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História Entre melodias e flores - Capítulo Único; Inspiração e Esperança


Escrita por: ThisIsEXID e poetyeeun

Notas do Autor


Hallo!
Essa é a minha segunda fanfic no projeto e estou radiante com isso. Dessa vez, após pescar na barraquinha da pescaria as palavras 'canções e flores', trouxe uma história com meus anjinhos, LE e Hyerin.
Bem, espero, de coração, que gostem.
Boa leitura! sz

Capítulo 1 - Capítulo Único; Inspiração e Esperança


Eram as últimas semanas do segundo semestre na Universidade de Seul. Os alunos estavam entusiasmados para as tão almejadas férias. Muitos deles tinham planos, viagens marcadas, festas planejadas e dias longos de descanso. No entanto, nem todos pareciam satisfeitos com a aproximação da data. Na verdade, uma garota em questão estava verdadeiramente frustrada.

Mais precisamente, na sala de música localizada no terceiro andar, duas amigas ocupavam o recinto ainda vazio.  

— Hyerin, você precisa se acalmar. — a de cabelo rosado replica. — Irá fazer um buraco no chão se continuar andando assim.

— Não posso me acalmar. — por cima dos ombros, espia a amiga sentada em cima do piano. — E desça daí. O senhor Kang irá surtar se ver ao menos um arranhão.

— Não tenho espinhos como você. — mostra-lhe a ponta da língua. — Pensei que seus pais tivessem lhe dado mais liberdade para fazer o que ama.

— E deram. — suspira.

— Então, qual é o problema? Porque está com olheiras e com esse humor corrosivo?

— Tenho uma apresentação na próxima semana, Hani. — de canto, olha para a mais velha.

— E…?

— E eu não tenho uma música para apresentar. — leva as mãos até o rosto corado. — Preciso mostrar o meu talento através de uma música original.

— O que aconteceu com todas aquelas melodias que compôs recentemente?

— O senhor Kang disse que são boas, mas não ótimas. — abaixa o olhar. — Ele disse que é como se não tivessem emoção.

— Esse homem… Sinceramente, Hyerin. — a amiga salta do lugar indevido em que estava sentada e pousa as mãos na cintura fina. — Quando toca todo mundo se emociona, como pode não ter sentimentos?

— Ele não está equivocado. Minhas melodias são realmente boas, tanto que me deram a chance de me apresentar junto a uma orquestra Alemã e também irei fazer uma apresentação solo para uma multidão. Mas… — sorri amarelo. — Eu preciso de algo mais.

Após alguns segundos em silencio, as amigas tem suas atenções voltadas para pontos diversos da sala. Porém, enquanto a mais nova ponderava as opções que lhe restava, a melhor amiga sorri abertamente quando uma ideia lhe ocorre.

— Algo mais, uh? — ergue as sobrancelhas.

— O que...

— Na sexta à tarde. — com o dedo indicador direito, aponta para a morena. — Passo em sua casa às quatro horas.

— Porque?

— Iremos a um festival.

— Hani, estou enfrentando uma crise e você quer me arrastar para um de seus festivais?

— Darei a inspiração que precisa, minha amiga. — seu sorriso alarga-se ainda mais. — Não confia em mim?

Crispando os olhos, procura qualquer sinal de brincadeira na face pálida, mas não encontra nada além da expressão travessa.

— Eu tenho outra escolha a não ser confiar?

— Você é tão inteligente. — lança-lhe uma piscadela.

Não muito tempo depois, um grupo de alunos adentram o recinto e acomodam-se em seus lugares, apanhando os instrumentos. A morena faz o mesmo e despede-se da amiga que se apressa para chegar até o anfiteatro onde teria suas aulas de artes cénicas daquela manhã.

O dia passa rapidamente, mas não para a estudante de música que tinha os olhos fechados enquanto segurava firmemente o violoncelo. Mesmo com o fim da aula, manteve-se na sala, sozinha. Gostava do silêncio, pois assim, sentia-se livre para tocar e tentar expressar os seus sentimentos.

No entanto, estava falhando. Cada vez que movimentava o arco e arrastava a crina sobre as finas cordas, um bonito som saia. Era agradável aos ouvidos, mas não ao coração. Não importava quantas canções de amor ouvisse e buscasse a letra, a inspiração não se encaixava a ela. Talvez porque os sentimentos expressados nas músicas não lhe pertencessem, fosse a amizade ou amor; dor ou felicidade; medo ou coragem.

Apenas quando o sol se escondeu no horizonte, levantou-se, esticou os dedos e dobrou-os algumas vezes. Guardou o instrumento pesado em sua proteção e arrastou-o consigo e sua mochila tão pesada quanto. Desceu todas as escadas e rumou pelo imenso campus, parando apenas no estacionamento onde encontrou o seu veículo solitário. Destravando o alarme, guarda no porta malas as suas coisas e fecha-o novamente, seguindo para o banco do motorista.

Sua viagem para o lar é tranquila. Escolheu uma estação de rádio qualquer e sorriu ao notar que estava tocando um indie melodioso. Não era o seu estilo, tão pouco preferência. Ia sempre pelos clássicos. Sua mãe sempre lhe presenteava com discos de maestros e musicistas de outras épocas. Permitiu que a música preenchesse os altofalantes do carro e continuou o trajeto até passar pelos portões que levava ao longo trilho para a entrada da sua casa.

Estacionando, apanha tudo e vai para a porta da frente onde entra e olha para os lados, procurando pelo sobrinho que devia estar em algum lugar.

— Que bom que chegou. — a irmã mais velha sorri e aproxima-se. — Pensei que não fosse encontrá-la hoje.

— Onde está meu sobrinho?

— Brincando no jardim com a filha de um acionista da empresa do pai.

— Eles ficarão para o jantar?

— Sim. E pelo que ouvi, mais um casal de amigos irá chegar em breve.

Hyerin faz uma careta pouco discreta.

— Irei direto para o quarto. Pode me encobrir?

— Não irá descer para o jantar?

— Estou cansada. — confessa. — Vou tomar um banho e me deitar. Caso sinta fome mais tarde, desço e faço um lanche.

A irmã olha-a com certa desconfiança, mas logo sorri suavemente.

— Tudo bem. Vá descansar.

— Obrigada. Você é a melhor.

— Eu sei.

Calçando os chinelos cinzas disponíveis atrás da porta, leva a si mesma e o instrumento e bolsa para o andar de cima, logo para o seu quarto que, como de costume, encontrava-se impecavelmente arrumado. Não existia nada fora do lugar. Também, eram poucas as vezes que a filha mais nova dormia no próprio quarto. Geralmente acomodava-se na biblioteca para tocar e quando se cansava deitava-se no sofá e só acordava quando amanhecia.

Desfazendo-se de tudo o que carregava, suspira assim que senta na beira do colchão macio. Suas mãos pousam sobre o delicado tecido da colcha. Pendendo a cabeça para trás avista as pequenas estrelas coladas no teto. Com a luz do quarto ainda apagada, as mesmas ganhavam lentamente certo brilho por serem fluorescentes.

Suas costas encostam no colchão e, levando o braço direito para trás da cabeça, usa-o de apoio. Os olhos escuros ficam atentos nas estrelas que colou-as quando ainda era menina. E, movida pela nostalgia, permite-se apreciar o que costumava lhe acalmar nas vezes em que se sentia preocupada.

Não tarda para que suas pálpebras pareçam pesar toneladas.

[...]

Apressando-se para calçar os sapatos antes que Hani a gritasse pela oitava vez em um curto prazo de de dois minutos, a morena firma o salto mediano no chão e apanha a bolsa de mão que estava em cima da cadeira de balanço ao lado da janela.

Fazendo beicinho para a amiga que a aguardava impacientemente entre os batentes da porta, ruma até ela e, juntas, abandonam o quarto.

— Para onde exatamente estamos indo, Ahn Heeyeon? — chama-a pelo verdadeiro nome, mostrando claramente a sua desconfiança.

— A resposta continua sendo a mesma.

— Aguarde e verá. — replica os dizeres da mais velha. — Sabe que estarei perdendo um dia inteiro de treino.

— Ou talvez irá ganhar o que precisa para sair da sua zona de conforto. — sorri e abre a porta de entrada da mansão.

Adentrando o carro de Hani, colocam os cintos de segurança e seguem pelo caminho que somente a estudante de Artes Cênicas conhecia. Hyerin continuava balançando a perna e apertando os dedos. Não gostava de surpresas ou quaisquer outras ações que pudessem arrancar-lhe uma reação chocada. Acreditava ter herdado tal desgosto do seu pai que, embora rodeado de pessoas, sempre tinha tudo planejado, desde a hora em que se deitava até a que acordava. Cada mínimo passo era pensado, cronometrado e designado, minuciosamente.

Encostando a cabeça no vidro escuro ao lado, busca respirar devagar. Sua melhor amiga podia ser desmiolada na maioria das atitudes e escolhas expostas em sua vida, mas sabia que nunca iria parar em uma enrascada estando ao seu lado. Todas as loucuras excessivas da mais velha foram cometidas na adolescência e, ainda que com a alma tintilando espontaneidade, era responsável. Bem, ao menos para certas coisas.

— Chegamos. — anuncia depois de enfrentar uma curta estrada de terra.

Dobrando a esquerda e com um dos dedos indicadores aponta para o terreno movimentado.

— O que é isso?

— Um festival de música local.

— E porque estamos aqui?

— Você sempre se inspira em grandes compositores e renomados violoncelistas. Está na hora de sentir e enxergar o que está ao seu redor. — balbucia de forma confiante. — Não fique procurando ou criando expectativas. Apenas sinta.

Com isso, estaciona ao lado de uma fileira de carros. Hyerin tentava a todo custo espiar o exterior do lugar, mas tem a melhor visão quando abre a porta do carro e coloca-se para fora, fazendo o mesmo que a amiga.

— Vamos. — apanha a mão esquerda da amiga e arrasta-a consigo.

Em um passo trôpego, a morena consegue alcançá-la e acompanha-a em passadas tranquilas.

No entanto, arrepende-se instantaneamente de ter escolhido um par de saltos e vestido ao invés de um jeans e tênis. Devia ter pensado um pouco melhor antes de se vestir quando ouviu a melhor amiga dizer que estavam indo a um festival. Não era como se Ahn Heeyeon fosse levá-la para ouvir música clássica.

Seus lábios descolam assim que pisam na linha de entrada dos portões abertos. Todas as cores das barracas e decoração florida causa-lhe um estranhamento que deixa o seu estômago inquieto. Nunca havia visto algo igual em toda a sua vida. Costumava estar sempre cercada pelo luxo das decorações claras e padronizadas dos eventos de música que assistia. Assim, a quantidade de cores e simplicidade agradam seus olhos, fazendo-a sorrir minimamente e, inconscientemente.

— Chama-se Festival das Flores. — a amiga explica conforme caminham. — Os organizadores e músicos que se apresentam no palco são como mochileiros, cada ano estão em um lugar, sempre na época da primavera. Esse ano escolheram a parte mais tranquila em Seul.

A mais nova anui em concordância e continua olhando para cada minimo detalhe que os olhos conseguem flagrar. Observa as pessoas andando de um lado para o outro, também as crianças correndo, empolgadas com as barracas de brinquedos e alimentos que cheiravam tão bem.

As amigas passam entre algumas pessoas amontoadas pelo caminho e conseguem chegar perto do espaço reservado para cantores locais se apresentarem. No palco havia uma garota de fios escuros que cobriam parte do seu rosto. Ela estava sentada em um banco alto de madeira, um microfone estava em sua frente, mas sua atenção estava voltada para as cordas do violão, o mesmo que parecia afinar.

Hani puxa a violoncelista pela mão para ficarem ainda mais perto do palco e, quando conseguem ocupar a primeira fileira, sorri e permite que a amiga estude tudo ao redor.

— Bem, acredito que agora esteja tudo certo. — a menina no palco diz e ergue o rosto. — Já me apresentei, mas para os que chegaram agora, chamo-me LE.

A morena inclina a cabeça e pisca vagarosamente.

O sorriso que a garota chamada LE esboça é brilhante e ao mesmo tempo inocente. Ela parecia apenas feliz, sem um motivo aparente.

— Irei cantar uma canção que compus quando ainda estava no Ensino Médio. — seus olhos brilham. — As palavras são sinceras e a canção representa tudo aquilo que me fez acreditar que meus sonhos não seriam em vão, mesmo que dissessem o contrário. — umedece os lábios com a ponta da língua. — Acreditem sempre em vocês mesmos.

Com as pontas dos dedos com alguns anéis, a cantora passa a tocar o violão. A melodia é calma, mas a entonação de sua voz é o que realmente surpreende Hyerin que duvidava ter escutado algo semelhante alguma vez na vida.

Queria dizer que a bonita letra da canção era o que realmente lhe chamava atenção, mas estaria mentindo. A forma graciosa como LE dedilhava as cordas finas do violão, como seus lábios se movimentavam a cada palavra e, também, como sorrisos inocentes escapavam-lhe entre uma frase e outra. Tudo na garota parecia fascinante, assim como sua beleza.

O que há com meu coração? Pensou, franzindo o cenho ao sentir as batidas aceleradas.

Seus olhos não desviam nem mesmo por um instante do palco, era como se sua mente fizesse questão de gravar cada gesto, do mais singelo ao mais marcante.

Quando seus dedos movem-se pela última vez, seus lábios se fecham e um sorriso contido surge na face brilhante da garota que recebe palmas calorosas pela apresentação. Levantando-se, curva-se em forma de agradecimento e acena com a mão livre para o público.

— O que achou? — a de cabelo rosado vira-se para perguntar a amiga que acompanhava os passos da cantora que saia do palco.

— Eu…

— Conseguiu sentir algo?

— O meu coração…

— O que?

Piscando rapidamente algumas vezes, vira a cabeça para a amiga que olhava-a sem entender.

— Está batendo tão rápido.

Hani sorri e anui.

— Vem. Eu quero te apresentar a uma pessoa.

Novamente, segura na mão da mais nova e leva-a consigo, dessa vez, indo para a parte de trás do palco. Como se conhecesse bem o lugar, Hani gira a maçaneta de uma porta estreita de madeira e entra.

— O que estamos fazendo aqui? — Hyerin sussurra quando percebe que era algo como um camarim.

Hani não a responde e dobra para a direita, e, mesmo a distância avista a longa cabeleira castanha.

— Ahn Hyojin.

— Ahn Heeyeon. — a cantora salda-a e pucha-lhe para um abraço caloroso.

— Quando disse que estava voltando para Seul, eu não acreditei.

— Sabe que mesmo amando conhecer o mundo todo, também amo esse lugar. — sorri amigavelmente e olha para a menor, escondida atrás do corpo de Hani. — Quem é essa?

— Ah, essa é a minha melhor amiga, Hyerin. — aponta para a morena. — E essa cantora é uma amiga que me abandonou para conhecer o mundo, Ahn Hyojin e agora creditada como LE.

— Prazer em conhecê-la. Hani fala muito de você. — seus olhos encontram as orbes castanhas de Hyerin.

— Oh…

— Você gostou da minha apresentação?

— Ela amou. Seu coração está agitado e tudo mais. — a amiga intromete-se.

— Hani! — a morena repreende.  

— Sinto-me lisonjeada. — a cantora sorri. — Estava nervosa. Não faz muito tempo que abandonei o sonho de ser uma rapper para ser uma cantora que carrega um violão para onde quer que vá.

— No colégio, LE ganhou todas as batalhas de rap que participou. O seu maior sonho era o de se tornar uma rapper de sucesso.

— É verdade. Mas um dia conheci o violão e apaixonei-me. — sorri ao seu lembrar. — Diziam que minha voz nunca se encaixaria em músicas calmas e que eu não seria capaz de cantar sem desafinar.

— O que não sabem é que não existe nada impossível para Ahn Hyojin. — Hani olha para ambas as amigas. — Ela não só tornou-se uma excelente cantora de indie como também compoe as próprias músicas.

— Quando você fala eu pareço uma pessoa realmente legal. — solta uma risada suave. — Soube que sua paixão é o violoncelo, Hyerin.

— Uh… Sim.

— Este é  seu sonho?

Balança a cabeça em afirmativa.

— Amo o que faço e sinto-me bem quando apanho um violoncelo.

— Esses são os mais bonitos e verdadeiros amores. — suspira. — Mas porque parece que tem algo lhe incomodando?

— Tenho uma grande apresentação na próxima semana e ainda não tenho uma melodia. — seus olhos caem. — Preciso de algo com sentimentos sinceros e puros.

— Preciso fazer uma ligação. Conversem e se entendam. Volto já. — Hani avisa-as e, antes que pudessem lhe fazer perguntas, corre até a porta e passa por ela.

Hyeruin suspira.

— Não está pensando em desistir, certo?

— Eu não quero desistir, mas também não posso chegar no palco e não ter o que tocar.

— E porque não teria?

— Não tenho certeza do que poderia descrever os meus sentimentos.

— Somente você pode descrever o que sente. — crispa os lábios. — Seja raiva ou amor. Tristeza ou felicidade. Apenas o seu coração pode lhe ajudar.

— Como consegue escutar o seu?

— Fecho os olhos e permito-me ser guiada pelas emoções que não tenho conhecimento até estarem escritas em um papel.

— Parece fácil.

— E, é fácil. — sorri. — Basta acreditar em si mesma.

Assentindo, o coração de Hyerin se aquece e acalma-se também.

— Obrigada pelas palavras.

— Não me agradeça. Apenas não recue. — ergue as sobrancelhas. — Estarei torcendo por você.

— Já está indo embora?

— Ao fim desta tarde.

— Para onde vai?

— Para onde o meu coração me mandar ir. — movendo-se até o outro lado, procura por algo. — Tenho algo para lhe dar.

Ainda procurando por algo em específico, a cantora encontra e vira-se para entregar para a morena que olhava-a atentamente.

— Aqui. — lhe estende um pequeno ramo com flores. — São flores de amendoeira. Elas significam esperança.

— São lindas. — Hyerin balbucia quando apanha-as.

— Elas me deram sorte quando fiz a minha primeira apresentação, anos atrás. — sorrindo abertamente para a morena, continua. — Espero que ajude-a também.

— Obrigada, LE. Admiro o seu gesto. — retribui o sorriso. — Espero que continue cantando.

— Eu vou. E estarei torcendo para que você realize seus sonhos.

Se entre olhando por alguns minutos que correm como horas, não dizem mais nenhuma palavra.

Desviam os olhares apenas quando um representando do festival chama pela cantora que despede-se de Hyerin e também de Hani que aproximava-se cuidadosamente. As amigas terminam o dia olhando as barracas e apreciando os outros cantores, até o anoitecer.

Contudo, a morena nunca deixou de fitar as miúdas flores em suas mãos e também procurar a cantora na multidão. Mesmo com o coração aquecido pelo ótimo dia, algo parecia, estranhamente, lhe faltar.

[...]

— Está pronta?

Inspirando e respirando algumas vezes, a violoncelista olha para o seu professor que estava tão nervoso quanto ela.

— Estou.

— Apronte-se. Será anunciada.

Umedecendo as pontas dos lábios, solta uma longa lufada de ar e balança os ombros.

Em segundos, as cortinas se abrem e revelam a jovem sonhadora vestida em um bonito vestido branco.

Movendo-se até o centro do palco, posiciona-se atrás do violoncelo. Apanha o arco e coloca-o rente as cordas.

Os holofotes estavam voltados para ela, a estrela da noite.

Eu posso fazer isso. Friza o pensamento no topo da sua mente.

Suspirando devagar, ergue o rosto para olhar para a plateia. De longe, avista seus pais e irmãos reunidos e ao lado Hani, que apontava para o palco a cada instante. E, ao seu lado havia alguém familiar.

Assim que seus olhos encontram os pequenos olhos da cantora, tem a certeza de que tratava-se de Ahn Hyojin.

Por alguma razão, vê-la na plateia a acalma. Pensou que nunca mais fosse encontrá-la e aquilo incomodou-a durante dias.

Quando um largo sorriso se estende em sua face, o mesmo coração que batia ansiosamente, parece dar uma cambalhota.

Sorrindo também, respira fundo, mais uma vez, antes de começar a tocar. E, ao fim do violoncelo, um desenho de flores de amendoeira em traços finos foi feito para sempre se lembrar de ter esperança.


Notas Finais


Obrigada pela leitura. E, até a próxima.
Agradeço a @BolaDeSorvete pela betagem sz


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