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História Entre Mundos - O Youkai que foi ao mundo humano


Escrita por: YNT_2p2

Capítulo 2 - O Youkai que foi ao mundo humano


*??? P.O.V ON*

-Mamãe! Mamãe!-chamava uma criança.

-Hum?-uma mulher de cabelos longos de cor verde água, de olhos vermelho avelã se vira e olha a criança. -O que foi, querido?

-Olhe!-a criança mostra um boneco feito de gelo. -Eu mesmo fiz!

-...

É mesmo... Minha infância...

-Uáu!-falou a mulher colocando sua mão na cabeça do filho fazendo um cafuné no mesmo. -Isso é incrível, Toushirou!

Meu nome é Hitsugaya Toushirou... Essas são as mémorias da minha infância... Sim. As memórias... Da minha trágica infância.

-Então, vamos voltar?-ela falou segurando a minha mão.

-Sim!

Eu não tinha a melhor casa, a melhor qualidade de vida, não tinha dinheiro, também não conhecia meu pai. Tudo o que tinha era minha mãe, Hitsugaya Kasumi. Ela é tão linda... Ela era uma chamada "Mulher das Neves". Uma raça de Youkais aonde somente garotas vivem. Elas naturalmente se reproduzem. Mas, se uma mulher tem relações com um homem, só vai nascer garotos. Logo após, assassinam a mulher e o filho. Por minha mãe ser considerada a heroína daquele lugar, ela não foi morta. Mas, se não fosse por esse lado, a rígida política do País das Geleiras teria matado a mim e ela.

Ainda assim, não temos direito de ficar lá. Vivemos no Reino Shiva. Um lugar dominado por Youkais de gelo. A raça mais poderosa é a dragão de gelo. Na época, eu não sabia, mas minha mãe, era descendente indireta dessa raça, tudo graças à sua espada, Hyourinmaru. Viviamos em uma casinha isolada, não era muito, mas era o que tínhamos...

-Ei, o que vamos ter pra janta?-perguntei me precipitando e me sentando à mesa.

-Hum... Vejamos...-ela olha o armário. -O que acha de um guisado? Temos alguns ingredientes...

-Oba!-falei erguendo meus braços ao ar.

-Mas, vai ser bem ralo. Não tem muitos ingredientes aqui.

-Tá!

Cortamos ligações com o País das Geleiras. Caçávamos o que comíamos. Nossa vida não era cheia de luxos, mas era confortável. Minha mãe de certa forma deixava tudo ao meu redor agradável de se ter e viver...

-Desculpe, Toushirou...-ela falou de repente.

-Hã?-perguntei olhando-a confuso.

-Eu realmente queria poder fazer alguma coisa melhor... Ultimamente, nossa comida tem sido tão rala...

-Não tem problema! Eu sei que é por causa da caça. Nós não temos muito, mas ainda assim, amo o que temos!

-Toushirou...-ela falou me olhando parecendo orgulhosa de mim... Ela colocou a mão na minha bochecha e me olhou nos olhos.

-O que foi?-perguntei.

-... Sim! Sem sombra de dúvidas! Você parece muito com ele...

- Pareço quem?

-Seu pai.

-Hã?-estranhei ela começar a falar dele tão de repente, até agora, ela nunca tocou no assunto. -Me pareço com ele?... Isso é bom ou ruim?

-É bom! Seu pai era um homem realmente lindo. Era justo, forte, gentil... Sempre estava com uma expressão séria no rosto que o deixava amedrontador caso o provocasse, mas quando ele estava perto de quem gostava, abria um sorriso lindo...

-... Você realmente ama o papai, né mãe?

-Sim. Amo...

-O que aconteceu com ele? Porque ele não mora com a gente?

-Seu pai fazia parte de um exército poderoso. Ele era o General de Brigada, se bem me lembro... Ele ficou conosco até meu oitavo mês de gravidez. Depois, até então ele não voltou...

-Como se conheceram?

-Ah... Eu encontrei ele por acaso na floresta... A gente se irritou um com o outro e ficamos lutando até o sol se pôr. Ele era realmente persistente! Mas, ao mesmo tempo, até aquele momento, nunca encontrei ninguém que se pusesse na mesma posição que eu na questão de poder... Junto dele, me senti ao lado de alguém como eu...

-Hum... Que coisa estranha.

-Sabe, quando você crescer, você será realmente forte. Eu e seu pai somos os mais poderosos guerreiros da geração anterior. Provavelmente terá vários inimigos devido à sua força... Além de julgarem você por ser um meio-Youkai...

-Mamãe?

-Sim?

-O que... É um "meio-Youkai"?

-... São frutos de uma relação entre um humano e um Youkai.

-Então, meu pai era humano?

-Sim... Toushirou... Daqui pra frente você vai sofrer bastante. Youkais são preconceituosos. Não são como eu ou o rei do Reino Shiva que aceitam de braços abertos um Meio-Youkai... Eles os odeiam e amam matar Meio-Youkais... Por isso, quero que se torne forte. Não ficarei pra sempre ao seu lado, por isso... Por favor...

-... E os humanos?

-Eles tem um medo natural de Youkais. Tendo ou não parte humana.

-...

-Por isso, se torne forte. Você com certeza conseguirá amigos. Não os deixe por nada nesse mundo. Eles te aceitam e te querem por perto... Continue sempre ao lado deles... Entendeu, Toushirou?-ela me falou me lançando um sorriso gentil.

-... Sim!

Nessa hora... As lembranças das chamas envolveram minhas memórias. Lembro de berrar chamando pela minha mãe... E então...

Acordei.

-Toushirou-sama.

-Hum?-eu olho pro lado. Vejo alguém de cabelos longos e verdes, olhos claros e com uma cicatriz em x enorme na cara, além de azul.

-Dormiu bem?-ele falou.

-Sim, mas, está perto demais.

-Estou?

-Sim. E não precisa ficar me vigiando enquanto durmo, não sou criança.

-Entendo isso, mas quase sempre o senhor dorme em uma posição errada e ronca. Sinceramente, devia ver um doutor pra isso.

-Cala a boca!! Acha mesmo que vou ficar vendo um doutor por nada?! Além disso, quem sabe disso é humano e sabe o que eles pensam do meu povo.

-Sim, mas...

-Calado! Já falei. Vamos.

-Sim. Hitsugaya-sama.

Ele se transformou em espada e eu o embainhei. Aquela era a forma humana do Hyourinmaru. Ele originalmente era o mais poderoso Youkai dragão de gelo existente. Fazia parte dos dragões de gelo que formaram o Reino Shiva. Mas, ele foi completamente contra isso. Ele tentou atacar esse lugar. Mas, disseram que alguém de nome Hitsugaya Kirikaze o selou em uma espada especial. Mas, depois de anos sem alguém digno de usa-la, minha mãe foi escolhida. No fim, por alguma razão, eu também conseguir controlar o poder dele. Apesar de que no começo, lembro que ele não me aceitou. Ele tomou forma humana para ajudar minha mãe, mas ainda assim não aceitava a ideia de parte da força e dos poderes que eram dois dos maiores triunfos dela serem transferidos pra mim.

Aparentemente, isso acontece quando Youkais dragão de gelo nascem. As mães passam parte dos poderes dela para os bebês. Pelo o que parece, Youkais dragão de gelo nascem com uma temperatura extremamente abaixo do normal, quase chegando a zero, isso não ajuda nos batimentos cardiovasculares. O povo dos Youkais dragão de gelo foi lentamente extinto exatamente por causa disso. Pais pararam de ter filhos para conservarem seus poderes. Crianças não eram mortas, mas eram odiadas por todos e assim escondidas deles até alcançarem a idade adulta. Para não serem julgados, os pais às vezes largavam seus filhos por aí ou os matavam. Mas sempre matavam. Minha mãe foi uma das remanescentes desse povo. Ela não só iria sofrer com esse preconceito como os das Mulheres das Neves por ter um filho homem. E ainda por cima, esse homem que ela estava apaixonada era bem ligado com o exército, alguns dos soldados rasos ficavam comentando, segundo ouvi.

Me levantei e fui até o lugar onde aquela garota havia "caído". Eu peguei as estranhas faixas dela. Ela pode costurar novamente caso queira.

-Bem, vamos lá...-falei pra mim mesmo.

-Onde vamos?

Me viro e vejo Hyourinmaru em forma humana.

-O que diabos está fazendo?!-pergunto indignado.

-Em seu leito de morte, Kasumi-sama me pediu para te impedir caso haja alguma ação suspeita vinda de você, Toushirou-sama.

-Já falei! É Hitsugaya! E "ação suspeita"?

-Sim. Você está perseguindo uma garota. Isso é suspeito.

-Não estou perseguindo nada!! Aquela humana me ajudou, só estou indo devolver essa faixa.

-Esse troço sujo?

-Não chame de "troço sujo"! Ela pode muito bem lavar e costurar nas roupas!

-Acho que ela não vai querer algo do tipo.

-Calado! Volte a ser uma espada, vamos.

Logo que ele voltou a ser uma espada, eu pulei na árvore e me vi num tipo de bosque, andei até uma clareira, tinha um tipo de palácio imperial. Eu vi aquela garota. Ela usava um kimono esquisito. Eu só entrei na casa dela e fui subindo. Ela abriu a última porta do andar.

*Hitsugaya P.O.V OFF*

O que diabos aquele guri estava fazendo aqui?! E-eu ainda não acordei daquele sonho estúpido?! Ai Jesus...

-Oi!-ele cumprimentou.

-...

-Que foi?-ele perguntou.

-...

-Eu perguntei o que foi!

-...

-Humpf. Já sei. Só agora começou a me odiar por ser meio-Youkai, né?

Eu comecei a me estapear berrando acorda, pra tentar acordar, só podia ser um sonho!!

-Ei...-ele chamou.

Eu paro de me estapear e olho pra ele desesperada achando que entrei num coma eterno.

-Não foi um sonho?!

-Hã?

-Que coisa!! Pensei ter sonhado tudo aquilo, ignorei minha camisola rasgada pensando que eu caí e meu cachorro veio aqui pra ficar roendo minha roupa, mas NÃO!!! Aconteceu mesmo!!-comecei a berrar desesperada.

-Er...-ele se aproximou de mim com lentamente e me entregou a faixa.

-O que é isso?-eu olhei com certo nojo.

-Sua faixa. Obrigado pelo tratamento médico de ontem.

-... D-de nada, mas podia ter jogado fora...

-Não quer costurar de volta?

-C-costurar de volta? Esse pedaço tá coberto de sangue, e minha camisola já tava velha, joguei fora hoje cedo.

-... Lamento. -ele falou abaixando a cabeça.

-Hum? *culpa* A-ah, não se preocupe, eu tenho mais.

-Tem?-ele me olhou confuso.

-Sim. Tenho uma roxa, uma rosa, uma verde, etc.

-De quantos desses kimonos você precisa?!

-Não são kimonos. São camisolas. Pijamas!

-Pijamas?

-Sim. Pi-ja-mas!

-Bem, de toda forma... Obrigada... Bem, vou indo.

Eu senti uma estranha energia nele.

-E-ei!-chamei.

-O que é?-ele me olha.

-Tem algo no seu ombro...

-Hã?-ele perguntou me olhando confuso.

-Deixa que eu...-eu peguei o que eu estava vendo. Parecia um tipo de diabrete.

-Maldita!!-ele reclamou.

-Ei, isso é...-o albino falou... -Isso é um Ayakashi, humanos normais não deviam vê-lo.

-Calado, meio-Youkai!! Me solte!!

-Não!-afirmei. -O que fazemos com isso?

-Joga fora.

-Assim tão fácil?

-Ou joga na água. Eles odeiam e se desintegram.

-MALDITO!!! Você não devia ter direitos à essas informações!!

-Calado. E aí? O que vai fazer?

-Ele é muito boca suja. Vou jogar ele na privada.

E foi o que fiz. Joguei ele ralo abaixo.

-Ei, como conseguiu vê-lo?

-Hum? Como assim?

-Como conseguiu vê-lo?! Humanos normais não deviam enxergar esses monstros.

-Sei lá...

-"Sei lá"?! Saco, cansei desse lugar! To indo!

-É rude falar que cansou da casa de alguém!

-E acha que eu ligo pra isso?

Quando me dei conta, a espada que estava nas costas dele se transformou em... UM HOMEM!?

-Toushirou-sama. -ele chamou o garoto o segurando pela gola do kimono.

-O que é?!

-Isso não são modos de tratar o anfitrião da casa em que está.

-E eu pareço estar ligando?!

-Francamente...-ele puxa o garoto e força a se ajoelhar perante de mim. -Mil perdões por desrespeita-las em sua própria casa, senhorita.

-... E-está tudo bem... N-não precisa se preocupar... Mas... Quem é você?

-Eu sou Hyourinmaru, responsável por manter Toushirou-sama na linha.

-Calado! É só a forma humana da minha espada.

-Hã?

-É perda de tempo explicar isso pra uma humana burra como você.

-Caham. -Hyourinmaru tossiu.

Os dois pareciam estar trocando palavrões com os olhares, mas o tal Toushirou cedeu e abaixou a cabeça para mim.

-Perdão pela falta de respeito. E, basicamente, minha espada, Hyourinmaru, antigamente era um Youkai poderoso que foi selado nela. -ele estendeu a mão e o tal Hyourinmaru se transformou em uma espada... -Vê? Ele se transforma livremente entre a forma de espada e a forma humana. -ele embainhou sua espada.

-Aliás, esse bicho chamou você de Meio-Youkai...

-É o fruto de um Youkai com um humano. Minha mãe era uma Youkai e meu pai, um humano. Bem, foi o que me disseram...-ele ia ir, mas...

-O que... Te "disseram"?

Ele me olhou sério, mas não falou nada.

-Nunca... O conheceu?-perguntei já me arrependendo.

-... Não. Minha mãe me falou dele uma vez. Pelo o que entendia, ele era um General de Brigada ao exército que servia. Acho que ele morreu em combate, pois em quinze anos ele não deu as caras...

-Nossa... Sinto muito mesmo...

-Não sinta. -ele ia se virar pra ir...

-Erm... N-não quer uma xícara de chá?

-Não precisa se incomodar.

-R-realmente não tem problema! E-ei, Sebastian!-falei ao meu mordomo alto de cabelos pretos e olhos vermelhos.

-Sim, senhorita?-ele me respondeu.

-Sirva algum chá para nós!

-Ora, quem é esse jovem?

-É-é um conhecido meu...

-Entendo...-ele falou sorrindo para ele. Eles ficaram se olhando... Eles tiveram um caso?!

-Er... É-é um conhecido seu, Sebastian?

-Não. Mas imaginei que tivesse o visto em algum outro lugar...

-Te digo o mesmo. -ele e Sebastian continuaram se olhando sérios.

-O chá sairá logo, senhorita. Por favor, esperem na sala de estar.

-Está bem!-falei, enfim as coisas estão nos eixos. -Agora não pode recusar!

-...-ele me olhou sério.

-O que foi?

-Não ia jogar esse Ayakashi fora?

-Hã?-olho pra minha mão e ele ainda tava lá. -Podia jurar que tinha jogado fora...

Eu fui até o banheiro que era no fim do corredor, o joguei e dei a descarga. Ele me chamou de "puta" enquanto ia ralo abaixo. Aí ouvi o tal "Toushirou" berrar...

-Não brinque com minha cara!!

Preocupada corri até eles...

*Hitsugaya P.O.V ON*

Logo que ela saiu, me virei para olhar o mordomo dela.

-Então, é isso que faz no mundo humano?-falei zombando dele.

-Não é minha culpa se pelo contrato tenho de fazer isso.

-Se bem lembro que ouvi... "A alma do conde é única, por isso aguento essa agonia. Pois na hora de devorá-la, irei me deliciar da pureza de sua alma..." Certo? Que eu saiba, ela não tem nenhuma ligação com esse conde, certo?

-Errado. Os Kuchikis são parentes indiretos dos Phantomhive. Em 1926, um lorde japonês foi a Londres e conheceu a condensa Cecilia Phantomhive, neta do conde Phantomhive, aonde teve um romance, e consequentemente um filho. Em seu leito de morte, essa condensa me deu a ordem de cuidar do bebê que foi mandado ao Japão para ser educado pelos Kuchiki. Logo mais, me mandaram cuidar das crianças seguintes. Sumia por uns anos e voltava dizendo que era um parente distante enquanto usava um nome ridículo. Somente agora que pude usar o meu nome de novo.

-Ora, que mordomo obediente.

-Agora te pergunto, o que uma existência como a sua faz ainda viva?

-Graças ao Hyourinmaru, pude continuar vivo. Ele me protegeu até eu ter idade suficiente pra poder treinar devidamente.

-Humpf. Como sempre dependendo dos outros. Fez o mesmo com a Kasumi-dono ao existir e agora faz com que a espada dela tenha que te proteger... É mesmo um inútil, hein.

-Não brinque com minha cara!!

*Hitsugaya P.O.V OFF*

Eu vi ele e Sebastian discutindo. Que raios se passava lá?!

-E-ei, vocês dois...

Os dois me olharam.

-Não te interessa, humana. -o tal Hitsugaya falou, que grosso!

-Como é que é!?

-Não seja mal educado com a senhorita, seu bicho sem valor. -Sebastian falou com um tom de voz ameaçador...

-Ora, parece que quer briga, huh?-o tal Hitsugaya falou ameaçando sacar a espada dele!

-Ei, parem!-tentei interceptar os dois.



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