Na porta da escola, Yona e seus amigos se despediam. Todos elas. As pessoas iam e vinham com seus retornos às suas casas e caminha quentinhas, mas a ruiva não. Ela não queria sair dali, pois sabia que seria a última vez por um bom tempo que estaria ali.
Abraçava-os e sorria para eles. Estavam em um momento agradável e divertido, mas, como se sabe, Yona também queria conversar com Hak e à sós. Havia um último assunto inacabado para se resolver.
Nesse sentido, a ruiva abraçou seus amigos uma última vez naquela noite, recebendo grandes carinhos e palavras de motivação e força para a jornada que viria.
- Adeus, Yona. Espero que dê tudo certo. - despedia-se Lili num último abraço.
- Para você também. - disse Yona retribuindo o abraço. - Agora... Preciso ir. Mas prometo voltar o quanto antes para rever todos vocês.
E, mais uma vez, recebeu um abraço grupal naquela noite.
- Vou cobrar essa promessa! - disse Kija.
- Se você não vier, iremos arrastá-la de volta a força. - disse Yun.
- Sentirei sua falta. Espero que não demore... - disse Shin-ah.
- Você será sempre bem-vinda, então não esqueça da gente, tá? - disse Zeno.
- Irei ligar para você para saber como está todos os dias, viu? - disse Jae-ha. - Quem sabe trocamos algumas fotos? - prosseguiu sugestivo.
- Quem sabe eu não quebre sua cara se continuar com essas insinuações? - disse Hak sarcástico.
- Que ciumento... - disse Jae-ha adorando e todos riram, enquanto Yona ruborizava.
Olhando-os, a jovem teve certeza de que sentiria muito saudades de todos eles. Eram calorosos e isso é maravilhosos de se encontrar.
- Nunca me esquecerei de nenhum de vocês. Obrigada por serem meus amigos. - disse Yona docemente.
E assim despediram-se num mar de lamentaçoes e saudades.
Andando ao lado de Hak, pouco a pouco se distanciava deles e via-os acenarem para ela.
- Encontro você na casa de Mundok, Joo-doh. Tenho uma conversa muito importante com Hak. - disse Yona frágil. - Não se preocupe. Certamente, ele cuidará muito bem de mim um última vez.
O novo guarda-costas da ruiva estava inclinado a recusar o seu pedido, mas ao vê-la tão quebrantada não conseguiu negá-lo.
- Tudo bem. Te encontro com o senhor Mundok. Por favor, não demore muito para não correr risco de perder o nosso voo. - disse seriamente.
- Entendido. Não demorarei. - concordou ela.
E assim, Joo-doh entrou no carro e seguiu em direção ao ancião pela estrada. Já o casal optou pela caminhada para encontrar o mesmo destino, porém de forma mais leve.
Entre as nuves pesadas, as estrelas brilhavam e a lua aparecia tímida entre elas. O clima estava frio e enquanto caminhavam juntinhos Yona sentia o gélido ar entrar em suas narinas e sair de seu corpo. Essa temperatura a menos aumentavam-lhe o nervosismo e a ansiedade da conversa que queria ter.
Estavam atravessando um parque perto da escola. Lá sim possuía um ar gélido por conta do balançar das árvores, fazendo Yona ter calafrios.
- Tem frio? - perguntou Hak já cobrindo-lhe com seu casaco.
- Obrigada. Roupas de bailarina não são as mais quentinhas numa noite dessas. - sorriu ela.
- Estou vendo. Você treme igual um filhote de zebra aprendendo a andar. - brincou.
- Que comparação nada fofa. Mas também não seria você se não me irritasse ums vez ou outra. - disse Yona emburrando-se fofamente.
- Tem razão. Não é um bom momento para essas brincadeiras. Ou será que seria? Eu não sei. - disse Hak meio aéreo.
Foi então que Yona percebeu que o rapaz também estava nervoso, pois o mesmo parecia distante ao mesmo tempo que parecia não entender o que queria falar. Assim também estava Yona.
Na verdade, sabiam o que queriam dizer, mas não como começarem a falar sobre isso.
Foi fitando o pequeno parque de madeira que ambos pensaram que era em momentos como esse que queriam voltar a serem crianças: espontâneas e bobas para falarem o que quisessem sem culpa ou prejuízo. E se um brigasse com o outro, na manhã seguinte já teriam feito as pazes. Essa época sim foi boa e gentil com seus sonhos e desejos que eram apenas ter mais meia hora para brincar além do horário.
De tanto Yona fitar o parque que Hak indagou sorridente:
- Você quer ir lá? Por que não? Você estará do outro lado do país mesmo se quebrarmos alguma coisa.
- Mas você não. O que fará se tentarem te prender? - perguntou brincando com a consequência exagerada.
- Eu dou meu jeito. - respondeu convencido e então ambos riram.
De mãos dadas, correram e desceram a pequena inclinação coberta de grama até chegarem aos modestos balançadores de madeira. O cheiro era tão familiar. Lembrava a infância.
- O que está esperando? - perguntou Hak ao vê-la parada de frente ao brinquedo, segurando na corda. - Eu te balanço.
Sem mais esperar, Yona sentou-se no assento amadeirado com um sorriso honesto e Hak, como havia dito, começou a balançá-la.
- Não me empurra muito forte. Tenho medo da corda se partir. - pediu Yona.
- Ela vai se partir de qualquer jeito com seu peso. - disse Hak provocativo.
- Como é que é? - emburrou-se Yona.
- Apenas relaxe e curta o momento. - disse Hak empurrando-a mais forte.
A princípio, Yona sentiu medo, chegando até mesmo a dar um leve grito. No entanto, esse quadro mudou aos poucos quando a ruiva passou a sentir o vento em seu rosto e os cabelos flutuarem lindamente pelo ar. O céu que se mostrava para ela, os pés que vez ou outra raspavam entre as gramas frescas e verdes, tudo isso dava uma sensação deliciosa de liberdade. Sentia-se como um pássaro que poderia voar para qualquer lugar. E, se fosse esse o caso, todas as vezes pousaria sobre a janela de Hak o esperaria-o abrir a vidraça para passarem o dia e a noite juntos.
Foram minutos felizes de risos e sensações deliciosas ao vento, mas haviam outras prioridades e logo Hak parou de balançá-la e, aos poucos, a pequena passarinha foi pousando para perto do rapaz.
- Cansou-se, Hak? - perguntou rindo brincalhona, encostando a testa na corda.
- Você está muito gorda para eu poder te balançar a noite inteira. - brincou de volta - escondendo o cansaço pelo ferimento para não procurá-la -, também encostando a testa na mesma corda que ela.
Sentindo a respiração ofegante dele, Yona ruborizou. Percebeu, então que era assim toda vez que ele estava tão perto de seu rosto. Principalmente porque queria-o ainda mais perto, porque queria beijá-lo.
Seus olhos meigos demonstraram isso e, aos poucos, a jovem foi se aproximando timidamente dos lábios do rapaz e ele fez o mesmo.
Beijaram-se, então. E foi um beijo doce e cheio de amor. Os lábios eram tão suaves quanto o orvalho da grama em que pisavam mas também tão quente quanto o sangue que ferviam em suas veias e batiam nos seus corações apaixonados.
Afastando-se vagarosamente, o casal se entreolhava com os olhos hipnotizados um pelo outro.
Mas Hak foi o primeiro a tentar quebrar o encanto ao pensar sobre o quanto sentiria falta dela.
- Acho que não precisa mais praticar comigo para impressionar o Soo-Won, Princesa.
Sentindo o clima quebrar, Yona disse fofamente emburrada:
- Isso foi uma colocação bem infeliz da sua parte, Hak.
- Foi mesmo? - indagou incrédulo, mas despreocupado.
- Sim. E muito. - sorriu ela levantando-se novamente e animada.
- E por quê? Eu menti? - brincou ele.
- Deixa de ser chato. Vamos caminhar um pouco. - continuou fofa e emburrada, puxando-o
- Para onde estamos indo? - indagou curioso.
Nervosa, Yona caminhou até a ponte do parque, onde contava que a beleza natural do rio passando por debaixo das lindas pedras pudessem acalmar sua ansiedade. Isso porque queria, finalmente falar com Hak sobre a bela carta que ele lhe escrevera e sobre o quanto ela tocou seu coração. Desejava, por conseguinte, dizer ao rapaz que os sentimentos eram recíprocos, pois percebera o quanto o amava.
- Você fugiu do assunto quando eu falei sobre o Soo-Won ou foi impressão minha princesa? - perguntou brincalhão, mas com um certo desconforto que ele mesmo se auto-impunha.
- Não foi impressão sua. Eu realmente quero fugir desse assunto. - respondeu Yona.
- Por que? Ele é o amor da sua vida e você continua a me beijsr como se fosse algo tão simples. - disse Hak num sorriso meio sem graça e ciumento. Isso porque, em verdade, por mais que não quisesse admitir, desejava que fosse real e que os beijos dela fossem para ele e somente ele.
E, como se lesse seus pensamentos, Yona respondeu docemente pegando em sua mão que repousava no corrimão da ponte:
- Porque eu quero falar de nós dois e somente nós dois.
A água corria tranquila, mas o coração daquele casal secretamente apaixonado não. Bateram-se loucamente correndo sangue e foi por essa razão que até mesmo Hak ruborizou, mas foi quase impercetível.
- Não deveria dizer essas coisas para mim, Princesa. Chega a ser cruel. - riu sem graça desviando o olhar.
"É cruel demais brincar com os sentimentos dos outros." pensou ele, desejando do fundo de sua alma não ser ums brincadeira.
- Desculpa. Não queria ofendê-lo. - lamentou Yona por não saber bem o que dizer.
- Não precisa se desculpar. Não me ofendeu. - disse Hak despreocupado.
- Mesmo? Que bom... - disse Yona suave suspirando aliviada.
Enfim criando coragem, Yona colocou a mão dentro de sua pequena bolsa para finalmente pegar o papel que mudou sua vida.
- Eu fico feliz que não esteja ofendido com meus sentimentos, Hak... Porque quero falar sobre eles com você nesta noite e nedte lugar. - disse num tom gentil.
Nesse momento, Yona retirou da bolsa o papel rosa o qual guardava o conteúdo repleto de amor escrito por Hak. Porém, o que era para causar ânimo e afeição ao rapaz, causou medo e pavor ao vê-la nas mãos da última pessoa na face da terra que deveria pegá-la.
Quando Hak viu essa carta, logo a reconheceu e desejou que estivesse em um pesadelo para logo acordar. Queria apenas fugir dali ou arremessar a carts rio abaixo e fingir que aquele conteúdo nunca existiu. Com certeza, é inegável negar pelos olhos do rapaz o quão perplexo ele se encontrava naquele momento.
- Eu queria conversar sobre essa carta que você gentilmente escreveu para mim, Hak. - disse nervosa, porém doce, com a carta nas mãos.
- O que isso está fazendo com você? - perguntou Hak sério, apertando o corrimão da ponte nervoso. - Por que você está com isso?
Com a voz nada convidativa de Hak, Yona recuou na confiança, mas prosseguiu em falar:
- Eu... Eu encontrei a carta no seu livro. - disse meio nervosa.
- Alguém lhe falou sobre ela? - perguntou preocupado.
- N-Não. Eu apenas... a encontrei no seu livro. - mentiu e prosseguiu meio insegura. - E eu gostaria de falar sobre ela.
Interrompendo-a, Hak pegou-a pelo pulso levemente, mas a fitou com olhos imensamente preocupados e até mesmo tristes. Seu olhar demonstrava imenso desespero ao perguntar:
- Princesa... Você leu a carta?
Após alguns segundos se entrolhando, Yona começava a sentir o desperto do rapaz e a senti-lo. E, assim, a moça perdia, aos poucos, a coragem de terminsr a conversa com medo de onde ela iria parar.
Ainda assim, ela conseguiu dizer com a voz trêmula de duvidas:
- Sim... Eu a li, Hak.
E foi apenas o necessário psra que ele soltasse seu pulso e fosse voltar suas mãos ao corrimão. Ainda ansioso, Hak passou a mão pelo rosto, escondendo-o em ouro constrangimento.
Isso porque Yona havia descoberto a camada mais profunda dele. Alcançou as entranhas de seus sentimentos não correspondidos, podendo-o levá-lo ao ridículo. Além disso, tudo o que haviam conquistadosbjuntos poderia ser enterrado para sempre e dali jamais sairia sequer a amizade que haviam cultivado por anos. Mas... O pior era pensar em há quanto tempo ela sabia de seus sentimentos. Há quanto temoo Yona sabia que ele a amava? Estaria ela brincando com seus sentimentos? Eram por isso que estavam tão próximos? Era por isso que ela iria embora? Essas dúvidas rodavam e rodavam a mente do rapaz que parecia viver seu maior pesadelo em vida.
- Hak...? Você não parece nem um pouco feliz... - sussurra Yona decepcionada.
- É porque não estou. - disse Hak com profunda tristeza. - Você não deveria ter lido essa carta.
Apertando o corrimão e mudando sua expressão mais seriamente, voltou a fitá-la mais firme, tentando ocultar as fraquezas que ela descobrira.
- Mas agora eu entendo tudo. É por isso que você está indo embora, não é? Estava me fazendo de babaca esse tempo todo, não é mesmo?
Um pouco ofendida pela acusação, Yona retraiu-se e logo defendeu-se com voz angustiada pelo mal entendido:
- Longe disso. Essa não é a verdade. Eu nunca tive essa intenção!
- Então qual era a sua intenção? Dizer "vou me pegar com você mesmo sabendo dos seus sentimentos e então vamos apenas ser amigos" ou "legal, fofo você, mas tô caindo fora para bem longe"? Ah, tenha um pingo de decência!
- Você está bravo sem motivos nenhum. É apenas um péssimo mal entendido. Eu não estou zombando de você. - argumentou preocupada com o rumo da conversa.
- Ah, não está? - indagou sarcástico. - Então por que tudo isso agora, princesa?
Aquela confusão estava mexendo com a cabeça de ambos. Um por um amor não correspondido, temendo o escárnio e o ridículo. Enquanto a outra sentia-se cada vez mais insegura de declarar seus sentimentos românticos e atualmente recíprocos.
Por isso, sentindo-se encurralada, Yona levantou a voz contra aquela implacável confusão:
- Ficar na defensiva não está me ajudando a encontrar as palavras certas para falar contigo. Se você ao menos me escutasse!
Interrompendo-a Hak disse duramente sério:
- E se você ao menos não mexesse no que não era seu talvez poderíamos ter fingido um pouco mais que gostamos um do outro, quando na verdade os sentimentos não são recíprocos e tudo isso foi pura besteira e capricho seu!
Abalada com aquela revelação, Yona desviou o olhar, andando para trás ofendida e magoada.
Nesse momento, Hak arrependeu-se do que disse, mas temeu arrepender-se ainda mais se voltasse atrás com a possibilidade de ter seu coração despedaçado de vez pelas mãos da garota que tanto amou e que agors oensava que a mesma lhe usara para caprichos. O qie o medo não faz? Mas o olhar triste dela serviu para que ele controlasse-o ao menos para não ferirem-se mais do que estavam.
Sentindo o peito rasgar, Yona disse numa expressa quebrantada e voz abatida:
- Então... quer dizer que os sentimentos não são recíprocos? Essa carta... ela... - pausou buscando forças psra continuar. - Significa que seus sentimentos... mudaram? Você não sente mais o mesmo por mim, Hak?
A grande verdade que Hak também sabia era que eles jamais mudariam. Independemente do que lhes acontecessem. Porém, ele manteve sua postura firme apesar de apresentsr igual imagem quebrantada, dizendo:
- Não. Significa que eu sei que nada poderá acontecer entre nós e está tudo bem dessa forma. Apenas esqueça a carta e vamos tentar seguir em frente.
E foram as palavras mal-interpretadas que levaram Yona a cair do céu que estava à poucos minutos voando. Sentia-se ao chão, só e desolada.
- Entendo... Então é isso. - disse ela contendo o choro para não parecer frágil.
Mesmo com todo o mal entendido e com a convicção do rapaz de que ela o estava zombando, não compreendia o porquê sua face estava tão triste. Doeu-lhe ver a jovem com expressão tão fragilizada e no fundo sentia que estava sendo tolo e errado.
Com o coração não aguentando mais dúvidas ou mágoas de um amor de longos anos unilateral, apenas disse num som quase surdo como implorasse:
- Yona... - fraquejou em chamá-la pelo nome e a jovem também o estranhou. - Não precisa fazer pouco de mim. Eu já entendi tudo. Apenas... Vá embora.
Ouvir aquele sussurro magou-a. Parecia que para ele, pouco importava sua partida. Mas a voz tão melancólica dele também fazia com que sua alma chorasse e a mandasse gritar o quanto o ama. Porém, o orgulho de mulher ferida não permitiu e apenas respondeu-o com voz dolorida e asperoza:
- Acho que tem razão. Nada poderia acontecer entre nós porque você nunca chegará aos pés de Soo-Won sobre como tratar uma mulher.
- Se ele é tão maravilhoso assim, por que não vai logo atrás dele? Aproveita o caminho e pede para ele levar um tiro por você da próxima vez. - disse num impulso desesperado, mas logo mordeu a língua.
Vendo a face dela e as lágrimas que logo lhe cruzaram as bochechas silenciosamente, Hak arrependeu-se amargamente das palavras infelizes.
- Hak... - choramingou, mas não disse mais nada.
Ambos ficaram em silêncio de corações estraçalhados. Um esperava ansiosamente pelas palavras do outro. Mas nada foi dito. Apenas olhares de arrependimento. Como queriam se agarrar aos braços um do outro pedindo-lhes perdão em lamentações e declarando seus amores. Mas por medo da rejeição, nenhum dos dois o fez. Essa oportunidade de refazerem aquele laço romântico que construíram passou por entre seus dedos quando Yona virou as costas e caminhou aos prantos de volta para casa de Mundok.
Escondia suas lágrimas mas Hak sentia-as de longe em profunda lamentação. No entanto, também apenas virou-se e omitiu sua dor insuportável em vê-la partir.
Para Yona, o ambiente ficava cada vez mais frio sem o calor que recebia de Hak. Isso tudo combinado ao céu já coberto de nuvens que agora começava a chorar junto ao casal que iam se distanciando.
Nesse momento, Yona tocou a carta com desgosto e aspereza. Queris destrui-la ali mesmo; amassá-la, rasgá-la e deixá-la ao chão inudando-se de água. Porém, não conseguiu.
- "Porque eu te amo e sempre te amarei." - sussurrou Yona quebrantada antes de guardar a carta novamente.
Estava desolada e de coração partido. A chuva que a perseguira durante todo o caminha servia-lhe de companhia para limpar sua alma destruída e seu coração partido.
Durante sua jornada, não sentiu medo ou frio, apenas solidão. Caminhou e caminhou até o ponto de encontro com Joo-doh - a casa de Mundok - sem se importar com mais nada.
No fim, chegou-lhe a porta do apartamento ensopada e triste, tendo como o consolo o seguinte pensamento:
"Ao menos estou indo embora ainda hoje... Não terei mais que magoá-lo ou a mim mesma com esse sentimentos."
E então a porta foi aberta pelo próprio Mundok que já estava pronto para procurá-la noite à fora.
- Princesa. Ainda bem que já está aqui. Eu já ía procurá-la. - recebeu-a preocupado. - O que aconteceu? Por que está tão ensopada? Onde está Hak?
- Estou bem... Foi só a chuva. - balbuciou frágil. - Onde está Joo-doh? Vamos perder o voo.
Pronta para seu destino, olhou o ancião com um vazio de quem perde o amor.
Percebendo sua tristeza foi que Mundok deu-lhe uma grande notícia que imaginou melhorar seu ânimo, quando, em verdade, não mais iria naquele momento:
- Princesa, não precisa mais se preocupar com o seu voo.
- Por que não? Meu pai já deve estar me esperando, não é? - perguntou confusa.
- Na verdade, não. Eu conversei com ele enquanto você se apresentava. E, princesa, felizmente ele concordou em deixá-la sob minha supervisão. Você... pode ficar agora. Não precisa mais ir. - disse num sorriso não correspondido.
Yona recebeu aquela notícia ainda mais triste, pois sequer sabia o que desejava agora. Iria fugir de seus sentimentos ou se reerguer para encará-los e lutar por eles? Não sabia, mas sentia no seu interior que precisava imediatamente descansar o machucado coração.
- Você... Não parece feliz. - observou o velho. - O que eu poderia fazer para te ver sorrir, minha neta?
E foi então que Yona percebeu que idependentemente de quem e da forma, ela era amada. E isso lje confortava e dava-lhe esperanças naquela noite desagradável.
- Por se preocupar... - disse tentando mostrar um sorriso apesar da dor. - Obrigada, Mundok. - completou o abraçando e afogando suas dores naquele valoroso e recetivo gesto de afeto.
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