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História Entre Lençóis e Mentiras - Let it Out


Escrita por: vernope

Notas do Autor


*limpa a poeira* oi gente rsrsrs
Em primeiro lugar, queria me desculpar pelo sumiço. Eu realmente não tava conseguindo atualizar essa fic, mesmo com pedaços do capítulo pronto, não tava do jeito que eu queria, perdão!

O problema agora é que me mudei faz 3 meses, mas ainda não tenho Wi-Fi ou computador :( Sendo assim, esse capítulo tá com uma formatação bem lixo do app DESCULPA

Queria agradecer pelo apoio que vocês me deram com essa fic, de verdade, eu fico muito feliz com cada comentário e fave!! Espero que gostem dessa atualização, tentarei fazer a próxima em breve <3

PS: esse capítulo tem uso/menção de maconha!

Capítulo 7 - Let it Out


It seemed perfect,

The concept,

Free from any regret

Another couple based on teen sex

You idiot, true I was just like you


De: Wonwoo-hyung

chego em 20 minutos

Seungkwan olhou a mensagem com nervosismo, seus dedos tremiam quando travou o celular e afundou na cama fechando os olhos. Cada célula de seu corpo estava no pior conflito possível, de uma hora para outra sua mente entrou em uma ebulição tão confusa que mal sabia iniciar seus pensamentos​.

Chamar Wonwoo para visitá-lo havia sido mais do que necessário, assim que deixou Mingyu e chegou em casa, Seungkwan praticamente exigiu a presença do amigo aquela noite. Precisava ter certeza do que ambos possuíam antes de decidir o que fazer, mas então, o que faria? Como poderia fazer qualquer coisa quando Mingyu soubesse seu acordo com Hansol?

A campainha indicando a chegada de Wonwoo ressou no apartamento vazio ㅡ Seokmin estava sabe-se lá Deus onde com Soonyoung ㅡ como um barulho ensurdecedor, algo irritantemente metálico que poderia explodir a cabeça de Seungkwan. 

“Você está péssimo"

Seungkwan observou Wonwoo o olhar completamente neutro ao dizer aquelas palavras, o garoto adentrou o apartamento e sentou-se no sofá como tantas vezes antes. Agora, porém, havia certa curiosidade brilhando por trás de seus olhos e, a simples sensação de estar sendo minuciosamente analisado, não conseguia acalmar Seungkwan. Este era o problema de conseguir conversar algo do tipo com Wonwoo: seu modo objetivo e analítico. Muitas vezes, ele parecia ler a atmosfera e as pessoas a sua volta com tanta facilidade, que era quase impossível esconder qualquer coisa que fosse.

No momento, Seungkwan queria respostas e, para ganhá-las, talvez fosse melhor que Wonwoo lesse suas perguntas antes mesmo de serem questionadas.

“Wonwoo” Começou Seungkwan, ele não sentou-se, ficou de pé parado sem jeito perto do corredor que levava aos quartos.

“Seungkwan, você disse que era importante, o que foi?”

“Você gosta do Mingyu?”

A pergunta pareceu pegá-lo de surpresa por alguns segundos, até que Wonwoo dissolveu sua expressão​ em estrondosas gargalhadas.

“Eu? Você acha que eu e o Mingyu…?”

Seungkwan não sabia o que dizer, por isso nada disse. Sua boca mantinha-se pressionada numa fina linha, enquanto seus olhos tentavam encontrar alguma distração nas paredes lotadas de prateleiras da sala. O silêncio do garoto pareceu ser um indicativo da seriedade da pergunta, pois Wonwoo parou de rir e ergueu uma sobrancelha.

“Espere, você realmente está falando sério"

Concordando com um aceno afirmativo, Seungkwan viu o amigo suspirar e balançar a cabeça quase em desistência.

“Sinceramente, Seungkwan, você as vezes é tão besta”

“O que!?”

“Eu e o Mingyu somos amigos, mas desde que ele te conheceu em um café no campus, tenho ouvido vários choros que não me interessam”

“Wonwoo, eu não sei se estou acompanhando” Respondeu Seungkwan, finalmente indo sentar-se no sofá com o amigo.

“Hyung, você pode me convidar a próxima vez que sair com o Seungkwan?” Wonwoo falou, a voz afinada de forma zombateira para imitar a de Mingyu “Hyung, por que você não disse nada sobre mim para o Seungkwan? Hyung!”

Seungkwan pode sentir as bochechas queimarem e, de repente, olhar para Wonwoo era difícil. A vergonha era demais para que soubesse lidar com ela. Por mais meigo que pudesse ser o interesse de Mingyu por si ㅡ o que o deixava com a auto estima nas alturas​ ㅡ também era extremamente embaraçoso que o garoto falasse dele para Wonwoo.

“Então vocês realmente nunca…”

“Pelo amor de Deus, Seungkwan!” Disse Wonwoo o olhando incrédulo “Eu estou aqui dizendo que ele me enche o saco perguntando sobre você, mas você acha que estamos tendo algo?”

“Nunca faz mal me certificar antes de qualquer coisa”

Aquilo pareceu despertar o interesse de Wonwoo, pois ele sorriu e o olhou com o típico ar de provocação.

“Oh, então quer dizer que há chance de alguma coisa?”

“Não dê qualquer ideia a ele ainda, Wonwoo-hyung”

“Até mesmo me chamou de hyung, quanta gentileza, Seungkwan”

O garoto revirou os olhos e tentou mudar de assunto o mais rápido que pode, distraindo Wonwoo com uma adaptação cinematográfica de um dos livros que o amigo havia lido um tempo atrás. Durante o filme inteiro, no entanto, Seungkwan estava com a mente longe dali. Tudo que conseguia pensar enquanto fingia ouvir os comentários de Wonwoo sobre as cenas do filme, era o sorriso de Mingyu e a conversa que tivera com Seokmin e Soonyoung


~*~


Falar com Mingyu tornou-se uma rotina. Desde que haviam trocado números, pelo menos uma vez por dia, Seungkwan recebia uma mensagem qualquer do garoto, variando entre perguntas do dia-a-dia e curiosidades sobre animais. Mingyu era uma fonte de distração perfeita do seu relacionamento com Hansol, mas mais do que isso, um amigo fora da situação e exclusivamente dele. E, mesmo que talvez o outro tivesse segundas intenções, Seungkwan sentia-se leve e sem obrigações quando se tratava de Mingyu.

E talvez fosse exatamente por isso que nos últimos quatro dias, Seungkwan passava as tardes com o garoto. Os dois não faziam muito ㅡ disputas de Mario Kart na sala de Seungkwan ou simplesmente ouvir músicas juntos no quarto abafado de Mingyu ㅡ mas nesses momentos era como se pudesse recobrar a segurança de ser quem era antes do seu acordo com Hansol. Era estranho, porém, como qualquer ação de Mingyu agora passava por análises completas nos olhos de Seungkwan. Cada gesto, risada ou toque capaz de evidenciar suas intenções além de amizade não traziam repulsa, mas sim uma onda de adrenalina percorrendo a espinha do garoto.

Seungkwan foi capaz de perceber tal fato em um dos dias que passava no apartamento minúsculo de Mingyu, ambos esparramados no sofá enquanto The Neighbourhood inundava o ambiente através de caixas de som. Os olhos de Seungkwan estavam fechados enquanto sua cabeça repousava no encosto do sofá, no outro extremo ele podia ouvir Mingyu se movendo e a curiosidade o fez abrir os olhos.

Encontrou o garoto sorrindo para si o costumeiro sorriso, o cabelo negro bagunçado emoldurando seu rosto era como um complemento ao moletom cinza que vestia. Mesmo sem estar produzido, Mingyu era dotado de um carisma natural, e Seungkwan não podia evitar ㅡ ou fingir-se de cego ㅡ para a beleza do garoto.

"Você já fumou, Seungkwan?"

Seungkwan ergueu uma sobrancelha, divertindo-se com a pergunta inesperada e o modo confiante com que Mingyu falava.

"Quando se é amigo de Kwon Soonyoung e Chwe Hansol, essas coisas são um acontecimento riscado na sua lista"

Mingyu riu antes de continuar "Você quer?"

O garoto pensou por um instante, pesando os prós e contras. Estavam os dois sozinhos ali e se fosse apenas fumar maconha que mal teria? Não seria a primeira vez ㅡ mesmo que Seungkwan não tivesse costume de fazer tais coisas ㅡ e sentia-se seguro com Mingyu, sabia que o garoto não lhe faria nada enquanto estivessem longe da sobriedade. Além disso, parte de si estava curioso para saber como Mingyu ficaria depois de usar a droga.

Sem pensar mais, assentiu silenciosamente e deixou um sorriso se desenhar em seus lábios, por algum motivo, era mais fácil sentir-se no controle quando passava seu tempo com Mingyu.

O outro prontamente levantou-se do sofá e saiu da sala, voltando momentos depois com uma caixa pequena de madeira, quando a abriu, Seungkwan pode ver alguns becks preparados e o pensamento de que Mingyu talvez tivesse planejado aquilo o fazia sorrir. Quando o garoto se sentou ao seu lado novamente, Seungkwan podia sentir seu coração bater acelerado e a adrenalina do que estava prestes a fazer tomava conta de si aos poucos, nunca havia fumado com alguém além de Hansol e Soonyoung, essa seria uma experiência completamente nova.

Mingyu acendeu o beck em silêncio, tragando logo em seguida e soltando a fumaça no ar com tanta graça que Seungkwan se perdeu por um momento encarando a forma como os lábios do garoto pareciam convidativos. Quando ele o passou o beck, as mãos de Seungkwan tremiam por pura excitação do que fazia, no entanto, não queria fazer papel de idiota na frente do garoto e tragou assim como Hansol havia o ensinado anos atrás quando quis experimentar a sensação.

Pode sentir o peito arder e a boca secar, fazia tanto tempo desde a última vez que consumira maconha que mal se lembrava a sensação. Quando soltou a fumaça, pode ver Mingyu mordendo o lábio inferior através da névoa cinza, compondo uma visão incrivelmente mais sexy do que deveria ser.

Sem jeito, passou o beck de volta para o garoto "Faz tempo desde a última vez que usei alguma coisa"

"Não gosta?" Mingyu perguntou enquanto tragava mais uma vez.

"Não é isso, eu só... Costumo fazer esse tipo de coisa em festa. Okay, talvez nem tanto"


Mingyu riu e ofereceu o beck de volta para Seungkwan que o pegou com mais confiança dessa vez. Ficaram assim por alguns minutos, sem conversar e apenas fumando juntos enquanto The Neighbourhood continuava a tocar ao fundo. Alguns minutos depois e Seungkwan teve certeza de que a maconha estava fazendo efeito, sua garganta estava completamente seca e ele daria qualquer coisa por um copo de água. Ao mesmo tempo, tudo parecia mais leve, seu corpo deveria ser composto de nuvem pois mal sentia peso algum em seus membros, todos seus sentidos estavam mais aguçados e as cores mais vivas.

Mingyu não parecia muito diferente do normal, entretanto, suas pupilas estavam dilatadas e os olhos levemente avermelhados. O sorriso de sempre era preguiçoso, quase sonhador. Seungkwan tinha completa consciência de que encarava o garoto, mas não encontrava espaço dentro de si para se preocupar, principalmente sabendo das intenções de Mingyu. Provavelmente aquilo era um momento especial para o garoto e, ao perceber tal fato, Seungkwan notou que aquele dia também estava sendo especial para si, afinal, era a primeira vez que fazia algo do tipo sem Hansol. Mais do que isso, era a primeira vez que desejava alguém sem ser Hansol.

O pensamento o encheu de um sentimento inexplicável, uma mistura entre euforia e nervosismo. Mais do que isso: curiosidade. Pensou nos lábios de Mingyu soprando a fumaça minutos antes, em como ele parecia tão lindo mesmo com o cabelo bagunçado e recusou-se a pensar em Hansol.

"Geralmente, nessa hora a gente conversa sobre alguma coisa séria e profunda" Mingyu falou jogando a cabeça no encosto do sofá, os olhos ainda fixos em Seungkwan.

"E se eu não quiser falar?"

"Você pode ficar em silêncio também, mas iria ser meio desperdício, não? Fumar e não aproveitar os efeitos com alguém"

O garoto riu e se aproximou de Mingyu sentindo seu próprio coração desesperado dentro do peito, a adrenalina de antes não estava presente graças a maconha, porém a sensibilidade que sentia pelos efeitos da droga o fazia tremer em excitação.

"Vamos falar então. Se você pudesse fazer alguma coisa, qualquer coisa agora, o que seria?"

"Você possivelmente não quer saber a resposta"

"Se eu não quisesse eu estaria perguntando?"

Mingyu o encarou e deixou a língua passear pelos próprios lábios (a ação lembrou Seungkwan da sede que sentia e o garoto se amaldiçoou por ter esquecido de algo crucial como água), suas mãos repousaram nas coxas de Seungkwan e o garoto não achou em si vontade de retirá-las.

"Você ainda quer saber?"

"Eu acho que sei a resposta"

"E o que você diz sobre ela?"

O garoto se virou, trazendo os joelhos e os pés para cima do sofá e deixando seus olhos fixos nos de Mingyu.

"Eu digo que você já deveria ter feito"

As palavras mal haviam deixado a boca de Seungkwan quando os lábios de Mingyu encontraram os seus, a suavidade e seu gosto inundando o garoto por completo. A mão de Mingyu que estava em sua coxa tornou-se firme, enquanto a outra encontrou seu lugar no pescoço de Seungkwan o trazendo para perto e, eventualmente, o garoto estava no colo do outro. Os efeitos da maconha faziam os toques explodirem em Seungkwan, a sensação da língua do garoto na sua, o corpo quente e firme em baixo do seu e a música que ainda preenchia a sala.


Falling again, I need a pick-me-up

I've been calling you "friend", might need to give it up


Era diferente e ele sentia-se como alguém experimentando tudo pela primeira vez. Havia um desejo dentro de si que não era como o que sentia por Hansol, não era amor o queimando por dentro, mas sim curiosidade de experimentar mais de outra pessoa.

Os beijos que trocavam eram urgentes e sedentos, no meio das notas de The Beach, tudo que Seungkwan sentia era calor queimar seu corpo entre arrepios. Quando Mingyu desceu seus lábios por seu pescoço, um gemido rouco fugiu entre seus lábios e o garoto se entregou jogando a cabeça para trás para fornecer mais acesso ao outro.

"Você é tão lindo, Boo Seungkwan"

As palavras foram ditas por Mingyu, no entanto na mente de Seungkwan, a voz que as pronunciava era de Hansol, assim como na primeira noite que passaram juntos. Como se houvesse sofrido um choque, o garoto se afastou de Mingyu saindo de seu colo.

O outro o olhou confuso, uma sombra de tristeza em seu rosto que Seungkwan odiou ter sido aquele quem causara. Seu corpo tinha se entregado completamente ㅡ fato comprovado pela ereção presa na sua calça jeans justa demais ㅡ mas bastou uma frase para que Hansol voltasse aos seus pensamentos como uma avalanche.

"Eu fiz algo de errado? Me desculpa eu não quis te deixar desconfortável ou-"

"Não, está tudo bem, Mingyu" Ele respirou fundo antes de continuar "Eu só acho melhor não continuar? Pelo menos não hoje"


A resposta de Seungkwan pareceu ser o suficiente para Mingyu, pois logo a tristeza anterior foi substituída por um brilho que o garoto conhecia bem, estava acostumado a usá-lo a cada vez que Hansol agia de forma ambígua: esperança.

Naquele momento, Seungkwan não pode deixar de pensar que ele talvez fosse o Hansol de Mingyu. O pensamento o fez enjoar.


~*~


“Seungkwan, você está ouvindo o que estou dizendo?”

Yuna estalava os dedos na frente do rosto de Seungkwan e, quando o garoto piscou confuso, a garota riu apoiando seu rosto nas mãos. Era uma das tardes de folga de Seungkwan e ㅡ através de Hansol, possivelmente ㅡ Yuna descobriu tal fato, ligando para o garoto o convidando para almoçar. Como sempre, prontamente aceitou e, se não fosse pela velocidade de seus pensamentos, estaria tendo uma tarde agradável.

“Me desculpe, Yuna, acho que tenho muito na minha cabeça agora”

A garota ergueu uma sobrancelha, no entanto, sua expressão era de preocupação e não curiosidade. Ela o olhava como se tentasse enxergar o que movia as engrenagens da mente de Seungkwan, por um segundo, o garoto desejou poder contar a verdade para Yuna. Entretanto, sabia que jamais faria isso, não conseguiria perder a amizade dela ou estragar o relacionamento de Hansol. Mesmo que o próprio Hansol o estivesse fazendo há meses.

“Aconteceu alguma coisa? Você está doente?”

“Não, eu estou bem” Respondeu Seungkwan sentindo sua garganta secar “Esquece isso, okay?”

Por mais que o rosto de Yuna ainda apresentasse clara preocupação como sua testa franzida, ou seu lábio inferior preso entre dentes, a garota pareceu entender que pressionar e insistir no assunto não a levaria para lugar algum e trocou o tópico da conversa entre eles (o que Seungkwan agradeceu com um sorriso).

Enquanto comiam, Yuna falava sobre coisas que fazia com suas irmãs e Seungkwan surpreendeu-se novamente com o quanto possuíam em comum, até mesmo em passatempos familiares. Falar com a garota era fácil, talvez se a situação fosse outra, Seungkwan a teria conhecido primeiro e seriam amigos antes de tudo acontecer da forma que foi. Antes de Yuna namorar Hansol, em uma outra dimensão onde ele não seria o amante de seu melhor amigo.

“Você tem sorte” Falava Seungkwan enquanto retirava o suéter que usava “Ser o mais novo sempre foi difícil, pelo menos você é a segunda filha”

“Mas até minha irmã mais nova nascer eu sofri-” Yuna cortou a frase bruscamente, os olhos arregalados e um sorriso esperto logo se formando em seus lábios pintados de rosa.

Seungkwan tomou um gole do seu suco antes de encará-la confuso “O que?”

“Eu acho que você devia ficar com o suéter” Ela começou a dizer, apressando-se para acrescentar com bochechas rosadas “Não que tenha algum problema! Mas não sei se você liga dos outros comentarem…”

“Yuna, do que você está falando?”

A garota deixou a cabeça cair de lado de maneira parecida com a que… Mingyu. Quando Seungkwan e ele ficaram juntos, o garoto deixou mordidas e chupões por seu pescoço e clavícula, ele havia se esquecido completamente. Instantemente, Seungkwan esticou os dedos para tocar onde Mingyu o tocou com os lábios, sabia que a sua escolha de camisa ㅡ simples e branca, com gola em V ㅡ deixava a mostra o que possivelmente era uma variedade de roxos.

“Como eu esqueci disso, eu sou um idiota”

Seungkwan desejava desaparecer, sentia seu rosto queimar de vergonha e notou que Yuna sorria com diversão. Com pressa, pegou o suéter para vestí-lo novamente, antes que a garota conseguisse enxergar algo além ali, qualquer coisa que piorasse a situação.

“Ei, relaxa!” Yuna falou rindo sem maldade alguma, seus olhos brilhantes com a curiosidade que ali vivia “Então, quem foi?”

“Ah não"

“Você tem uma namorada?” Seungkwan a encarou quase gargalhando, Yuna então logo acrescentou “Okay! Namorado?”

“Yuna!”

“Me diz logo, Seungkwan!”

“Dizer o que?”

A voz de Hansol fez Seungkwan pular no seu lugar a frente de Yuna, virando-se sem jeito, encontrou o amigo parado atrás da mesa que estavam. O garoto usava um boné virado para trás, seus olhos pareciam cansados mas a expressão do seu rosto era confusa, levemente em alarme por ter ouvido apenas o final da conversa entre os que estavam na mesa.

“O que você está fazendo aqui?”

A pergunta deixou os lábios de Seungkwan de forma mais grosseira do que havia sido a intenção inicial, o que fez não apenas Hansol erguer as sobrancelhas em surpresa, como Yuna encarar sem graça o prato já praticamente vazio a sua frente.

“Yuna pediu para eu encontrar vocês quando eu saísse da aula, ela acha que estamos meio afastados nos últimos dias”

Olhando para a garota que desviava o olhar do dele, Seungkwan se sentiu péssimo. Teria alguma chance que Yuna estivesse se sentindo culpada pelo ocorrido? Nos últimos dias, Hansol e ele não ficavam juntos porque Seungkwan estava com Mingyu. Apenas pensar nisso o fazia estranho, seria possível ter algum relacionamento em sua vida que não estivesse amontoado por um pilha de mentiras e sentimentos confusos?

“Tudo bem, Hansol, eu acho que já entendi o que aconteceu” Yuna começou a falar sorrindo “Eu não sabia que Seungkwan estava com alguém, achei que talvez fosse minha culpa que vocês estivessem afastados”

As palavras de Yuna foram ditas de forma alegre, quase em tom de confissão e finalizadas com um sorriso tão afetuoso que fez Seungkwan passar mal. Por outro lado, Hansol a encarava como se enxergasse um alienígena em seu lugar, seus olhos iam da garota para o amigo em confusão. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, porém, Seungkwan adiantou-se.

“Acabei de lembrar que prometi ajudar Seokmin a arrumar umas prateleiras em casa, elas estão meio soltas ou coisa assim” Seungkwan disse já levantando “Obrigado pela tarde, Yuna, eu me diverti bastante. Até mais, Hansol”

Praticamente correndo até a porta do restaurante, Seungkwan foi embora sem olhar duas vezes para trás.

Faltava pouco para meia-noite quando Hansol mandou uma mensagem para Seungkwan o avisando que chegava em cinco minutos. Não havia questão alguma, apenas uma afirmação de que estava indo, tudo que fazia era notificá-lo para que o esperasse.

E assim o fez. No silêncio da sala de estar, Seungkwan deitou no sofá sem acender qualquer luz para iluminar o ambiente. Havia um estranho conforto na escuridão, ali poderia esconder-se de todos que magoava com suas mentiras e omissões, talvez também conseguiria fingir por alguns minutos que não estava cada vez mais enrolando-se em uma cama de gato. Completamente sem saída a cada movimento errado com os fios que selecionava.

Conseguia ouvir vagamente o som de risos e pensou se Soonyoung estaria passando a noite com Seokmin, o que o fez apenas sentir-se sozinho. Daria tudo para ter algo assim, simples e seguro. E poderia tê-lo, talvez não com Hansol, mas com Mingyu. Poderia aprender a amá-lo como amava Hansol, Seungkwan teria um relacionamento normal como o de qualquer casal, sairiam aos fins de semana e compartilhariam tudo um com outro. Entretanto, para ter Mingyu, Seungkwan deveria abdicar de seu contrato com Hansol e, a maior parte de si, estremecia com a ideia de nunca mais tocá-lo.

A campainha tocou despertando Seungkwan de seus pensamentos, por pouco não caiu do sofá com o susto momentâneo que recebeu. Caminhando com cuidado pela sala não iluminada, atendeu a porta sem olhar para Hansol antes de se dirigir ao seu quarto, sabia que o amigo conhecia o caminho tão bem quanto si mesmo.

Mal pisaram no quarto de Seungkwan e fechado a porta, quando sentiu Hansol o virar para que ficassem frente a frente. Algo estava errado, quando recebera a mensagem, Seungkwan pensou que iria ser mais uma noite entre tantas que compartilharam, no entanto, algo nos olhos de Hansol pareciam indicar que isso não aconteceria. Silenciosamente, Hansol deixou suas mãos passearem pela barra do suéter de Seungkwan, com cuidado levantou a peça de roupa até retirá-la por completo.

Não estava com frio, mesmo assim, Seungkwan tremeu. Um arrepio percorria seu corpo em todos os lugares que sentia os olhos de Hansol, sabia o que estava fazendo, conseguia quase sentir os roxos em seu pescoço queimarem com a observação.

“Por que não me disse?”

A questão pesava entre eles roubando o oxigênio dos pulmões de Seungkwan. Por que não dissera nada? Por que nunca dizia nada? Simplesmente porque qualquer coisa que poderia o afastar de Hansol deveria ser ignorada, pois a mera ideia de deixar de ter os seus beijos lhe assustava. Ao mesmo tempo, a solidão o devorava como lobos famintos. Eles poderiam ter tudo ㅡ e durante as noites que passavam juntos, Seungkwan enganava-se falando que tinham ㅡ, entretanto, o coração de Hansol não era seu.


“Por que eu deveria te contar tudo?”


Hansol pareceu surpreso com a resposta, mas logo a expressão sumiu, substituída por uma leve irritação.


“Eu sempre te contei tudo, Seungkwan. Quem é ele?”

“Hansol, eu realmente não quero falar disso com você" Respondeu Seungkwan, afastando-se do amigo para recolocar o suéter “Pronto, já pode ir embora”

“O que?” A voz de Hansol soava incrédula, Seungkwan quase conseguia ouvir a irritação do amigo aumentar “Você está sendo ridículo, Seungkwan!”

“O que te interessa saber o que eu e o Mingyu temos?”


Hansol sorriu ao ouvir a frase, no entanto, não era o sorriso que Seungkwan tanto amava e costumava iluminar o rosto do amigo, pelo contrário, era carregado de sarcasmo. Seungkwan sentia um impulso para socá-lo.


“Então isso” Hansol apontou para o pescoço de Seungkwan “Foi feito por Mingyu? Aquele amigo do Wonwoo?”

“Sim, foi, satisfeito?”


A gargalhada de Hansol fez Seungkwan fechar os punhos com força, conseguia sentir o sangue subir ao seu rosto. Não sabia o que lhe irritava mais: a reação de Hansol ser completamente detestável, ou a sensação que tinha de que estava sendo controlado. Não eram nada, apenas amigos com benefícios​ escondidos, secretos dos olhos de todos. Ele não tinha qualquer direito de reagir dessa forma, Seungkwan não era uma propriedade de Hansol, eles não eram nada.


“Você gosta dele?” A pergunta fez Seungkwan rir, suas gargalhadas interrompidas pelo tom brusco de Hansol “Hein? Você gosta dele, Seungkwan?”

“E se eu gostar? O que isso tem a ver com você?”

“Você é meu melhor amigo"

“Lógico"

“Seungkwan, ele pode estar se aproveitando de você ou-”


A ideia de Mingyu se aproveitando de si sendo dita por Hansol era uma metáfora amarga de engolir, fez Seungkwan engasgar a risada que arranhava sua garganta. Estava cansado, queria Hansol longe dali e o silêncio escuro da sala de volta, desejava apenas o barulho de sua mente.


“Quem está sendo ridículo agora, Hansol? Você acha que alguém como Mingyu não pode gostar de mim? Que alguém tão bonito” Seungkwan viu Hansol fazer uma careta com o uso da palavra “como ele não pode se sentir atraído por mim?”

“Eu não disse isso Seungkwan”

“Mas pensou” Antes que Hansol abrisse a boca para retorquir, Seungkwan acrescentou amargamente “E você não está em posição alguma de falar sobre isso, afinal, o que acha que está fazendo comigo!?”


O silêncio que Seungkwan tanto desejava tomou o quarto, as palavras ditas possuíam um gosto ruim em sua boca, e o garoto quase podia sentir as lágrimas formando em seus olhos. Precisava ficar sozinho antes que falasse mais do que pretendia, no entanto, a raiva que sentia era tanta que desejava despejar tudo em Hansol. Queria que o amigo soubesse a sensação de ter quem se ama superficialmente, como é deixar-se usar apenas para sentir o que jamais poderia ter.


“Eu… Você concordou com isso, Seungkwan”


Os olhos de Hansol fitavam os seus em uma confusão de cores e pensamentos indecifráveis, estavam frente a frente separados por alguns passos, se quisesse, Seungkwan poderia fechar o espaço entre eles com um beijo ou abraço. Porém, ele sabia que não o faria e tampouco esperava que Hansol o fizesse.


“Talvez esteja na hora de eu pensar novamente sobre os termos”


Assentindo ㅡ mais para si mesmo do que para Seungkwan ㅡ Hansol abriu a porta do quarto e saiu. O garoto pode ouvir seus passos pelo apartamento até que o deixasse e, quando teve certeza que ele não voltaria, deixou as lágrimas caírem. Deveria estar sentindo-se leve, e parte de si realmente estava, no entanto a sensação que prevalecia era tristeza. Queria arrancar aquela confusão dolorosa de dentro do peito e jogá-la pela janela, talvez até mesmo arrancar o amor que sentia junto. As coisas poderiam ser diferentes agora, ele poderia ser diferente.

O celular no bolso de sua calça vibrou e, sentando-se na cama com olhos inchados, segurou o aparelho para ver o nome de Mingyu piscando na tela:


Espero que não tenha te acordado! Eu sei que faltam alguns dias para a festa, mas quero ter certeza que ninguém vai fazer isso antes. Quer ir comigo? <3


Seungkwan poderia fazer as coisas diferentes dessa vez, portanto, não pensou duas vezes antes de digitar sua resposta.


Notas Finais


Funfact: a cena minkwan foi baseada em fatos reais vividos por esta que vos fala

A tradução/letra da música do capítulo: https://m.letras.mus.br/ed-sheeran/1933773/traducao.html

E a da cena minkwan (ouçam de fone no escuro 100% garantido eargasm): https://m.letras.mus.br/the-neighbourhood/the-beach/traducao.html

Novamente, desculpa pelo atraso!! Espero que eu consiga internet estável e computador de novo em breve, porque postar pelo celular é um horror ;;;;

Comentários são sempre bem vindos e, me divirtam com seus palpites!! Obrigada, amores~


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