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História Entre Diamantes - Intervenção


Escrita por: JustCry

Capítulo 54 - Intervenção


Fanfic / Fanfiction Entre Diamantes - Intervenção

Saindo do banho, vesti uma muda de roupas que tinha deixado na casa  da melhor amiga e saí, ainda secando o cabelo com a toalha.
-Fiz chá de camomila -disse ela, quando me viu entrar na sala
Agradecida, pego a xícara e sento na banqueta da cozinha americana. A casa pequena ficava em um bairro mais tranquilo de Nova York. Kimi frequentava a escola do bairro e podia sair com outras crianças pelas pracinhas e parques. Me sentia mais segura ali.
-Pode me contar o que aconteceu? -ela perguntou, depois de servir uma xícara para si mesma e sentar de frente para mim.
-Eu não sei o que aconteceu. Num momento estava tudo bem e do nada eu comecei a me sentir horrível.
-Mas o Luca fez alguma coisa? ou ameaçou fazer? 
-Não, só estávamos passando a coreografia enquanto o James não chegava.
-Estar na mesma sala que ele te deixa nervosa?
-Um pouco, mas não a esse ponto.
-Só que dessa vez vocês estavam sozinhos
Isso fazia sentido para mim na verdade, só não tinha raciocinado desse jeito ainda.

Tomando mais um gole do chá, me assustei com o barulho da porta, sentindo o coração acelerar mesmo depois de ver a pequena Kimi entrando com os patins na mão.
-Oi tia Gabi -Ela sorriu, tirando os sapatos para vir até mim
-Está atrasada -apontou Soph, sem precisar de mais do que frieza para que ela se sentisse repreendida
-Desculpa, mana, mas eu já fiz todas as minhas tarefas da escola e arrumei o quarto. -justificou ela, se aproximando para nos cumprimentar.
-Tudo bem, tome um banho e se vista para jantar.
Concordando, ela foi pelo corredor, sempre obediente.
-Ela e Yui não dão trabalho juntas? 
-Bem menos do que a maioria das crianças, eu diria. Só me pedem para cortar alguma coisa quando cozinham e eu lavo toda a louça que pode machuca-las, eu levo e busco quando querem sair a noite, mas não muito além disso. As duas são quietinhas, se tem algum plano mirabolante além de desenhar e assistir desenho, está muito bem escondido. -Tomando mais um gole de chá, seu sorriso sumiu aos poucos -Mas estávamos falando de você, não das duas anjinhas.
Eu concordei, esperando que ela retomasse.
-Você precisa de ajuda, Gabi, e não do tipo que eu posso te dar. Há anos eu te falo para procurar um psicólogo, amiga, isso pode ter sido um ataque de pânico ou uma crise de ansiedade. Para previnir que aconteça de novo, precisamos entender o que está passando pela sua cabecinha.
-Tá bom, eu vou pensar sobre isso, talvez fazer umas sessões pra ver como um me sinto. Feliz?
-Vou ficar se fizer de verdade -sorriu a amiga

Fomos para o sofá, procurando algo para assistir na tv e eu virava o celular bloqueado nas mãos. Em algum momento Kai chegaria em casa e perceberia minha falta. "O jantar!" lembrei de repente, não pensava nisso desde que começaram as aulas mais cedo. Não tinha mais a menor vontade de me arrumar para sair, mesmo que fosse com ele. Esperava que não ficasse chateado.
A noite cada vez mais profunda. Jantei com as meninas e fui pintar com a Kimi enquanto Sophie arrumava a cozinha.
-Você vai dormir aqui hoje? -perguntou a pequena, espalhando os materiais de desenho no chão
-Acho que sim 
-Não sabia que adultos também fazem festas do pijama
-Fazemos, mas chamamos de Noite das garotas -sorrio de volta, enquanto escolhemos os desenhos para pintar.
Consegui me distrair naqueles minutos, até ouvir a porta da sala se abrir e a voz conhecida soar longe.
-Ela está no quarto da Kimi -guiou Soph, enquanto ele entrava -O Kai chegou -ela disse quando ele apareceu na porta
-O Kai? 
-Tio Kai! -Kimi, sorridente em seu pijama, foi abraça-lo
-Olá -Ele a levantou, mas não demorou a devolver pro chão
-Vem, vamos deixar eles a sós -As duas saíram, fechando a porta -Vai me agradecer depois
-Oi -me levanto para abraça-lo, mesmo que não quisesse tanto contato assim
-A Soph me avisou que você estava aqui, está tudo bem?
-Agora está -respondo, falando baixinho -Só estou com medo de acontecer de novo.
-Aquele cara continua te assediando depois da viagem?
-Não, ele não fez nada -O que me fazia parecer ainda mais louca ali.
-Então o que aconteceu? -perguntou ele e sentamos na cama para que eu contasse.
-Nosso coreógrafo atrasou e começamos a passar a parte que estava pronta sozinhos. Aí eu comecei a me sentir sufocada, tudo ficou borrado e apertado, não queria que ninguém olhasse pra mim, nem me tocasse... Foi assustador, parecia que eu ia morrer.
-Oh.. Você tem ideia de porquê isso aconteceu?
-Nós estávamos sozinhos na sala.. Eu já me sinto ameaçada com ele normalmente e não é como se nossa coreografia fosse fofinha, acho que foi demais pra mim.
-Isso parece um caso de estresse pós traumático -ele suspirou
segundos em silêncio se instalaram entre nós.
-Eu ia dormir aqui hoje, não queria que tivesse o trabalho de me buscar -desvio o assunto, esperando que não se importasse.
-Amor... precisamos resolver isso -disse ele, sério
-Não tem o que resolver, amor, eu estou bem agora -coloco suas mãos em meu rosto com carinho, na esperança de convencê-lo
-talvez por enquanto, mas isso não pode ficar acontecendo... Já pensou em ir num psicólogo?
-Já... -confesso, querendo me esconder -a Soph vive me dizendo isso.
-Bom, devia seguir o conselho da sua melhor amiga e do seu namorado.
-Eu não sei se consigo dividir isso tudo com outra pessoa...
-amor, você vai estar falando com uma pessoa que parte do trabalho dela é ouvir as coisas que as outras pessoas não conseguem dividir com ninguém... Você realmente precisa trabalhar o seu psicológico e pra isso você precisa de um psicólogo.
Ainda penso por alguns minutos antes de concordar.
-Ótimo. Eu falar com o meu e perguntar sobre algum mais em conta, pode ter certeza de que você não vai querer escolher um as cegas.
-Tá bem -respondo querendo que aquilo acabasse logo
-Eu te amo, minha linda -ele beijou meu rosto com carinho, feliz por aquela vitória.
Acabei sorrindo também.



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