1. Spirit Fanfics >
  2. Entre poemas e melodias >
  3. Meu investimento

História Entre poemas e melodias - Meu investimento


Escrita por: mymaelstrom e nhaddicted

Notas do Autor


Essa fic é simplesmente minha queridinha, a qual escrevi com muito carinho junto com a minha gêmea @nhaddicted. Tratem-na do jeitinho que ela merece e venham suspirar conosco com essa fofura ❤️❤️

PS.: Os poemas são autorais, criados especialmente para a fic.

Betagem por @leittora-chan

Playlist das músicas que usamos para cada capítulo: https://youtube.com/playlist?list=PLvtWyWGUv4eWLUwhs23E-Z-z9oSqXk1hs

No Spotify: https://open.spotify.com/playlist/39YJBHh6wuKloZR0Se2tfn?si=fLV46TFfSVCmHe9UaHxy9w&utm_source=copy-link&dl_branch=1

Capítulo 1 - Meu investimento


Fanfic / Fanfiction Entre poemas e melodias - Meu investimento

Não, não, põe de volta a blusa

Desce do carro, não me provoca

Que eu não sou mais eu

Tomamos vinho demais

Tire suas mãos de mim

Se começar, não tem freio

E depois vai ser pior

 

Braços, pernas e corpos emaranhados, no pequeno espaço do banco traseiro do carro, que estava estacionado em frente à casa da morena. Como chegaram a esse nível? Nem ela mesma sabia a resposta. No auge dos seus trinta anos, Hinata Hyuuga vivia a melhor fase de sua vida. Ela exercia a profissão que amava, apesar de a vida de professora ser um tanto cansativa; tinha sua própria casa, muito bem mobiliada; tinha uma vida financeira estável e era dona de si mesma. Não podia estar mais satisfeita. 

Contudo, naquela noite específica, ela sentiu uma forte necessidade de sair de casa e viver um momento completamente distinto da rotina noturna de corrigir provas e responder aos e-mails inoportunos dos estudantes. Será que eles não entendiam que era incômodo receber uma mensagem com o teor “urgente” à 1h da manhã? Era por esse motivo que a Hyuuga se recusava a criar um grupo de WhatsApp.

Decidiu ir a um barzinho nas imediações da faculdade em que ensina, ainda que corresse o risco de ser vista por algum estudante inconveniente que constantemente esquecia que antes dela ser uma professora, ela era um ser humano como qualquer outro. Sim, amava sua profissão, mas tinham coisas que lhe roubavam os nervos.

Pediu um coquetel de morango para iniciar os trabalhos daquela sexta-feira, lembrando-se, com ânimo, que o dia seguinte era o começo do final de semana, o que lhe dava folga para aproveitar o momento particular. Sorveu o drink mais rápido do que esperava e, prontamente, pediu outro, desta vez, de maracujá. Havia música ao vivo ao fundo, transmitindo um clima de boemia. Voz, violão e uma melodia gostosa demais para não relaxar.

Sim, havia escolhido bem ao optar pelo barzinho ao invés da taça de vinho costumeira. Ao contrário do que seu pai e a sua irmã mais nova pensavam, havia algo alentador em viver sozinha, assim como também havia ao sair para curtir a própria companhia. Definitivamente, aquela era a vida que sempre almejou para si mesma.

Entre uma bebida e outra, o corpo de Hinata ficou leve, muito leve. A mente se esvaiu dos pensamentos sobre a organização do cronograma para o próximo semestre e a correção das avaliações finais. Divagou sobre onde passaria as férias, talvez finalmente fosse à Chapada Diamantina, já que ela costumava frequentar praias como Jericoacoara, por exemplo.

Entretanto, seu devaneio foi interrompido quando alguém esbarrou contra ela, derramando a taça de vinho, recém-adquirida, de suas mãos. O líquido escuro caiu diretamente em seu colo, ensopando a blusa branca que ela usava. Mãos fortes tocaram seus ombros enquanto uma voz rouca invadia a sua audição.

— Moça, me perdoe, pelo amor de Deus! — O causador daquele desastre tentava remediar a situação, secando, sem muita destreza, a blusa da morena.

A Hyuuga, educadamente, empurrou as mãos para longe do seu colo, visto estarem em contato com seus seios.

— Não tem problema, moço. — Ela apaziguou o quadro, que estava ficando cada vez mais constrangedor. — Vou me limpar no banheiro. — Tranquilizou-o, se levantando.

Quando se virou para ele, ficou paralisada com a beleza estampada naquele rosto. Ela não curtia homens “padrão”, mas ele era notável. Cabelos loiros, cortados em um estilo social; olhos azuis-celestes, que a fitavam arregalados; sobrancelhas bem feitas; maçãs da bochecha proeminentes e marcadas com três listras de cada lado, conferindo-lhe um ar felino. Se pudesse defini-lo, o chamaria de deus grego.

— Hinata?! — O seu nome emergiu dos lábios rosados.

Em uma saia justa, ela fitou-o, embaraçada. Eles se conheciam? Ela simplesmente não se lembrava dele.

— Oi? — Respondeu, incerta. — Desculpa, mas a gente se conhece?

E, em algum momento entre essa conversa e a ida para casa, a morena se pegou ali, tirando a roupa no banco de trás do carro estreito de Naruto. Não reconhecia as suas ações, não costumava ter casos de uma noite só com um semi-desconhecido. Mesmo assim, seu quadril ia de encontro com a pélvis dele, movendo-se em um ritmo cadenciado que arrancava suspiro e gemidos de ambos, enquanto se beijavam com ímpeto.

Cedo demais, o loiro se afastou da boca dela. Seus olhos pareciam nublados sob a pouca luz que atravessava o vidro cada vez mais embaçado da janela do carro. Parecia relutante quando falou:

— Eu queria muito fazer isso, Hinata, mas não podemos. — Sua voz expressava um pesar profundo, embora não fosse captado pela audição prejudicada pelo álcool de Hinata. — Quem sabe a gente não pode se encontrar outro dia, quando você não estiver tão bêbada…? — Arriscou.

Entretanto, os sentidos entorpecidos desfiguraram a frase e a Hyuuga interpretou a ação do loiro como uma rejeição. Sentindo-se envergonhada pelo rechaço, ela empurrou o grande corpo, que não ofereceu resistência, para longe de si. Sua pele formigava pela falta do toque que ele oferecia antes e pelo rubor que se espalhava.

A morena travou uma luta árdua para sentar-se e abrir a porta do carro. Em momento algum Naruto tentou impedir as suas ações, pelo contrário, ele foi bastante solícito. Ela não era atraente o suficiente para atrair o “Senhor Perfeição”? Dane-se, provavelmente não se veriam mais após essa noite, assim como não se viram após o término do ensino médio.

— Obrigada pela carona! — Exclamou ininteligível, caminhando, trôpega, em direção à porta.

Não olhou para trás um só instante e não se despediu do loiro que molhara, em vão, a sua calcinha. É, talvez tivesse sido melhor se ela houvesse ficado em casa, lendo os e-mails descabidos de seus alunos. Com esse pensamento, a bile subiu à sua garganta e ela vomitou uma grande parte do que ingeriu no tapete da sala… apagou sem nem menos perceber. 

 

Cinco minutos nesse carro

E eu não respondo por mim

Agora parece tão fácil

Mas depois vai ser ruim 

Se a gente ficar agora

'Cê não vai lembrar desse momento

Me liga quando 'tiver sóbria

Se ainda estiver querendo

 

Naruto bateu a porta do seu apartamento de solteiro sentindo-se um idiota! Depois de quase 15 anos, finalmente havia reencontrado Hinata e estragara tudo. Droga! Durante todos os 3 anos de Ensino Médio, ele fora apaixonado por ela. Lembrava-se claramente daquela época. Ela era adepta a uma franja lateral, presa a uma presilha de pedrinhas lilases e mantinha os cabelos longos presos em um rabo-de-cavalo alto, conferindo-lhe um aspecto de boa moça.

Sempre se sentava na primeira carteira da fileira que ficava próxima à janela com vista para o pátio da escola. A maior parte da aula, Hinata passava rascunhando em partes aleatórias de seu caderno ou, quando os professores não estavam olhando, na carteira. Era como se ela vivesse no próprio mundo.

A princípio, Naruto observara ela por mera curiosidade, pois, certa vez, a professora de química pedira para ele entregar as provas corrigidas para os colegas. Então ele constatou um fato intrigante: ao invés de ter a nota máxima na prova dela, como ele esperava, havia uma mediana. Desde que a vira pela primeira vez, o rapaz supôs que ela era uma nerd e foi um choque muito grande perceber que tinha se enganado. 

Após esse dia, por mais que tentasse não fazer isso, ele pegou-se a assistindo de longe. Hinata tinha uma miríade de nuances: colocava a mão em frente à boca sempre que ria abertamente, não gostava de ser tocada constantemente, era péssima com piadas e era uma poetisa.

 

Lábios, toques, respiração ofegante

estremeço, esmoreço e me desfaço

unhas, cabelos, dor e prazer instigante

me vicio, me embriago, me satisfaço

te molho com minha água 

e, no meu oceano, você deságua

 

Leu, escondido, cada uma das poesias quando tinha oportunidade. Viu-a se tornar cada vez mais mulher, ser paquerada e rechaçar cada um de seus pretendentes. Ela não tinha interesse real em relacionamentos amorosos. “A adolescência é curta demais para que eu perca tempo me envolvendo com um carinha que não lembrarei da existência daqui a cinco meses”. Naruto ouvira ela dizer certa vez e ele torceu para que ela tivesse razão, e que aquele sentimento que nutria em seu peito não durasse mais de um ano… durou três.

Ainda que tivesse odiado a forma que ela foi embora, ele não se arrependia de ter impedido que as coisas acontecessem daquele jeito. Nunca se perdoaria se tivesse se aproveitado da embriaguez dela. Naquela noite, ele tinha certeza que sonharia com o corpo delgado, os lábios e aqueles olhos incomuns. Bom, Naruto tinha, agora, material para compor mil novas músicas para seus shows ao vivo.

Então ele sentiu um celular vibrando no bolso de sua calça. Estranhou, afinal costumava manter o seu aparelho no modo silencioso a cada vez que tinha uma apresentação. Quando o pescou do bolso, o loiro percebeu uma coisa: aquele não era o seu celular. Hanabi. Esse era o nome que brilhava na tela iluminada. Hesitante, ele atendeu:

— Alô? 

— Hinata? — A voz do outro lado da linha respondeu.

— Bom… humm… ela esqueceu o celular comigo. — Rebateu, acanhado.

— Hummmm! E a safada dizendo que não tinha ninguém! — A mulher riu, despreocupada, fazendo Naruto ficar ainda mais envergonhado com a situação.

— Você pode pedir para ela me ligar quando puder? — Pediu.

— Sim, claro. Vocês estão namorando ou algo assim? — Ela indagou, como se não quisesse nada.

— Ah, não. Hum, boa noite! Por favor, não esqueça de dar o recado a ela. — Despediu-se, querendo se livrar daquela situação embaraçosa o mais rápido possível.

— Ok. Boa noite, cunhadinho! — Disse a mulher e desligou antes que o Uzumaki pudesse desfazer o mal-entendido.

Mas não tinha problema, afinal, agora ele tinha um motivo para revê-la. Talvez tivesse voltado a ter 16 anos, mas fazia muito, muito tempo que não se sentia tão feliz.

Vamo' deixar pra amanhã

Eu não quero tirar proveito

Eu 'to pensando no futuro

Você é meu investimento

 

A batida incessante na porta da frente despertou Hinata. A sua cabeça doía violentamente, parecia que seu corpo havia sido atropelado e tinha um líquido viscoso e pútrido grudado em seu rosto. Com dificuldade, a morena abriu os olhos, tentando se situar onde estava e como parara naquela situação. Quanto ao que sujava o seu rosto… bom, realmente preferia não saber o que era.

Lampejos da noite passada inundaram a mente, enquanto o estômago embrulhava com o cheiro enjoativo, criando uma onda de náuseas grande demais para conter. Hinata vomitou, mesclando o cheiro desagradável, que a atormentava, ao ainda mais desagradável que expelia.

Na porta, o visitante não dava sossego, batendo freneticamente, como se sua vida dependesse disso. Oh, droga! Custava bater e esperar?! Pôs a mão sobre a superfície dura, o que foi um erro, pois ali estava sujo com o seu vômito. Eca! Ela só podia estar na merda mesmo.

Levantou-se, cambaleante, e atendeu a porta, se deparando com uma Hanabi com uma expressão torcida de nojo no rosto.

— Credo, você 'tá um lixo! — Declarou, se desviando da irmã. — Você precisa limpar essa casa urgentemente!

Como sempre, a mais nova era um poço de delicadeza. Entretanto, Hinata não podia falar nada, pois ela tinha razão daquela vez, a pestinha. 

— Até onde eu sei, não te convidei para vir aqui. — Rebateu, tentando não ficar por baixo. — 'Bora, vamos 'pro meu quarto, preciso de um banho.

Sua cabeça rodopiava e todo o corpo estava dolorido devido à posição em que passara a noite. Ela liderou o caminho até o quarto, entrando diretamente no banheiro que tinha lá, na porta adjacente à sua cama. Hanabi, que tinha um senso deturpado de privacidade, a seguiu, sentando-se no vaso sanitário, ao passo que Hinata entrou diretamente no box.

— É um verdadeiro milagre você ter tomado um porre. — Provocou a mais nova. — Sua vida é taaaão tediosa. Você precisa de mais emoção, maninha!

A mais velha, que já estava debaixo do chuveiro, abriu a porta do box e jogou um pouco de água gelada nela, fazendo-a protestar.

— Emoção seria transar em todo canto da cidade com um namorado como se fossemos um casal de coelhos igual a você e o Konohamaru? — Zombou.

— Sim! Isso definitivamente é emocionante. — Hanabi rebateu. — Talvez você devesse experimentar um pouco disso, aposto que você já está ficando com teias de aranha aí embaixo. Apesar de que… — a insinuação pairou no ar.

Hinata respirou fundo. Aquela sua irmã estava disposta a enlouquecê-la, só podia ser isso. Hanabi sabia o quão curiosa a Hyuuga mais velha era, só estava falando com tanto mistério para atiçá-la.

— Você é uma peste! — Bufou, passando uma grande quantidade de shampoo pelos cabelos.

— E você me ama! 

— Só porque eu sou obrigada a amar parentes… — Resmungou a mais velha.

— Hinata! 

— Hanabi! — Imitou o tom indignado. — Vamos, pestinha, desembucha. 

— Suponho que não tem mais tantas teias de aranha assim, já que você estava com o seu namoradinho ontem… — Provocou com malícia. — Poxa! Você nunca me conta nada! 

Nesse momento, as memórias cuidadosamente esquecidas no fundo da memória de Hinata voltaram com tudo. O ex-colega de Ensino Médio que ela não se lembrava, a gentileza dele em pagar alguns drinks para ressarcir a taça de vinho que tinha derramado, o quanto ele era gostosão e engraçado… por fim, para sua vergonha, lembrou-se de ter se esfregado nele como uma cadela no cio.

Oh, céus! Queria morrer naquele mesmo instante! Ela não sabia de quem mais sentia raiva, se de Naruto ou de si mesma. A parte racional do seu cérebro gritava que ele fora prudente e cavalheiro ao rechaçar uma relação com ela naquele estado, contudo a parte irracional, junto do orgulho ferido, gritava que ele era o vilão. Bom, passar um paninho para si mesma não fazia mal.

— Ele não é meu namorado, é só um ex-colega de colégio que… espera! Como você sabe dele?! — Indagou quando se deu conta da informação que Hanabi possuía.

— Bom, se foi uma transa casual, sinto muito, maninha, — a pestinha provocou — mas você esqueceu seu celular com ele. Tsk, você está há tanto tempo sem flertar que esqueceu de que é somente o número que se dá e não o aparelho? — Gargalhou.

O estômago de Hinata revirou com uma sensação que nada tinha a ver com os resquícios de sua bebedeira. 

— Nana, você vai buscar para mim, não vai? — Usou o apelido de infância na tentativa de quebrantar o coração de gelo da irmã.

— Alô? Oi, aqui é a irmã da Hinata com quem você falou ontem… — a pestinha tinha ligado para ele? Isso era um sinal de que faria o favor para ela, não é mesmo? — Sim, se você puder hoje… Hinata, você está livre às 16h? — Perguntou de repente.

— Sim, por quê? — Respondeu de forma automática.

— Naruto, né? Sim, a Hinata pode buscar aqui na pracinha próxima à casa dela, sabe onde é? — Ah, mas Hanabi não tinha feito isso! — Certo, combinado. Ela podia falar agora, mas me pediu para marcar com você… certo… tenha um bom dia, cunhadinho.

Quando percebeu que a irmã tinha desligado o telefone, a Hyuuga mais velha pôs os cachorros para fora.

— HANABI HYUUGA, O QUE VOCÊ FEZ?! — Berrou.

Tranquila, a irmã rebateu:

— Marquei um encontro para você, ué. Me agradeça depois. — Zombou. — Além disso, pra que eu vou querer ficar atrás dos seus casinhos, quando eu tenho um encontro com o Konohamaru?

Respirando fundo, Hinata anunciou:

— Eu vou te matar, pestinha!

Pelo visto, não seria dessa vez que ela se livraria de Naruto.


Notas Finais


Obrigada por lerem até aqui e não esqueçam de comentar e favoritar, caso tenham gostado. Até o próximo!💜💜


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...