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História Entre crimes e desilusões - Falha e fracasso


Escrita por: JullyanoAckerman

Notas do Autor


Olá de novo, aham, agora mais cedo do que vocês esperavam, enfim, bem vindos a mais um capítulo e divirtam-se! <3

Capítulo 7 - Falha e fracasso


Fanfic / Fanfiction Entre crimes e desilusões - Falha e fracasso

(Piltover, Fábrica do clã Ferros, 19:49. Terça-feira, 28/01/2020).

Era uma noite um tanto quanto fria para uma noite de verão, o vento leve soprava, fazendo os cabelos azuis-escuros de Caitlyn voarem delicadamente para trás, enquanto ela admirava a paisagem industrial, apesar do clima bom, Caitlyn estava longe de estar com um bom humor naquela noite, afinal ela tem um caso para concluir e um bandido para prender.

- Todas as equipes à postos e preparados? – Caitlyn diz com a mão em seu dispositivo de comunicação localizado em sua orelha esquerda para seus subordinados. – Equipes um e dois?

- Já estamos posicionados xerife, é só dar a ordem que nós faremos com o planejado. – O líder da equipe um responde.

- A mesma coisa com a equipe 3 e 4 xerife! – Mohan, o líder da equipe 3 complementa.

- Rita, está tudo certo por aí? – Caitlyn pergunta.

- Sim xerife, a equipe de inteligência está com o controle de todas as câmeras e com a planta do local aberta, além da câmera em cada um dos policiais que participarão dessa missão. – Rita responde confiante.

- Perfeito...agora é só esperar o desgraçado aparecer e seguir com o plano. – Caitlyn diz para si mesma, buscando mais motivação.

(No dia anterior).

(Delegacia de Piltover, 13:37).

- Bom, como foi requerido por mim, essa é uma reunião emergencial para podermos nos programar para amanhã, precisamos de planos para prendermos e pormos um fim no caso “Devaki", por isso pedi a Rita que os convocassem aqui, os melhores e mais inteligentes agentes que tenho a minha disposição, além de que logo após, farei uma reunião com os integrantes do clã Ferros, que me ajudarão nessa missão. – Caitlyn diz para todas as pessoas reunidas naquela sala de reuniões.

- Então, primeiro iremos explicar sobre as informações que temos até o presente momento. Bom, primeiramente, descobrimos que o nome do nosso bandido é Devaki, através de informações que pegamos com um de seus subordinados, Jake, chegamos a conclusão de que Devaki tem como objetivo construir uma réplica exata do Arcabuz de Hexiliano de Vishalaa e comercializá-la. Ele pretende fazer mais dois assaltos, já que precisa das duas últimas peças que compõe a arma. Um deles será feito amanhã, entre às oito e a meia noite, na fábrica do clã Ferros. Ele está atrás de um suporte necessário para o Arcabuz que somente o clã Ferros possuí, guardado a sete chaves em um dos cofres da fábrica. – Mohan finaliza, com olhares assustados da maioria dos presentes na sala, os que não o olhavam assustados eram aqueles que, ou já sabiam do que se tratava o assunto, ou não sabiam o potencial da arma.

- O...Arcabuz? E-essa arma não foi proibida por seu potencial de destruição em massa? – Um dos oficiais que compunha o time diz assustado.

- Sim, e é por essa e outras causas que estamos atrás do Devaki Rick. – Caitlyn diz seriamente.

- Caralho, aquele velho foi longe demais dessa vez, o comercializar aquela arma, ele deve odiar mesmo Piltover. – Vi diz com os braços cruzados e os olhos fechados. Ela estava jogada em uma cadeira, ao lado direito de Caitlyn, que estava em pé na ponta da mesa de reuniões.

Todos a olharam estranho quando ela se pôs a falar, o que não animava em nada Caitlyn, mas eles logo pararam de julgá-la com o olhar, pois tinham uma reunião para prosseguir.

- Precisamos detê-lo logo, por isso vocês estão aqui, nossos vinte e quatro melhores policiais de elite! – Mohan diz um pouco nervoso, era de se esperar, já que o tempo estava contra eles. – Aqui, uma planta do local.

- Bom, se me permite, eu tenho um plano. – Um dos policiais diz levantando a mão.

- Somos todos ouvidos Thomas. – Caitlyn diz olhando para ele.

- Obrigado xerife. Então, somos vinte e seis pessoas no total, e se nos dividíssemos em cinco equipes, cada uma liderado por um de nós, espalhados pelas possíveis saídas de Devaki, enquanto a xerife fica posicionada em um prédio próximo, alto o suficiente e com uma boa visão, para ela pegar o Devaki se nós não conseguirmos, afinal ela é uma atiradora de elite. – O oficial Thomas conclui sua ideia, sorrindo orgulhoso e vitorioso, já que seu plano era um bom plano.

- É um bom plano realmente, mas me corrija se eu estiver errada Cupcake, o Distrito 56 não é o Distrito que fica próximo à saída sudeste da cidade, onde a única instalação presente é a grande fábrica Hextec do clã Ferros? – Vi indaga ainda de olhos fechados.

- Exatamente, não existe nenhuma outra construção lá, e se houver, seria ilegal, já que tudo lá é propriedade dos Ferros. – Caitlyn complementa.

- Thomas não é? Ótimo plano, porém ainda há falhas que nos colocaria em risco...gostei da parte de levar cada equipe a um ponto de fuga da nossa presa, podemos utilizar ela. – Vi diz olhando para Thomas, que a olha impressionado.

- Mais alguma idéia? – Mohan pergunta.

- A xerife disse que vai entrar em contato com o clã Ferros não é? Se tivéssemos acesso completo às câmeras de vigilância do local, a equipe de inteligência poderia ver o que está acontecendo lá dentro, ver o que o Devaki está fazendo e nos passar as informações em tempo real para o pegarmos! – Rick diz animado.

- Cait, você conseguiria acesso ilimitado à segurança da fábrica? – Outro oficial pergunta.

- Sim, conseguiria até mais. – Caitlyn responde com um sorriso ladino.

- Poderíamos esvaziar toda a fábrica o dia inteiro. – Rick complementa.

- Para quê? – Vi pergunta meio assustada.

- Pois assim, a única pessoa que entraria lá dentro seria Devaki, e com Rita o dia todo de olho nas câmeras, ele não teria como escapar. O resto é simples, mandamos alguns policias fazerem a guarda lá dentro, se caso ele queira ir antes, pegamos ele com a mão na massa! – Rick diz sorrindo.

- Boa idéia, mas agora temos que escolher com cuidado os pontos em que ficaremos. Tem que ser um local onde temos a certeza de que ele usaria para fugir, e também que seja de fácil acesso, caso Rita nos informe a localização dele com precisão rapidamente. – Caitlyn diz seriamente.

(Presente)

- Xerife, nenhum movimento suspeito em nenhum setor ainda, já são quase oito horas. – Rita diz, tirando Caitlyn de seus pensamentos.

- Ah, tudo bem, já está tudo muito bem preparado para agirmos a qualquer hora, só continue nos apoiando. – Caitlyn ordena.

- Sim senhora. – Rita a responde.

“Tomara que dê tudo certo, não quero demorar mais nenhum segundo nesse caso, quanto mais demoramos, mais Devaki aproxima o fim do mundo todo, se ele vender essa arma para quem eu estou pensando...o pior foi ter perdido uma das nossas melhores chances com Vi tendo que se ausentar, merda!”. – Caitlyn pensa consigo mesma, seu coração chegava a apertar um pouco com a possibilidade de os planos de Devaki darem certo, portanto não importa como, iria acabar com a raça de Devaki de qualquer forma.

Mal podia ela esperar que a poucos metros de distância da delegacia de Polícia um homem com um estranho chapéu roxo com listras amarelas, de meia idade observava todas as movimentações daquela operação em tempo real, enquanto planejava seu próximo passo, em um crime perfeito.

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(Piltover, Casa da Caitlyn, 20:18).

Vi se encontrava deitada no sofá da sala, estava utilizando seu novo capacete especial e em seu colo estava Lara, sendo acariciada pela rosada. A sala era bem grande e espaçosa, tinha uma televisão que estava desligada, já que a rosada estava entretida brincando com o capacete.

- Ok, vamos ver isso agora que eu tenho tempo não é mesmo Larinha? Vamos ver...configurações...”configurar o nome do mestre”, é, acho que é isto! “Por qual nome e, ou apelido gostaria de ser chamado(a)?”, Vi, óbvio. – Vi diz para si mesma enquanto tentava mexer em algumas configurações básicas do capacete, já que não teve tempo para isso desde a última noite.

- Olá senhorita Vi, o que deseja? – O capacete inicia um teste para se adaptar com o nome de Vi.

- Uau, foda...o que eu desejo? Eu quero entrar no PilTube por favor! – Vi pede educadamente.

- Acessando PilTube. – O capacete obedece.

- Caralho, adorei. – Vi diz entusiasmada. – Qual o seu nome? – Vi pergunta animada.

- Meu nome é Cap#15880, esse é o meu código de fabricação. – A inteligência artificial a responde.

- Porra de nome difícil hein. – Vi diz agora desanimada.

- Gostaria de configurar um novo “nome" para mim e minha “irmã”? – O capacete sugere.

- Sim, se tiver como... – Vi diz cabisbaixa.

- Ok, pode me dizer o nome que irei programá-lo em nossas memórias bases. – A inteligência artificial sugere a Vi.

- Hum...que nome seria legal...conhece algum Lara? – Vi pergunta para a gatinha em seu colo que dormia tranquilamente.

- Miau...- A gata responde folgada.

- Foi o que eu pensei...difícil...já sei, seu nome será Rose, em homenagem ao meu cabelo. – A rosada diz após muito pensar.

- Ok, mudando as configurações base de nome e salvando...reinicializando o programa...Olá senhorita Vi, sou Rose, em que posso ajudar? – Rose pergunta novamente.

- Por hora com nada, não posso sair para testar você...- Vi se desanima.

- Por quê não senhorita? – Rose indaga.

- A Cupcake já não me deixava sair sozinha antes, agora que minhas mãos estão totalmente ferradas, tanto ela quanto o doutor me disseram para repousar em casa...só saí para ir ao médico hoje e com acompanhamento dela. – Vi diz relembrando o seu dia.

- Realmente a situação de suas mãos não é das melhores. – Rose a alerta.

- Uou, espera, como você sabe disso? – Vi pergunta assustada com os olhos arregalados.

- Fui programada para escanear constantemente seu corpo e buscar variações físicas e sentimentais, machucados, entre outros. – Rose e sua voz robótica respondem.

- Ah, caralho, eles são bons mesmo, nunca mais duvido deles. – Vi diz para si mesma impressionada. – Enfim, não vou me divertir com você, me desculpe.

- Podemos ficar aqui e conversar se assim a senhorita desejar, sou uma boa ouvinte, posso te distrair com programações também. – Rose muda um pouco o assunto.

- Olha...conversar não seria uma má idéia. – A rosada diz interessada.

- Poderia me contar mais sobre a “Cupcake”, ela é algo próximo seu? – Rose pergunta, mas Vi não sabia ao certo se ela estava mesmo interessada naquilo, ou se só era programada para satisfazê-la, provavelmente seria a segunda opção, mas resolveu ignorar suas especulações e continuar o papo.

- Ela é minha amiga e parceira de trabalho, seu nome real é Caitlyn, ela é a xerife da cidade em que vivemos. – Vi a responde calmamente e um pouco pensativa.

- Caitlyn Ferros, subiu ao posto de xerife da grande Piltover um ano atrás, após trabalhar em um caso com o antigo xerife da cidade, Ben Ferros, seu tio, se tornou uma oficial, até subir ao seu posto atual. – Rose diz remotamente.

- Você é rápida em processar nomes hein? Gostei. – Vi diz sorridente.

- Fiz isso com o seu também, gostaria de ver os resultados? – Rose pergunta séria.

- Nem fodendo, guarde isso para você. – Vi responde um pouco irritada.

- Tudo bem senhorita, mas algo me intriga, todas as notícias em sites dizem que a senhorita morreu em sua tentativa de roubo a uma mina de cristais Hextec. – Rose indaga curiosa.

- Muita coisa rolou e agora eu sou uma policial, parceira da xerife, a Cupcake resolveu abafar esse caso para me proteger. – Vi diz um pouco séria. – Enfim, tô afim de sair e comprar cigarro.

- Mas você não disse que tem que ficar aqui dentro? – Rose indaga preocupada.

- Foda-se as regras e outra, eu vou até a delegacia depois disso, então acho que não deve ter problemas, vamos. – Vi diz se levantando do sofá, colocando a Lara no chão, retirando seu capacete e subindo as escadas rumo ao seu quarto. Ela não troca de roupa, já que estava somente com uma calcinha vermelha básica e uma regata preta, simplesmente coloca uma calça jeans azul, sua jaqueta preta de couro e suas luvas, após isso ela desce as escadas voltando à sala. – Por quê será ela tem tantas chaves assim? – Vi diz olhando para às nove cópias das chaves da casa e do portão eletrônico, ela apanha uma qualquer, pega novamente seu capacete e vai em direção à porta da sala, onde coloca seu par de botas de couro, depois de trancar as portas da casa, vai até a garagem onde se encontravam sua moto e os dois carros de Caitlyn, onde por alguns segundos pensa o por quê de Cait não ter ido de carro, ou melhor como ela foi para a delegacia se não com um de seus carros. – Ah é, ela disse que a Rita iria buscá-la e depois trazê-la...isso que dá não prestar a atenção...espera, se eu for na delegacia, eu posso trazê-la quando tudo acabar por lá, que provavelmente não será cedo, poupando assim um peso para Rita. – Ela diz para si mesma pensativa, após pensar um pouco mais e acaba por adentrar novamente na casa somente para pegar o capacete que daria a sua parceira.

- Gostaria que eu marcasse um mercado próximo senhorita Vi? – Rose faz a pergunta por qual é programada a fazer.

- Não, próximo daqui não, próximo à delegacia. – Ela diz dando partida em sua bebê, que ronca alto ao fazer isso.

- Ok, destino marcado! – Rose diz já mostrando as setas no visor de Vi.

- Que maravilha, vamos! – Vi diz começando a pilotar a moto, apertando o botão para abrir o portão.

Vi assim acelera a moto, já que o portão já se encontrava aberto, ela desce a íngreme rampa que havia, conectando o portão com a entrada da casa, saindo nas ruas. Como era um pouco tarde de uma terça-feira, as ruas estavam pouco populosas, sendo assim, contendo um baixíssimo trânsito, com Vi podendo ao máximo acelerar seu bebê, que estava bem mais potente que antigamente, isso deixava Vi tão feliz ao ponto de não poder esconder o grande sorriso estampado em seu rosto, fora a adrenalina que isso a fazia ter.

- Chegaremos no destino em menos de meia hora – Rose alerta.

- Seja mais exata se puder Rose, por favor. – Vi pede.

- Tudo bem, chegaremos no destino final em vinte e oito minutos e quarenta e nove segundos. – Rose a responde.

“Foda para caralho". – Foi a única coisa que conseguiu pensar sobre aquela experiência.

Vi dirige por mais alguns minutos em uma elevada velocidade, até finalmente chegar ao mercado que Rose havia marcado no GPS, ela adentra calmamente com seus dois capacetes engatados um em cada braço o recinto e aguarda a pequena fila que havia no caixa. Ao chegar sua vez, pede sua marca favorita de cigarro, aproveitou também para pegar um refrigerante, um pacote de salgadinho como lanche, já que estava com um pouco de fome e alguns chicletes de menta, para disfarçar o cheiro de cigarro.

- São dez moedas de prata senhorita oficial. – O caixa diz para ela, enquanto olhava para seu distintivo exposto engatado em sua jaqueta, um pouco acima de seus seios. Nele haviam algumas escrituras que todos os cidadãos de Piltover conheciam, principalmente depois que Caitlyn entrou para a corporação. “Pela justiça e futuro de Piltover. DPP".

- Aqui estão, tenha um ótimo trabalho. – Vi diz pegando sua sacola e saindo da loja, indo até sua moto, onde se apoiou no banco, pegando o refrigerante e o pacote de salgadinho se alimentando, enquanto pensava seriamente em algumas coisas.

Após terminar seu refrigerante sabor cola, ela joga o lixo que tinha feito em uma lixeira próxima e finalmente sobe novamente em sua moto, coloca seu capacete, pedindo para que Rose marque a delegacia em seu GPS, mesmo não precisando já que era um local próximo, o que a inteligência artificial prontamente faz. Chegando na delegacia, antes de passar pela cancela que dava acesso ao estacionamento, Vi para em frente à cabine onde se encontrava um policial que estava fazendo o monitoramento de veículos, ela desce da moto e a deixa encostada ali, ao lado da cabine, em frente a cancela, o policial nem se deu o trabalho de ver quem era, estava muito mais interessado em ver sua revista pornô.

Vi tira de seu maço um cigarro, o acende com seu isqueiro personalizado e começa a saborear o gosto de ter seus pulmões fodidos aos poucos com aquela fumaça tóxica. Ela sabia dos riscos de fumar e tudo mais, porém já faz isso a tempo demais para parar. Particularmente ela não queria parar, não era sempre que ela estava fumando, fumava pouco e somente quando tinha um pico de estresse, raiva, ou tristeza muito grande, se deliciar com a nicotina a fazia, mesmo que por tempo limitado, tempo esse muito curto, esquecer de seus problemas, assim como a bebida alcoólica fazia.

Ao terminar, Vi simplesmente joga a bituca, o restante de seu cigarro já tragado para longe, afastando consigo todo e qualquer pensamento de merda sobre si mesma. Ela sobe novamente em sua moto, mas dessa vez sem nem colocar seu capacete, visto que ela somente entraria e estacionaria ali, o policial de guarda até tentou fazer vista grossa sobre ela estar sem capacete, mas não falou mais do que meias palavras sem nenhum nexo, permitindo assim, depois de um show de “moral", que Vi adentrasse o estacionamento.

Ela logo estaciona a sua moto calmamente, desce dela e caminha em passos leves para dentro da delegacia, pela porta lateral, enquanto enfiava dois chicletes de menta na boca, era melhor colocar quantidades grandes, só para ter uma certeza. Ela caminha em direção à sala de inteligência, já que estava totalmente a par do plano inteiro e sabia que Rita estaria lá, só não sabia como ela reagiria à sua inesperada chegada no local. Ela abre a porta da sala de inteligência policial lentamente, já que Rita poderia estar em ligação com Caitlyn. Ao entrar e ser percebida por sua colega de trabalho ela assume que naquele momento não era esse o caso.

- Oficial Vi? O quê a senhorita faz aqui? – Rita pergunta um pouco assustada e confusa.

- Estava preocupada com o andamento da operação e resolvi vir aqui para ver como andam as coisas, já que plantada em casa não poderia ficar a par de tudo em tempo real. – Vi diz com um olhar calmo, assim como sua voz.

- Oficial, você foi afastada por sofrer graves danos e mesmo assim veio para cá, não só violando uma ordem direta de sua superior, como também quebrando uma das regras imposta a xerife Caitlyn pelo estado de, ou levar você à qualquer lugar que ela for, ou te deixar em casa trancada, não causando risco nenhum aos cidadãos que em Piltover residem enquanto não temos certeza de sua lealdade, botando assim em perigo o status da xerife e sua “liberdade” senhorita Vi! – Rita diz rápida e nervosamente, estava um pouco irritada, tendo em vista que Vi havia cagado para qualquer chance de ser racional.

- Oxi ruivinha, relaxa, se acalma. – Vi passa sua mão completamente enfaixada na cabeça de Rita. – Eu também vim buscar a Cupcake quando ela puder ir embora, para te poupar trabalho. – Vi diz mantendo seu semblante calmo, enquanto colocava os dois capacetes em uma mesa vazia que havia na sala.

Rita se mantém estática e boquiaberta por alguns segundos, não conseguia lhe descer a garganta que Vi estava tentando lhe fazer um favor com toda aquela tensão no ar, nem por questão de preconceito e sim por aquilo ser meio desnecessário no exato momento. Ela olhava confusa para Vi, que retribuía o olhar mais confusa ainda, Rita então sacode sua cabeça, espantando aqueles pensamentos fúteis para a operação e torna a realidade.

- Bom, você já está aqui mesmo, não posso simplesmente te repudiar, ou pedir para que volte para casa, obrigada por ter vindo aqui ajudar e para buscar Caitlyn me poupando energias, mas que fique bem claro! Você é a única responsável por isso tudo quando a merda feder, entendido?! – Rita diz em um tom autoritário.

- Olha ela, se achando a poderosa fodona. Eu já estava pronta pra aceitar as merdas que viessem assim que sai de casa. – Vi diz em um tom debochado, o que faz Rita se irritar um pouco, mas logo ela lembra que se trata de Vi e que não precisa levar aquilo a sério. – Enfim, tem algo que eu possa fazer? Já averiguaram as gravações de ontem e hoje da fábrica? – Vi calmamente muda de assunto.

- Nós olhamos as de hoje em tempo real, mas as gravações de ontem ainda não vimos, se quiser, fique a vontade, pedirei para algum oficial coloque as gravações em pen-drives e lhe dê um computador para que você possa averiguá-las minuciosamente se quiser. – Rita diz voltando a calma.

- Por mim tudo bem, bom, agora são oito e cinquenta e nove...- Vi diz olhando para seu celular. - É, dará tempo, Rita, poderia providenciar também as gravações de hoje, até às sete da noite? – Vi pergunta animada.

- Posso, mas é meio inútil tendo em vista que ficamos observando durante todo o dia. – Rita responde curiosa.

- Ah, é sempre bom olhar novamente! Enfim, vou ao banheiro, me avise assim que conseguir as gravações. – Vi diz caminhando em direção à porta.

- Tudo bem, serei o mais rápido que consigo no atual momento. – Rita diz vendo Vi com uma mão erguida, sinalizando que estava de acordo com o que Rita disse, enquanto saia da sala.

- Caitlyn para a equipe de inteligência, alguma informação? – Caitlyn pergunta no rádio.

- Xerife, Rita na linha, nada ainda, mas calma xerife, ainda é cedo, temos até meia noite para prendê-lo e não prolongar isso até semana que vem. – Rita diz calma, já que do outro lado Caitlyn bufava de raiva.

- Mas que merda, ter que depender desses bandidos de merda...tomara que isso tudo dê certo, sinto que se estarmos e essa arma for comercializada...- Caitlyn não consegue terminar a frase, temendo que seus pensamentos se concretizem.

- Xerife, se acalme, você tem uma operação para comandar, não vai chegar a lugar nenhum nesse estado, foco! – Rita diz convicta para sua chefe.

- Tem razão...ah, alguma notícia da Vi? Ela ligou para ficar a par de tudo? Seria bem o feitio dela fazer isso. – Caitlyn pergunta rindo descontraída.

- Ela telefonou sim e eu passei todos os acontecimentos detalhadamente para ela xerife! - Rita diz apressada.

- Entendi, pelo menos agora eu posso parar de me preocupar se ela não sairá de casa para fazer alguma loucura...- Caitlyn diz com uma voz agora mais tensa, confusa, parecia que algum pensamento pairava sua cabeça, lhe tirando toda a atenção. Rita não sabia e nem tinha como saber que nesse momento Caitlyn estava com o celular na mão para ver a localização de Vi, mas desistiu da ideia após a resposta da subordinada e ao peso que cairá em sua cabeça ao cogitar isso. – Bom trabalho Rita, estarei no aguardo de informações, Caitlyn para a equipe de inteligência, desligando. – Caitlyn diz após uma bufada forte, desligando assim aquela transmissão.

- Cara, é muito melhor andar nesse lugar com menos pessoas pra me encher o saco. – Vi diz entrando na sala bruscamente bocejando. – Conseguiu?

- Ainda não, mas pode pegar o computador da sala da xerife para ver as imagens, eu levo lá pessoalmente dentro de dez minutos. – Rita diz sorrindo para Vi.

- Ah, mas é no segundo andar...porra, lá vai a Vi burro de carga subir as escadas. – Vi desanimada sai da sala, ouvindo atrás de si, risadas alegres de Rita.

Vi se encaminha pesadamente para a sala de Caitlyn, ao adentrá-la, Vi se joga em seu habitual sofá, coloca alguma música para passar o tempo e fecha os olhos, não pensava em nada especial, só se concentrava na letra da música, que logo foi sucedida pela próxima e pela próxima, até Vi já ter se perdido no tempo. Vi se perdia nas letras e melodias quando ouvia músicas, com certeza essa era uma das coisas que mais gostava de fazer para passar o tempo, ou manter a cabeça ocupada, mas esse prazer todo pela música naquele momento é parado quando Rita a tira de seu mundo, voltando à realidade. A ruiva a entrega dois pen-drives, sem nomes, mas de cores diferentes, um vermelho, que Rita diz ser as gravações da tarde e noite do dia anterior, o outro de cor preta, com as gravações do atual dia inteiro.

Após agradecer Rita, a rosada coloca primeiramente o pen-drive avermelhado e acessa as gravações contidos neles. Ela tenta assistir na velocidade normal do vídeo, porém, não demora muito para ela se estressar com a lentidão que era o tempo do vídeo, que durava literalmente um dia e o acelerar dez vezes, diminuindo o tempo que ela demoraria a ver os vídeos, esse que ainda seria muito grande. Entorno de uma hora ela termina de analisar e reanalisar dez vezes todas as gravações do primeiro pen-drive com o maior cuidado que podia ter no momento, não achou nada demais, então passa para o segundo pen-drive, o preto e adota o mesmo esquema do primeiro, porém agora, dividindo por turnos, ela veria cinco vezes as gravações de manhã e cinco as de tarde, tomou essa medida, pois provavelmente seria mais fácil para encontrar algo minuciosamente.

Enquanto isso na fábrica do clã Ferros, com sua paciência quase que completamente esgotada, Caitlyn já estava cansada de esperar pela aparição de Devaki, ela se manteve quieta em quase toda a operação, só trocava algumas palavras com Mohan e com Rita pelo comunicador. “E se o desgraçado descobriu sobre a missão e não aparecerá?”, esse era somente um dos pensamentos que pairavam pela cabeça da xerife naquele momento. Estava tão ansiosa com tudo aquilo que não conseguiu poupar nem suas unhas, que agora se encontravam totalmente ruídas.

Voltando à sala de Caitlyn, Vi analisa as cinco vezes a parte da manhã e não encontra nada que desperte seu instinto de detetive, chegou a conclusão que pelo menos ali naquele turno não tinha nada demais. Então ela passa para o turno da tarde e lá pela quarta vez, uma coisa naquelas gravações lhe chamou a atenção, não tinha certeza se realmente aquilo estava certo, por isso desce empolgada as escadas que levavam ao primeiro andar do prédio e corre em direção à sala de inteligência.

- Ô RUIVINHA! – Ela chuta a porta e grita em busca de Rita, que pula assustada, ao ver não só a reação de Rita, como a de todos ali, Vi cai em gargalhadas.

- Não me assuste assim, nunca mais! – Rita diz com a mão direita em seu peito esquerdo, a olhando muito assustada. – Por quê toda essa euforia? Achou algo? – Ela tenta se acalmar, mas estava muito trêmula.

- E se achei, me siga. – Vi diz saindo da sala com pressa, seguida por Rita, ainda tremendo um pouco, elas caminham rapidamente até a sala de Caitlyn, chegando lá, Vi se senta na cadeira da xerife e Rita se posiciona ao seu lado, olhando diretamente para o computador.

- E então, o que é? – Rita pergunta seriamente, enquanto Vi a olhava.

- Antes, uma rápida explicação. Eu não tinha percebido esse “bug" na primeira vez em que olhei essas gravações da tarde de hoje, mas depois, com o passar das vezes, meus olhos e cérebro perceberam isso...- Vi diz agora voltando sua atenção para o computador. – Às duas e meia, o sol bate na janela, fazendo uma sombra, que se projeta no chão nessa posição. – Ela aponta com o dedo Indicador para a tela do computador onde a sombra estava. – Agora, aumentamos a velocidade em dez vezes e esperamos até às quatro horas. – Ela diz mantendo seu dedo no mesmo lugar.

Rita se mantém séria, enquanto atentamente olha para a tela e após alguns poucos minutos tem a revelação de o que Vi estava falando. Aparentemente o vídeo havia sido congelado entre às duas e meia e às quatro horas, visto que entre esse tempo, a sombra da janela se mantém no mesmo lugar, sem alterações, mas assim que chega às quatro, a sombra já está muito longe de onde estava segundos antes.

- Não pode ser possível, como a gravação pausa? – Rita olha incrédula para Vi, que mantinha um sorriso orgulhoso no rosto.

- Pela minha experiência, ele provavelmente hackeou, na verdade ele não, pois Devaki é um velho do caralho, não conseguiria, ele contratou alguém e nem é tão difícil quando se tem os equipamentos certo, só que também é necessário estar perto o suficiente e ele fez isso justamente nessa câmera, que dá para a sala onde o cofre com a peça estava, ele já estava lá dentro, mas de alguma forma, conseguiu se manter fora das outras câmeras, ele sabia onde elas estavam. – Vi olha para Rita, agora ela estava pensativa, como Devaki e mais um hacker haviam burlado a segurança dos policiais que cobriam o perímetro. – Enfim, pensamos nisso depois, precisamos avisar a Cupcake e o restante.

- Vamos! – Rita diz saindo às pressas da sala acompanhada por Vi, igualmente apressada. Ambas seguem juntas novamente para a sala de inteligência, onde um oficial lhes diz que Caitlyn mais uma vez havia chamado no rádio, perguntando se algo havia acontecido. – Ótimo, entre em contato com ela novamente oficial. – Rita diz confiante.

- Caitlyn na escuta. – A xerife atende o chamado.

- Xerife, regressem à delegacia, a missão foi um fracasso. – Rita diz com pesar na voz.

- O quê? Como assim Rita? – Caitlyn se assusta.

- Depois de uma minuciosa reanalise das gravações de hoje a tarde, entre às duas e as quatro...Devaki hackeou o sistema da fábrica e roubou a peça, a operação fracassou Cait...ele sabia dos nossos passos. – Rita diz um pouco irritada.

- Não é possível...não pode ser possível, eu não posso acreditar nisso, mas que merda...quem descobriu a falha? – Caitlyn pergunta irritada, estava desacreditada com tudo aquilo.

- Foi o oficial...

- Fui eu Cupcake. – Vi diz seriamente, cortando Rita, que a olha surpresa e com um certo receio.

- VI?! – Caitlyn diz surpresa e nervosa. – Por quê não está em casa? Está ficando louca? O quê pensa estar fazendo aí? – Caitlyn assume um tom autoritário, se mantendo ainda muito irritada com tudo, ela gritava algumas coisas para Vi, enquanto a questionava sobre suas ações.

- Hum, deixe-me ver...ah, é, salvando o fracasso da operação e descobrindo o porquê de ela ter fracassado. Pois é né, de nada Cupcake, eu sei que deveria estar em casa e que estar aqui coloca perigo a nós duas, mas veja só, eu quebrei a porra da regra dessa vez e graças a isso você e seu grupinho de molengas não precisarão esperar até meia noite para descobrir que foram enganados. – Vi corta Caitlyn dizendo calma e debochadamente, deixando não só Caitlyn, como todos os que escutavam a transmissão calados e pensativos.

Vi sai com raiva da sala, batendo a porta e gritando algumas coisas inadiáveis para Caitlyn, todos de ambas as linhas da transmissão ficam por alguns segundos em silêncio, se entreolhando, menos Caitlyn, que afundou sua cabeça em seus braços cruzados, que tinham como apoio o volante de uma das viaturas ali estacionadas.

- Xerife? – Mohan diz se aproximando do carro onde Caitlyn se encontrava.

- Me exaltei e passei dos limites, pessoal, vamos todos voltar para a delegacia, lá eu tomarei novas providências. – Caitlyn diz na transmissão como última ordem.

Após a ordem de sua xerife, todas as equipes recolheram em silêncio todas as armas que iriam ser utilizadas na missão, esse era o mínimo que podiam fazer após essa desastrosa e humilhante derrota. Todos adentram as viaturas com as quais seus grupos estavam e fazem uma última comunicação para checar se estava todos ali, antes de abandonarem logo do local, porém no meio da transmissão, todos os dispositivos de comunicação foram silenciados, o que era estranho, já que somente a equipe de inteligência poderia fazer isso e eles não haviam recebido ordem para tal.

- Deve doer não é mesmo xerife? Ser a pessoa mais influente e respeitada da sua cidade e perder de forma tão grande assim, você deve estar acabada, chegou tarde, sua equipe de palhaços são burros o suficiente para demorarem tanto assim pra perceber esse meu plano bem meia-boca... – Uma voz masculina se faz presente na orelha de todos os policiais dentro e fora do perímetro daquela fábrica.

- Devaki! – Caitlyn diz rangendo os dentes, estava realmente furiosa pela ousadia de Devaki de tê-la desafiado a esse ponto.

- Enfim, só precisei que o Gary aqui invadisse o sistema da fábrica, não é mesmo Gary? Cumpriu bem o seu objetivo...pena que não tem mais utilidade...- O silêncio se faz por algum tempo. Após esse silêncio, gemidos desesperados puderam ser ouvidos, era como se alguém estivesse amordaçado e desesperadamente tentava pedir por socorro enquanto chorava, toda essa barulheira estranha foi sequenciado por oito tiros disparados em pausas longas, em cada tiro, a pessoa que os recebia gritava mais e mais alto, até que não foi possível se ouvir mais nada. Caitlyn estava horrorizada com o que ouvia, não conseguia acreditar que aquilo era real seu estômago embrulhou um pouco e uma inocente lágrima escorreu por seu rosto. Ela e todos na transmissão estavam ouvindo assustados um assassinato a sangue frio sem sequer poder ajudar. – Merda, seu puto, espirrou sangue demais...desgraçado, vou ter que limpar toda essa bosta depois...ah, é, xerife, você vai ter mais uma chance de me pegar, daqui seis dias, no local onde todos os piltovenses se reúnem as seis badaladas indicantes sobre o fim do “Dia do Progresso", te espero lá! – Devaki desliga sua transmissão hackeada, deixando assim o rádio da polícia limpo novamente.

Todos se mantiveram por alguns segundos em silêncio e extremamente assustados, já haviam passado por situações assim antes, mas de qualquer forma, é a perda de uma vida que eles haviam testemunhado nunca foi e nunca será fácil lidar com o sentimento de ineficácia.

- Gravou tudo Rita? – Caitlyn ainda em total raiva diz para sua subordinada.

- Sim! – Rita prontamente responde.

- Ótimo, atenção todas as equipes, vamos regressar! – Caitlyn diz, fazendo todas as viaturas no local se moverem rapidamente para a delegacia.

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(Piltover, Delegacia de Piltover, 23:32)

Vi estava parada em pé no térreo do prédio onde a Delegacia era localizada, com seus braços apoiados na guarita de proteção que tinha envolto do local, enquanto observava a natureza urbanizada futurista de Piltover se deliciava outro cigarro lentamente, sentindo aos poucos a nicotina entrar em seu organismo, fazendo-a se acalmar um pouco. Era o segundo que fumava só naquela noite, claro, já tivera noites piores que essa na vida, sendo assim fumando mais, mas nunca imaginaria que uma discussão com uma amiga a faria ficar puta da forma que estava agora.

- Aquela mal agradecida do caralho, presto meu respeito, lealdade e toda a minha inteligência para ajudar ela e o que eu recebo é cobrança. Tomar no cú, até buscar ela eu vim, até Rita me agradeceu por isso... – Ela diz enquanto traga mais um pouco de seu cigarro.

Enquanto ela solta a fumaça do cigarro em sua calmamente, ao longe no horizonte, consegue ver um show de luzes vermelhas e azuis cortando rapidamente as ruas em direção à delegacia onde ela se encontrava. Vi suspira fortemente, permitindo que o ar puro que aquela noite de verão tinha adentrasse suas narinas e depois solta esse ar pela boca, focando novamente nas viaturas que agora estavam mais próximas.

Ao chegar na delegacia, Caitlyn desce com seu rifle preferido Hextec nas costas do carro da polícia em que estava e caminha em direção à entrada principal, visto que não iria para o estacionamento, queria resolver tudo o mais rápido possível. Ela caminhava em meio à escadaria que levava à grande porta da delegacia, quando algo no térreo da delegacia chama a sua atenção, conseguia ver bem a silhueta quem lhe encarava seriamente...Vi, fumaça saia de sua boca, mas além disso, Vi a olhava com pesar no olhar, apesar desse ser o mais sério que conseguia fazer no momento. Caitlyn suspira pesadamente e desvia seu olhar para a porta, onde Rita a esperava.

- Boa noite xerife, eu irei reunir todos os presentes para decidirmos nosso próximo passo, só não sabemos ainda onde a oficial Vi se encontra, pelo menos suas coisas ainda estão na delegacia. – Rita diz um pouco desanimada.

- Não será necessário reuni-los, dispense a todos, quero somente Mohan, Vi e você nesse prédio em dez minutos, Vi está no térreo, mas não a incomode agora, converso com ela depois. – Caitlyn diz seriamente, sua feição era totalmente irritada, nervosa, ainda não havia acreditado que alguém foi capaz de trair a todos, a ferrar toda a operação, pelo menos era o que todos os sentidos de Caitlyn gritavam.

- Tudo bem xerife, providenciarei isso agora. – Rita diz acompanhado Caitlyn até sua sala.

De lá ela se separa de sua chefe, pede para que todos se reúnam no saguão principal da delegacia e por fim, passa o comunicado e ordem da xerife a todos os outros policias do local, que rapidamente obedecem e saem dali, alguns indo para casa, já que o dia havia sido totalmente cansativo e outros provavelmente indo beber para tirar a frustração da completa falha e “incompetência”. Após ter certeza de que a delegacia estava vazia Caitlyn reúne Mohan e Rita e abre o jogo com ambos, que não se chocam muito, pois assim como Caitlyn tinham um bom sexto instinto quando o assunto era investigações.

- Mesmo sendo uma coisa péssima, não tem como negar que pode realmente ter acontecido isso. – Mohan diz despreocupado, enquanto Rita concordava com a cabeça.

- Então, estão de acordo com meu novo plano? – Caitlyn diz calmamente.

- Sim! – Ambos respondem em uníssono.

- Perfeito, dispensados! Podem ir para casa, ficarei um pouco mais aqui, preciso resolver algumas coisas ainda...- Caitlyn diz desanimada enquanto esfregava fortemente seus olhos com a ponta de seus dedos.

- Ok xerife, mas não extrapola o horário, vamos Mohan! – Rita diz caminhando até a porta.

- Até amanhã xerife. – Mohan se despede.

- Espere, Rita, fez o que eu havia te lhe pedido. – Caitlyn finalmente para de esfregar seus olhos e os fica nos de Rita, que percebe cansaço naqueles orbes azuis.

- Sim, elas não estão mais aqui xerife, já foram entregues à eles. – Rita diz sorridente.

- Obrigada, aos dois, até amanhã. – Caitlyn se despede um pouco mais feliz.

A xerife continua sentada em sua cadeira por um tempo pensativa, até que finalmente consegue juntar coragem para se levantar e caminhar apressadamente até o térreo do prédio, seu coração já estava na boca de ter que encarar sua amiga depois da forma como ela agiu, porém decidiu que querendo ou não, ela teria que vencer o medo.

Vi agora estava sentada encostada na guarita, ela olhava para o céu que estava extremamente limpo naquela noite, apesar de todas as luzes que circundavam a cidade do progresso apagarem um pouco o brilho das estrelas que Vi observava atentamente. Mas o barulho da porta que dá acesso ao térreo chama a sua atenção, ela olha na direção da porta e de lá, a figura da mais velha se faz presente, seus olhares se cruzam, mas Vi rapidamente vira seu rosto para o lado e os fecha, enquanto Caitlyn continua a olhar para a rosada, seu olhar demonstrava um misto estranho de alegria e tristeza, parecia que não ela não havia decidido se estava triste por ter feito o que fez, ou se estava feliz por ver Vi.

A de cabelos azul-escuros caminha lentamente em direção à sua parceira, assim que chega ao seu lado, acaba por se sentar com ela, apoiando sua cabeça no ombro esquerdo de Vi, que ao sentir a cabeça da outra apoiada em seu ombro olha para ela alegre. As duas se mantém em silêncio por um longo período de tempo, elas somente olhavam para o céu, enquanto pensavam que mesmo com aquela lua cheia que assolava toda a Valoran, clareando totalmente a escuridão, ambas tiveram uma péssima noite.

- Conheço um lugar que com toda a certeza do mundo tem uma vista melhor e mais limpa que essa do céu que estamos admirando agora. – Vi quebrado silêncio olhando agora para Caitlyn.

- Sério? Ia ser bom poder ver essa maravilha sem tantas luzes. – Caitlyn diz animada enquanto sorria e olhava no fundo dos olhos de Vi.

- Sim, posso nos levar lá se quiser, já que temos que ir para casa também. – Vi diz se animando com sua idéia.

- Eu andar em uma moto com você?! Passo, quero viver bastante tempo. – Caitlyn diz entre gargalhadas e como resposta recebe um leve soco no braço direito, desferido por Vi.

- Volta a pé para casa então, palhaça. – Vi também sorri.

- Olha, amanhã teremos que estar aqui cedo, mas eu acho que essa é uma oportunidade de melhorar a noite que não se pode jogar fora...vamos? – Caitlyn diz se levantando e esticando sua mão para Vi enquanto sorria docilmente. Vi pega sua mão, se levantando com a ajuda de Caitlyn.

- Vamos! – Vi diz caminhando ao lado de Caitlyn em direção à saída do térreo enquanto via Caitlyn agora um pouco mais feliz do que ela estava quando havia chegado no local.

Assim que elas saem do térreo uma ao lado da outra, ambas pegam seus respectivos capacetes na sala de inteligência e correm apressadamente para o estacionamento, onde Vi havia deixado sua bebê, a rosada sobe por primeiro e a xerife sobe logo em seguida, abraçando fortemente Vi, que sente aquele aperto todo e sorri feliz, era sempre muito bom sentir o abraço de Caitlyn.

- Com medo Cupcake? – Ela provoca.

- Não, estou é pronta, só não me mate por andar rápido demais, senão eu volto do inferno pra te prender! – Caitlyn diz, despertando gostosas risadas de Vi.

- Ok, ok. – Vi diz finalizando o assunto, acelerando sua moto e saindo das proximidades da delegacia rapidamente.

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(Piltover, letreiro luminoso que indica a entrada da cidade do progresso, 00:47).

As estrelas e a lua que brilhavam alto no céu banhavam com sua luz o alto do morro onde se encontrava um grande e bem chamativo letreiro, indicando a entrada de Piltover e próximo a ele, Vi e Caitlyn se encontravam, uma deitada em sentido oposto a outra com suas cabeças quase que coladas, observando, agora com mais clareza, toda aquela maravilha que as luzes da cidade escondiam. Ambas estavam deitadas e com sorrisos bobos em seus rostos, sem sequer trocar uma palavra, apenas os astros e a presença uma da outra era necessário para elas se comunicassem e entendessem os pensamentos que pairavam por suas cabeças.

Caitlyn principalmente se mantinha mais pensativa, apesar de o momento a tirar um pouco do mal que assolava sua cabeça, pensava em como foi tola ao subestimar o inimigo, em como foi idiota por nem sequer agradecer os esforços de sua amiga para ajudar naquela falha operação, pensava no momento em como foi burra por não se colocar no lugar da amiga, que mesmo sabendo da causa que aquilo a geraria se fosse pega, ou se contassem ao juiz sobre sua saída...mesmo tendo que pisar em seu mortal orgulho para pelo menos ajudar com a equipe de inteligência. Sua cabeça pesava mais do que ela conseguia aguentar.

- Então, boa vista não? – Vi puxa assunto se mantendo calma.

- Sim, amei ela, nunca imaginaria que tínhamos essa maravilha aqui em Piltover. – Caitlyn diz um pouco animada.

- É, eu sempre costumava vir aqui para apreciar quando estava meio para baixo, o pôr do sol aqui é melhor. – Vi diz erguendo sua mão esquerda para o céu e fechando o punho.

- Imagino...ela é perfeita, dá para apreciar muito bem as estrelas, às constatações, a lua...quanto tempo faz que eu não faço isso? Que eu me diverti com alguém? Já nem lembro mais...- Caitlyn diz em um tom triste.

- Relaxa, não pensa no passado agora, só foque no céu, em nós. – Vi diz passando a mão no liso cabelo de Caitlyn.

- Difícil, mas eu vou tentar! – Caitlyn sorri se sentando e colocando a cabeça de Vi em seu colo. – Ah, eu só preciso falar uma coisa...

- Se for desculpas, não precisa, sei que você já estava frustrada o suficiente pelo que Devaki fez, você foi feita de palhaça...- Vi diz rindo e só aumenta as risadas após o soco que Caitlyn dá em seu braço. -...eu só sinto que não é necessário desculpas. – Vi finaliza olhando fundo nos olhos de Caitlyn que retribui, fazendo seus olhos se encontrarem e fixarem um no outro, Caitlyn sorri levemente corada, passando totalmente despercebida por Vi.

- Eu queria agradecer, só isso, obrigada por estar lá, se não fosse por você...é, eu fui feita de palhaça e ia ser pior sem você lá. – Caitlyn assume um pouco nervosa e assim como o esperado, Vi gargalha com as falas da mais velha.

- Tudo bem Cupcake, só fiz meu dever, mesmo o estado sendo contra...enfim, mudando um pouco de assunto, gostou da moto e do capacete, o professor Heiferjiinfer fez um trabalho do caralho. – Vi diz fazendo agora Caitlyn rir.

- É Heimerdinger Vi! Vamos, nem é tão difícil assim. E respondendo sua pergunta, eles se esforçaram muito e fizeram algo muito surpreendente. – Caitlyn diz fazendo carícias no cabelo de Vi.

- Heiquerdringue, sei lá, é difícil para mim tá bom? – Vi se irrita um pouco com Caitlyn caçoando de sua cara. – Vamos? Lara deve estar louca e temos que acordar cedo amanhã. – Vi olha para Caitlyn, que sorri com a preocupação de sua amiga.

- A Lara deve estar dormindo e amanhã...podemos chegar mais tarde, está muito bom aqui, sabe, o céu, a conversa, estou me divertindo. – Caitlyn diz olhando novamente para o céu azul escuro enquanto afagava os róseos cabelos de Vi.

- Tudo bem, se você quer assim, só sigo suas ordens. – Vi diz sorrindo, acompanhando Caitlyn olhando novamente para o céu. – Hoje ele está muito parecido com seu cabelo. – Vi diz após alguns minutos silenciosos entre elas.

- Quem? – Caitlyn olha confusa para Vi, que somente sorri para a pergunta que fez.

- O céu, hoje ele está com uma cor linda, parece seu cabelo. – Vi diz ainda sorrindo, fazendo Caitlyn ficar vermelha como um tomate com o repentino elogio.

- Vo-você só faz i-isso pra me ver a-assim, ne-nervosa e se-sem jeito. – Caitlyn diz, no estado em que falou.

- Sim, me divirto muito dando em cima de você nas horas mais inoportunas, quase nunca você fica sem jeito assim, mas quando fica, é engraçado...- Vi mal termina a frase e Caitlyn lhe dá um cascudo. – Ai, espera eu terminar pô, é engraçado, mas dessa vez é a mais pura verdade, seu cabelo é lindo, ai.

- Sei...obrigada. – Caitlyn diz a última um pouco mais baixo, enquanto finge uma falsa seriedade no momento, mas seu rosto vermelho a entregava.

- De nada Cupcake, de nada. – Vi diz sorrindo enquanto ajeita melhor sua cabeça no colo da xerife, que a olhava séria e um pouco irritada pelo que Vi, mesmo “sem querer", a fez passar.

As duas ficam ali, até tarde da noite, deitadas olhando um pouco mais não só o céu, como também toda a cidade do progresso, a vista do local cobria a imensa cidade brilhosa. Tanto Vi, quanto Caitlyn após esse breve momento de maior intimidade já não supriam mais pensamentos e sentimentos ruins, tudo o que sentiam era uma imensa felicidade, por tudo, por uma ter a outra e principalmente, por estarem juntas.

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Algumas horas antes...

(Universidade de Pesquisa e Avanço Tecnológico de Piltover 21:12).

- Mais um dia de trabalho finalizado, finalmente poderemos voltar para casa professor. – Jayce com um largo sorriso diz, enquanto limpava o suor que lhe escorria o rosto.

- Sim meu caro Jayce, porém o milagre da invenção não se dará sozinho, amanhã teremos mais trabalho, portando, descanse bem meu amigo. – Heimerdinger diz entusiasmado, mesmo após um dia duro de trabalho, ele começa a caminhar em direção à saída.

- O quê temos para amanhã? – Jayce fica curioso, enquanto segue o professor.

- Temos isso! – Heimer aponta para um par de manoplas metálicas que estavam encontradas no canto do galpão. – A partir de amanhã, eu, você e meus três queridos alunos estaremos totalmente focados em melhorar aquele projeto, a pedido direto da xerife.

- Espera, mas aquelas não são as manoplas da nova parceira de Caitlyn? – Jayce diz incrédulo e irritado.

- Sim Jayce...algum problema? – Heimerdinger diz confuso.

- Nenhum professor, nenhum, agora vamos! – Jayce diz passando rapidamente pela porta bufando um pouco.

Não lhe descia a garganta que sua infame genialidade seria usada em prol da zaunita filha da puta a quem tinha um certo rancor, ele era somente a porra do herói do amanhã, não deveria se importar com lixo...já não bastasse ser a porra da parceira de Caitlyn, ainda era uma zaunita que pensava ser gente, aquilo só deixava Jayce mais nervoso com a situação.

- Se acalme Jayce, trabalho é trabalho e assim que Caitlyn ver a obra de arte que você, que VOCÊ fará, se impressionará tanto que vai se apaixonar por você...Esse é o meu garoto. – Ele diz para si mesmo enquanto estava se olhando no espelho do banheiro.

- Senhor Jayce? – Um jovem, provavelmente um aluno da Universidade diz assustado com tudo o que viu e ouviu.

- MERDA! Vem aqui pivete. – Jayce diz o agarrando pela gola da camisa e o ponto com força contra a parede, ele ergue o jovem um pouco do chão, impossibilitando qualquer chance de fuga do garoto. – Escuta aqui seu pedaço de bosta, você não viu nem escutou nada, nada aconteceu aqui, tá me escutando?! – Jayce pergunta em um tom ameaçador.

- E estou sim senhor! – O jovem suspenso do chão diz com total medo em sua voz.

- Que bom, muito bom...agora, vaza, antes que eu te dê um motivo para se mijar inteiro. – Jayce caçoa o garoto que por medo acaba por urinar em suas calças. – Onde eu estava mesmo...ah, é, foco Jayce, você vai fazer a melhor das armas para a punk zaunita de meia tigela.


Notas Finais


Salve, salve. Então, que bom que vocês estão lendo e curtindo minha fic. Mas eae, que tal ouvir a playlist dela para acompanhar sua leitura? Disponível tanto no Spotify, quanto no YouTube essa é a Playlist oficial de "Entre crimes e desilusões" e de seus personagens, se divirtam!

YouTube:

Playlist oficial e atualizada:
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Playlist com as músicas temas dos personagens:
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Playlist oficial e atualizada:
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Playlist com as músicas temas dos personagens:
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