CAPÍTULO 05
I
Certo de que Christina irá procura-lo, o quanto antes, Marco Antônio percorre apressadamente pelo corredor, indo em direção a saída do prédio C. Já na parte externa, duas alunas vêm em sua direção, fazendo com que aquele andar afoito, quase que corrido, cesse por um instante.
- Professor Marco Antônio! – uma das jovens o chama –
- Sim! Ele coloca a mão no bolso, olhando para a entrada do prédio, desejando que Christina apareça a qualquer momento –
- A apresentação de do nosso trabalho será a primeira. Não tem como o senhor mudar a ordem da nossa apresentação e deixar a gente se apresentar por último?
- Não, eu não posso! Foi feito um sorteio, e eu dei a vocês a oportunidade de trocarem entre si. Agora não tem mais como alterar.
- Não é justo professor apresentarmos no primeiro dia. Os grupos que irão apresentar na outra aula, terão mais uma semana para fazer o trabalho. – insiste a aluna –
- Sim, mas não serão só vocês que irão apresentar na semana que vem. Vocês deviam ter se organizado. (...) Agora eu tenho que ir! – ele sai, antes da réplica das alunas –
II
Não passam nem 20 minutos que Marco Antônio chega em seu apartamento. Foi só o tempo dele tomar uma ducha e ao sair do banheiro a campainha toca. Ainda enrolado na toalha o professor vai em direção a porta e ao certificar-se de quem se trata, pelo “olho mágico”, ele abre a porta com um sorriso largo, tomando Christina nos teus braços.
(...)
Após transarem, agora em uma ampla cama que Marco providenciou, depois daquele primeiro encontro íntimo com Christina, o casal fica tateando o corpo um do outro, enquanto conversam sobre o silêncio desta.
- Você quase me deixou louco com o seu silêncio! – reclama ele –
Ela segura no rosto dele, com uma certa força. –Você ficou louco! A sua atitude hoje na minha sala, foi insana! – diz ela num tom de reprova –
- Eu sei! – concorda ele, balançando a cabeça positivamente – Você não atendia os meus telefonemas, e também não respondia meus recados. Como fazer você vir aqui sem te instigar?
Ela vira de costas para ele, que a abraça por trás, analisando a expressão séria desta.
- Não estou em uma condição confortável. – diz ela amofinando-se –
- Ahhh Christina, não fique arrumando justificativas para punir as suas ações! – Marco tenta confortá-la –
- O fato de eu ser casada, não é uma justificativa, mas um fato! – retruca ela –
Marco respira profundamente, deitando de barriga para cima e colocando as mãos atrás da cabeça. – Tá bom! E como é o seu casamento?
Christina vira-se para ele, um tanto surpresa com a interpelação. – Quê?
- Como é o seu casamento? Vocês vivem bem? Têm uma vida sexual ativa?
Ela senta na cama, enrolando-se no lençol. – O que você acha?
- Eu acho que não! – ele fala a encarando – Das duas vezes em que estivemos juntos, você tremia nos meus braços. E quando eu estava dentro de você, você fervia de prazer.
Ela vira-se de costas para o homem que parece decifrar todos os desejos que o corpo daquela mulher expôs ao entregar-se para ele. Marco a abraça por trás, beijando em seu pescoço, acariciando o seu colo.
- Eu quero que você trema muito mais nos meus braços. – sussurra ele – Se você não quiser por mim, queira por você! Pense se uma formalidade vale mais que o seu desejo de ser feliz.
Christina analisa, enquanto Marco fala, ao pé do seu ouvido. Ele a envolve com força e a puxa para ainda mais próximo dele.
- Você quer? – pergunta ele, a encarando de perfil –
Ela balança a cabeça positivamente, elevando a mão para trás e segurando no rosto dele. O casal volta a se beijar gananciosamente. Marco Antônio é um homem extremamente excitante, e com um apetite sexual incontrolável, talvez por isso não seja difícil fraquejar nos braços dele. Christina volta a deitar e seu parceiro a cobre com seu corpo, voltando a penetrá-la sem prévio aviso. Ela se abre, envolvendo-o suas pernas, que comprime o sexo dele junto ao dela, mas ele não para de mexer mesmo imobilizado.
(...)
Após mais uma sucessão de arroubos, Christina acaba dormindo nos braços de Marco Antônio, que posteriormente se levanta e começa a mexer no computador. Ele abre alguns arquivos que contém as seguintes manchetes:
“JOVEM UNIVERSITÁRIA DESAPARECIDA É VISTA ENTRANDO EM CAMPUS, MAS NÃO É VISTA SAINDO”
“CICLOMOTOR DE JOVEM UNIVERSITÁDIA DESAPARECIDA, É ENCONTRADA EM COMUNIDADE DA ZONA SUL”
O professor olha para a mulher que descansa serenamente, posteriormente pegando o celular, levantando e se afastando, fazendo uma ligação, indo em direção a cozinha.
- Vi sua mensagem agora! Tudo bem?
(...)
- Vou no final de semana.
(...)
- Tá bom, fica bem! Te amo!
Marco desliga o celular e o coloca em cima do balcão. Prendado, o professor abre a geladeira, pegando alguns insumos com a intenção de preparar algo para o almoço.
(...)
Passam das 13 horas quando Christina acorda. Ela levanta, enrolando-se no lençol e procurando por Marco, que ao avistá-la de pé, logo vem ao seu encontro.
- Dormiu bem? – pergunta ele –
Ela balança a cabeça positivamente. – Só estou me sentindo um pouco confusa.
- Ainda confusa quanto a nós? – ele recosta-se em um móvel, cruzando os braços –
- Você é muito envolvente...
- Mas você é casada! – ele a corta, antes que ela comece o mesmo discurso de horas atrás – Quer tomar um banho? (...) Eu fiz o almoço. – indo em direção a cozinha – Vou esquentar a lasanha!
Após almoçarem em silêncio, Marco Antônio levanta e começa a tirar a mesa. Ele recosta no balcão, torcendo o pano de prato, demonstrando uma certa tensão.
- Se você sair por aquela porta e não mais me procurar, irei entender.
Christina levanta e vai em direção ao professor, segurando no rosto dele, e o abraçando. Ele retribui o abraço.
- Não! – diz ela num tom meigo – Eu não quero me afastar de você!
- Mesmo? – pergunta ele num tom duvidoso –
- Mesmo! – responde ela num tom determinado -
O casal começa a se beijar, envolvidos em carícias. Ele a envolve no ar, sentando-a posteriormente na banqueta que está ao lado deles. – Já estava ficando desanimado! – diz ele, ainda a beijando –
- Sei que ando confusa quanto a nós, mas dentro de mim, eu sei que é o que quero. – ela olha para cima da mesa – E também porque eu descobri que você é um excelente cozinheiro.
Marco começa a rir, indo em direção a mesa e continuando a tirar os utensílios. – Então você foi conquistada pela minha lasanha? – pergunta ele, sorrindo –
- Também! – ela vira-se, escorando os cotovelos no balcão e as mãos abaixo do queixo, observando ele lavar a louça – Vamos passar o final de semana juntos?
Marco para de lavar a louça e volta-se para ela. – Esse final de semana?
- Sim! Em Angra. Conhece Angra?
- Acho que não. – ele volta a lavar as louças –
Christina levanta e vai em direção ao homem, abraçando-o por trás e focando seu olhar naqueles olhos azuis. – Então me deixar te apresentar a Angra?
Marco balança a cabeça positivamente, sorrindo, virando-se e beijando a mulher que parece estar determinada a, enfim, ter um relacionamento com ele.
Marco Antônio pretendia visitar alguém, nesse final de semana. Ele até chegou a confirmar a visita, mas como negar um convite de Christina? Ainda mais agora que parece que ela cedeu definitivamente as investidas dele.
III
Raimundo sobe a escada, indo em direção ao quarto de Christina. Ao chegar no mesmo ele se surpreende ao vê-la arrumando uma mala.
- Você vai viajar? – pergunta ele, um tanto surpreso –
- Vou passar o fim de semana em Angra. – responde ela, sem parar em seus afazeres –
- Em Angra? Faz tempo que não vamos à Angra.
Christina volta sua atenção ao marido. – Não seremos nós! Eu irei!
- Por que eu não posso ir? – Raimundo senta no recamier, encarando Christina -
- Porque eu quero descansar. Quero ter um momento pra mim. – mostrando-se incomodada – Por favor, não estrague os meus planos!
Raimundo balança a cabeça positivamente, levantando, e indo em direção a saída, logo voltando-se para a esposa. – Trouxe comida japonesa. (...) Para nós!
Christina dá uma respirada, quase que imperceptível, mas acaba cedendo ao pedido do marido, balançando a cabeça positivamente.
Durante o jantar o casal trocou poucas palavras. Raimundo era mais insistente, já Christina pouco interagia, respondendo com poucas palavras quando o marido falava.
- Christina, você sabe o quanto estamos ligados por toda a eternidade.
Christina levanta, indo em direção a geladeira e servindo-se com um copo d’água. Raimundo a acompanha, inicialmente, com o olhar, levantando posteriormente, e indo em direção a ela.
- Me dá mais uma chance?! Nos dê mais uma chance! – insiste ele – Se estamos determinados a vivermos juntos para sempre...
- Podemos nos separar! – retruca ela, num tom determinado –
- Não devemos! E você sabe porquê!
Ela coloca o copo em cima da pia e sai andando, mas é interceptada pelo marido que segura em seu braço.
- Por que não devemos? Nossos segredos podem continuar nulos. É conveniente para nós que assim permaneça! – ela continua a encará-lo – Eu não vejo mais um futuro entre nós!
- Ahhh Christina! – ele segura na nuca da esposa, encostando suas cabeças – Não fale assim! – voltando a olhar para ela – Fomos tão felizes...
- Fomos! Há 15 anos apenas nos toleramos. E você nunca se esforçou para esse quadro mudar. – ela se afasta – Não consigo entender esse interesse repentino!
- Eu sei o quanto errei! As traições, e não foram poucas! Mas chega um momento que eu percebi o quanto estava errado em minhas escolhas...
- E isso demorou só 27 anos!
- Tentamos algumas vezes, mas convenhamos, você não fez muito esforço para que nos entendêssemos.
- Talvez eu tenha visto que não valeria a pena nos entendermos. – ela respira fundo, indo em direção a escada – Preciso descansar. Boa noite!
- Christina!
Ela para no meio da escada e volta a atenção para o homem que a chama.
- Esse final de semana seria perfeito para tentarmos uma reconciliação. Me deixa ir com você para Angra?!
- Como falei, preciso de um tempo comigo! Sem ninguém por perto! Sem você por perto!
Christina volta em seu percurso, deixando Raimundo decepcionado, diante a determinação dela em não querer uma aproximação.
IV
Na manhã seguinte, Christina acordara bem cedo, pois havia marcado com Marco Antônio no Heliporto às 7 horas. Eles optaram por não pegarem trânsito, já que o trajeto do Rio à Angra é de mais de 2 horas, de automóvel.
- Eu ainda preferia ir de carro. – diz Marco, enquanto caminha em direção ao helicóptero –
- Não quero perder muito tempo! – diz Christina, parando em meio ao percurso e segurando na nuca do professor e lhe dando um beijo rápido, mas profundo – Quero que esse dia seja inesquecível! – eles se olham nos olhos –
Marco sorri, e quando eles voltam a caminhar, ele segura na mão dela, e assim eles vão até entrarem no taxi aéreo.
Ao desembarcarem em Angra dos Reis, o casal é recepcionado pelo caseiro da casa de Angra, assim entrando no automóvel e indo em direção a mesma. Durante o percurso é impossível não perceber a intimidade do casal, por parte do funcionário, já que Christina não faz a mínima questão de ser discreta. Marco Antônio que fica um tanto tímido quando ela o toca e o beija, no banco de trás do automóvel.
Chegando na casa o homem pega a bagagem do casal. Marco Antônio o ajuda.
- Marco, ele sabe onde colocar sua bagagem! – diz Christina, sugerindo que seu acompanhante entregue a mala para o caseiro – Venha! Quero te mostrar uma coisa! – ela estende a mão para o homem que a atende, entregando a mala para o serviçal e indo em direção a esta –
De mãos dadas, eles vão em direção ao exterior da casa, que dá para uma praia particular.
- Não é maravilhoso? – pergunta ela –
Marco a abraça por trás, dando-lhe um beijo no rosto. – É um paraíso! Agora eu entendo porque você não queria perder tempo para chegar aqui.
- O que você acha de descansarmos uma horinha, para depois irmos dar uma volta de barco? – pergunta ela, acariciando os braços do homem que a envolve –
- Uhm! Descansarmos juntinhos? – pergunta ele, num teor brejeiro –
- Eu pedi para te acomodarem em um outro quarto, mas é claro que iremos ficar juntos. – ela vira de frente para ele, o abraçando com uma certa força e recostando a cabeça no torso deste – Não quero ficar um minuto separada de você.
- Fiquei um tanto constrangido, enquanto você me beijava e seu funcionário estava no banco da frente do carro.
- Você acha que Raimundo nunca trouxe as conquistas dele para cá? – ela mostra-se irritada –
- E você, já trouxe as suas conquistas? – ele a encara ao interpela-la –
Christina se afasta de Marco Antônio, que a segue com o olhar.
- Você quer mesmo saber de tudo? – ela vira-se para ele, com os braços cruzados –
Ele vai na direção dela, e segura em seu rosto. – A impressão que me dá é que vocês têm uma relação muito sinuosa.
Ela volta a virar-se de costas. – É um casamento de fachada. Ele vive a vida dele, e eu a minha.
- E por que não se separam? – Marco pergunta um tanto confuso –
- Acabamos nos acomodando diante a essa condição. Em mais de 20 anos de casados, Raimundo sempre teve uma vida paralela, e de certa forma eu sempre endossei, mesmo me magoando. Mesmo me ferindo!
- E você? Também sempre teve essa vida paralela? – ele respira fundo – Ou eu sou o primeiro?
Ela volta a olhar para ele. – Há uns dez anos teve alguém.
Marco Antônio faz uma expressão de descontentamento, abaixando o olhar. Ele é um homem vaidoso, e imaginar que seria o primeiro na vida extraconjugal de uma mulher que parecia infeliz no casamento, exaltava ainda mais sua vaidade.
- Mas não foi tão intenso, assim como está sendo com você. Foi apenas um equívoco. – diz ela, num tom mais baixo –
- Se está sendo tão intenso... Separe dele! – ele a abraça, beijando a cabeça desta – E fica comigo?
- Você está envolvido mesmo! – observa ela –
- Não suporto imaginar você dividindo o mesmo espaço com aquele homem. Ele tendo os mesmos privilégios que eu, sobre seu corpo!
Christina balança a cabeça negativamente. – Isso não acontece!
- Só comigo? - ele a encara com um olhar maroto –
Christina se apoia nos ombros de seu parceiro, pulando nos braços dele, que a envolve. – Só com você! – sussurra ela, entre beijos e sorrisos –
Reféns desse contato intenso, o casal vai em direção ao interior da casa. Mesmo subindo dois lances de escada, Marco Antônio não desgruda de Christina de seus braços. Ao chegarem no quarto, ele a coloca em cima da cama, mostrando-se interessado a gozar dos privilégios sobre ela, que só ele tem.
V
Após alguns minutos Raimundo chega na residência do casal, em Angra, sendo recebido pelos olhares de pavor da serviçal que acabara de vir da cozinha.
- O que foi dona Mariana? Parece que está vendo um fantasma!
Nervosa, diante aos fatos, a mulher vai recuando, até chegar na cozinha, sendo seguida pelo patrão.
- Sua patroa está aí?
A mulher balança a cabeça positivamente.
- Lá em cima?
Ainda demonstrando apreensão, a serviçal balança a cabeça positivamente. Raimundo vira-se e vai em direção a escada, subindo ao andar superior. Alguns segundos depois ele retorna com uma expressão consternada. Dona Mariana está parada no mesmo lugar.
- Não fala com ela que eu estive aqui! – ordena ele, apontando para a mulher –
Ao sair no exterior da casa, Raimundo entra no automóvel, recostando a cabeça no volante. Ele olha para o que parece ser a janela do quarto do casal, dando a partida do mesmo e indo embora posteriormente.
VI
Passam das 21 horas de domingo quando Marco Antônio chega em casa, após um final de semana cheio de emoções físicas e sentimentais. Ao chegar em seu andar ele encontra Daniele a sua espera.
- Daniele! Aconteceu alguma coisa? – pergunta o professor um tanto surpreso –
- Eu te liguei algumas vezes. Como você não atendeu, decidi vir aqui. – diz ela, levantando do primeiro degrau da escada –
Marco balança a cabeça positivamente, abrindo a porta e convidando a morena para entrar.
- Você passou o domingo fora? – pergunta ela, voltando-se para ele, que fecha a porta e coloca a pequena mala em cima de uma cadeira –
- O final de semana! – responde ele, indo em direção ao banheiro com a intenção de lavar as mãos –
Daniele morde o lábio inferior, deduzindo que a ausência de Marco pode estar relacionado com alguma mulher. – Foi visitar a família? – pergunta ela, quando ele retorna à sala –
Marco vai em direção a cozinha, servindo-se com um copo de água. – Você deve ter algo muito importante para falar comigo, já que está aqui há uma hora dessa de domingo.
- Eu te liguei durante o dia, porque queria te convidar para inicialmente almoçarmos juntos, depois jantar, mas o seu telefone só dava fora de área.
- Ele deve estar descarregado. – justifica-se ele –
- Ou talvez você tenha desligado. – retruca ela –
- E por que eu desligaria o meu telefone? – indaga o professor –
- Talvez você não quisesse ser encontrado!
Daniele vira-se, olhando para a ampla cama que Marco Antônio providenciou, já que agora ele tem motivos para ter tal objeto, naquele pequeno conjugado. Ela vira-se para ele, que a observa, um tanto duvidoso, afinal, qual motivo levou Daniela no apartamento dele, em um domingo à noite?
- Da última vez que estive aqui, essa cama não existia. – observa ela –
Marco pega a mala, a coloca em cima do sofá e começa a desarrumá-la. – Não tinha condição de ficar dormindo nesse sofá pequeno.
Quando Marco olha para o lado, Daniele está na sua frente. Ela segura no rosto dele e lhe dá um beijo na boca, sendo correspondida, mas Marco segura na nuca dela, afagando-a e logo se afastando.
- O que foi? Pergunta ela, desapontada – Você sabe que sou muito afim de você!
- Por isso você veio aqui?
- Por isso estou insistindo uma aproximação entre nós!
Marco Antônio sente-se desanimado ao ouvir aquela confissão. Na condição em que ele se encontra, envolvido com outra mulher, não existe espaço para uma relação com Daniele, por mais que eles tenham se envolvido sexualmente. Ele precisa ser honesto. – Daniele, você é linda! Temos um “encaixe” perfeito. Em um outro momento, eu não pensaria duas vezes em estar mais do que próximo de você...
- Mas você vai me dar o fora de novo! – diz ela, cortando ele –
- Eu estou envolvido com outra mulher, em sentimento.
- Quando transamos... (?)
- Não! Eu não estava com ela! (...) Mas agora estou!
Daniele se afasta de Marco, amofinando-se. – Vocês estavam juntos?
- Passamos o final de semana juntos, e esses dias foram definitivos para a nossa relação. (...) Eu quero ficar com ela, e ela comigo!
- Quem é ela? – indaga ela –
- Não insiste!
Daniela balança a cabeça positivamente, e vai em direção a porta. – Sejam felizes!
Ela abre a porta e sai apressadamente, sem se despedir. Marco Antônio respira fundo, indo em direção a porta e a fechando. Antes de retornar para os afazeres, ele pega o celular e envia uma mensagem.
- “Já estou com saudades!”
VII
Christina está em seu quarto, já de banho tomado, quando a mensagem de marco chega. Ao pegar o celular e ao verificar a mensagem, ela dá um sorriso. Quando levanta a cabeça, Christina percebe que está sendo observada, por alguém de pé na porta. É Raimundo, que acabara de chegar da rua.
- Fez boa viagem de retorno? – pergunta ele, entrando no quarto –
Christina olha para o marido, coloca o celular em cima da mesinha de cabeceira, e vai em direção ao closet, sendo encurralada por Raimundo que se coloca na porta.
- Quem é ele? – Raimundo se impõe em sua pergunta –
Christina se afasta do marido, mostrando-se incomodada com aquela invasão. – Por favor Raimundo! Eu já passei o final de semana fora, para não ter que me indispor com você.
- Christina! Para quê ficarmos na defensiva uma vez que somos casados? Vamos tentar mais uma vez?! Só mais uma vez!
Christina senta na cama, sem entender o fato do marido querer uma reaproximação com ela. – Por que você tem estado tão insistente em uma reconciliação entre nós?
- Porque estou sentindo que estou te perdendo. – ele se aproxima dela, mas mantendo uma leve distância – Eu quero recuperar a nossa vida. Chega de magoarmos um ao outro! Vamos recuperar o nosso tempo perdido!
- É muito tempo perdido para ser recuperado! Acho que nesse momento a única solução para nós seria o divórcio.
- Não! – Raimundo abaixa na frente da esposa, apoiando as mãos na beirada da cama – E as nossas promessas de cuidarmos sempre um do outro?
- Eu te livro dessa promessa! – exclama ela –
- Mas eu não quero me livrar de você!
Christina balança a cabeça negativamente, olhando para o lado. Ela volta a olhar para o marido que está em súplica na frente dela. – Onde você estava?
- Na casa do Caio. Ele nos convidou para um “rapiauer”. Como estava sozinho, resolvi espairecer a cabeça.
- Eu estou cansada. Preciso descansar. – ela levanta, e assim ele levanta também –
- Vamos dormir juntos hoje? Só deitados um ao lado do outro. – Raimundo insiste uma reaproximação –
Christina balança a cabeça negativamente. – Não! Hoje não! Eu preciso ficar sozinha.
Raimundo balança a cabeça positivamente, indo em direção a porta. Num lapso ele retorna e abraça a esposa, a beijando nos lábios. Ela não corresponde, mas também não recusa aquele ato.
VIII
Marco Antônio está chegando na universidade, quando ele avista o automóvel de Christina chegando no estacionamento. Ele achou estranho, já que há algum tempo ela tem vindo com um motorista. Quando vai descer a escada, que leva de encontro ao estacionamento, ele avista Raimundo saindo do lado do motorista, e depois Christina. A fisionomia do professor muda, mas ele se mantém firme, observando o casal que se aproxima.
Raimundo avista o homem que está transando com sua esposa, os observando ao longe, então ele segura no braço dela e fala alguma coisa no seu ouvido. Marco abaixa o olhar, e se afasta indo em direção ao prédio C.
Continua...
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