1. Spirit Fanfics >
  2. Entre o pecado e a inocência, Na Jaemin e Lee Jeno >
  3. Mutualismo

História Entre o pecado e a inocência, Na Jaemin e Lee Jeno - Mutualismo


Escrita por: jaempearl

Notas do Autor


╰┈➤ SEJAM BEM VINDOS.
ೄྀ࿐ ˊˎ- Vocês não sabem o quão contente eu estou de finalmente poder postar o capítulo novo para todo mundo, retornando a programação normal. Saibam que receberão uma dose de conhecimento pro final do capítulo.
☄. *. ⋆ Boa Leitura

Capítulo 29 - Mutualismo


Fanfic / Fanfiction Entre o pecado e a inocência, Na Jaemin e Lee Jeno - Mutualismo

Aulas.

Diante a turbulência gerada pelos acontecimentos anteriores, retornar a monotomia estudantil assemelhou-se para uma tortura — especialmente para Na Jaemin —, porém seria inevitável, tendo em vista que beiravam as últimas avaliações do último ano do ensino médio. O guitarrista afirmaria sentir arrepios gelando a espinha com a imaginação, o impertigando: visualizar-se com a caneta em mãos, o papel repleto de questões repletas de fórmulas cujo assemelhavam-se com engenhocas o fizeram estremecer sozinho.

Esparramou-se na cadeira, pondo de lado o estojo, em estado de desistência e cólera com o exercício dificílimo de bioquímica antes que cedesse a vontade de chorar, pateticamente. O ar esvaiu os pulmões, tão insatisfeito que foi impossível Lee Jeno (que estranhamente teve que sentar-se ao seu lado pois Eunhye parecia ocupada demais com outro parceiro do outro lado da classe) desaperceber tamanha frustração.

— Que merda — balbuciou, notoriamente transtornado consigo mesmo, fechou os olhos. As palavras ditas pelo professor esguio, magro e com uma voz esganiçada devido a idade ressoavam como grego.

— Eu te ajudo com isso — anunciou Jeno, inclinando-se, ao ouvido do amigo. Arrancou atenção do moreno ao ver a expressão de preocupação, existia aquele cuidado característico que espelhava em Eunhye e, definitivamente atraía Jaemin. — Pode ir na minha casa, estudar um pouco.

A sugestão culminou em um sorriso sorrateiro, dotado de malícia. Jeno engasgaria na própria saliva ao notar, remexendo-se impaciente na cadeira com o jeitinho provocativo de seu melhor-amigo. Pouco importava se já dividiram momentos íntimos — seja na presença da melhor-amiga ou não —, permanecia a ser um tópico a tornar o Lee sem jeito algum.

— Estudar? — passou a língua entre os lábios, fitando os olhos do baixista com devido cuidado. Pareceu caçoar ao comentar em seguida: — Só isso..

Jeno precisou desviar o olhar para responder, fingindo não ter entendido.

— Se quiser tirar uma boa nota, é — desnorteado com as cenas impuras criadas por sua mente, tomou uma lapiseira, esforçando-se para fitar o próprio caderno. Porém, uma risada feminina atraiu sua atenção, fazendo-o fitar Lee Eunhye do outro lado da sala. — Só estudar.

A confirmação final foi dita baixa. O moreno semicerrou os olhos, confuso. Jurava que Eunhye ausentou-se naquela classe. Caso contrário, estaria ali, do seu lado como de costume, ocupando a cadeira do meio, não deixando um espaço vago para um estudante aleatório ficar entre ele e Jaemin.

Jaemin cogitou retrucar, mas decidiu seguir o olhar. Eunhye permanecia impecavelmente atraente, com um pequeno sorriso cochichando incessante no ouvido de Lee Donghyuck. Poucas eram as vezes em que a mocinha desconcentrava-se em uma aula, sempre conhecida por seu comportamento impecável. Molhou os lábios, prendendo um sorrisinho no canto quando o rapazinho delatou algo que atiçou Jeno.

Desacreditou estar com alguma gota de ciúmes, preferiu crer ser uma incontrolável curiosidade diante aquelas intermináveis risadas e comentários baixinhos, nos quais faziam-na focar somente no amigo de banda.

— Por isso estava calado esse tempo? Me pergunto que merda parece tão interessante que eles estão conversando — O Na percebeu, é claro, não era um idiota. Tintilou na mente do protagonista que desviou o olhar, forçando-se a retomar a compostura, uma ação que tiraria um riso desdenhoso do próprio amigo.

Uma fachada terrível.

Pensou Jaemin.

Em partes, agradecia o facto de Jeno ser um terrível mentiroso. Ter as devidas dificuldades para desvendar as falas de Eunhye parecia-lhe mais que o suficiente.

— Estava prestando atenção na aula, deveria fazer o mesmo — tossiu, desviando atenção para ver o próprio caderno. Ou, ao menos, esforçando-se. Estranhou o silêncio por parte de Jaemin, ao vê-lo de sobrancelha arqueada e um olhar descrente. — Que foi? Eu só...

Jaemin decidiu não atear sal na ferida que envolvia Eunhye. Descobriu que não aguentaria roer-se em curiosidade e tampouco disfarçar como Jeno. Assim, acabou por lançar um de seus sorrisos insinuantes, com total ciência de suas atitudes em torno do melhor-amigo.

— Pensei que iríamos estudar juntos, na sua casa...— cochichou, baixinho. Jeno parou de escrever, desconcentrando-se pela terceira vez. Engoliu em seco, mordeu o lábio, em um ritual quase cronometrado pelos hábeis olhos do guitarrista que aguardou que o moreno o encarasse. — Me sinto mais confortável desse jeito.

O Lee desviou o olhar, fingindo não ter escutado.

Sua perna balançava, incessante, denunciando a ansiedade ou — no mínimo — a imaginação masculina fervilhando com o comentário fértil do único homem capaz de arrancar um único suspiro seu.

Jaemin riu, agradando-se ao perceber.

Embora, permanecesse em conflito diante a grotesca tarefa de bioquímica, os cochichos maldosos das moças (que causava um azedume saber ter beijado metade delas) sobre sua querida boneca, as risadas de piadas nojentas de seus colegas de classe que considerava desprezíveis ou sua vontade incessante de puxar seus dois melhores-amigos para dar amassos no terraço, desistiu e preferiu fingir prestar atenção enquanto contava mentalmente quantos minutos eram precisos para que a tortura chegasse ao fim.

Do outro lado da classe, uma situação muito diferente estava em jogo: Lee Eunhye — nossa querida protagonista — gostaria que a aula durasse uma eternidade, mesmo que não escutasse uma mísera frase cujo fizesse sentido, vidrada na conversa de Donghyuck e sua urgência em revelar suas recentes suspeitas em torno de Minhyung.

— Você tem alguma coisa pra me dizer — Eunhye semicerrou o olhar, estudando o maneirismo do amigo de cabelos recém tingidos com mechas luminosas.

O Lee engoliu em seco, esforçando-se ao máximo pra conter-se. De uma coisa Na Jaemin tinha razão; uma vez que Eunhye aprendia sobre sua personalidade, suas ações e jeitos, seria impossível fugir do olhar analítico que entranhava até o fundo de sua alma, desvendando seus maiores temores e — definitivamente — quando existia uma alteração em sua vida.

— Quem disse? — Donghyuck engoliu em seco, inquieto.

— Eu consigo ver na sua cara, está com aquele olhar — Embora estivesse com suas tarefas feitas, batucava o lápis no caderno, ciente de que a professora aproximaria-se para corrigir a atitude. Entretanto, o interior da mocinha encheu-se de energia. Haechan tornou-se um dos amigos que sentia-se responsável diante o coração cheio de amores, até porque, era a única confidente do rapaz. — Quer que eu pergunte alguma coisa que certamente não está relacionada com seu desempenho acadêmico e tampouco com....

VoumeconfessaproMark

As palavras foram ditas de forma tão rápida que fizeram com que Eunhye piscasse, desnorteada. Esforçando-se para racionalizar com cuidado, cogitando que sua mente tivesse pregado uma peça em sua cabeça. Pouco adiantou porque um pequeno sorrisinho ladino preencheu o cantinho dos lábios da Lee.

— Que? — A garganta da morena coçou, pode ver o olhar severo da professora, feito uma repreensão. Eunhye perdeu a noção do tom de voz, o que a fez sorrir sem graça. Inclinando-se para o companheiro de carteira, com os olhinhos cheios de esperança. — O que você disse?

— Acho que eu vou...— engoliu em seco, as mãos suando. Donghyuck ousou direcionar seu olhar para Minhyung, o letrista concentrado em anotações de seu caderno (cujo dificilmente seriam relacionadas ao conteúdo de sala — mas finjamos que o moreno era dedicado). Balançava a perna, feito um tique de ansiedade, o coração batia mais forte só de cogitar: — Me confessar pro Mark.

O interior de Eunhye encheu-se de euforia, borbulhando devido à coragem do amigo, prestes a revirar-se em alegria, explodir e fofocar feito uma fangirl ao descobrir que iria no show do seu idol predileto, foi interrompida por Donghyuck — que parecia aguardar a reação dotada de entusiasmo por sua amiga.

— Mas, antes que diga qualquer coisa, isso ainda está em análise — o comentário a fez semicerrar a expressão. Incrédula já que, feito um rapaz de atitude, a última coisa que Lee Donhyuck faria em uma situação dessas era postergar, o conhecia por ser uma pessoa decidida e determinada. Assim, o mesmo pôs-se a explicar, assim que soltou o ar, justificando-se: — Tem o lance da Sohyun e, particularmente não quero quebrar a cara, uma rejeição não faz muita diferença pra mim, mas é o Mark...é meio que diferente, nós somos amigos, melhores amigos, eu não quero que ele não olhe na minha cara depois disso.

A Lee quis respirar fundo, questionando-se como Haechan era tão cego a ponto de não perceber como Park Jisung e Lee Sohyun eram apaixonados um pelo outro, um verdadeiro casal de comédia romântica, devendo adicionar que Mark Lee — o alvo amoroso do rapaz — não passava de um coadjuvante que buscava ajudar o casal principal a ficar junto. Parecia tão notório para os outros dreamies, cada um na banda percebia os esforços de Minhyung para ajudar o mais novo e a bailarina.

Quem sabe, quando estamos apaixonados, realmente, nos tornamos mais estúpidos.

Principalmente irracionais.

Pensou Eunhye.

— Qual é o 'lance da Sohyun'? — resolveu adentrar a linha de raciocínio do amigo, com a intenção de o persuadir e finalmente fazê-lo enxergar o quão delirante estava sendo em relação a crer que Mark interessava-se em Lee Sohyun.

Semicerrando o olhar, o vocalista riu.

— Não vai me dizer que não percebe é..— houve descrença, como se Eunhye estivesse o enganando.

Assim, a mocinha perdeu a paciência, cruzando os braços.

— Eu percebo o seu ciúmes, até um idiota percebe mas Mark ultrapassa todos os limites racionais e os outros provavelmente acham que é implicância sua — a fala o fizera olhar à contragosto devido o quão sincera a amiga ressoou. Mas, Eunhye não deteve nenhum pingo de pena, arqueando a sobrancelha. — Estou errada?

Como um bom cabeça-dura, Haechan mordeu o lábio inferior, com um filme pequeno repassando em sua mente acerca dos momentos que passava ao lado de seu melhor-amigo e o que o nome de Lee Sohyun era mencionado, facto que devo adicionar dava-lhe nos nervos.

Bom, ele sempre está falando dela, especialmente agora que ela vai se transferir, sem contar que ele volta e meia vai assistir as apresentações dela sozinho — cismou, retornando a insistir, como se fosse o maior absurdo do mundo. Todos sabiam que Mark assistia, já que tornou-se um amigo próximo e Yeeun — prima da morena — detinha pouquíssimo tempo para comparecer aos eventos. — Nem Jisung faz isso.

Eunhye revirou os olhos, resolvendo soltar a língua ferina.

— Claro que não faz, Jisung tem zero interesse em ser amigo dela, se ele for, na fase em que eles estão e agir feito um otário, ele vai ficar na friendzone eterna — perdendo a paciência, disparou. — Mark cuida dela feito uma irmã mais nova porque eles se entendem bem, fora que eles tem muitas coisas em comum e é bem notório que ele quer ajudar o Jisung a se aproximar dela.

— Ele quer...— Donghyuck impressionou-se, franzindo o cenho, ligeiramente desconfiado em como Eunhye poderia deter tanta informações. — Como você sabe disso?

— Vai confiar em mim ou não? — Aliás, quero saber o motivo de ter mudado de opinião tão rápido.

— Uhm, isso...— pode ver o mesmo engolir em seco, bambeando em memórias, facto que só serviu para acrescentar na euforia que alastrou-se no interior da mocinha. Haechan corou por completo, suas bochechas encheram-se da cor avermelhada, o sangue fluindo mais forte, orelhas queimando. — Aconteceu uma situação, me fez cogitar que talvez, só talvez...exista uma possibilidade dele não ser hétero.

Feito uma leitora ávida, a mente da mocinha disparou sugestões: algumas clichês, outras doces, picantes e até mesmo mais cômicas possíveis.

— Vocês se beijaram, deram as mãos, por acaso...— disposta a lançar todas as sugestões, calou-se ao ver Donghyuck suspirar, apoiando a bochecha na mão, desistindo por completo de fazer o exercício de química.

— Quem dera, foi complicado — um suspiro esvaiu seus pulmões, lentamente. — Bem complicado.

Eunhye semicerrou o olhar, percebendo que Donghyuck não a falaria o que de facto aconteceu. Tudo bem, a Lee não seria rude a ponto de o obrigar a dizer, estaria distante de sua natureza. Tudo que almejava era o bem de seu amigo, de seu querido amigo, buscaria fazê-lo enxergar a própria vida sobre outra lente. Imaginou que, quem sabe assim, poderia tirar proveito do quão amado e estimado por todos era — principalmente por Mark Le.

— Digamos que rolou um clima, mais do que deveria, e a coisa ficou esquisita — Haechan confessou, não esquecendo-se da sensação de estar tão próximo de Mark a ponto de sentir seu coração prestes a explodir, da respiração quente misturam-se, do quão belo o Lee ficou ao fitar seus lábios, o frio na barriga que sentiu e..céus, não poderia terminar de descrever sem que quisesse chorar, mal atrevendo-se à dizer tais detalhes em voz alta.

Em um ato de apoio, a mocinha levou sua mão macia de encontro com a de Donghyuck, que movia-a inquieto. O Lee parou, encarando-a, apreciando o cuidado. De repente, recordou-se do carinho materno que detinha de sua própria mãe, mas que jamais (eu repito; jamais) poderia descobrir de sua sexualidade. Tampouco, de sua paixão pelo melhor-amigo.

— Como isso é ruim? Devo dizer que acho que isso é ótimo, já é um começo e..— amaciou sua feição, dotada de zelo, tão imersa nas possibilidades, em ideias que poderia armar para facilitar os arredores de Donghyuck. E, principalmente elevar sua confiança, pouco percebeu que o moreno não atentava-se mais à conversa, esforçando-se para atrair sua atenção, devido a outro motivo. .

Eun...— em um sussurro, esforçou-se para chamar, o sorriso enorme estampado no rosto de Eunhye não pode ser contido.

— Senhorita Lee! — a protagonista retornou à realidade, dando-se conta de seus arredores; ainda estava na sala de aula. De repente, toda a atenção foi direcionada à mocinha. Jeno arqueou a sobrancelha, um tanto surpreso, já que Eunhye deveria ser uma aluna destaque — devido sua postura exemplar e notas impecáveis —, porém fora uma situação além do absurdo. Enxergou a inquietação, o balanço das pernas com a meia em suas coxas.

Jaemin franziu o cenho.

— Oh, mil perdões professora, Donghyuck me informou acerca de um fato no trabalho, demorei um longo tempo para compreender, fiquei tão animada que perdi a noção — Donghyuck assustaria-se com a desculpinha caso não estivesse ciente de que Eunhye era tão astuta quanto Na Jaemin.

A professora semicerrou o olhar, o interior de Lee Eunhye assemelhava-se a um festival de fogos de artifícios. Embora sua face estivesse inflexível, quis morder seu lábio inferior, formulando um milhão de planos feito uma cupidinha perfeita.

— Devo pedir para que se retire da sala caso não seja capaz de controlar-se, darei um desconto pois sei que é uma aluna exemplar, mas peço encarecidamente para que se controle — aos demais, ressoou severo, mas parcialmente gentil. Sabiam que punir Lee Eunhye, a jovenzinha predileta por diversos professores devido aos êxitos acadêmicos seria incomum. — Caso não seja capaz, convido-a a se retirar, lhe darei uma lista de exercícios para fazer, e pode ficar de sua opção levar o Senhor Lee.

De imediato, a morena manifestou-se.

— Poderia me retirar? — ressoou como um pedido polido, o suficiente para encher tanto a educadora quanto outros colegas de classes uma verdadeira confusão.

— O que?! A senhorita quer sair? — desacreditada, quase não crendo na fala da estudante, indagou.

— Peço educadamente para que não tome para o lado pessoal, acredito que seja uma professora com uma aula extraordinária, tanto que sua matéria possui uma elevada importância, mas não quero prejudicar meus demais amigos devido minha postura e assumo ser um pouco difícil de me conter, seria uma gentileza grotesca — ali estava, a verdadeira gárgula criada nos moldes de uma amizade com Na Jaemin.

Nesse ponto, Jeno e Jaemin compreendiam que existia um detalhe a ser descoberto, esse que eles se devorariam em curiosidade, mesmo que desconfiassem nunca serem capazes de desvendar, já que Donghyuck deveria estar envolvido. Um tanto baqueada, surpresa com a opção da aluna, a professora piscou uma vez, dessa vez, sendo a mesma a precisar retomar a realidade, crendo ter sido um delírio devido décadas na função exaustiva.

Mas não, era somente uma crise de excitação vinda da nossa protagonista.

— Nesse caso...certo, acho que podemos...lhe darei uma lista de exercícios, me entregue após o intervalo — o desconcerto da professora perdurou, mas decidiu prosseguir pois havia cedido a sugestão e Eunhye parecia tão segura de sua escolha que respirou fundo. — Irá querer que o seu colega de classe, que presumo que seja o responsável pela comoção vá com a senhorita?

— Não

— Sim

Eles entreolharam-se, a professora semicerrou o olhar. Assim, Eunhye decidiu sair sozinha, reunindo seus pertences, escondendo um pequeno sorriso. Encaminhou-se para a saída, de bom agrado. Lee Donghyuck sentiu os olhares arderem em suas costas, fazendo-o encher-se de vergonha. Dentre eles, vira Mark Lee — quem desde o incidente não comentado mal poderia segurar um longo contato visual — encarando-o, com genuíno interesse. Assim, sem sua parceira de carteira ao seu lado, xingou-se mentalmente, com a progressão da aula, que logo retornou ao normal. Quis que sua mente também tivesse feito o mesmo, mas parecia mais focado em não divagar entre as memórias da semana anterior.

Lances acima, encontrava-se Lee Eunhye, com o caderno em mãos, dirigiu-se para o terraço. A priori, em busca de seu queridinho; seu gatinho. Assim, distraiu-se sozinha ao cuidar do pequenino, sem perceber que seus dois melhores-amigos subiam lances de escadas. Tomou o felino em mãos, feito um verdadeiro bebê, vendo-o esfregar-se em seus braços, espalhando os feromônios como se gritasse "essa é minha propriedade".

Logo, quando Eunhye sentiu mãos alheias em sua cintura, no terraço vazio, um pequeno grito agudo esvaiu de sua garganta, assustando de imediato o gato. Seu coração disparou, esbarrando com as costas em um peitoral quente, grande, fazendo-a levantar a cabeça, flagrando ninguém menos que Lee Jeno, ao lado de Na Jaemin. Eunhye revirou os olhos, embora seu coração tivesse batido mais forte — não de amores ou excitação —, mas de verdadeiro susto, cedendo-a um biquinho desdenhoso, como se reprovasse a atitude.

— Andou assistindo filmes de terror, amore mio? — o sorrisinho desbocado, dotado de cinismo de Jaemin fez a mocinha semicerrar o olhar. — Pensei que não se assustasse mais desse jeitinho, pareceu uma mocinha indefesa.

Jeno recostou-se sobre as grades que ali haviam, lançando olhar sobre o gatinho no colo da Lee. Esse que assim que o viu, começou a remexer-se, reconhecendo-o de longe.

— Se eu tivesse um ataque cardíaco...— semicerrou o olhar para o Na que trocou atenção para o baixista que sorriu, meio sem graça, ciente de que a mocinha detinha um coração fraco.

— Desculpe, ma titi — pediu, o jeitinho que chamou a fez deixar de lado. — Estávamos a procurando faz um bom tempo

— Tudo bem, estava cuidando do meu neném, do meu amor lindo, do meu Eros — voltou atenção para a criaturinha adorável em seus braços, o que fizera Jaemin aproximar-se de imediato.

Do Kira — Jaemin fez birra, fazendo-a arquear a sobrancelha. Mal esquecia-se do quanto questionou acerca do bem-estar do animal enquanto viajavam em incansáveis mensagem para Kim Doyoung (mesmo que mal mantivessem um contato assíduo). — Acho que você precisa lembrar que ele também é nosso, por sinal, seria mais do que adequado você me deixar conhecer meu filho.

Eunhye semicerrou o olhar com a correção. Jeno igualmente, cansado de insistir que o nome do felino deveria ser trocado para Paris o mais rápido possível. Naquela altura, o coitado do animal deveria estar a confundir-se por completo. Ao contrário do que o guitarrista acreditava, o gatinho apresentou puro ciúmes com sua mãe adotiva, o que gerou risadas imediatas no Lee recostado.

— Parece que sabemos quem é o amante da relação — o comentário de Jeno ressoou maldoso. Em uma provocação que poucas vezes Eunhye e Jaemin poderiam flagrar o mais centrado dos três. Percebendo a própria fala, fingiu desviar o olhar, mesmo que um sorrisinho habitasse em sua face.

— Não acredito que fui rejeitado pelo meu próprio filho — dramatizou, pondo o filhote no chão, vendo-o correr para a direção de Lee Jeno que tomou-o em seus braços. Em um exagero, colocou a mão no peito, apoiando-se em Eunhye. — Definitivamente se fosse fêmea estaria perto de mim.

O comentário digno dos lábios do jeitinho depravado de Na Jaemin fizera com que seus melhores-amigos se entreolhassem, prendendo sorrisinhos no canto dos rosto.

— Oh, realmente, não existem dúvidas disso — a ironia em Jeno foi gostosa de ser vista. Acariava o gato que enfiou-se no peitoral do baixista. Eunhye sabia que era mais uma questão de costume, tendo em vista que os felinos costumam ser ariscos com companhias novas, até porque, a recepção fora inquieta, um susto deixou-o nervoso. De um jeitinho mais incomum a sua personalidade, sorriu esbanjando arrogância:— Admita de uma vez que sentiu-se trocado, não é difícil saber porque, como um papai como esses daqui, ó.

A fim de entrar na brincadeira, Eunhye sorriu de lado, molhando os lábios, para os curvar, agindo feito uma perfeita e astuta garotinha.

— Não seja cruel, mon chatón...— ressoou feito uma repreensão, mas o baixista flagrou o modo que a moça levantou uma das sobrancelhas por uma fração de segundos, controlando o riso. Jaemin pouco notou, achando que a mesma estava do seu lado, jogou-se dramaticamente na parede que a colegial estava apoiada.

— Agradeço, boneca — Jaemin piscou seus olhinhos, de um modo que decepcionar o Na seria cômico. Fez questão de aproximar-se de Jeno, fitando-o de cima a baixo, direcionando o olhar para o pet nos braços fortes de Jeno. — Ao menos alguém aqui sabe me defender nessas situações, está vendo pequeno?

— Todos sabemos que irmãos mais velhos tem relações complicadas com os mais novos, não vejo como possa tirar sarro de uma situação dessas — a feição e postura exímia de Lee Eunhye arrancou um sorriso imediato de Jeno.

— É isso mesmo! Espera, o que...— Jaemin parou, semicerrando o olhar. A bonequinha sorriu, inocente. O Na fingiu não ter escutado perfeitamente. — Vou tomar isso como um elogio, meu bem. Embora eu tenha plena certeza de que Jeno é a última pessoa que me faria estremecer de medo, sabemos que é bem pelo contrário, não é?

Deu passos à frente, aproximando-se do moreno. Entendendo a conotação de duplo sentido, a mocinha fitou-os, vendo como Jeno ficou sem graça, como sempre fazia quando Jaemin investia ou jogava-se em cima, mesmo que despretensiosamente. Do começo, mal acreditou que o baixista poderia agir assim. Mas, apresentou-se, estranhamente satisfatório, parecia gostoso ver o quão rendido Jeno poderia ficar com um sorrisinho e fala desbocada vindo do melhor-amigo.

Fugindo da tensão por segundos, Lee Eunhye não diria em voz alta, mas captava um detalhe na relação dos três desde que voltaram de viagem, mesmo que fizessem pouquíssimos dias, existia uma atmosfera divertida, da qual não alimentavam a tempos, facto que a deixava com um sorrisinho bobo nos lábios. Em especial, Jaemin flagrou Jeno — o mais reservado do trio — mostrar-se não só mais aberto, mais energético, espalhando pequenos sorrisos e descontraindo-se em situações como aquelas.

— Uhm, é...então, Eun! — encurralado, tudo que restou foi apelar para a mocinha que focou-se na cena, com um sorriso maldoso, desfazendo-o ao ver Jeno retomar a postura. Jaemin riu, deliciando-se, gostava mais do que poderia explicar em ver a pose totalmente inflexível do Lee desfazer-se com suas falas. — Que cena foi aquela na sala?

Bingo! Jaemin encarou com curiosidade, feito uma verdadeira maria fifi. Eunhye pensaria em uma desculpa, mas ao ver o amigo guitarrista com suas orbes curiosas soube que seriam feitas diversas perguntas. Decerto, não denunciaria Lee Donghyuck, nem morta! Tampouco diria que estava querendo saber na cara dura a sexualidade de Mark. Seria além de esquisito, buscou uma desculpinha qualquer, até porque, deveria imaginar que atiçaria as mentes questionadoras de seus melhores-amigos.

— Nada demais — deu de ombros, dando pouca importância.

— Não pareceu "nada demais", a última vez que eu a vi daquele jeito foi por conta da edição limitada do Haru — O Na mencionou o personagem do mangá, que nem mesmo sabia o nome, para a ver suspirar, divagando na imagem do baixista. — Ei, acorda! Deixa pra babar nele depois.

Jeno riu baixinho com a fala.

— Foi como eu disse para a professora, foi sobre um trabalho — simplificou, fingindo prestar atenção na barra da própria saia.

me achando com cara de palhaço? Onde que o Haechan vai te explicar alguma coisa? Tudo bem que ele não é burro, mas sinceramente...— O Na começou, fazendo-a respirar fundo, como se estivesse prestes a explicar a uma criancinha insistente. Se bem que, naquela situação, não seria exagero fazer tamanha comparação.

— Notoriamente, eu que expliquei, só fiquei animada, até porque ele também precisa se esforçar para passar na matéria, parece que essa professora é bem rígida quando se trata de alguns trabalhos, nós fizemos uma somatória das notas dele, parece que ele tem boas chances de ser aprovado — prosseguiu, cruzando os braços, esforçando-se para soar convincente, o que de fato parecia. Jeno franziu o cenho, não diria estar desconfiado, mas só achou o incomum tamanha animação, ciente do quão discreta Eunhye teimava em ser, sob quaisquer circunstância.

— Nós só ficamos curiosos, parecia ser importante. Se não for nada demais, é só dizer — tranquilo, Jeno comentou. O rostinho calmo, feito de um príncipe, dotado de cuidado, como se enxergasse através da desculpinha fajuta, a desmontou por completo. De repente, sua justificação pareceu terrível.

As mãos, antes cruzadas, desfizeram, sendo colocadas para trás do corpo. Jaemin arqueou a sobrancelha, vendo como Jeno surtia um efeito peculiar na melhor-amiga, não diria estar com ciúmes, até porque, começava a perceber que cada um deles detinha relações e jeitinhos que encaixavam-se.

— Não é exatamente assunto meu, meninos — falou receosa, vendo o Lee assentir, compreensivo, revirou os olhos com a expressão ultrajada do guitarrista interessado.— E não, eu não vou contar nada de nada Senhor Na.

— Ah, qual é boneca? Vai me deixar sedento de curiosidade? Assim você magoa meu coraçãozinho — choramingou ao final, soltando um suspiro pesado.

Jeno riu.

— De qualquer forma, eu fiquei preocupado com algo — adicionou o rapaz, atraindo atenção de ambos. Jeno raramente comentava acerca de suas observações, o que chamou ainda mais atenção. — Vocês sabem se tem alguma coisa acontecendo em relação ao Mark e Haechan?

A garganta da protagonista coçou, empertigada. Fora uma pergunta de teor inocente, acreditou. O Lee aparentou genuína reação de dúvida, prezando por seus amigos. Já Jaemin, não deixou de achar incomum — até esquisita — a pergunta, pouco percebendo qualquer mudança em relação aos dois amigos que viviam junto de um lado para o outro.

— Por que a pergunta? Eles são eles, como de costume, o que estaria errado? — franziu o cenho, esforçando-se para entender.

— Não sei, é só uma sensação...— balbuciou Jeno. A Lee prestou atenção nos detalhes, instigada pois, se alguém tão cego quanto Jeno estava captando o detalhe, mas alguém tão óbvio quanto Jaemin não, quem sabe fosse uma questão de perspectiva: — Não sou tão próximo assim do Hyuck como vocês, mas eu conheço Mark muito bem, ele tem andado mais distraído que o normal, fora que eles tiveram uma briga esquisita naquele dia, eles andam tendo certos problemas ou pode ser coisa da minha cabeça.

— Definitivamente tem algum problema — de repente, houve uma outra voz.

— Porra, Renjun!

— Que merda, de onde você apareceu?

— Olha a boca, garota — Renjun reprovou Eunhye, essa que respirou fundo. — Se minha mãe pega você falando essas coisas.

— Mas, o que você quer dizer com definitivamente? — Jeno perguntou, visivelmente interessado. Se estava relacionado aos seus amigos, que tanto desejavam bem, é notório que queriam saber, mesmo que poucas seriam as vezes que se intrometeram em seus assuntos, não era uma 'evidência' separada, faziam algumas semanas, quem sabe meses. — Por acaso viu alguma coisa?

— Provavelmente, não mais do que vocês, eu também reparo, na verdade, reparo bastante — Renjun comentou, lançando um olhar para Eunhye que arqueou a sobrancelha, indagando-se o que significava. — De qualquer forma, acredito que eles vão se resolver sozinhos, parece ser uma questão interna deles, sabemos que eles são os que se conhecem melhor, se eles precisassem de alguma ajuda, teriam pedido.

— É, eles teriam, do jeito que são — Jaemin concordou de imediato. — Mark seria o primeiro, parece que precisa de ajuda para fazer a mais básica das funções.

— Nem fala do Haechan, ele surtaria de uma vez — riu o Lee.

— O que acha, Eun? — Renjun indagou, vendo-a meio distante, como se estivesse pensando. Decerto, o chinês não tinha a mínima desconfiança de que a mocinha sabia de algo. — Você tem andado muito próxima deles, por acaso sabe de alguma coisa?

— Disso? Não muito — deu de ombros. Jeno e Jaemin nem mesmo se tocaram que a comoção na sala de aula poderia ser relacionada ao incomum comportamento dos rapazes. E, Eunhye agradeceu mentalmente. — Seja o que for, tenho certeza que irá se resolver, o mais rápido possível.

Eunhye forçou um sorriso, esforçando-se para transparecer total veracidade, o que pareceu funcionar. Donghyuck lhe mataria se dissesse um pio, até porque a mocinha nunca falaria. Questionava-se caso a decisão do vocalista realmente seria se confessar. Em meio a devaneios, pouco escutou o que os três garotos falavam, riu fraquinho ao ver que ninguém menos que o felino quietinho nos braços de Jeno começou a miar incessantemente para Renjun — quem estava vendo pela primeira vez —, buscando-o, para cheirar, aninhando-se em seguida, tudo para arrancar uma feição desgostosa de Na Jaemin que sentiu-se no último nível da rejeição. Decerto, preferia o antigo gato; Hansol.

— Na verdade, eu vim aqui fazer um convite — a menção chamou atenção.

— Espero que não seja daqueles almoços que você convida e nunca acontecem — atrevido, Jaemin comentou, recebendo um revirar de olhos de Huang Renjun. Qual culpa tinha se sua mãe sempre arranjava uma desculpinha? Ora, já parava de convidar os amigos. Embora a mulher insistisse em os convidar.

Nana!

— Que foi? Só to falando a verdade — deu de ombros, pondo as mãos no bolso da calça.

— Ignore isso, Injun — Jeno pediu, como de costume, fingiam não ter ouvido..

— Como se eu fosse encrencar com o que esse acéfalo diz — resmungou o chinês. — Então, depois das provas, vai ter uma competição de skate, é um evento, tem bastante coisa, eu quero chamar vocês para ir.

— Você vai competir? Eu só vou se você for competir — Eunhye foi a primeira a falar, deixando bem explícito a condição.

Renjun quase riu com a forma infantil que exclamou.

— Sim, eu vou — afirmou.

— Nós vamos, com certeza, com toda certeza — mencionou ambos rapazes, antes que se manifestassem. O Huang arqueou a sobrancelha, variando para os amigos da banda, como se questionassem, fazendo-os assentir. Seria impossível fazer Eunhye desistir daquela ideia. Até que, a mocinha tocou em um ponto que faria o chinês ter dor de cabeça aguda: — Sua mãe por acaso sabe disso?

— Ah não, não acredito que vai falar com ela, eu não contei justamente porque ela vai querer fazer um caso se souber que eu voltei a andar de skate — existia um motivo, notoriamente porque Renjun parou após o falecimento de seu irmão mais novo, usando o esporte como fuga, esporadicamente. Contudo, após conhecer Eunhye, pode ter uma espécie de alívio pois conseguiu finalmente falar sobre o irmão, tal como absorver o fardo aos poucos, retomando o amor pela prática esportiva.

A Lee suspirou.

— Sua mãe merece saber, poxa — faltava pouco e iria choramingar.

— É, realmente, coitadinha da Senhora Huang — passando o braço pelo pescoço da amiga, houve um deboche estampado na face de Na Jaemin.

Renjun semicerrou o olhar.

Cala boca, Jaemin — disparou de uma vez.

— Que agressivo — jogou a cabeça para trás, escutando o risinho baixo da melhor-amiga, virou para o lado, de forma automática para o baixista que permanecia fitando a cena, como se fosse um verdadeiro show de tv. — Tá vendo só, Jeno.

— Prefiro fingir que não

Jaemin e Jeno entreolharam-se, foi em um momento em que Jeno deixou transparecer um sorriso, um muito bonito. O Na acabou por distrair-se por segundos nos olhinhos fechando-se, existia um brilho incomum crescendo no Lee. Por instantes, o baixista fitou-o, parecendo ciente da faísca que estava presente entre eles, ficaria sem graça, mas não o fez, ao contrário da maioria das vezes. Se antes, Lee Eunhye pensou no quanto sentia falta dos momentos tranquilos ao lado de seus melhores amigos — dos quais daria sua vida —, era um sentimento dolorosamente mútuo.

De repente, fingir que não existiam perigos naquela relação pareceu tão agradável.

Para os três, mesmo que se, eles se ferissem brutalmente, seria mútuo.

❝ 시간 휴식 :: —❏!

— Tenha uma boa tarde, Jeno.

Um pequeno sorriso cobriu a face do rapaz, mesmo que cada pedaço de seu corpo exalando exaustão. Nas mãos, sacolas de supermercado feitas por compras recém feitas. Em suas costas, a mochila coberta por livros diversos, havia dado aulas de reforço naquela tarde, facto que causou uma preocupação a mais na mente do jovem; sua aluna mais lucrativa das aulas particulares mudaria-se em breve, de país. Ao contrário de seus melhores-amigos, sua família não detinha uma alta renda, por ser ele e sua tia — cujo dependiam da herança racionada de seus falecidos parentes —, deveriam trabalhar. Embora Jeno não fosse obrigado, detestava ser uma responsabilidade, um gasto extra, o que o fez começar a trabalhar em bicos assim que completou treze anos de idade.

Caminhando por entre as ruas da cidade grande, encaminhando-se para uma das estações de ônibus, divagava entre um pensamento e outro, de quais possibilidades existiam, cogitando pedir para que Mark Lee — um dos poucos da banda que tinha um trabalho de meio-período — conseguisse um contato para que pudesse trabalhar. Parando no sinal, aguardando o semáforo, encarou as nuvens cobrindo o céu, os tons misturando-se por tratar-se do final da tarde.

— Será que eu deveria trabalhar em um café? — balbuciou, sozinho.

Conforme prosseguia, pode ver uma senhora que tropeçou nas ladrilhas do piso da passarela, segurando-a por reflexo, antes que caísse. Certificando-se que a senhorinha de bochechas rechonchudas, cabelos grisalhos e feições maternas não detivesse outro acidente, voluntariou-se para a ajudar a atravessar o sinal. Entretanto, nem mesmo notou um detalhe: a senhora o encarava, como se estivesse admirada, surpresa. Se outrem estivesse ali, diria que tratava-se da beleza do baixista, mas não, tratava-se de algo além. Não existia um brilho no olhar, a famigerada admiração diante uma beleza, assemelhava-se à uma nostalgia, como se a mais velha o conhecesse, ou achasse que sim.

— Obrigada, meu jovem, foi muita gentileza sua — agradeceu, soltando a mão do mais novo.

— Não há de que, tome cuidado da próxima vez — certificou-se Jeno, preparando-se para virar e tomar seu rumo.

— Olhe, não iria falar isso mas...você parece muito com meu querido filho, ele já é um homem feito, mas assim que o vi, quase me confundi — antes que pudesse dar meia volta, o comentário o fez franzir o cenho, achando o comentário ligeiramente incomum, mas acreditou ser algo bom, já que a senhora exibiu uma ligeira animação em suas orbes. No entanto, o baixista sorriu sem graça, sem ter noção do que diria. —Devo adicionar que você é ainda mais bonito, querido. Perdoe a falta de discrição dessa velha, acabei por dizer demais.

— Agradeço pelo elogio, não se preocupe, tenha um bom dia — a fim de encerrar a situação, ciente de que em breve teria um Na Jaemin ligando incessantemente para seu celular devido a promessa de o ajudar nos estudos, cedeu um sorriso simpático, finalmente seguindo o próprio caminho.

Assim, ao chegar no apartamento, deu de cara com a própria madrinha no elevador, completamente arrumada. Semicerrou o olhar, desconfiado.

— Você vai sair? — nem mesmo adentrou, não perdendo tempo para indagar.

Han Minseo, sua madrinha detinha péssimas relações, não era um segredo para ninguém, o facto deixava-o totalmente preocupado com a quantidade de frustrações amorosas da própria madrinha. Embora enxergasse o quanto Minseo esforçava-se, seus parceiros aproveitavam-se do quão ingênua poderia ser, mesmo sendo uma adulta de personalidade segura e brincalhona, isso claro, até Jeno os espantar com a postura desconfiada e rabugenta.

— Dessa vez, vai dar tudo certo — a esperança no tonzinho da voz da mulher o faria respirar fundo, ciente do quão perseverante era a madrinha quando o assunto tratava-se do âmbito romântico. Em certos momentos, a falta da falecida Lee Chaewon (mãe de Eunhye) o atingia, pois sabia que a mais velha conseguia convencê-la a diminuir seu ritmo.

— Escutei isso da última vez — Jeno assemelhou-se com o próprio pai, mesmo que nunca tivesse o conhecido, Minseo reconheceu o detalhe, aproximando-se do sobrinho, com cautela.

— Jeno, não duvide de mim — passou a mão nos cabelos escuros, afagando-os. O Lee a observava tranquila, como de costume, flexível diante a jogatina emocional. Tudo que mais prezava era a segurança de seus entes. — É diferente, disso eu tenho certeza.

Dando-se por vencido, até porque Han Minseo era sua madrinha — e mais velha — assentiu. Não existia muito que poderia fazer em uma situação daquelas.

— Só peço para que tenha cuidado na rua, qualquer coisa você me ligue, entendeu? — o zelo característico do rapaz que assemelhava-se a um príncipe fez a mulher sorrir, concordando. Novamente, as portas do elevador abriram-se, fazendo com que o mais novo fosse em direção ao mesmo, cedendo um último sorriso para Minseo.

— Digo o mesmo, querido. Até depois — escutou antes das portas fecharem-se, ao tocar em seu próprio andar.

Dentro de seu apartamento, Na Jaemin permanecia jogado sobre o sofá, com uma pilha de livros e cadernos em volta de si. Forçou os olhos, tentando raciocinar o que os intermináveis conteúdos queriam dizer, memorizando fórmulas a ponto de seus pulmões doerem. Suspirou pesado, massageando as têmporas, questionando-se o motivo do melhor-amigo demorar tanto, até que, quando a porta foi aberta, o Na soltou o ar aliviado, mal perdendo tempo para o questionar sobre o tempo perdido. Como era de se esperar, Jeno revirou os olhos, até que, quando menos perceberam, estavam em seu quarto, explicando detalhes acerca de relações ecológicas.

— Não tem uma forma mais fácil que eu entenda como memorizar tudo isso? — bagunçando os cabelos, após diversas tentativas, Jaemin questionou.

— Na verdade, nós podemos tentar de um jeito diferente — analisou o baixista, fechando o livro de biologia.

— Diferente?

— São poucas as relações ecológicas que precisamos saber, ao menos eu acho — deu de ombros, recebendo um olhar semicerrado de Na Jaemin. Certo, poderia ser fácil para Jeno, mas não para Jaemin. A matéria não era complicada, mas o tamanho de informações que precisava saber confundia a cabeça do guitarrista por completo. — Tudo bem, acho que seja fácil eu relativizar com as relações que nós temos ao nosso redor, o que acha?

— Dê um exemplo.

— As relações no mundo da natureza podem ser harmônicas ou desarmônicas, da mesma espécie que nós chamamos de intraespecíficas ou de espécies diferentes, o que nós denominamos de interespecíficas. Vamos começar com as intraespecíficas que são...— Jeno buscou os olhos do amigo, tentando fazê-lo responder.

— Da mesma espécie?

— Sim, da mesma espécie — Jeno sorriu, continuando: — As relações harmônicas que nós temos se dividem entre colônia e sociedades, é como se fossemos nós, no Dream. É uma relação harmônica, não é? Somos todos iguais, ao menos, é como nos sentimos. Embora seja mais fácil definir como são as colônias de abelha, que dependem uma da outra, pode relacionar com uma banda, todos dependem um do outro para funcionar.

— Nem me diga, depois que um sai da banda, tudo começa a desandar — balbuciou, recordando de exemplos de bandas clássicas de rock. — Mas e a desarmônica?

Canibalismo e Competição — Jeno molhou os lábios, parecendo rir sozinho ao pensar em um detalhe. — Acredito que podemos ver o mesmo em uma banda, especialmente se formos depender de algumas companhias, a competição é terrível. Acho que o canibalismo por si só já é bem explicativo.

— Acha que teria sido isso a acontecer se todos nós quiséssemos seguir com o contrato na gravadora? — uma pulga surgiu atrás da orelha do rapaz.

— Imagino que não, ao menos eu acho e espero que não — Jeno não diria mas, existia uma parte de si que sabia que caso se tornassem uma banda de rock, aproveitando o sucesso que tinham como uma banda underground de 'garagem', partes de sua vida não acabariam tão bem. — Embora tenha algumas dúvidas se nós iríamos aguentar muito tempo uma vida dessas, sabe muito bem que eu prezo muito pela minha privacidade e você se cansa fácil das coisas.

— Seria difícil para Eun — sobre o pequeno silêncio, declarou Jaemin. — Ao menos eu acho.

Jeno concordava, por pior que fosse. Sabiam que antes da mocinha mudar-se para a mesma escola, apesar de serem melhores-amigos, lutando para se encontrarem nos momentos que tinham livres, aproveitavam serem basicamente vizinhos. No entanto, com suas vidas ocupadas em shows, duvidava que conseguiria continuar com tamanho contato e, não duvidava que Eunhye viajaria em busca de seus sonhos em Paris na primeira oportunidade.

— De qualquer jeito, nós estamos perdendo o foco — O Lee não gostou da possibilidade, dos três afastarem-se. Poderia não ser tão expressivo mas um nó formou-se em seu interior ao cogitar.

— Vamos dar uma pausa, ahm? — transbordando insatisfação, pediu Jaemin. Já ansioso para tomar o celular em mãos, procurando pelo contato de Lee Eunhye. Jeno semicerrou o olhar, puxando o telemóvel das mãos do amigo, guardando no próprio bolso. — Qual é, Jeno...

— Nas de espécies diferentes que são chamadas de..— fingiu não escutar, virando a página.

— Interespecíficas — Jaemin respondeu feito uma criança.

Jeno assentiu, prosseguindo.

— Nas desarmônicas temos amensalismo, competição, parasitismo e predatismo — listou o baixista, deparando-se com o Na quieto, como se esperasse uma explicação. Assim, Jeno soltou o ar, semicerrando os olhos, cogitando se seria moralmente correto fazer comparações com suas vidas, mas pouco importou-se ao continuar: — Competição é o mesmo que antes, mas com espécies diferentes que lutam por recursos. Já parasitismo é como eu enxergo os namorados da minha madrinha, esforçando-se incontrolavelmente para sugar o máximo de dinheiro dela, que são os recursos e quando ela está na pior, eles saem.

O interior do melhor-amigo entrou em alerta, pode ver a inquietação na perna do moreno.

Jeno....— prestes a chamá-lo, foi interrompido.

— Ela foi em outro encontro, mas isso não é plausível agora, eu preciso terminar de te explicar, até porque se eu for detalhar o quanto isso me deixou estressado, já que da última vez eu tenho certeza que ela não caiu da escada com o ex namorado, mas não é como se ela fosse falar alguma coisa para mim, não mais — a fala fez com que Jaemin sentisse um perfeito soco no estômago, porque nunca havia escutado o detalhe. O Lee puxou o ar, forçando um sorriso ao prosseguir. — Enfim, nós temos o amensalismo que é quando um organismo impede o desenvolvimento do outro, por liberar substâncias, você pode pensar nisso como...

— Minha mãe quando morávamos juntos — Jaemin riu, de forma terrível, Jeno enxergou que o Na esforçava-se para entrar no clima, a fim de tentar aliviar a situação que havia sido dita anteriormente. Apreciava o traço do guitarrista, como esforçava-se para usar aquele humor para o fazer melhorar. — De verdade, em partes é um alívio, imagino que nem mesmo teria sido autorizado de virar amigo de vocês dois, principalmente de Eun.

Jeno soltou uma risada baixa.

— Ela achava que você ia a engravidar só de ficar no mesmo cômodo, quando nós tínhamos quantos anos? Oito? — teve que puxar o ar, recordando-se do quão delirante deveria ser a Senhora Na. Decerto, o baixista preocupava-se com a posição que sua melhor-amiga permanecia em torno do olhar da mais velha. Entretanto, Eunhye demonstrava uma força interna tão grotesca que fazia com que o baixista se convencesse que não a afetava.

Na maioria das vezes, não.

— Sete — corrigiu Jaemin, balançando a cabeça ao recordar-se de como tinha que brincar na infância sobre a supervisão de um adulto com a amiga. Querendo continuar, o Na fitou o canto do caderno. — Predatismo é quando um mata e alimenta-se do outro de outra espécie.

— Viu só? Não é difícil — satisfeito, Jeno comentou.

— Acabamos essa parte? Podemos ir...

— Temos minha parte favorita das relações ecológicas agora, são as relações harmônicas entre as espécies iguais; comensalismo e mutualismo — Na Jaemin deu um profundo suspiro quando Jeno interrompeu. — No comensalismo, as espécies interagem e só um deles é favorecido e...

— Como quando sugeri que nós três ficássemos juntos e só você se beneficiou com Eunhye, agora faz sentido — disparou a língua ferina, fazendo o amigo semicerra o olhar.

— Pensei que já tínhamos resolvido isso e você não estava mais irritado.

— Nós resolvemos, só é uma forma de eu decorar as coisas, mas qual é a última? — Jaemin anotava no canto de seu caderno. O Lee questionava-se o que algum professor faria caso olhasse o resumo de cunho duvidoso feito pelo guitarrista que certamente só faria sentido na mente do Na.

— Já o mutualismo é quando ambas espécies se beneficiam com uma interação, podendo ser facultativo e obrigatório — resumiu, sentindo-se inquieto. Uma sensação de ter ouvido uma movimentação na porta de casa o incomodou, achou se tratar dos vizinhos, continuando: — No facultativo, se a relação for desfeita, eles podem se virar mas, no obrigatório, um deles ou ambos podem morrer se a relação for desfeita.

— Como nós três — Jaemin molhou os lábios, falando com um pequeno sorriso.

Jeno achou ter ouvido errado.

— O que disse?

— Nada — O Na forçou um sorriso, percebendo que o conteúdo de biologia havia chegado ao fim, até porque não aguentava revisar os cinco capítulos que seriam cobrados no exame final, devo adicionar, de forma extremamente detalhista. Jeno só havia o ajudado brevemente. — Até que essa matéria não é tão ruim, é meio divertida, com um professor desses também fica fácil.

O Lee arqueou a sobrancelha, desconfiado.

— Se está me elogiando porque quer escapar mais cedo...— de repente, o Na inclinou-se, largando o material de estudo, com um sorriso sorrateiro, existia uma malícia entranhada, da qual Lee Jeno não sabia escapar, nem ao menos tentava.

— Na verdade eu quero sim uma coisa — a tensão foi instaurada, mantiveram o contato visual mais tempo que o normal. Jeno pode ver o quanto Jaemin encarou suas orbes, o interior acendeu-se, como costumava ocorrer, a sensação de desejo latente quando um deles aproximava-se, de forma tão perigosa, ao vislumbrar um detalhe feito a clavícula desnuda, os lábios, a pequena pintinha de Jeno. Foi quando o guitarrista sorriu, encarando os lábios do amigo: — Um beijo.

— Nana...

— Você ficou explicando tanto, acho que merece uma massagem nos lábios, bem rápida, se você estiver confortável para isso, é claro — Jaemin riu soprado, enquanto o baixista continha um sorriso ladino. De repente, a ideia de ter a respiração misturada com a do moreno ressoou tão sufocante, tão atraente que sua garganta fechou em puro desejo. Sobre o lapso, o Na decidiu adicionar:— Se estiver muito nervoso e com medo de que se apaixone por mim, podemos deixar isso pra depois.

Jeno riu do comentário, jogando o caderno para o lado da cama.

— Depois nós vamos estudar até às oito, sem pausas — após o comentário, sentiu seu corpo ser puxado pelo Na. Jaemin sentiu-se em um ligeiro paraíso ao ver Jeno exibir um pequeno sorriso ao ter seu corpo posto sobre o dele. Assim, as mãos subiram sobre seu corpo, até que os lábios uniram-se, até que a vontade de aprofundar aumentou, a ponto do oxigênio se tornar um empecilho a ponto de frustrar Jeno que resmungou, fazendo Jaemin rir ao separar o beijo.

— Não seja tão faminto, eu não vou sumir.

O baixista riu do comentário, pouco ligando ao puxar o melhor-amigo pela barra da camisa, para perto.

— Isso é o que queria desde o começo quando me ofereci para te ajudar, não é? — houve desapontamento quando Jeno beijou-o, sentindo Jaemin descer a boca pelo pescoço, o que fez o Lee fechar os olhos, jogando a cabeça para trás, flagrando um sorriso dotado de satisfação no amigo em o ver de tal forma. Um suspiro rouco escapou dos lábios do moreno que foram prontamente calados pelo quão agitado Jaemin estava ao subir em cima de seu corpo.

Houve a sensação de euforia, no qual quiseram fundir mais seus corpos, porém a porta rangendo, abrindo bruscamente revelando ninguém menos que Lee Eunhye os interrompeu, bruscamente. Como era de se esperar, Lee Jeno — debaixo do amigo — corou de imediato, com as orelhas quentes, sem graça por ser flagrado na situação. Já Jaemin cedeu-lhe um sorriso maldoso, como se a convidasse para se juntar, não mentiria, a cena perturbou a mente da protagonista. Entretanto, foi quando a moça cruzou os braços, demonstrando um lado que pouco Jeno conhecia que sua mente revirou-se, admirando-se por completo.

— Vocês deveriam estar estudando, que eu saiba, isso não é anatomia prática — a rigidez e postura desdenhosa não tratava-se da ação, até porque a morena sentiu sua garganta secar, ansiando para que se misturasse, mas a racionalidade tomou conta devido o que acontecia em sua mente; eles precisavam ajudar Na Jaemin com suas notas, urgentemente.

— Era um intervalo, consegui revisar toda matéria de biologia com ele — explicou Jeno, mesmo em baixo do Na. A Lee arqueou a sobrancelha, controlando-se para não retrucar, até porque, deveria ter adivinhado que o baixista tornava-se verdadeira poeira, uma gelatina nas mãos ardilosas de Jaemin.

— Viu só? Vem aqui também e..

— Sai de cima dele, Jaemin — ordenou Eunhye, não havia hesitação.

— Boneca...— O Na chegou a choramingar.

Jeno poucas vezes flagrou uma situação daquelas, acostumado ao vê-los implicarem um com o outro na maioria das vezes, pouco reparava no centro da relação de ambos; Lee Eunhye exercia poder, quase uma autoridade sem que percebesse, buscando o melhor para o guitarrista.

— Não vou repetir de novo, Na Jaemin — bufou, semicerrando o olhar. — Quer que me ver irritada com você? Semana que vem você tem uma prova importante, eu fiz vários resumos para você porque sei que tem dificuldade e esperava que você no mínimo estivesse se esforçando aqui com o Jeno, quem eu sei que consegue explicar bem, mas não poderia deixar isso para outra hora? De verdade, eu me preocupo com o que vai acontecer, nós três precisamos nos formar juntos.

— Certo, desculpe — no instante, o mesmo levantou-se, com uma leve vergonha, sentindo-se uma verdadeira criança. Fitou a pasta azulada nas mãos da morena, vendo que ela deveria ter feito diversos resumos. — Ei, amore mio...

Eunhye permaneceu calada, fingindo não ouvir, desviando o olhar para os cadernos jogados quando o corpo de Jeno foi puxado, tomando uma das folhas que detinha a matéria a ser estudada. Jaemin soltou o ar pelos pulmões, trocando um olhar com Jeno, esse que o encarou com calma, como se soubesse que aquilo aconteceria, somente dando de ombros.

— Tudo bem, vou sentar na mesa, como você me diz para estudar, já deveria saber que não gosta quando estudo na cama — dirigiu-se para a pequena mesa que havia, tomando seus livros, organizando-os na mesa, enquanto abria o estojo preto, retirando a lapiseira e a borracha. — Vem aqui Jeno, vamos dar uma olhada nos resumos que ela trouxe, depois continuamos.

— Eun...— Jeno chamou-a, vendo que a Lee fingia nem estar no cômodo, o que a fez soltar o ar pelos pulmões, à contragosto, sentando-se na mesa com os rapazes.

— Às vezes você me força a agir como sua mãe — resmungou, rendendo-se a postura, por fim, encarando Jaemin que cedeu-lhe um sorriso pequeno.

— Na verdade, você é mais cuidadosa do que ela seria — comentou, fazendo-a balançar a cabeça em negação. — Por sinal, me desculpe, foi um momento inapropriado.

Eunhye sorriu, a língua coçou para falar que não existia problema, mas preferiu fingir que não escutou. Mas, Lee Jeno percebeu como as pupilas da mocinha dilataram-se, em como cada músculo do seu corpo contraiu-se, a respiração fraquejou e como roçou os lábios um contra o outro, mas nada disse, permanecendo quieto, controlando o próprio rosto para não ceder um sorriso de lado.

— Em que parte encerraram?

— Relações Ecológicas, a última que vimos foi...— Jaemin forçou a memória, folheando o livro didático.

Mutualismo.

Jeno respondeu, analisando por fim o que Jaemin o disse enquanto estudavam, refletindo acerca das palavras, notando o quão verdadeiras eram; de um modo ou de outro, os três completavam-se, em uma relação harmônica, diria que obrigatória pois duvidava que sobreviveriam separados. Por vezes, parecia que eram fadados a serem destroçados feito aberrações pela natureza, verdadeiras anomalias, quem sabe, enquanto permanecessem juntos, poderiam adiar o inevitável, suas destruições. 

 


Notas Finais


✎ Para começar essa nova fase, optei por deixar as coisinhas mais *coloridas* digamos assim, aproveitem que em breve teremos umas bombas por vir.
📍 Essa confusão da senhorinha do Jeno, ein? Fiquem ligados, fiquem ligados.
ׂׂૢ Faz algum tempo que perguntei para vocês, eu planejo lançar alguns capítulos especiais, algo como extras, focando em outros personagens, espero que gostem.
🚩 Comentários são super bem vindos, principalmente para que eu converse com vocês, saiba suas opiniões e acabe soltando um — opa — spoiler ou dicazinha no ar. Espero que tenham gostado, nos vemos na próxima atualização.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...