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História Entre o pecado e a inocência, Na Jaemin e Lee Jeno - Étonnante


Escrita por: jaempearl

Notas do Autor


╰┈➤ SEJAM BEM VINDOS.
☄. *. ⋆ Boa Leitura

Capítulo 12 - Étonnante


Fanfic / Fanfiction Entre o pecado e a inocência, Na Jaemin e Lee Jeno - Étonnante

"Segredos que tenho mantido em meu coração são mais difíceis de esconder do que pensei (...)"

— I wanna be yours, arctic monkeys.

O farfalhar das árvores, vento suave beijando-lhe as bochechas, cantarolar suave em conjunto ao rock acústico nos auto falantes da rádio distribuídos ao redor da instituição iluminavam os sentidos dos jovens reunidos no terraço, permaneciam isolados. As letras brincavam nos lábios da moça de rosto inocente, a bonequinha fez o rapaz ao seu lado inspirar fundo. 

Vislumbrou a ironia sagaz em que estavam inseridos ao vê-la sobressaltar as letras da banda favorita de Jaemin. O baixista parecia uma caixa de segredos, não alguém com um coração. Diferente de seus melhores-amigos, compartilhar nunca fora comum, nem durante a infância, facto que os habituou a deixar com que o Lee lidasse sozinho com seus sentimentos.

Entretanto, Jeno conhecia-se perfeitamente bem, tanto que assustava-o. Diante os fios de cabelo que esvoaçavam da mocinha, os flagrou dançarem sobre o ar, quando seus olhares se cruzaram e um belo sorriso preencheu a face nua da morena.

 On devrait recommencer à étudier le français plus dur, j'ai entendu dire que les cours spéciaux reviendront (Deveríamos retornar a estudar francês com mais afinco, soube que as classes especiais vão retornar) — namorando a paisagem á frente, a mocinha começou a falar na língua favorita, arrancando um breve sorriso de Jeno.

Nem um momento desde que começou a aprender Francês arrependeu-se. Parecia ser uma língua perfeita para sussurrar segredos no pé do ouvido da mocinha. Ou, para dizer maldades quando revoltados, fofocando barbáries disfarçando ao fingirem lerem poesias de Victor Hugo.

— Ne t'inquiète pas, si tu veux pratiquer avec moi, on peut faire ( Não se preocupe, se quiser praticar comigo, podemos fazer) — tranquilizou, ajeitando a gravata de seu uniforme, afrouxando-a por estarem em um ambiente a sós. 

— Tu vas m'apprendre comment va Jaemin ? (Vai me ensinar como Jaemin, é?) — dotada de malícia, a espertinha despejou tombando a cabeça para o lado. — Ou préférez-vous qu'il s'entraîne avec vous ? (Ou, prefere que ele pratique com você?)

O Lee arqueou a sobrancelha. Eunhye recostou a cintura nas barras que sustentavam os corpos. Com as mãos para trás, detinha uma particular diversão que pareceu aterradora para Jeno. Reconhecia que a bonequinha não reconhecia a magnitude do tormento que poderiam estar prestes a cultivar — o que o deixou com a goela atribulada. 

Achava-a tão doce, tão delicada e mesmo que possuísse certo acanhamento em pedir determinados mimos, pouco entendia certas concepções, outras maldades que estaria passíveis diante uma aventura tão aterradora quanto aquela. 

— Por acaso não vai esquecer disso? — perguntou, sem a encarar, ajustava as próprias mangas, dobrando-as, puxando para cima devido o calor.

Descarada, balançou a cabeça, em negação. 

— De quando você beijou deliberadamente Jaemin? Creio que não, é um tantinho difícil esquecer da cena, chatón — zombou baixinho, brincando com os próprios dedos. — Já tinha noção da sexualidade de Nana, já a sua...

Jeno tossiu, como se abafasse o comentário. Pouco o próprio sabia acerca de sua atração. Explicar que fora sua primeira atração por outra pessoa do mesmo sexo não seria adequado dado as circunstância — ao menos achou —, dado ao indivíduo ser justamente seu melhor-amigo.

— Sobre isso, você o beijou logo depois, está ciente disso, não é? — tocando no ponto fraco da mocinha, Jeno indagou. Quis examinar seu semblante, conferir quais eram suas reações. Raras foram as vezes em que soubera decifrar com exatidão através de suas ações e palavras.

A neutralidade invadiu-a, pelo menos, fora o que deixou o Lee em um impasse. A ausência de expressões o deixava aos nervos, seria mais simples se Eunhye fosse tão estourada quanto Jaemin ou verbalizasse tudo que percorria sua mente com cautela como ele.

— Onde quer chegar com isso? — exausta dos rodeios, esses que não assemelhavam-se com a natureza do baixista, molhou seus lábios, duvidosa.

— No mínimo, nós três estamos fazendo coisas que não deveríamos com nossa amizade, coisas que são arriscadas — esclareceu, querendo deixar explícito para a mocinha que tombou a cabeça, um tantinho desconcertada devido ao nó que entrelaçava-se em sua mente.

Por vezes, a contradição alagava suas vidas. Enxergou um massivo contraste em relação ao acordo que fizeram quando aceitaram terem um namoro falso. De repente, o moreno assumira uma pose recatada, como se estivessem cometendo o maior pecado de todos os tempos. 

— Pensei que estava tudo bem, pelo menos, nós dois...— almejando justificativas, embaralhou-se. 

— É diferente, muito diferente — frisou Jeno. Pausou seu discurso, com a garganta coçando para continuar. Cedo ou tarde, queria separar a situação, não só por uma questão de hesitação mas porque queria evitar uma catástrofe emocional. — Em momento nenhum envolvemos Jaemin, sabe muito bem o quão problemático pode ser.

Eunhye arqueou a sobrancelha, compreendendo. Jeno temia envolver Jaemin, de quaisquer forma. Isso, por incrível que parecesse, envolvia o próprio. A tensão latente dos rapazes não passara batida pela mocinha — essa que condenou-se por ter achado tão atraente. Entretanto, o baixista conhecia-se bem o suficiente para julgar o abismo que se jogaria caso desse um passo à frente e cedesse a desconhecida sensação. Ou, muito pior, se o melhor-amigo ousasse continuar com aquela brincadeirinha envolvendo Lee Eunhye.

A bonequinha poderia não ser tão frágil — disso o baixista tinha certeza. A Lee deveria ser emocionalmente mais madura do que ambos juntos, possuía um poder de observação excelente. Contudo, a experiência em relacionamentos de Jeno não comparava-se com a da mocinha e, por mais conturbados que tivessem sido, os de Jaemin o faziam perceber que as consequências deixariam cicatrizes cruéis em Lee Eunhye.

— Deveríamos conversar tudo juntos, não gosto de quando conversamos partes com cada um. Por sinal, você me disse que explicaria o motivo daquela briga, o motivo dos veteranos...— aos poucos, sua coragem se dissipava, debater tantos pontos de suas amizade seria um desafio, mas teriam que o fazer. 

Erguendo o queixo da mocinha, passou até a bochecha, vendo-a tombar a cabeça para o lado, em um ato singelo de carinho. Fora um ato silencioso de clemência por parte de Jeno. Aos poucos, a morena enxergava os sinais de nervosismo do baixista diante a situação — por mais seguro que fizesse questão de parecer aos seus olhos — entendia que o Lee temia extrapolar.

— Vamos esperar, juntos — pediu o maior, fazendo-a assentir. — É mais complicado do que parece, você tem razão.

Quis que não fosse, profundamente. Prestes a retrucar, a mocinha escutou um ecoar peculiar, assemelhava-se com uma miadela, um tanto frágil e alto ecoou. Vinha do terraço, no máximo, próximo a escadaria. Instigada, comprimiu os lábios. Jeno teve de conter um sorriso com a reação, sabia exatamente o que estava acontecendo.

— Escutou esse barulho? — mitigou a voz, parecia andar feito um desenho animado, em passos leves quanto uma pluma. — Parece um..

— Tenho uma surpresinha, não é bem uma surpresa mas...— tomou a frente, aproximando-se de uma área mais restrita no terraço, vislumbrou dois potinhos, tendo uma adorável visão a sua frente: um gatinho preto que deveria ser um filhote. — Olha quem eu encontrei por aqui.

O menor dirigiu-se para as mãos de Jeno. A alergia do baixista o impedia de permanecer o quanto queria com o pequenino, mas, cismava por vezes. O radiar da expressão de Eunhye, capturou sua atenção, o felino curioso escapuliu de suas mãos, interessado na desconhecida.

Transbordando euforia, pode a ver conter pulinhos contentes, inclinando-se com cautela para o animal que cheirou a mãozinha, permitindo que fosse tocado. 

— Pode ser a mamãe dele, se quiser — ofereceu, pode ver alegria refletir na mocinha a frente. Essa, que retomou a realidade aos poucos, sendo atingida por uma enchurrada de contar argumentos mentais.

— Não quero que aconteça como Hansol, ele sumiu. Sinto falta dele até hoje — acariciando o topo da cabeça do filhote que enroscava-se, esfregando-se na Lee, confessou a mocinha.

Jeno abaixou-se, para ficar na altura de ambos. Recordou-o de quando adotaram o gatinho. Detestava ser alérgico aos felinos — adorava-os desde a terna infância —, optou por observar a cena, no mínimo cativante. 

— Não será, eu garanto — garantiu, fazendo-a encarar com dúvida, incerta em como o rapaz o faria. — Posso convencer seus pais de ficarem com o gato.

Caso não fosse capaz, faria Jaemin o fazer. O Na possuía uma boa lábia. Se presenteassem-na seria quase um ultraje querer devolver o filhote, conhecendo a 'sogrinha' como fazia, duvidava que a mulher ordenaria que a filha expulsasse o animal indefeso.

— Esse chatón...qual nome dele? — o ato de o chamar em francês, fora por impulso. Deparando-se com o franzir de cenho de Jeno, captou um detalhe que a fez rir, incrédula. — Não me diga que não o nomeou.

— Quis que você decidisse ou...me ajudasse a decidir — contornou, vendo-a sussurrar um pobrezinho para o felino oferecido. — Sei que gosta de tomar conta de animais, quando o achei, foi a primeira pessoa que pensei.

Aos seus paradigmas, não havia homem mais dedicado no mundo, mesmo sendo seu melhor-amigo. Ser lembrada — não importava por quem — em momentos singelos como aqueles a fazia sentir-se a pessoa mais querida da existência.

— Foi gentil de sua parte, essa estratégia foi para me distrair? Funcionou — Jeno não evitou sorrir. — Olhe só, ele está com fome.

— Dessa vez, vim preparado — informou Jeno, retirava um pequeno pacote do bolso, esse que reconheceu como um sachê. Arrastou a vasilha azulada, tendo o gatinho esfregando-se, em um ato humilde de agradecimento. — Da outra vez, vim aqui espairecer e ele estava com muita fome, não fazia a mínima ideia de como ajudar.

O baixista puxou o ar, apoiando-se na grade. Levantou-se, deixando o animal de lado, o vento que percorreu fizera os pelos da boneca se eriçarem. Abraçou-o por trás, serena. Buscaria pela mão do rapaz, mas, não queria que a situação tornasse esquisita: eles já possuíam ações que eram o suficiente para embaralhar seus corações. 

Existia um senso de hesitação, uma trava que pressionava-a, impedindo que a alavanca inconsequente de suas ações tomasse força. 

— Mas ajudou — Jeno fechou os olhos, com o carinho da morena. 

A pele quente sobre a sua, poderia não ser no sentido literal, tão pequena como uma. Eunhye no mínimo possuía um e setenta de altura. Chamavam-na por força do hábito, por uma questão de costume, pela visão carinhosa. Pois, perdidos em um labirinto ficariam acaso percebessem o que possuíam à frente: um verdadeiro veneno com fragrância francesa adocicada. 

Jaemin não poderia adentrar naquilo, jamais — era o que permeava a mente de Jeno. Liberto de dúvidas que o guitarrista não se controlaria, não como ele, cada segundo queria ter a mocinha somente ao seu redor. Detestava os próprios pensamentos, ausência de auto controle perante sua luta diária, passava pelo conflito desde que conheceu a mocinha. 

— Você sempre tem um cheiro tão gostoso, chatón — ronronou, feito uma gatinha. Afundando seu rosto no pescoço alheio. Quis distribuir beijinhos, não por uma questão de carência afetiva, e sim, porque encontrava-se realizada diante a possibilidade de ter um felino. 

Rodando-se, Jeno a segurou pela cintura, ocasionando em um pequeno baque. As mãos da menor foram para seu peito, o que a fez encarar bem seu rosto, risadas breves seriam trocadas, em uma forma de quebrar o gelo — evitar tensões desnecessárias —, porém, situações como aquelas desde o dia em que fizera as pazes com Na Jaemin ocorriam mais do que controlava.

Brincou com a gravata, sentindo os dedos do maior em sua cintura, afundando-se, o que a fez o encarar. Possuíam percepção de seus instintos fundindo-se, mesmo assim, o baixista nada faria sem um suplicar proveniente da melhor-amiga. 

— Por acaso, a Senhorita Hye quer um beijo? — a sugestão foi suave, as mãos tremeram, de leve. Prendeu a respiração, molhando seus lábios travando sua atenção no ponto predileto de seu rosto, a pintinha próxima a região de seus olhos.

— Achei...eu achei que nós não...— houve nervosismo na voz, do que evoca fragilidade, porém, em momento algum hesitou, afastou-o.

Jeno queria a entender, cada vez mais, ardentemente. Eunhye temia o amor, por vezes o contato, mas queria sua ajuda para experimentar, se considerava um filho da mãe sortudo por ser tão conveniente e queria a agradar. Por Deus, o quão doentio devia ser isso, ela era sua melhor amiga e...

—  Eu quero — fora uma suplica, cessando a linha de raciocínio, contornou os braços no pescoço do maior, próxima o suficiente para que ele a tomasse de uma vez. 

Os lábios brilhavam e cheiravam a pêssego. As pupilas dilatadas e coração levemente acelerado evidenciava a excitação por cometer um ato daqueles, parecia pecaminoso, um ato profano porque acima de tudo, alimentavam uma mentira, cometendo sacrilégios ao ceder a atos tão libidinosos.

Seria o tipo de coisa que Jaemin faria — com certeza. Não Jeno, distante disso. Nem o próprio guitarrista imaginaria uma atitude dessas vinda do Lee.

Engano frívolo, diria seu interior. As raízes de uma queda maçante atacaram-no tão próximo, na beira da fonte de seus desejos. Repreendeu-se por a incentivar mas em hipótese alguma, arrependeu-se, soube estar condenado ao inferno no momento em que o ósculo aprofundou-se, um arfar esvaiu da garganta da mocinha e seus lábios rasparam-se, como se desejassem eternizar a ação, estar em contato tão íntimo com Eunhye o tirava do eixo, por completo.

— Eu quero mais, mais de um — após o final do beijo, com as testas coladas, reunidos, confessou fitando os lábios de Jeno. Respirações embaralhavam, a nuca do maior arrepiou-se e as bochechas da menor coraram, soando instável, dotada de necessitada. Obteve o deslize de controle por completo quando Eunhye tombou a cabeça para o lado, vidrada na tensão latente que fazia com que oxigênio sumisse: — Por favor, mais.

Se negasse, nunca iria se arrepender tanto. 

A bonequinha francesa suspirou em seus lábios, roçaram-se, mesmo sem um inicio de beijo. O vento que farfalhava tornava o abraço aconchegante e o beijo como o sol de seus corpos, absorviam energia para que permanecessem vivos no instante que encararam-se. 

Jeno desconhecia a sensação, a amava — disso detinha certeza — mesmo que não romanticamente, descobriu a desejar com cada átomo de seu corpo, mente e alma. 

— Será nosso segredo, ma titi — acariciou com o indicador o lábio inferior, aficionado com a comparação de que tocava em plumas, não em lábios. Fecharam os olhos, entregando-se a sensação que formigavam sobre seus corpos. 

O interior de Eunhye revirou-se junto ao instinto predatório de Jeno. Travou o maxilar com o pressionar da bonequinha ao seu corpo. Captava o quão inerte e envolvente pareciam, como a mocinha inexperiente aplicava um impulso animalesco sobre si. As pernas espremeram-se devido ao contato da destra gélida de Jeno em sua coxa, brincando por baixo de sua saia com a pele desnuda. Distribuía beijos em seu pescoço, dos quais causaram arrepios e um arfar manhoso que excitou os sentidos do baixista que teve de encerrar o ósculo, ofegante.

— Parece o suficiente — odiou ter que dizer aquilo, mentir e lutar contra sua atenção. 

Reuniu suas forças para tomar rédeas. Quis xingar baixinho ao vê-la abaixar o olhar, supôs que plantara a semente da insegurança em sua mente. Pelo contrário, Jeno precisava encerrar antes que perdesse sua compostura por completo.

— Parece? — houve inocência, de modo dengoso. 

Eunhye dizia tão inocente. A Lee soube o que quis, teve certeza. O calor em suas pernas, subia por toda extensão do corpo, quis ser incendiada por Jeno — a sensação foi assustadoramente deliciosa a ponto de que engoliu em seco notando tamanha devassidão.

— Não queremos que as coisas saíam do controle por aqui, não mesmo — firmou, esclarecendo. Apoiou-se, com os cabelos bagunçados, teve de os arrumar. O gosto de pêssego permaneceu em sua boca, confundindo-o por segundos ao notar. — Por hora...

Ela preencheu a face terna com um sorriso confuso, não em insegurança, fora a primeira vez que deparava-se com um Lee Jeno desorientado. Suspeitava que fora sua culpa — não tinha certeza —, mas inclinou-se ao ver que o baixista desviou o olhar. Permanecendo em seu campo de visão, decidiu incentiva-lo a continuar.

— Por hora...— repetiu, embargada em cinismo. Quis jogar sal na ferida, perceber o quanto exercia influência, soou curioso. Nunca imaginou que poderia perceber que afetava, nem de longe, seu melhor-amigo. Poderia ser uma ideia maluca mas naquele segundo fora coerente.

— Não faça isso — desaprovou, censurando-a. Deparou-se com o unir de sobrancelhas, o que o fez prosseguir, explicando-se. — Não repita as palavras que eu digo...não nesse tom de voz.

Fora a voz aveludada, essa que dizia em ocasiões específicas demais caro leitor. Poderia listar com uma clareza incontestável que após acordar de uma noite agitada — como a fatídica festa de vinho e cerveja que culminou na desordem mental de Na Jaemin — e engatinhar feito uma criança para Jeno exigindo seu café da manhã ou quando embaralhava-se com as palavras.

Uma terceira ocasião poderia ser feita, essa que o envolveria. O interior pervertido e dominante do baixista quis sugerir uma depravação. Em outras palavras, mostrou-o ao reproduzir o arfar manhoso, só de imaginar o tom de voz e súplica precisava travar o maxilar.

Eunhye poderia ser uma mocinha inexperiente, ingênua por vezes mas inocente? Sua personalidade fingida deu-se o trabalho por anos de manter sua aparência reservada devido a camada de preservação de sua reputação e nicho introspectivo. 

Pobrezinhos. Sofreriam tanto nas mãos de uma boneca de porcelana. Se a partissem em cacos, eles penetrariam em sua pele, os rasgariam por fim. 

— Parece que meu ursinho gosta de levar a sério nossas brincadeiras sobre ter autoridade, podemos descobrir muito com elas — desfez sua pose insinuativa, arrumando a gravata do melhor-amigo. Iriam dirigir-se para suas devidas aulas. Jeno não retirou os olhos da morena, vendo-a rir de lado, para continuar. — Aprendi que gosto que fale desse jeito, descobri que também gosto de te ver irritado.

Porra, é impossível eu me manter racional.

Um ranger de porta, como uma batida soou, em volume mínimo. Indicando a presença de um terceiro que deixara o local recentemente. Poderia ser uma coincidência. Não faziam nada de errado, comportavam-se como jovens escondidos — pelo menos era isso que achariam.

Eunhye não percebeu.

Jeno sim — sua hesitação no entanto, seria qual havia sido o indivíduo que haviam os flagrado.

Se paredes possuíam ouvidos, teria de aprender que o farfalhar das árvores e a corrente perniciosa do vento possuía uma tendência nefasta em carregar o cheiro da tensão que exalavam por cada canto faminto por um pedaço de destruição. Terem sido capturados, pegos em flagrante fora o primeiro passo da prova menor naquele cenário: eram observados, almejados e, por consequência, alvos de desejo, como maçãs em um jardim.

Entre o pecado e a inocência, permaneciam.

⋆·˚ ༘ *

— Por acaso, vocês poderiam ir em um encontro de casal?

Eunhye engasgou-se com o pedido feito pelo chinês, sendo ajudada por duas batidinhas suaves de Jeno em suas costas. Permaneciam reunidos durante a aula de educação física — uma das únicas que todas as classes do último ano frequentavam juntas — aguardando as instruções do professor que ocupava-se em uma reunião de última hora. 

Jisung e Renjun — os únicos amigos ali próximos — direcionaram atenção para a questão. O Zhong tomara um momento oportuno para os questionar: o guitarrista do grupo parecia ocupado com a namorada, Donghyuck e Mark dividiam os fones de ouvido enquanto escutavam de modo secreto Justin Bieber e Giselle permanecia nos treinos de dança ao invés de praticar educação física, como muitos dos outros atletas que estudavam na instituição.

— Mon tresor, imagino que saiba que eu e Jeno...— sentou-se ao lado do amigo, na arquibancada, recebendo um assentir.

— Claro que sei disso, do mesmo jeito, não acho que existam problemas. Giselle não sabe, quero deixar ela feliz, é o aniversário dela — justificou Chenle. O amor do casal deveria ser um dos mais radiantes que já vira, o chinês dedicava-se ao máximo para agradar a mocinha que retribuía em mesma intensidade.  — Ellie se diverte muito nesse tipo de coisa, nossa opção era Renjun mas ele foi chifrado e Jaemin não é exatamente alguém que vá em encontros de casais.

O Huang franziu revirou as orbes, a sinceridade exagerada do amigo poderia ser considerada vulgar por vezes. 

— Nem acho que Ellie iria suportar uma cena dessas, seria só para a fazer passar raiva com a depravação daqueles dois — Jisung comentou, pode imaginar a mais velha e prever a pequena discursão que teria com o chinês. — Consigo escutar ela mandando-os ir para um quarto.

— Não é como se eu fosse também pedir para que o explosivo aqui fosse se humilhar depois da merda que ele teve que passar — argumentou Chenle, em repulsa pelas ações da namorada do amigo. Sua namorada, Giselle poderia ser amiga da mocinha mas, nunca engoliria as atitudes e muito menos a traição cometida na cara dura.

— Quanta modéstia — ironizou Renjun. 

Eunhye se incomodou, um tantinho. Citar Koeun — mesmo que indiretamente — fora uma ação insensível, pelo menos aos seus olhos, soube que o chinês nenhuma intenção de machucar seu amigo portava, porém, isso não impedia que soasse como um lembrete de um momento doloroso. Memórias da chuva fizeram com que ela sentisse um notório peso sobre o peito.

Pouco a pouco, assim como ela se tornava o xodó daquela bandinha, cada um deles possuía uma partícula de seu carinho e preocupação, como uma grande família. 

— Não disse uma mentira sequer — deu de ombros. —  Vão topar? É pegar ou largar.

Como de costume, em busca de aprovação, subiu a visão para o baixista que parecia interessado. Sair poderia os fazer bem, mal o faziam. Perdiam a maior parte do tempo estudando, o único que possuía uma vida social deveria ser Jaemin.

Pelo menos, juntos poderiam utilizar a desculpa que estavam indo sair para encontros, mesmo que possuíssem vontade de permanecerem dentro de casa, deitados enquanto assistiam algum clássico estrangeiro.

— Se Neno não estiver ocupado e...tem mais uma condição — firmou por final, atiçando a curiosidade de Jeno, o moreno não tinha a mínima ideia do que Eunhye queria. Ser gananciosa estava distante de sua personalidade, quem sabe ambiciosa mas, a conhecia bem o suficiente para saber que a mente sórdida deveria estar tramando uma armadilha ardilosa. 

— Que condição é essa? Se for dinheiro, não tem problema, eu posso ajudar — de imediato, o chinês deixou claro. 

— Por que não chama Jisung e Sohye? — ignorando a sugestão anterior, Jisung quase caiu para trás, tropeçando nos cadarços desamarrados. Renjun riu de lado junto de Jeno que achou a genialidade da 'namorada' incomparável.

— Mas, nós dois não somos um casal! Por que você iria sugerir isso, eu..— erguendo-se, retirou a poeira que impregnou nas roupas ao cair no chão. Uma vermelhidão atingiu as orelhas, um sorriso levemente nervoso, fora a a reação mais abrupta e automática que vira do Park.

— Confie na sua Noona. Por que não a deixa continuar e explicar? — cúmplice, Jeno passou o braço no ombro do mais alto, poderia ser menor mas sua atitude o tornava tão seguro que Jisung tombou de lado, sorrindo forçado.

— Eun nunca disse que vocês eram um — Chenle gostou do quão astuta Eunhye fora. De todas as namoradas de seus amigos, por mais que a Lee não fosse uma de verdade, deveria ser a favorita do Zhong. — Sua cabeça parece analisar mais do que deveria as situações ou esqueceu que eles dois são melhores amigos e não um casal de verdade?

— Se vocês dois fossem, iria me sentir mais confortável. Ellie entenderia se fossem mesmo como amigos. Fora que Soso é amiga dela, imagino que ela ficaria super feliz em a ver junto, vocês são um grupo de amigos que saem juntos, certo? — articulou, cruzando os braços.

— Isso foi diferente — segurando-se ao fio de esperança de escapar, o Park retrucou.

— Tá querendo estragar a surpresa da minha namorada, Jisung? — Chenle fez questão de usar tais palavras. De quebra, quem sabe, o amigo pudesse deixar de ser um espertinho com as veteranas e finalmente resolvesse sua queda pela bailarina.

— Não é isso, é que assim...

— Existe algum motivo para ficar tão nervoso? Eu e Jeno somos melhores amigos e também vamos juntos, por mais que tenhamos que agir como algo a mais. Só estamos pedindo para que vocês dois vão juntos como amigos, o que suponho que sejam — reunindo-se ao chinês, decidiu persuadir o mais novo, o que fez com que Chenle adorasse a ideia. A Lee cavava a cova do mocinho e estaria prestes a empurra-lo, deixando-o sem opção alguma.

Renjun deteve um riso.

— Ela é diabólica, sinceramente — comentou baixo, somente para Jeno pudesse escutar. — De vez em quando me lembra o Chenle.

O baixista confirmou, culpava Jaemin pela habilidade venenosa, mas, achava-a um tanto encantadora. O poder de adquirir o que quisesse com as palavras, gerava vantagens incontáveis ao serem aliadas com um rostinho tão bonito como o que portavam.

— Não viu nada — replicou o moreno.

Ah, eles são, Hye. Se Jisung está nervoso é porque deve existir alguma coisa, o que acho que não exista ou...existe? — O Zhong adicionou mais pressão, pondo-o em um beco sem saída.

— Nós vamos então, é...eu vou na verdade, eu vou e...eu vou precisar convidar ela? — o jeito com o qual questionara ao final, parecia estar comentando sobre explorar uma casa mal assombrada, devido suas orbes duplicarem de tamanho.

— Algum problema nisso? — Chenle prendeu o riso e só pode o conter devido a Eunhye não o fitar. Caso contrário, explodiria em risadas devido ao plano genioso da mocinha ter dado frutos tão apetitosos. Possuía certeza que sua namorada amaria um aniversário com tais companhias.

N-Não, quero dizer, não vai ser estranho nem nada eu falar isso de repente? — dessa vez, dirigiu-se para Eunhye, meio inseguro. Jisung coçou a nuca, em seguida tocou a orelha, um sinal de seu nervosismo. 

A Lee desfez sua insistência ao afagar os cabelos do mais novo, sorrindo um tanto fraternal.

— Posso conversar com Sohyun — o tranquilizou, quis rir pois achou que se o forçassem a fazer, ele teria um ataque do coração porque pálido já começava a ficar.

— Muito obrigado Noona — agradeceu, desviou atenção para a grande grade que servia como portal, semicerrando o olhar. — Parece que tenho que voltar para minha classe, perdi tempo demais aqui e...aquele não é seu irmão?

Confusa, franziu o cenho seguindo para onde Jisung referia-se. Abismou-se ao deparar-se com o irmão mais velho, Taeyong. Conversava com o professor, o responsável pelos alunos segurava uma prancheta, assentindo ao seja lá o que o platinado o informava. Preocupou-se pois poucas eram as vezes em seu irmão metia-se em seus assuntos, nem mesmo soube do que referia-se.

Até que, ao forçar a visão, notou um atestado nas mãos do irmão, assemelhava-se aos comunicados que seu pai realizava, o que acionou um certo pânico na mocinha, temendo que algo pudesse ter ocorrido com sua mãe.

— Acha que aconteceu alguma coisa? Espere Eun! — Jeno nem teve tempo de completar, seguindo a mais nova. Do outro lado, percebeu Jaemin fazer o mesmo, por puro impulso. 

Receberiam a ordem para que dessem meia volta e continuassem na aula, porém, a intervenção de Taeyong, que alegou que ambos deveriam ir juntos — devido a um 'pseudo' parentesco — foi capaz de os permitir escapar. Como esperado, foram juntos para o hospital, ter de aguardar enquanto Eunhye visitava a mãe não fora incomodo algum para Jeno ou Jaemin.

Sentados um do lado do outro, apoiando-se juntos, tão acostumados quanto a bonequinha em permanecer naquele ambientes, se distrair não seria uma tarefa nem um pouco difícil. 

— Em nenhum momento, sente saudade da sua ex namorada? — o questionamento repentino vindo do guitarrista causou um estranhamento imediato de Jeno. 

— Por que essa pergunta? — fixou-se sobre cada detalhe da expressão do amigo. Jaemin aparentava seriedade, um tanto incomum de sua personalidade descontraída, o viu dar de ombros, como se não fosse nada demais, dizendo que 'passou pela cabeça'.

— Por acaso sente de Chunhua? — referiu-se a primeira namorada de Jaemin, a única a obter seu coração, fora uma estratégia suja, o baixista soube quando o outro jogou-se na cadeira de uma vez, relaxando seus músculos, definhando no questionamento.

— Nós terminamos em condições diferentes. Não sinto falta, nem um pouco. Pode ter sido a primeira e única que namorei de verdade mas não, não sinto — o Na respondera com segurança, o que foi visível para Jeno. A culpa que o moreno carregava não envolvia o término, envolvia as condições do mesmo, as consequências que ocorrem com a mocinha. 

O Lee desviou olhar, encarando as próprias mãos, não poderia dizer o mesmo sobre o próprio relacionamento, nem perto disso. Jaemin sabia, do fundo de seu âmago. — Você sente falta de Haneul.

— Onde quer chegar com isso? — perdendo de leve a paciência, Jeno indagou, fitando o amigo que virou-se, um tanto pretencioso. 

— Seja lá o que esteja fazendo, não deveria envolver Eun em seus problemas, nós dois nunca envolvemos ela nisso, não nos nossos problemas de relacionamentos amorosos — soou como um ultraje, uma ofensa seria de menos impacto, fez com que Lee Jeno parecesse como um aproveitador de meia-tigela.

O baixista semicerrou o olhar, quis rir soprado, as insinuações foram o estopim.

— Que merda você tá falando, Jaemin? Sabe muito bem que não é nada disso, eu só estou..

— Realmente, porque beijos fazem parte do pacote de ser namorado falso dela. É um tanto estranho que seja eu falando isso com você, não parece ser coisa do seu feitio, mas quero que fique bem claro, que você separe o que quer que seja e o que é — interrompeu, deixando Jeno em um pequeno choque. Assimilou de imediato que Jaemin os flagrara naquela manhã. O atrevimento do guitarrista não cessou, ele se inclinou, perto o suficiente. — Até porque o aproveitador sou eu, não é? 

Jeno não moveu-se, nem um pouco. Vidrado no rosto do garoto em sua frente, aquele rosto atraente que tanto conhecia o fez sentir-se envergonhado, não por dizer verdades, porque não existia veracidade alguma na ideia de que estava usando Eunhye para suprir suas necessidades que Haneul não poderia mais — não condizia com seu caráter.

— Se esqueceu que é terrível em esconder segredos, especialmente de mim — aproveitou não ter ninguém ao redor para sussurrar próximo aos lábios de Jeno. Pouco a pouco, o próprio deixava-se levar por aquela faísca. — Não vai falar nada agora que eu disse a verdade?

— Não estou fazendo isso pela Haneul. Inclusive, sei que você já percebeu os problemas que nós estamos prestes a enfrentar, não é só nós dois...o que eu sinto ou o que você sente, porque sabe...existe algo — Jeno afastou-se, desviando o olhar. — Isso também envolve Eunhye.

— Se não fosse por ela, nós faríamos isso? Eu e você? É isso que quer dizer? — Jaemin atreveu-se a indagar, deixando explícito ter ciência de que nutriam atração mútua, a ponto de comentarem em voz alta. Fora o que Jeno temia, dizer em voz alta, fazia tudo ser ainda mais concreto.

— Ela é o motivo pelo qual tenho racionalidade, me lembra o motivo pelo qual temos uma amizade — corrigiu.

— Se ela quisesse? — replicou Jaemin, fora uma questão ousada.

— Onde quer chegar com isso? A personalidade dela não é exatamente desse jeito, achei que entendesse melhor que eu isso — o guitarrista franziu o cenho, um tanto incerto, desde o inicio, se ele era protetor, Jaemin parecia ser dez vezes mais. 

Em nenhum momento, absolutamente algum, o vira desejar Eunhye. O que ocorrera na festa, aos seus olhos, fora como um incidente infeliz, tanto que a Lee não possuía um comportamento diferente em relação a Jaemin, nem perto disso. 

— Se um dia ela quisesse mais...nós dois. Eunhye não é mais uma criança — a possibilidade, o modo com o qual Jaemin pareceu sério demais, com o qual seus lábios uniram-se, roçaram-se no segundo em que comentou, fez com que Jeno ficasse estupefato.

— Vocês se beijaram, de novo. Dessa vez, conscientes — percebeu, imaginava que teria sido no momento em que adentrou o cômodo e Jaemin parecia inerte. Pensou ter passado dos limites, naquele segundo, soube que sim. — Se for necessário, vou parar com isso, vou falar com Eun, nós não podemos.

Jaemin revirou os olhos, pode ver a hesitação, o receio e temor de Jeno. 

— Isso não vai mudar como se sente, você sempre se sentiu desse jeito, a diferença é que agora tem uma chance de tirar proveito — disse Jaemin, sem um pingo de arrependimento ou vergonha. Jeno percebeu que existia mais, mais que estava preso na garganta de Jaemin, soube pelo olhar, a forma com o qual o Na molhou os lábios e tombou a cabeça para o lado, rindo para si mesmo. — Honestamente, é injusto que eu permaneça de fora, eu sempre senti ciúmes, mas só entendi a pouco tempo do que exatamente.

O baixista pensou ficar sem ar, lidar com a tensão existente com Jaemin não era frequente, não como estava sendo. Agiam anteriormente como uma brincadeira, sabendo os motivos e variáveis passou a se tornar impossível. Jeno foi corroído pela curiosidade.

— Do que, Nana? — atiçado, indagou.

— Queria experimentar como é, ficar com vocês, os dois. Assim como você, a única diferença é que você tem alguma chance disso — Jaemin dissera, como uma serpente próximo a Jeno. A menção fizera Jeno imaginar os três, unidos, de modo tão pecaminoso que teve de engolir em seco. — Ou, eu estou errado, Neno? Porque sei muito bem que não, não irá se controlar.

Jeno ficou sem ar, sem estruturas pois sabia que era verdade, escutou ser dito a frase nua e crua, a ponto de o fazer querer se jogar em um abismo. Com o peito enchendo-se, em culpa, por ser incapaz de conter a química que os preenchia. O ruído da porta abrindo-se, revelando Eunhye, a bonequinha frágil dos melhores-amigos que possuía uma feição abatida, seu instinto fora abraçar a mocinha que apoiou-se em Jaemin, indo até o ouvido do próprio, sussurrou algo.

O Lee não escutou, captou somente as orbes da garota, fora o suficiente, os vendo tão perto, tão próximos e tocando-se para ter ciência de como Jaemin possuía razão, se Eunhye quisesse, eles seriam dela — inteiramente. Contudo, o desejo era algo perigo a envolver-se em uma amizade, especialmente com uma mocinha vestida com a inocência e beijada pelo pecado.

 


Notas Finais


彡 Espero que tenham gostado.
Por sinal, quero agradecer o feedback que a fic vem recebendo, reconstruir a fanfic é bem difícil, por isso agradeço à vocês.
Peço que seja gentil e deixe suas opiniões, para mim é muito interessante ler a opinião de vocês.


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