Logo após o jantar silencioso, Carlos resolveu sair de casa, ele simplesmente queria sumir de si mesmo.
Ele colocou seu casaco porque de noite fazia muito frio. O relógio marcava 21:00 horas, mas sua mãe não o impediu de ir.
Carlos pegou sua bicicleta, mas não sabia para aonde ia, ele só queria ir para um lugar longe, mas na verdade ele queria ficar longe de si mesmo.
A Praça central da cidade ficava a beira do mar, e esse era o lugar favorito de Carlos. Ele guardou sua bicicleta e foi andar na praça.
Mas algo parecia diferente nele, seus olhos transbordavam de lágrimas... lágrimas de desabafo porque ele queria alguém para conversar, mas não tinha...era só ele, mesmo na multidão ele se sentia sozinho...
Logo mais na frente, ele encontrou um banco e se sentou... Com as mãos na cabeça, curvou-se para frente e descarregou tudo o que precisava.
Mas suas lembranças começaram a atormentar sua realidade. Sua consciência era sua pior inimiga, pois ela sempre dizia para Carlos:
" - Cadê aqueles que diziam ser teus amigos? "
" - Você está sozinho, sempre esteve e vai ficar assim até morrer "
" Ninguém te ama, para de ser idiota... ninguém te ama. Se tem alguém, então onde estar esse "alguém" ?
" - Essa é sua realidade...então pare de lutar contra ela ..."
Em vez de ajudar, ela mostrava a realidade de uma forma mais cruel...
E isso atormentava Carlos, porque, realmente, a sua consciência tinha razão.
Em meio as lágrimas e soluços, Carlos começa a caminhar lentamente ao mar, esse caminhar seguia as orientações de sua consciência:
" - Desiste logo, pare de sentir dor a toa. Pare de se torturar nesse mundo. No meio dessas pessoas, você só vai encontrar rejeição. ACORDA! Se você quer continuar se torturar nesse mundo, você é louco. Mas se você quer tirar essa dor de você, é só ir até o mar."
Carlos não aguentava mais...queria de todas as formas acabar com sua dor, queria que tudo aquilo acabasse porque não aguentava mais, ele já estava sozinho e não ia fazer falta, então sua presença não era mais importante ali.
( E o mar se aproximava )
- Vai ser rápido, acabou para mim... Adeus mãe, obrigado por tudo que fez por mim, por me ajudar mesmo calada, obrigado por simplesmente está ali do meu lado. Vai ser melhor assim e a senhora vai ver...
( Carlos sentia as águas do mar em seus pés )
- [..] Vai ser melhor para todo mundo. Não vai se preocupar comigo e nem ter que ia na escola, lá eu não existo. E ninguém se importa. Eu lutei bastante... bastante mesmo, mas não consigo mais... desculpa mãe.
Carlos olha para o céu que estava limpo e estrelado, a lua iluminava a beira da praia e fazia companhia para as estrelas.
Carlos estava decidido...e não voltaria atrás
As águas estavam em sua cintura. As águas estavam mais calma como de costume. E ele se deixou levar pelas ondas...
Até que ele ouve um grito de uma menina
- Carlos ??? Naaooo....
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