cômodos e pôr os estudos em dia – como ainda não posso voltar para o trabalho. A faxina seria o menor dos problemas, senão fosse por meu corpo ainda dolorido do que houve naquela maldita noite. Apoio a mão sobre a costela, fechando os olhos com força e recordando de toda a dor que o ferro quente me causou. O ódio borbulhava meu sangue como o elemento principal para que ele exercesse a sua função.

Após passar duas horas estudando, minha cabeça afundou no livro de história e a sentia latejar. Não importa quantas vezes eu tente, nunca vou conseguir aprender história. Suspirei pesadamente, erguendo o olhar para o relógio de parede e sendo levada por seu “Tic-Tac”. Ele era como um hipnotizador pois senti que minha mente não obedecia meus comandos. Ao fundo do som dos ponteiros, escutava meus gritos pedindo para que parassem e as risadas maldosas. Os gritos e as risadas aumentavam cada vez mais... Cada vez mais...

Dou um salto assustada ao ouvir a campainha tocar, ficando de pé e deixando a cadeira cair sem querer. Minha respiração desregulada e o rosto assustado evidenciava que o trauma ainda me atormentava como uma maldição. Abri a porta após recuperar o fôlego, logo o perdendo mais uma vez ao ver quem estava ali.

Minha expressão mudou ao ver uma silhueta que se aproximou de onde eu estava, pude notar que usava o uniforme do meu colégio. Vi um rosto moreno, cabelos sedosos e levemente cacheados e dois olhos cor de mel. Por alguns segundos fiquei presa aos misteriosos olhos que me encaravam. É o menino que conheci hoje! Não tem dúvida pelos seus olhos, e pela aparência, é claro. Eu estava segurando a porta encarando atentamente aos detalhes do garoto à minha frente até que, com um sorriso, ele falou comigo:

— Olá, deve se lembrar de mim, nos conhecemos hoje — ele riu e eu fiz o máximo possível para lembrar do seu nome, a memória foi a meu favor novamente. — Você esqueceu o seu livro. — Kiran estendeu a mão, analisei o livro e o peguei rapidamente.

—Valeu. — disse seca, olhando para a grama.

— Espero poder te ajudar com o que aconteceu — olhei Kiran surpresa.

— Como assim "me ajudar"? 

— Pelo o que você passou, suponho que deseje vingança e eu posso ajudá-la. — sorria gentilmente e isso me causou calafrios.

— Não quero sua ajuda! — Chutei a barriga do indiano idiota, o olhando furiosa — Vá embora! 

Fechei a porta com força, fiquei de costas para ela e olhei para o teto de casa. Ele só está blefando...Não quero ninguém se aproveitando de mim novamente. Amanhã vou ler um bom livro e me acalmar, isso o que eu vou fazer. Espero nunca mais falar com esse tal de Kiran. Corri até a cozinha e devorei tudo que vi pela frente. Estava tão cansada que acabei indo para o meu quarto e dormi, sem parar para refletir nas palavras frias daquele garoto.

Abri os olhos, olhei para o despertador e notei que estava atrasada. Tomei o banho mais rápido possível, comi em instantes e sai correndo para a escola. Pude sentir as mechas do meu cabelo voarem com a brisa fresca da primavera, a cada obstáculo na minha frente eram altos pulos, e com isso, cheguei mais rápido na escola do que esperava. Como o professor ainda não estava na sala, coloquei meus fones de ouvido e folheei minhas anotações da noite passada. O som das pessoas falando, os passos delas, tudo ao meu redor me enojava. Achei que não podia piorar até ver Yatori chegando na sala, ele me encarou, respirou fundo e foi até a minha direção.

— Sei que está brava comigo... — ele abaixou a cabeça - Mas peço mil desculpas por tudo que eu lhe causei, não era a minha intenção ter te deixado. Mesmo assim, não quero que pensa que eu te abandonei. Posso te contar o que eu fiz naquele dia. — ele fez uma reverência em pedido de desculpas. — Não mereço o seu perdão mas quero que saiba que eu te amo muito e não suportaria te perder.

Devo ter visto algumas lágrimas no rosto de Yatori mas ignorei, apenas observei o seu ato ridículo diante de mim. Quando ele levantou a cabeça, o encarei sem vida e através do meu olhar dava para notar toda a raiva que havia dentro de mim. Ao vê-lo dar alguns passos para trás, claramente assustado com minha expressão nada amigável, resolvo descarregar um pouco do meu ódio.

— Não me importo mais com o que você pensa, e não use a palavra "amar" na minha frente, entendeu?! Chega de mentiras e de ilusões, encare a verdade. Eu não dou a mínima para você, por causa do seu jeito desprezível de ser. — cuspi palavras nele e apenas observei sua expressão de tristeza. Ri daquilo baixinho e vi ele se retirar.

Preciso continuar assim, com mais um pouco de ódio eu não sentirei mais nada, não vou me machucar nunca mais. Mas minha maior preocupação é como encontrar aqueles malditos homens que me feriram. Continuava a pensar e elaborar planos até que Miku se aproximou de mim em mais uma tentativa de me ajudar.

— Não devia ter sido tão rude com o Yatori. — disse Miku.

— Isso não é da sua conta. — declarei seca e voltei a ouvir música.

No intervalo, eu fui até a biblioteca e fiquei lendo algumas coisas interessantes. A brisa da manhã era realmente relaxante e o livro era muito bom, passar esse mês lendo me ajudou muito. Minha mente se distraía com algo que não fosse as malditas lembranças. Tudo estava tranquilo até que algo pulou em minha direção e ficou sentado na janela, tomei um susto com a aproximação misteriosa.

— Olá, garota — acena o moreno de olhos cor de mel, abrindo mais um de seus típicos sorrisos alegres.

— Eu tenho nome, sabia?! — resmunguei. — E não devia aparecer assim, pode assustar alguém.

— Não sabia que eu era tão feio assim. — Kiran abaixou o olhar fazendo cara de cachorro sem dono.

Seu conceito de beleza está terrível e mal atualizado, pensei. Arrumei os livros nas estantes e procurei alguns de história. Estava de costas para o moreno mas a sua presença era intensa, e não deixei de olhar um pouco sobre os meus ombros.

— O que faz aqui? Me atormentar de novo? — disse voltando a minha atenção aos livros de história.

— Quero te ajudar, só isso — sua voz parecia inofensiva como o miado de um gatinho.

— Não preciso da sua ajuda! — gritei mas ao notar a minha ação, procurei me recompor.

— Eu sei onde os homens que te machucaram vivem. — Kiran falou baixinho e me virei para ele surpresa, deixei um livro cair no chão.

— Como assim? — me aproximei dele — não tem como você saber onde eles moram!

— Tem sim, sei dos dados pessoais de cada um. Nome, idade, endereço, tudo sobre a família e o emprego também.

— Como alguém como você poderia saber disso? — apontei o dedo para ele.

— Simples, minha cara. — Kiran segurou a minha mão delicadamente e depositou um beijo — Eu apenas investiguei, e conheço um pouco desta cidade e das pessoas que nela vivem. Sei muito bem quem faria coisas assim com você.

Puxei a minha mão imediatamente, fiquei encarando sua expressão calma. Eu estava indignada com sua atitude "cavalheira" e com um desejo de vingança maior. Não deixei de soltar uma risada medonha, o que acabou assustando o Kiran. Respirei fundo e olhei no fundo dos seus olhos castanho claros. Voltando para os olhos, eles são lindos. Parecem realmente gostas de mel, brilham com a luz do sol e possuem ternura. Espera...espera, preciso ter foco. Foco!  Balancei a cabeça afastando os pensamentos. Mostrei o meu punho para o garoto a minha frente e cerrei os dentes expressando raiva.

— Espero que não esteja brincando senão... — Kiran colocou sua mão sobre a minha e deu uma leve risada. Eu a afastei o mais rápido que pude e fiz careta de nojo, ele riu novamente.

— Confie em mim. – um sorriso calmo surgiu em seus lábios.

— Não confio em ninguém — resmunguei.

— Entendo, pelo menos tente.

— Melhor não, mas o que quer em troca me ajudando? — decidi mudar o rumo da conversa.

— Quero que me ajude com algo e volte a ser uma deusa. — ele sorriu de novo.

— O que?! — gritei chamando a atenção de todos do local, desviei o olhar constrangida e falei para Kiran sem entender nada. — Deusa? Do que está falando?

Esse garoto usa drogas.

Kiran suspirou, saltou da janela e se sentou na mesa ao lado. Fez um gesto para que eu me sentasse também. Ele me encarou sério, pela primeira vez, juntando suas mãos e apoiando-as em baixo do queixo, dizendo:

— Pode parecer confuso para você mas... És a reencarnação de uma antiga deusa. — eu estava prestes a falar algo, mas ele fez sinal para que eu só escutasse, sem entender nada continuei calada — Vou te contar a história.

Era só essa que me faltava. Estou evitando história e terei que lidar com uma agora, penso rolando os olhos e suspirando.

— Era uma vez, uma antiga deusa chamada Amaterasu, ela era bela e cuidava de tudo no planeta mas ela sentia falta de algo: amor. Mas os humanos não podiam vê-la nem tocá-la, isso a deixou muito triste e, em um certo dia, ela resolveu passear em uma floresta longe de seu lar. A floresta era sombria, assustadora e habitada por criaturas do mal, mas Amaterasu tinha o poder de purificar as trevas e por isso não temeu nada que vinha até ela. No meio da sua caminhada ela encontrou um demônio, ele era o rei daquele lugar, mas parecia tão infeliz. — comecei a prestar o máximo de atenção na história, aos poucos minha mente ia assimilando tudo o que acontecia. — "O que há com você?", foi o que a deusa perguntou, a pobre criatura disse que queria ser amada por alguém mas todos queriam matá-lo. Com pena e afeto por esse ser, Amaterasu passou seus dias fazendo companhia ao demônio e não demorou muito para que eles se apaixonassem.

— E final feliz, não é? — interrompi.                

— Não, — Kiran riu e prosseguiu. — Mas os outros deuses não apoiaram esse relacionamento e lançaram uma maldição nos dois. O demônio foi condenado a não poder mais ver a luz que Amaterasu emitia e ela não podia mais conviver nas trevas porque a enfraquecia. Com raiva e ódio dos outros deuses, apaixonado resolveu criar uma espada, reunindo o poder dos dois. Com essa espada, eles conseguiram fazer a sua vingança, mas o ódio corrompeu a arma e essa se tornou um perigo para a humanidade. Amaterasu guardou a arma e decidiu nunca mais ver o seu amado para que não houvesse mais problemas, e acabou.

Eu estava boquiaberta e confusa, lembrei dos detalhes da história mas continuava confusa. Balancei a cabeça e coloquei meus dedos entre as mechas escuras do meu cabelo, respirei o mais fundo possível. Ainda não entendo nada.

— Então, eu sou a reencarnação de Amaterasu? O que eu faço? — esperei respostas mais objetivas.

— Sim, seu dever é encontrar a espada e purificá-la por completo. Minha família por gerações tentou resolver esse problema, mas nunca encontramos a arma e ninguém tem o poder de purificar o mal.

— Como posso fazer isso? Espera... Essa pessoa não sou eu! Não tenho nenhum poder.

— Ainda... — Kiran sorriu. — O meu poder é sentir a presença da deusa, ou de sua reencarnação. Quando te vi no galpão, tive certeza que era você.

— Você se enganou! — me levantei da cadeira pronta para sair dali até que uma mão me segurou.

— Por favor, acredite em mim. Eu preciso de você, garota. — seus olhos cor de mel brilharam.

— Meu nome é Sakura. — revirei os olhos.

— Eu sabia, só queria confirmar se você sabia também. — ele riu mas logo ficou sério — Vai me ajudar?

O que eu faço? São tantas informações e perguntas que eu tenho em minha mente, mas ao ver esse rosto de cachorro abandonado, esses olhos e essa história sem sentido... Eu acho que tenho algo a fazer. Prometi mudar minha vida mas até agora nada mudou, eu vivo normalmente como antes. Somente me afastei do Yatori mas não posso negar que ainda sinto algo por ele, embargar nessa aventura pode custar a minha vida ou a minha sanidade. Ah... Quem me dera que minha mãe estivesse aqui.  

Nesse momento me surpreendi ao lembrar de uma frase da mamãe: "Se a vida é uma aventura, então vire um aventureiro". Eu ri mentalmente dessa bobeira, soltei um leve sorriso e logo voltei à si. Encarei Kiran, respirei fundo pensando nas besteiras que eu iria fazer e então estendi a minha mão, fazendo uma cara de séria.

— Vou te ajudar com essa história louca mas preciso saber se você vai me ajudar com a minha vingança? — voltei a postura de fria, encarava aqueles olhos com certa autoridade.

— Claro! — ele sorriu e apertou a minha mão com força. Pude sentir o seu calor passar pelo meu corpo, era uma sensação estranha mas um estranho bom. Essa corrente elétrica me fez recuar, limpando na camisa uma sujeira imaginária em minha mão.

No que eu estou me metendo?! Que seja, se isso vai me ajudar na vingança, não vou pensar duas vezes. Vou esquecer o que é amar e poderei me vingar de todos que me machucaram. Posso usar esse garoto ao meu favor, se necessário, é claro, porque por enquanto eu irei em busca da minha vingança com as próprias mãos. 


Notas Finais


Esse demorei um pouquinho pra fazer mas saiu fresquinho u.u


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