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História Entre mim e você-LUKADRIEN - Extra 1.0 Idealização de perfeição


Escrita por: C_B_Oliver

Notas do Autor


⚠Eu shipo Adrinette⚠

As "críticas" feitas no capítulo são todas opiniões públicas que o fandom vem enfatizando sobre o desenvolvimento do casal. Eu amo eles, juntos ou não, mas existem coisas que devem ser acertadas antes do final feliz dos dois. Então por favor sejam maduros e não me xinguem nos comentários, porque eu vou xingar de volta.

Capítulo 2 - Extra 1.0 Idealização de perfeição


Fanfic / Fanfiction Entre mim e você-LUKADRIEN - Extra 1.0 Idealização de perfeição



Sabe, sempre soube que Adrien era uma pessoa ocupada. Tendo que sair mais cedo dos ensaios, fazendo aulas de mil e uma atividades extracurriculares, sem contar a carreira de modelo famoso, e os trabalhos da escola. Tudo vigiado rigorosamente por todos ao seu redor. 


Porém, por mais incrível que pareça, ele aparenta está muito mais sobrecarregado nos últimos meses. Sim, meses! Passei os últimos dois meses tentando ter uma conversa decente com ele, mas tudo sempre dá errado. Ou ele precisa correr desesperadamente para um compromisso, ou algo/alguém interrompe nossos momentos bruscamente. E nas minhas poucas oportunidades eu travei completamente. Parece que encorajei tanto Marinette a se declarar que acabamos trocando de lugar.


Mas apesar de isso estar me incomodando, o que realmente está roubando minhas noites de sono, é sua expressão. É como a da Marinette, parece carregar o peso do mundo nas costas. Porém vai muito além disso. Adrien parece...exausto. Psicologicamente. E até mesmo nossos amigos mais desatentos começaram a notar.


Desde o dia que o conheci observo isso. Sua melodia é abafada.Sua expressão, gestos, falas, tudo parece sempre calculado. É como se fosse um boneco de marionete criado para agradar a todos. Mas agora isso não está mais funcionando. No começo seu jeito doce, gentil e compreensível era perfeito. E isso eu sempre concordei, apesar do fato de saber que aquilo não era real e me incomodar de ninguém nunca parecer notar isso. Eu via todos se apaixonarem por ele, e nunca os julgarei por isso, em contrapartida, idealizar ter algo com uma pessoa perfeita como um príncipe encantado que ele sempre demonstrou ser é errado. É inalcançável e inexistente um relacionamento perfeito, e querendo ou não, essas pessoas acabariam se afundando em suas próprias expectativas ilusórias sobre o outro. E tudo se tornaria no tão temível relacionamento tóxico. As pessoas romantizam aquilo que mais vai machucar seus corações.


Com o tempo ficou bem claro pra mim, Adrien nunca foi livre pra ser ele mesmo. Nem com amigos, nem com a família. Pelo menos é desse jeito que se sente. Indiretamente ou não, todos a sua volta sempre o pressionaram para ser esse Adrien: sem espaço para falhas. Precisa ser carinhoso, acolhedor, obediente, bonito, exemplar, inteligente, prático, atencioso... E outras qualidades que todos sempre usavam para o descrever.


Não teria nenhum problema se uma pessoa fosse assim. Mas é impossível, e ninguém nunca parou para enxergar isso. Nem mesmo eu. E se arrependimento matasse, eu já estaria enterrado a sete palmos na terra. Chat Noir me disse para parar de me culpar pelos problemas de outras pessoas, ou me sentir inútil quando não conseguir ajudá-las --Sim, depois daquela noite ele apareceu algumas vezes, e sua companhia foi como uma terapia reconfortante pra mim(o que é bem irônico juntando ao fato que eu descobri depois). A verdade é, eu e ele temos mais coisas em comum do que eu esperava. Somos dois jovens pressionados para ter uma maturidade acima do que seria saudável à nossa pouca idade. Temos responsabilidades que não deveriam ser nossas, com a única diferença de: a pressão que existe em minha volta foi criada pela minha própria mente de garotinho abandonado. Eu vi minha mãe sofrendo para criar dois filhos sozinha e guardei pra mim, quis dividir o peso daquele abandono e solidão para cuidar da minha família. E meu psicológico precisou pagar o preço de todo transtorno e problemas que isso me causou ao longo do tempo.


Eu sempre tive consciência dos sacrifícios que fazia, mas minha prioridade foi sempre minha irmã e minha mãe, eu sempre fiquei em último. Não me dava a devida importância. Depois de tanto tempo sendo assim, finalmente tive que encarar tudo o que plantei com minhas escolhas. E chegamos aqui, estou acostumado a ser segunda opção, embora isso seja péssimo, é habitual. Mas chega sempre o momento em que não se dá mais para aguentar, e por isso eu pedi pra minha mãe para começar um tratamento psicológico. Eu compreendo sua surpresa inicial, e agradeço por ela não ter sido contra. Quando o diagnóstico de depressão( já esperado por mim) foi entregue, compreendo o choque das pessoas e tentei ao máximo acalmar os ânimos dizendo que isso só pioraria as coisas. 


Nesse dia, pela primeira vez, desabei na frente das duas pessoas mais importantes da minha vida. Depois que Juleika começou a chorar pedindo desculpas incontáveis vezes se culpando "por ter sido um peso pra mim", me vi espremido em um abraço à três, onde minha mãe soluçava dizendo que fomos muito fortes, mas não precisávamos mais lutar sozinhos. Soluços altos escapavam de todos nós, e fiquei rodeado de todos que mais amo, recebendo o apoio que tanto me privei no passado. As coisas as vezes são tão simples, mas nos obrigamos a enfrentar tudo sozinhos, como um mecanismo de defesa ou sobrevivência, definam  como quiserem. 


Mais tarde presenciei uma cena no mínimo rara. Meu pai chorando. Em um canto escondido, bem baixinho, encolhido contra a parede. Quantas vezes eu não vivi aquela mesma cena? Chorando justamente por ele? Não que eu guarde rancor, nem se eu quisesse conseguiria, porém ver aquela cena me relembrou de coisas que ainda não estava preparado para lidar. Mas eu incrivelmente não precisei. Ele estava lá afinal, Adrien. E aquela foi uma das únicas vezes que o vi ser realmente ele, tão diferente do habitual.


Chegando devagar, amparou meu pai, o ouviu, aconselhou, o fez rir de piadas sem graça, trouxe um clima completamente diferente do anterior. Em nenhum momento passou a mão em sua cabeça, até porque não dá pra negar a grande culpa que ele tem em tudo isso, mas também não o condenou em momento algum. O ar de seriedade acompanhado de uma suavidade e descontração me fez recordar de outra pessoa. Mas até então eu não havia ligado os pontos. O ponto foi, observar a cena me deixou em transe, pois me vi atraído por aquele lado mais livre e espontâneo do meu amigo, e quis conhecer mais de sua verdadeira melodia.


Jagged continuou normal após o acontecido, como se nada tivesse ocorrido. Mas estava mais apegado à mim e Juleika, e até à mamãe, pude perceber. Da sua maneira, começou a cuidar muito mais de nós três. E não vou mentir que gostei disso, não tenho motivos para esconder. 


Todos os nossos amigos continuaram a me tratar normalmente, o que me aliviou. Todos sempre estavam prontos para me ouvir caso eu precisasse e isso esquentou meu coração. E Adrien foi um dos que melhor lidou com a situação, e pra mim suas palavras ressoaram como uma música calma e acolhedora. Como a sensação de voltar pra casa após um dia cansativo.


O que nos faz retornar ao assunto.



🎶🎶🎶🎶🎶🎶🎶🎶🎶🎶🎶🎶🎶🎶



Quando o realizador de sonhos atingiu Chat Noir, e na minha frente surgiu o meu amigo, meus pensamentos foram:

Ele e Marinette são realmente almas gêmeas.

O passado dele deve ter sido bem pior do que Adrian nos contou para ter um sonho de infância assim.

Ele merece o mundo.

Tudo faz sentido agora.


Não tinha tempo o suficiente para raciocinar tudo, tive que me focar na missão. E tive menos tempo ainda para raciocinar o que era o melhor a ser feito. Se contava ou não minha decorberta.


Tudo fazia sentido. As sumidas, o cansaço, o motivo do término, o sofrimento dos dois. Não posso imaginar o que eles não sofreram por esse segredo, tão jovens e com tantos deveres. Todo o tempo, os problemas eram muito maiores do que poderia-se imaginar, e obviamente, é compreensível porque eles não podiam se abrir com ninguém.


Acabei não contando nada para a Marinette. Eles já tinham preocupações em excesso, não precisavam de mais uma. Mas acima de tudo, eu tomei como minha prioridade ajudar os dois o máximo possível, mesmo que discretamente.


Com a azulada foi mais fácil, já tinhamos feito as pazes, e voltamos a ser amigos. Os sentimentos já não estavam tão intensos e a situação se estabilizou. 


Com o loiro, foi completamente diferente. Ao contrário da garota, que demonstrava muito mais estabilidade e leveza, Adrien parecia cada dia mais distante do que já foi. É como se tivesse chegado ao limite, e não duvidava que fosse exatamente isso.


Seus olhos eram a pior parte. Se tornaram opacos, e extremamente tristes. E mesmo assim ele sorria docemente e continuava a tentar agir como se nada estivesse acontecendo. E isso me causava uma dor física que me fez derramar algumas lágrimas.


Chat Noir também começou a agir diferente, não era mais o mesmo. Todos os heróis perceberam, menos Ladybug. Ele já não fazia piadinhas, na verdade ele mal conversava mais que o necessário, e logo após a missão sumia da vista de todos sem despedidas, e mesmo assim, sempre dizia estar tudo bem e sorria, dando desculpas esfarrapadas para sua seriedade repentina . 


O mais frustrante de tudo foi o fato da completa ignorância de Marinette sobre o assunto, precisando ser alertada por Rena Rouge sobre a situação.    


Em si eu não fiquei com tanta raiva por isso, pois Marinette parecia ter um certo trauma relacionado a Chat Noir, o que explicaria o afastamento entre os dois nos últimos tempos. E a clara exclusão que o herói sofreu mesmo que "sem querer" do resto do grupo. Óbvio que eu não aceitava isso como justificativa e tentei alerta-la para lidar melhor com o caso, mas ela não pareceu nem me ouvir, nem ouvir os outros que começaram a ficar preocupados com o tempo de extensão dessa distância de Chat.


O que me deixou realmente indignado foi ver Marinette morrendo de preocupação com Adrien, que sofria o mesmo que o herói  no momento.  E ela não precisou de nenhum alerta para perceber essa mudança.


Foi quando eu percebi o grande erro  desse quadrado amoroso. Faltava uma peça, pois Adrien querendo ou não sempre demonstrou sentimentos à mais por Marinette. Porém, apesar de ser recíproco, Marinette é obsecada pelo Adrien Agreste, grande modelo famoso. A idealização de perfeição. E se estou certo mesmo, o único momento em que o loiro mostra quem realmente é, é quando está transformado em herói.



E por tantas vezes assisti momentos em que, sem querer, Ladybug falou coisas que devem ter magoado diretamente Adrien, o seu grande amor...


Nunca irei criticar seus sentimentos, afinal somos todos humanos adeptos à erros, porém não deixo de me preocupar em onde essa história de amor pode acabar. E tenho a leve impressão que isso tem haver com esse trauma da heroína para com seu parceiro.


Todos já ouviram Chat Noir dizer que não importa quem esteja por trás da máscara, ele amava aquela garota. Mas mesmo amando o Adrien, a Marinette nunca corgitou conhecer as outras facetas do garoto. Entendem o que quero dizer? 


Meu maior medo é que os dois acabem magoando um ao outro nessa história. Nenhum dos dois merece sofrer assim. Já não basta tudo que passaram até aqui.


O que diferencia o meu caso do loiro é que: a pressão que ele sofre é externa. Ele foi oprimido e calado a vida inteira, e teve que ouvir críticas ao mostrar sua personalidade verdadeira. Chega um certo momento em que não se pode mais viver na ilusão de estar bem. Mesmo que faça como ele, e tente fingir e fugir, não dá. 


É evidente que isso foi matando ele aos poucos por dentro, e tenho a impressão que se ninguém fizer nada, Adrien vai quebrar de vez.


E é por isso, que vesti esse terno branco, penteei o cabelo e me perfumei. Além claro, de preparar um pequeno jantar à dois. Agora é só buscar o convidado de honra.


Um sorriso foi involuntário.







Notas Finais


Prontinho! Finalmente consegui escrever esse extra.

Acabei dividindo em dois porque estava muito grande.😁


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