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História Entre Desejo e Ódio - -oneshot.


Escrita por: be_anonymous

Capítulo 1 - -oneshot.



Midoriya fingiu rabiscar algo na borda do caderno, a folha em branco denunciando que não havia anotado muito sobre os pontos importantes especificados pelo professor e a mente distante o bastante do assunto para que não fosse capaz de acompanhar nem sequer uma palavra. Coçou a testa com a ponta oposta da caneta e comprimiu os lábios em nervosismo, talvez se sentindo culpado. Em meio a explicação de Aizawa sobre um novo esquema de treino que realizariam a seguir, o garoto inclinou levemente o corpo sobre a mesa e fitou o amigo de infância que se encontrava em sua respectiva carteira do outro lado da sala. O semblante fechado e as sobrancelhas franzidas já haviam se tornado seu usual, e vê-lo daquela forma quase natural poderia chegar a passar um certo conforto ou tranquilidade, depois de algum tempo. Buscou por indícios que pudessem lhe dar algum tipo de resposta, mas tudo que recebeu foi um olhar fuzilante daquelas íris vermelhas ameaçadoras, quase como se ele sentisse ou já soubesse que estava sendo observado. Com isso, Midoriya engasgou com a própria saliva e retomou à pose anterior, se sentando adequadamente na cadeira e abaixando a cabeça em constrangimento, desenhando círculos aleatórios na borda do caderno. Droga, queria resolver o assunto mas só estava tornando as coisas piores.

O que acontece é que há algumas semanas Bakugou estava agindo estranho. Não que Midoriya tenha sido o único a notar a mudança de humor repentina do loiro, já que fora justamente através de Kirishima que passou a prestar mais atenção nos "Cala a boca e morra!" Ou "Sai do meu caminho, imbecil!" Que eram anunciados em alto e bom som pelos corredores, mas a razão por trás desse comportamento, até então, era realmente um mistério. Pra eles. Midoriya tinha perfeito conhecimento sobre o motivo de seu mau humor exagerado. Bakugou passou a evitar qualquer mínimo contato com os colegas de classe, se afastando e se irritando com facilidade -isso é, mais que o comum; Midoriya tentou alertar o loiro sobre o quão óbvio ele estava sendo, mas tudo acabava se tornando motivo pra discussão. Então, sempre que isso acontecia, o episódio de um certo fim de treino em especial lhe vinha refrescar a mente.



[ . . . ] Três semanas antes...


Foi quando fez dupla com Bakugou dias antes de seu "surto de temperamento forte", em um cenário onde deviam basicamente dividir ou revezar os trabalhos ao se defenderem de robôs que atacavam raios-laser e buscar uma bandeira num forte localizado no centro da floresta -qual era o local da prova em questão. O objetivo era trazê-la de volta intacta evitando que fosse destruída pelos tais robôs e sem exceder o tempo limite de uma hora, que seria quando todo o forte explodiria, e se a dupla não tivesse recuperado o objeto dentro desse tempo resultaria então em seu fracasso imediato. Entretanto, o problema estava escrito; o foco da atividade era o trabalho em equipe. Trabalho em equipe? Bakugou? Com Midoriya? Para alguns já estavam fadados ao fracasso desde a decisão das duplas, para outros seria no mínimo um desafio e tanto, e até teve quem duvidasse que o de cabelos esverdeados sairia vivo daquela enrascada. Mas não, tudo o que teve do começo ao fim foi um Bakugou destruindo tudo sem pensar, rebaixando a própria dupla e deixando o "fracote inútil" pra trás, coisa que, obviamente, apenas trouxe problemas para ambos posteriormente. Além de Midoriya quase ser morto pela própria dupla em um de seus surtos nervosos, tiveram que resolver um puzzle para encontrar a bandeira verdadeira, e isso os causou um enorme estresse. Isso porque o irritadinho não suportava ficar quieto para escutar o plano e só queria destruir tudo e "andar logo com aquilo", e Midoriya, por outro lado, era medroso demais para falar com Bakugou com mais autoridade.

Como resultado até conseguiram encontrar a tal bandeira instantes antes da explosão -apesar de ainda terem entrado em apuros ao quase ficarem presos nos escombros-, mas como consequência Bakugou já estava esgotado àquele ponto, então só depois de muita discussão ele "concordou" em ficar responsável pela bandeira enquanto Izuku focava em tomar conta dos robôs que tentavam destruí-la. Em resumo, terminaram com um Midoriya completamente acabado -tanto seu físico quanto seu uniforme- e um Bakugo... Nervoso. O que não era bem uma surpresa. As coisas não saíram como o esperado de dois aspirantes a herói, então talvez esse fosse um ótimo motivo para que ele ficasse tão explosivo na próxima semana. Além do mais, tiveram que ouvir um esporro de Aizawa sobre "como planejávamos ser heróis profissionais quando sequer conseguíamos entrar em um acordo com os colegas". No caso esse foi para Bakugou, para Midoriya foi algo sobre ser tão passivo em suas decisões e não impor com firmeza seus planos e ideias, mas não prestou muita atenção nessa parte quando Bakugou parecia tão chateado.


[ . . . ]

ー Ugh, eu tô acabado... ーDenki resmungou.

ー Isso não foi ainda pior que o treino da floresta? ーDisse Mina.

ー Talvez seja por isso que falhei nos dois... Parece que eu só apanhei dessa vez. ーMineta retrucou.

Os alunos deixavam o espaço em meio conversas e reclamações enquanto Midoriya se mantinha sentado no chão, encostado na parede repleta de marcas violentas -podia jurar ter visto até um pouco de sangue ali. Ele estava igualmente cansado, mas a sensação de ter demonstrado evolução desde a última vez o motivou, então se ergueu cuidadosamente pronto para deixar a quadra.

ー Midoriya. ーEra Aizawa.

ー Oh, eu não tinha notado o senhor vindo.

ー O diretor me convocou na sala dele, sei que é injusto por ser o único aqui agora, mas pode se encarregar dos equipamentos? 

Midoriya olhou ao redor, haviam equipamentos de treino espalhados por todo o espaço, alguns que pareciam até bem pesados de se carregar de volta sozinho. Ele pensou em recusar ou inventar uma desculpa, mas então a imagem de si mesmo no treinamento para receber o One For All cruzou sua mente, e um "Sem problemas" escapou de seus lábios sem querer.

ー Ótimo. Você pode tomar banho e encontrar o restante da turma na sala depois disso. Só não me peça nenhum aumento nas suas notas por isso.

O mais novo soltou um risinho fraco e assistiu o moreno deixar o local em seus naturais passos tranquilos e cansados. Respirou fundo e se virou para a bagunça que lhe aguardava, aquilo levaria algum tempo...


[ . . . ]

ー Haa, finalmente. ーMidoriya suspira de exaustão, porém satisfeito com o belo trabalho que fizera. O chão até parecia mais limpo depois de ter se livrado de tudo aquilo. O espaço precisaria estar livre para outros eventos além de treino, então entendia que seu trabalho fora útil àquele ponto. Apoiou as mãos na cintura e sorriuー Já devem ter passado mais de vinte minutos... Eu tenho que tomar banho e voltar logo.

E com seu ar apreensivo, ele correu apressado para o vestiário masculino. Entretanto, claro, a expectativa de Midoriya era estar completamente sozinho àquela hora, todos deviam estar na sala fazendo a maior baderna aproveitando do tempo que o professor não estava presente -se é que Aizawa não já tinha voltado.

Mas então o barulho de água caindo invade seus ouvidos conforme se aproximava do vestiário, e assim que chegou próximo o suficiente esse mesmo barulho se mesclou ao som abafado de algo que não pôde identificar. Ao alcançar os armários, se esgueirou para poder checar quem poderia estar na ducha àquele hora, imaginou que alguém pudesse ter esquecido um dos chuveiros ligados e isso o deixou bastante frustrado, afinal desperdiçar aquele tanto de água não era divertido. Mas então visualizou os cabelos loiros e espetados de um aluno, também costas largas e bem definidas no fim do corredor, juntamente de um corpo despido e molhado, desde que a água banhava cada espaço da pele exposta. Não haviam cabines ou cortinas que oferecessem privacidade para os alunos, dessa forma, o corpo nu de quem quer que fosse estava completamente à mostra. Analisando por mais alguns instantes, notou ser Katsuki Bakugou. O fato de ser o único ali trouxe um breve sentimento de culpa e arrependimento para Midoriya, então se virou para deixar o local. Lembrou-se também que não costumava se aventurar pelos chuveiros junto dos outros garotos por pura vergonha, o simples pensamento de ser visto pelado pelos colegas já era o bastante para que ficasse tímido. 

No entanto, um outro pensamento ainda maior o fez travar seus passos ainda dentro do local. Precisava se acertar com Bakugo e pedir desculpas. Seja lá porquê. Olhou para o alto e juntou forças sabe-se lá de onde para girar pelos calcanhares e retomar seu caminho de volta para os chuveiros, onde novamente se deparou com Bakugo de costas pra si há alguns metros de distância.

ー Kacchan... ーChamou, baixo. Pôde notar como sua presença foi uma surpresa quando notou os ombros do outro se tensionarem, então ele olhou brevemente pra si por cima do ombro, voltando as mãos aos cabelos espetados em seguidaー Eu queria me desculpar sobre o treinamento na floresta. Isso te fez ficar chateado, não foi? Eu vi como você parecia cabisbaixo durante o sermão do professor. ーRecebeu apenas o som da água se chocando contra o piso em retorno, então prosseguiuー Eu sei que não sou forte o bastante ainda, que não posso acompanhar seu ritmo algumas vezes... Mas eu estou me esforçando pra isso. Eu gostaria que escutasse os conselhos do professor Aizawa, assim como eu também farei para superar meus limites. Espero que em breve possamos trabalhar juntos mais uma vez, assim poderei mostrar como estou me empenhando para te superar também!

Sim, aquilo foi tudo o que tinha pra dizer, havia feito um ótimo trabalho em impor suas ideias dessa vez. Aizawa ficaria orgulhoso de sua decisão. Mas um silêncio avassalador ainda tomou o local mesmo depois de todo o discurso que havia previamente preparado, e o de cabelos esverdeados até repensou sobre suas falas. Havia dito algo de errado? 

ー A-ah! ーComeçou novamente, dessa vez ainda mais agitado e afobadoー V-você também deve estar com vergonha, não é!? Kacchan, me de-desculpe! Eu nunca imaginaria que você também tinha vergonha de ficar pelado na frente dos outros, mesmo que sejam garotos! ーE Midoriya entrou em uma nova crise ansiosa de forma quase imediata, falando e falando sem parar, pedindo desculpas como se não houvesse amanhã. Ele não sentia falta de ar por falar tanto sem nenhuma pausa?ー Eu já estou saindo-!

ー Deku.

A voz ríspida que ecoou pelo local fez Midoriya se calar imediatamente e, entre os dedos das mãos que escondiam-lhe o rosto, olhou para Bakugou mais uma vez. Estava ainda mais ansioso por ser a primeira vez que Bakugou se pronunciava desde que havia começado a falar, temia que tivessem outra briga ali mesmo, com o loiro ainda pelado. Aquilo seria vergonhoso.

ー Vem aqui.

ー O quê!? ーPraticamente berrou, mas depois de notar que o outro falava sério, engoliu em seco e tirou os sapatos antes de ultrapassar para o piso molhado, quando se aproximou em passos curtos e parou atrás do loiro. Deus, eu vou levar uma surra... Eu vou morrer, não vou? Eu vou morrer!ー Me desculpe de verdade, Kacchan... ーO medo era notável em seu timbre.

ー Não tô chateado. ーBakugou falou. E por um instante Midoriya se sentiu aliviado, sentimento de alívio este não durou muito tempo, pois Bakugou repentinamente se virou e puxou o outro pelo pulso, jogando-o contra o azulejo da parede à sua frenteー Eu tô puto, puto pra caralho...

ー Eu sei!! Eu sei, Kacchan! Mas não precisa fazer isso! Nós podemos fazer melhor da próxima vez, eu não vou mais desmaiar dois minutos antes de terminar a prova! Eu não vou te fazer me carregar pelo resto do treino!

ー Cala a boca por um minuto, Deku imbecil! Eu não quero ouvir desculpa nenhuma! Isso só me faz me sentir ainda mais irritado!

E temendo o pior, Midoriya se calou. Ainda aflito, mas se manteve em silêncio por um momento.

ー ...Não vou negar que você é o motivo de eu estar irritado. Mas não tem ligação alguma com a droga do treino na floresta. Aquilo foi um vexame e eu quis te matar naquela hora, sim, mas não é por isso. ーSe a intenção era tranquilizar Midoriya, causou o efeito oposto, pois a cada palavra o coitado podia sentir seu corpo estremecer, ainda mais quando Bakugou abaixou a cabeça e socou forte a parede atrás de si, tão próximo de sua orelhaー É culpa daquela merda de sonho...

ー...Não entendi, Kacchan... Você pode repetir?

ー Se eu não tivesse sonhado com você naquele dia, eu teria terminado aquela prova num instante e nem precisaria da sua ajuda. Mas por causa disso eu não conseguia me concentrar, eu não consegui focar o dia inteiro e a culpa é sua! ーApesar de continuar insistindo e mantendo seu tom de voz irritadiço, Bakugou não olhava-o nos olhos. Midoriya não podia ver quais expressões estavam no rosto do amigo de infância enquanto num momento tão irreal quanto aquele. Mas ele ainda estava nu, então quis morrer naquela hora. Ele parecia tão tranquilo estando pelado à sua frente e sabe-se lá o quê se passava na cabeça dele naquela hora.

Nenhuma palavra dita por Bakugou fazia sentido para si. Sonho? Do quê ele estava falando como se Midoriya fosse ter alguma ideia? Um vento frio bateu contra as roupas úmidas do de cabelos esverdeados, fazendo-o se encolher. Notando isso, Bakugou o puxou pela cintura pra de baixo da água quente do chuveiro que ainda estava ligado.

ー Melhor, não? 

ー Não, não! Nada melhor! Kacchan, isso é muito vergonhoso, se você queria me punir, conseguiu. Eu não me importaria se me matasse agora... ーNuma péssima tentativa de se esconder, Midoriya se agarrou ao peito desnudo de Bakugou e enterrou o rosto na curva de seu pescoço. A pele dele estava quente, muito quente. Talvez ele estivesse ali já há muito tempo antes de chegar.

Com essa proximidade, a pélvis foi de encontro com a de Katsuki, e esse contato com a área fez com que o membro do loiro tocasse o tecido agora encharcado de sua calça. Em um momento de descuido, o mais baixo desceu seu olhar na mesma direção em que Bakugou fitava, os olhos passaram pela trilha de pêlos num tom um pouco mais escuros que os cabelos dele e se manteve estático apesar de notar que ele estava ereto, tamanha descrença.

ー A-a-am... Kacchan, você está... ーTentou, mas nada saiu.

ー Tsk. ーBakugou o fitou nos olhos enfim, e para a maior surpresa de Midoriya, sua testa não estava franzida e sua cara não estava fechada de um modo ameaçadorー É isso aí, meu pau tá duro. E eu não veria desse jeito, mas já que falou de punição, serve também.

Midoriya não disse nada apesar do choque, o cérebro pifando ou apenas numa falta de formas para se expressar.

ー Seu merda, por que você é tão lerdo!? ーBakugou gritou, mais uma vez irritado. Mas notando que Midoriya não descobriria sozinho, inspirou e tentou falar num tom mais manso -claro, não houve muita mudançaー Eu tava conseguindo lidar com isso sozinho, e eu poderia esquecer de vez essa droga se continuasse do jeito que tava. Você lá, eu cá, nós nos tornaríamos heróis e seguiríamos caminhos distintos em algum momento... ーEntão, o loiro começou a falar mais baixo, quase como se, pela primeira vez, ele estivesse escolhendo as palavras as quais usar. Aquilo despertou algo em Midoriya que ele não pôde descrever, mas estava curioso por aquele Bakugouー Mas então, eu sonhei com você. E merda, você tava... Ugh, isso é ridículo. Você tava... Bonito, e tal... E quando eu acordei, eu tava desse jeito que você tá vendo agora.

Midoriya mal piscava, não poderia perder nenhum milésimo daquele lado hesitante do antigo amigo. Estava tão incrédulo que nem pôde dizer nada em resposta, só continuou o olhando.

ー Não faz pouco tempo que percebi que eu sentia algo por você, por isso quando fizemos dupla eu não conseguia evitar lembrar dessa merda de sonho toda vez que você falava ou quando eu te olhava. Porque a imagem da sua cara de putinha tava tão clara na minha cabeça, junto da sua voz gemendo meu nome...

ー... Ah!? Put-tinha!? G-gemendo!? ーEstava tão absorto nas palavras que a ficha só caiu instantes depois. Isso fez Bakugou revirar os olhos, mas ele não disse nada até que Midoriya terminasse seu chilique. A voz esganiçada e falhada de Midoriya era hiláriaー Você... Você! Sonhou que a gente estava...!?

Bakugou abriu um sorrisinho ladino e o olhou de canto, sua fala seguinte soando tão atrativa e sensual que se tornou simplesmente demais para a mente pura de um Izuku virgem e sem nenhuma experiência sexual, nem mesmo com imagens, vídeos ou qualquer coisa assim.

ー Bingo.

Bakugou levou a mão livre até o cós das calças de Midoriya, se desfazendo do cinto em movimentos curtos e ágeis, impedindo que o outro pudesse sequer raciocinar o que estava acontecendo a tempo, desde que seu cérebro trabalhava tão rápido tentando processar todas as informações coletadas. Era tanto que não duvidava que estava fritando. Quando se deu conta, o cinto já estava no chão, e só então Midoriya levou as mãos às calças e as segurou firmemente.

ー Espera, Kacchan! ーDisse em pânico, mas teve a boca tapada pela mesma mão que antes estava na parede ao seu lado.

ー Eu mandei ficar quieto, nem isso consegue fazer?!

Estava em um estado de choque tão grande que simplesmente não pôde lutar contra. Bakugou estava apaixonado por si? Tipo, apaixonado de verdade? Do tipo que quer namorar e casar? Iria se casar com Katsuki Bakugou!? Todos esses questionamentos e muitos outros cruzavam-lhe a mente naquele instante, fazendo uma limpa em todos os momentos que Bakugou já havia lhe humilhado e xingado de coisas vergonhosas antes. A razão por trás de todo aquele comportamento exagerado era porque não aceitava seus próprios sentimentos? Midoriya sabia que se perguntasse, ao menos naquele momento, não receberia de Bakugou nenhuma resposta que realmente lhe respondesse, então guardou pra si por ora.

E ficou preso naquele devaneio bobo até sentir algo tocar seu sexo diretamente, algo que não era a própria mão, fazendo um choque lhe percorrer a espinha de forma instantânea.

Mm! Gn...!ーLevou as mãos ao pulso firme do loiro, na intenção de impedi-lo de continuar seu toque. Claro que não funcionou, afinal era um Midoriya trêmulo se escorando no próprio amigo de infância contra um Bakugou convicto e com um olhar que emanava todo e qualquer pensamento pervertido que existia e que Midoriya conhecia. Ou seja, ainda que tivesse suas duas mãos segurando o braço dele com o resto de força que lhe restava -de forma que não indicava que estivesse realmente tentando afastá-lo-, nada o impediu de continar a estimular seu membro. Pra ter o gosto de ouvir a voz do protagonista de seus sonhos molhados, Bakugou tirou a mão da frente da boca deleー Kacchan, se algu-guém entrar...

ー Pare com isso, veja só, sua cara tá vermelha de tão animado que você está! ーComo já mencionado antes, Midoriya não podia sequer se imaginar nu na frente de outras pessoas sem sentir vontade de se enterrar e desaparecer da face da Terra, nem mesmo a própria mãe o via pelado desde os dez anos de idade! Portanto a razão do rubor nas bochechas, naquele momento, não estava relacionada a excitação alguma, ele só queria fugir dali o quanto antes, ou senão as coisas previsivelmente escapariam de seu controle. No entanto, tudo era tão novo e intenso que Midoriya logo não conseguiu mais esconder o desejo oculto que alimentava pelas mãos um tanto quanto agressivas do outroー E também, ーBakugou continuou, escapando um risinho no fim da frase;ー aqui em baixo, também parece querer dizer outra coisa... 

Era verdade, Midoriya era tão péssimo em mentir que se tornava piada. Mas ao mesmo tempo, ele estava com tanto medo do quê se seguiria à partir daquilo que não podia evitar ficar nervoso, apesar de sentir o próprio membro pulsar no toque áspero do loiro. A preocupação em manter a voz baixa, o medo de alguém entrar e os ver naquela situação constrangedora, a aflição por se sentir tão exposto e quente. O estômago se revirava e as pernas trêmulas ameaçavam ceder conforme a mão firme do outro lhe sufocava e escorregava por toda a extensão de seus 16 centímetros levemente curvados para o alto. Então Midoriya descobriu que odiava correr riscos desnecessários, principalmente se fossem daquele tipo, tão íntimos.

Mordeu os lábios com força, deixando apenas seus suspiros pesados e grunhidos ecoarem, baixos. Uma das mãos foi parar atrás das costas, onde arranhou o azulejo frio com as unhas curtas, que escorregavam graças à superfície lisa. Então, repentinamente, Bakugou largou seu sexo inchado.

ー Acho que já tá pronto...

ー NÃO! ーGritou, assustando Bakugou que o fitou confusoー Quero... dizer... é que... Kacchan... ーChegou a prender a respiração pra falar, fechou os olhos com força e anunciou alto;ー Não vai caber! 

Graças à inexperiência e falta de real conhecimento no assunto, Midoriya podia ter uma mente inocente e até um tanto infantil quando se tratava de sexo, sim, mas ele tinha um conhecimento básico sobre o ato graças ao convívio com os próprios colegas de classe. E se tinha algo que ele sabia muito bem, era que numa relação, um dos dois teria que enfiar. E esse alguém claramente seria Bakugou. E se esse era o caso então Midoriya estava com medo demais de ter que lidar com a agressividade natural do loiro para confiar seu corpo à ele daquela forma, ainda tão repentinamente. Talvez com um preparo psicólogico antecipado...

ーSeu idiota, do quê cê tá falando? Eu não vou meter em você, isso seria nojento pra caralho.

Então, pela primeira vez desde que todo aquele cenário confuso havia começado, a mente de Midoriya parou, restando apenas um branco. Não ia meter? Como assim? Midoriya poderia se sentir um bobo pela própria suposição errônea ou pelas palavras que saíram da própria boca, quem sabe até ficar sem graça por ser tão ingênuo; mas nem isso conseguiu fazer, pois sua mente só voltaria a trabalhar com clareza quando um estímulo maior despertasse seus neurônios mais uma vez.

ー Então... ーEle limpou a garganta, constrangido e envergonhadoー O que você vai fazer? 

ー Só vem aqui. ーBakugou voltou a colar seus corpos, sentindo-se incômodo pelo outro ainda estar vestido em sua camiseta. Mas ao mesmo tempo, ele não se encontrava em condições de esperar nenhum segundo a mais.

 Inicialmente, o loiro tocou de forma gentil a glande do próprio membro contra a do Izuku, e o simples pensamento de que finalmente estava tendo aquele tipo de relação com o garoto o fez estremecer da cabeça aos pés. Nem em seus sonhos aquele conjunto perfeito poderia ser tão excitante; o sentimento de realização por ter tornado real uma de suas fantasias mais antigas, a forma como o falo se contorcia ao deslizar pela extensão do membro de Midoriya, o som da respiração pesada do garoto que agora enfim Bakugo não precisaria se conter para não imaginar coisas pervertidas. E para Midoriya a visão era tão erótica que poderia gozar só com aquele mínimo contato. E isso o levou a se questionar mentalmente sobre por quanto tempo iria durar em meio tudo aquilo. Após Bakugo se esfregar o suficiente contra si e lhe trazer sofrimento o suficiente com suas provocações, ele finalmente encontrou a posição que idealizava, e então pôde masturbar ambos com uma só mão. Fosse por ela ser grande demais ou não. 

Ah! Kacchan... Espe-era um pouco...

Mas não adiantava, o prazer que se alastrou abruptamente por seu corpo o consumiu e o anestesiou, e não foi necessário muito para que apenas sua respiração e os gemidos contidos fossem ouvidos por Bakugou, que para fazê-lo se calar, aumentou a velocidade da masturbação. Ele sabia que perderia a cabeça, tinha certeza, mas se era aquele seu destino, se certificaria de levar Midoriya junto consigo. Katsuki Bakugou era um grande filha da puta quando queria ser.

A sensação quente e molhada que sufocava ambos os sexos poderia fazer os dois garotos perderem a consciência sem grande esforço, mas se contentariam enquanto encontrassem apoio um no outro mutuamente, e se prender à luxúria que encontravam nos olhos um do outro apenas serviu para despertar ainda mais desse lado sujo, fazendo assim, aos poucos, xingamentos e palavras incentivadoras escaparem dos lábios do loiro.

Por favor... Por favor, espera, Kacchan... ーPediu, ainda que o ritmo agora fosse mediano, ainda era demais pra si. E o tom de súplica causou alguma piedade no Katsuki, fazendo-o dar uma pequena pausa nos movimentos contínuos, restando apenas carícias lentas pelo próprio faloー Eu acho que vou gozar...

ー Mas já? Eu sabia que você era fraco, mas isso sem dúvidas supera minhas baixas expectativas... Comentou em tom de zombaria, fazendo Midoriya se envergonhar e apoiar a testa no ombro do colega de classe, ofegante. Droga, como ele queria poder chamar alto pelo nome de Bakugou, como ele queria...ーEntão eu vou ter que impedir que você goze, hein? ーBakugou desce um pouco mais a destra e agarra forte as bolas do de cabelos esverdeados, que soltou um grito fino com o ato bruto e repentino, mas se arrependeu pelo descuido imediatamenteー Shh... Você não quer que ninguém lá fora nos ouça, quer? ーMidoriya responde com um balançar de cabeça frenético, ainda sem olhar Katsuki nos olhosー Então usa essa mão inútil pra bater uma pra mim, ーCom a mão livre, ergueu o rosto de Midoriya e pôde ver seus olhos marejados, arrancando um risinho do loiroー me olhando.

Midoriya respirou mais pesadamente; não tinha força o bastante sequer para manter à si próprio em pé, quem dirá pra fazer algo como aquilo. O corpo inteiro tinha espasmos pelo excesso de estímulos que o corpo recebia, porém, a sensação mais forte era a das borboletas que voavam caóticas no estômago, tornando a expressão de Midoriya uma enorme bagunça de saliva, lágrimas e vermelhidão, pela vergonha. Era óbvio que Midoriya não tinha o costume de se masturbar, ou ao menos não o fazia com frequência o suficiente para que o levasse a perder um pouco da sensibilidade, fazendo com que toda a experiência tomasse e revirasse a mente e o corpo do jovem tão violentamente quanto um tornado. No entanto, o olhar perverso de Bakugou em um mix com sua própria necessidade sexual fizeram-lhe não conseguir evitar, e quando menos notou, já estava escorregando a mão pela própria rigidez do membro lentamente, mas tão lento que deu nos nervos do loiro, que o corrigiu;

ー Assim não, será que tenho que te ensinar tudo, Deku idiota? ーApoiou a própria mão por cima da dele, firmando o aperto e fazendo o corpo de Midoriya dar um pulinho engraçado. Então, começou a punheta novamente, mas dessa vez com a devida forçaー É assim que eu quero... 

An! Kacchan, Kacchan! Eu tô perto, por favor, me deixa gozar... ーO aperto agressivo na base de seu falo impedia Midoriya de alcançar a devida satisfação desejada, fazendo-o tomar uma imagem muito mais sensual do que Bakugou poderia imaginar. Estava sendo demais até mesmo pra ele. Os olhos nublados pelo prazer impediam Midoriya de ver o rosto o loiro devidamente, mas ele sabia que aquelas íris carmesim estavam sobre si, focadas em suas expressões faciais e lhe cortando a respiração toda vez que tentava puxar o ar para os pulmõesー Eu vou obedecer...

ー Que merda, Deku...ーKatsuki rosnou as palavras pra fora da garganta conforme largou a mão do Izuku e suas bolas, permitindo que ele alcançasse seu ápice se assim desejasse. No lugar disso, ele retornou a canhota ao próprio membro e iniciou a masturbação novamente, em um ritmo mais rápido que o de Midoriya, mas não menos intenso.

Assim, em mais poucos movimentos do punho contra o próprio falo, Midoriya teve seu orgasmo em meio um gemido arrastado e entrecortado, não medindo ou se importando com a altura de sua voz naquele instante. Fora seguido por Bakugou, que assim que avistou o jato pegajoso melar seu abdômen, também gozou em abundância entre um xingamento e outro. Exaustos, eles ainda se mantiveram na mesma posição, tendo Bakugou servindo de apoio para Midoriya que  descansava as mãos sujas pelo sêmen de ambos em seus ombros bem definidos e o som da água que escorria pra dentro do ralo aos montes. Nenhum dos dois arriscou se pronunciar novamente após isso, fosse por timidez ou falta das palavras certas, assim que tranquilizaram as respirações, Midoriya apenas se afastou devagar do peito do loiro para ir pra debaixo do chuveiro ao lado, o qual ligou e se ocupou lavando-se, silenciosamente. Aquilo de certa forma frustrou Katsuki, que não admitiria mas também se lavou sem falar nenhuma palavra; por que aquele idiota não estava falando nada?

Depois de terem terminado e, ainda naquele silêncio matador, terem se secado e se trocado com as roupas guardadas em seus armários, eles estavam preparados para deixar o vestiário com o mesmo silêncio quando Bakugou enfim quebrou aquela barreira que haviam construído repentinamente. 

ー Me dê uma resposta quando se decidir.

E com essas palavras ele deixou o local, largando Midoriya pra trás, que ainda amarrava os cadarços de seus sapatos sentado no banco de madeira polida. Os passos se afastaram devagar, quase como se ele ainda tivesse esperanças de que o outro dissesse algo, mas ele não disse, então logo já estava distante o suficiente do vestiário para o Izuku ter mais um surto nervoso.

Com o rosto baixo ele nunca teria visto, mas Midoriya estava queimando em vergonha, muita vergonha. Ele estava tão vermelho e queimando de timidez que chegava a suar, e não era muito conveniente estar suando logo após um banho. Midoriya estava confuso, confuso e confuso. Nenhuma outra palavra poderia resumir tanto seu estado quanto aquela. Mas uma coisa era fato, e nunca poderia negar aquela afirmação; Bakugou era dono de uma de suas primeiras experiências, e aquilo o tornava tão marcante quanto já naturalmente era antes, Katsuki Bakugou era seu primeiro. Midoriya tocou o próprio rosto com os dedos e iniciou seu ritual de inspirar e expirar em intervalos de cinco segundos, como se tornou hábito fazer. Porém, só depois que também deixou o vestiário e retornou à sala de aula instantes depois de Katsuki, Midoriya se questionou;

ー Ahn? Decidir o quê?



[ . . . ] Três semanas depois...


Era noite de quinta feira, Midoriya já estava em seu quarto depois de um longo dia de estudos e limpeza dos dormitórios quando o corpo finalmente deixou a cadeira da escrivaninha e substituiu o livro didático pela cama macia e seu travesseiro aconchegante. Estava exausto, só pelo seu rosto podia afirmar. Deitado de barriga pra cima, o jovem encarou o vazio no teto branco por alguns segundos antes de fechar os olhos, onde apagou completamente. Ou quase, pois a consciência foi puxada devolta à contragosto.

ー ...Deku... Deku? ... Deku, desgraçado!

ー AAAH?! ーBerrou, erguendo o corpo na cama imediatamente pelo sustoー O quê!? O que aconteceu, galera!?

ー Galera? Sou eu, imbecil. ーE quando Midoriya olhou para o lado, lá estava Bakugou, em pé ao lado de sua cama. Piscou algumas vezes, afinal o quarto estava escuro e só o abajur não era luz suficiente para despertar sua mente por completo, mas então se convenceu, por fim, que não era um sonhoー Lerdo.

ー Kacchan, é você... ーDisse o óbvio, se sentando na beira da cama e coçando o olho com as costas da mãoー Qual o problema?

"Qual o problema"... ーEle repetiu. Talvez Midoriya tivesse um raciocínio verdadeiramente lento, e tal pensamento fez Katsuki respirar fundo e se sentar na cadeira da escrivaninha, de frente para o de cabelos esverdeadas. O penteado "acabei de acordar" de Midoriya era uma bagunça e fazia o loiro querer rir, mas se conteveー Faz uns dias, eu consigo sentir você me olhando na sala, eu não sou idiota. Ao invés de me encarar como um psicopata, por quê não me dá uma resposta logo? 

ー Resposta... ーMidoriya pensou. Claro que não havia se esquecido, mas precisou resmungar algumas palavras desconexas para que chegasse ao pico de coragem que vinha juntando todo esse tempo para se pronunciar sobre o assuntoー Mas Bakugou, tem algo que eu quero perguntar... ーMidoriya coçou a nuca, desconcertadoー Essa "resposta", seria... Hm, de um pedido de... Tipo, na...moro?

Temia que seu chute estivesse errado, seria uma situação horrível se estivesse errado de novo, e a julgar pela expressão que se formou no rosto do Katsuki conforme formulava sua fala aos poucos, apenas sentia estar caminhando cada vez mais próximo ao papel de trouxa que tanto tentava evitar. Mas no fim, aquela expressão que não podia distinguir se transformou em uma mistura de confusão e incredulidade. 

ー Tá me zoando? 

ー ... Não? ーMidoriya respondeu.

ー Porra! ーEle deixou a cadeira de supetão, fazendo-a deslizar pelas rodinhas pro outro lado do quarto, quase dando a impressão de que até mesmo ela estava correndo do loiro. A reação, no entanto, serviu apenas para assustar Midoriya, que pelo reflexo pulou na cama como um gato assustado e imediatamente tentou fugir desesperadamente ao vê-lo se aproximar da cama, mas terminou com um Katsuki raivoso sobre siー Depois de todo meu discurso! Você ainda tem coragem de me perguntar uma porra dessas?! É claro que é, é de um pedido de namoro, desgraçado, infeliz, filha da puta! 

ー Mas! ーMidoriya cortou a onda de xingamentos dele, se pronunciando. Aquilo provavelmente nunca mais terminaria se não fizesse nada, então cortou pela raiz. Havia virado o rosto na outra direção e fechado os olhos pelo susto do momento, mas agora abriu um deles apenas para checar a reação de KatsukiーMas você não falou nada sobre namoro... No seu... "Discurso", naquele dia.

Bakugou se manteve imóvel, não esboçou reação alguma de primeira, mas depois de ter revirado todo seu cérebro em busca de argumentos, ele pareceu ter aceitado sua derrota. 

ー Não, é? ーEle disse. Parecia envergonhado.

ー Não. ーMidoriya reafirmou.

ー E isso é relevante? ーComeçou mais uma vez, era aquele tom fora de seu usual. E só essa curta frase já atraiu a atenção conpleta de Midoriya, que o fitou, hipnotizado como se fosse um ser sobrenatural que estava à sua frenteー Eu confessei meus sentimentos, isso não basta? Eu sei que naquele dia não te dei brecha pra responder, ou oportunidade de retrucar, mas eu falei. E ainda assim, eu gostaria que considerasse o que eu sinto, eu te odiaria pra sempre se não pensasse sobre isso.  Aliás, nós também fizemos... aquilo. Eu não faria esse tipo de coisa com qualquer pessoa. 

A forma a qual Bakugou havia escolhido para se declarar no tal dia havia sido sim, muito inusitada. Aliás, ainda era inusitada a escolha de palavras que ele estava usando naquele instante para se reafirmar. Mas  depois de pensar um pouco sobre, não se dava para esperar muito mais além disso, afinal, era daquele Bakugou que estavam falando. E aquele Bakugou era cheio de surpresas e situações inesperadas. Ao pensar sobre isso, as borboletas de antes voltaram a fazer festa no estômago de Midoriya, e não se surpreendeu com aquilo, não quando estava tão vidrado nos olhos de Katsuki, tão próximos mas tão distantes. 

ー... Você lembra, não é? 

Ah, Midoriya se lembrava, cada minuto passava na mente de forma vívida. Lembrava de como se sentiu banhado no próprio pecado, e também se lembrava de como se culpou por ter se entregue tão facilmente para aquelas sensações carnais. Lembrava do rosto tranquilo de Bakugou após toda bagunça que causaram, de sua respiração se ritmando à sua própria e seus batimentos cardíacos.  Se lembrava, sim. Mas também se lembrava do quão desejou por ter tudo aquilo de novo, enquanto chamava pelo seu Kacchan no quarto do dormitório. Perdidos entre algo que ia muito além do desejo e o ódio.




Notas Finais


(1/1)


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