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História Era uma vez, o sapo e a garota que não era princesa - 2


Escrita por: JaneDi

Capítulo 2 - 2


Agosto começou trazendo a primeira semana de volta as aulas, tinham atividades para entregar e relatórios para fazer, sendo o último ano dela, Lili sentia que ficava a cada dia mais sobrecarregada de atividades.

Às 7h da manhã foi ao estacionamento da propriedade. Francisco era o motorista particular de Oliver e já os esperava em frente ao luxuoso sedan negro, pronto para os levar para escola que ficava a uma boa distância da casa.

Bom dia Lili _disse ele sorridente. Abrindo a porta para que ela colocasse suas bolsas. _ animada com a volta às aulas?

_Olá seu Francisco _respondeu contente_ só não mais animada por ter que voltar a levantar tão cedo. A gente acaba se acostumando com a boa vida das férias, é inevitável_ disse e olhando em volta perguntou:

_Será que Oliver ainda não se arrumou? _  disse chateada. Se ele se atrasasse mais um pouco poderiam perder o primeiro horário e ela odiava se atrasar.

_provavelmente ainda tomando café da manhã _disse o homem mais velho.

_Mamãe já fez o café a horas, não é possível que ainda esteja fazendo isso.

_estou aqui, não precisam se estressar _Oliver acabava de se aproximar. O cabelo ainda se encontrava úmido do banho, caindo em mechas coladas na testa e no colarinho da camisa. Quando entraram no carro ela podia sentir a fragrância suave do pós-barba que usara. Adorava aquele cheiro.

_você fez as tarefas das férias? _ o menino perguntou enquanto tirava da mochila uma pasta com uma única folha dentro.

Ela não se deu ao trabalho de responder.

_ok, CLARO que você fez as tarefas _disse sarcasticamente_ não faz sentido eles nos dar férias para nos recuperar do semestre e nos passar dever de casa_ comentou franzindo o cenho para a pasta que segurava;

_Você deixou para fazer suas tarefas ontem não foi? _perguntou já sabendo a resposta. Todas as férias eram as mesmas coisas. Oliver deixava para a última semana o dever acumulado que os professores passavam para o mês. E um dia antes das aulas voltarem ele a chamava para lhe ajudar com os cálculos matemáticos. Claro que dera um fim nisso há algum tempo, e então ele ficava lamentando o quanto não dormira a noite anterior.

_não todas _ele a cortou_ só a de filosofia e mostrou para ela a folha que tirara da pasta. Nela tinha escrito a mão um poema.

Poderia pensar alto

E ver sons

E sentir visões

Sair da prisão

Onde meu corpo

Comando pelos sonhos que tenho

Obedeceria

Não aos instintos

Mas a mim

 

Poema “ Um Lado” feito por Oliver Duarte Zhelgm Hilme sobra a vida e obra de Platão

 

Ergueu as sobrancelhas para ele

_O seu professor de filosofia pediu para você escrever um poema? _perguntou incrédula.

_não _respondeu_ pediu para que escrevêssemos sobre a vida e obra de Platão

Tentou fazer a ligação dos pontos_ e você escreveu um poema ao invés disso? _ estava agora tentando adivinhar o que ele fizera.

_O que adianta pesquisar a vida do cara e fazer 15 laudas sobre isso? Não tem a mínima serventia e não prova que eu sei ou não sobre Platão _ele disse como se fosse a coisa mais lógica do mundo _um poema mostra muito mais isso _concluiu dando um belo sorriso e apontando para o papel em suas mãos.

Não podia deixar de rir de como a mente de Oliver funcionava.

_só espero, sinceramente, que o prof. Pedro entenda isso da mesma forma que você _disse rindo

Ele sorriu com ela

_mas e então, gostou? _ perguntou.

_do que?

_do poema Lili, você gostou?

Leu de novo, mas só conseguia rir_ Oliver, creio que não tenho capacidade para avaliar tal expressão de arte, sinto muito _respondeu enquanto ele tirava bruscamente o papel de suas mãos.

_Realmente..._ele disse também rindo.

Logo chegaram a escola. O colégio “Frei Cosme” ficava numa parte nobre da cidade, e era um belo prédio de arquitetura moderna, apesar de estarem no mesmo ano, ela e Oliver ficavam em salas de corredores diferentes.

_te vejo no intervalo­ _Oliver disse para ela depois que se despediram do motorista e saíram do carro.

_ok, e boa sorte com o poema _disse para ele já subindo as escadarias que levavam ao seu pavilhão

_eu não preciso de sorte_ disse piscando e lhe dando um belo sorriso.

A primeira pessoa que viu foi uma das únicas amigas que tinha na sala. Pensando bem, seu ciclo social do colégio era bem restrito.

_Oi Lili, como foi de férias? _Luiza perguntou, ela tomava seu lugar na cadeira em frente a dela. Sempre calma, apesar de ser extremamente bonita (o que já tinha dito várias vezes para ela ser modelo) era muito tímida.

_foi ótima, dormir até tardes quase todos os dias _respondeu feliz, mas apesar dos pesares, gostava da rotina da escola. Acordar cedo, ver as pessoas, assistir aulas, estudar. Sabia que ia sentir falta disso ano que vem.

Enquanto conversavam a turma foi enchendo. Ficava no prédio leste da escola e o sol da manhã batia diretamente nos vidros dando uma perfeita luminosidade natural à sala.

_Oi Luiza..._ foi a vez de ver clara se aproximando, seguida pela fiel comitiva de garotas risonhas, ela sempre deixava falar com ela por último_ e oi Lilian_ disse em sua direção

Luiza respondeu educadamente, e ela se contentou em apenas dá um breve sorriso.

Uma das garotas, Jane, que era a mais baixinhas do grupo de amigas da clara começou a cutucar a amiga e apontando para si.

Clara, por sua vez, fez um breve sinal com as sobrancelhas para que a outra não fosse tão óbvia, de repente sentiu que algo bom não viria.

_Lilian, eu posso te fazer uma pergunta? _ perguntou ela cautelosamente, pondo uma mecha de cabelo loiro atrás da orelha_ poderia me passar o número do Oliver? _disse piscando os olhos de lentes azuis.

Ela sabia que viria algo assim. Sentiu como se um vento frio percorresse espinha acima.

_não sei Clara... quer dizer é pessoal e... _começou a responder. Não era como SE NÃO QUISESSE passar o número dele, para ela tanto fazia se Oliver queria falar com quem quer que fosse, não era do interesse dela, mas ainda assim...

_ah qual é Lilian? _ perguntou outra, Luana_ Estamos tentando ver se Oliver gosta ou não da Clara.

ERA CLARO QUE ELE NÃO GOSTAVA DELA. Sabia que garotas como Clara não faziam o tipo dele. Mas perceber o que as garotas estavam tramando a deixava louca.

_Eu acho que não posso passar o contato de ninguém sem a permissão da pessoa_ queria falar como se aquilo não a importava nem um pouco, mais sua voz saiu fria como gelo.

Elas se entre olharam.

_ah... claro que você não pode fazer isso né Lilian? _ Jane falou, mas seu tom dizia que era como se ela fosse a empregada de Oliver e ele, seu patrão, elas provavelmente sabiam que aquilo a irritava profundamente.

_Tudo bem garotas, não vamos insistir para que Lilian faça algo errado_ disse clara diplomaticamente, mas num tom que sugeria o contrário.

Elas logo saíram para seus respectivos lugares.

_parece que todas as garotas estão em volta de Oliver não é?!_ Luiza comentou após um suspiro.

_sim, todas as garotas_ Lili respondeu, convencida que aquilo não a incomodava, nem um pouco.

Mais tarde, estava na cafeteria do colégio com Luiza quando Oliver e Luigi se aproximaram para sentar. Era obvio que algo irritara ele.

_O professor deu zero para o trabalho de Oliver sobre Platão _Angélica chegou na mesa comentando o ocorrido como se fosse mais uma fofoca de celebridade.

Lili esboçou um leve sorriso de compreensão.

_Foi engraçado não foi? _perguntou.

_Sim, a aula foi até boa, por quer passaram o horário inteiro discutindo o que era ter mérito em um trabalho_ disse Luigi feliz da vida _obrigado amigo _bateu de leve no ombro de Oliver

_Não era para ser diversão para ninguém, ele que não reconheceu que não estava certo_ disse ele presunçosamente, claro que achava QUE ELE é que era o certo.

Após o fim do intervalo enquanto já subia para sua sala Oliver a puxou pelo braço_ hoje você vai voltar sozinha com o carro daqui vou pegar um taxi para ir para a empresa_ disse ele.

_pensei que ia em casa primeiro _disse.

_eu ia, mas papai achou melhor eu começar meu primeiro dia assim e chegar junto com os funcionários da hora do almoço_ disse ele_ algo como “dá o exemplo”_ completou.

Lili não podia deixar de rir_ você sabe que eu não sinto a mínima pena de você não é?!

_claro que não_ ele disse ironicamente_ e você vai fazer o quê pela tarde?

_dormir! _ falou alegremente só ao lembrar de sua confortável cama esperando por ela.

Ele mordeu o lábio inferior com os olhos cheios de malícia _ se você dormir mais um pouco vai virar um urso!

Ela mostrou a língua para ele enquanto se distanciavam, com um calor gostoso dentro dela_ admita que você queria está no meu lugar não é?!

....

A semana passou mais lentamente ao que parecia. Eram pilhas de deveres todos os dias que mal davam para fazer a tarde e à noite.

_Por quer você não deixa isso para o fim de semana? _Oliver perguntou enquanto a olhava responder as questões de física. Estavam nos jardins da casa. Era a área favorita de Lili, bem no meio onde tinha algumas árvores e uma pequena tenda com mesa e cadeiras onde gostava de estudar.

_eu prefiro fazer assim do que acumular nos fins de semana_ respondeu_ o que você deveria fazer o mesmo, não vou te ajudar em nada.

_prefiro me estressar apenas um dia do que aos poucos todos os dias_ disse se esticando sobre a espreguiçadeira_ além do mais vejo tantos números na empresa que não tenho mais vontade de ver mais nenhum nessas tarefas.

Eram 5 da tarde e os últimos raios de sol caiam sobre o verde ao redor. Oliver chegara da empresa e tinha ido direto para lá. No almoço, em casa, havia trocado a farda do colégio por uma calça jeans, tênis e uma camisa azul. Ela se perguntava como ele podia ficar bem em qualquer coisa.

Nesse momento ele olha para ela tão de repente que Lili se assustou, como se tivesse sido pega o observando, o que, estranhamente era o que ela fazia. Com o rubor subindo pelo seu rosto ela voltou sua atenção para os estudos.

_Você conhece alguma Clara no colégio?_ Oliver perguntou um momento depois, a pegando de surpresa.

_Conheço, porque? _perguntou lentamente

_Nada demais, essa “clara” me mandou uma mensagem perguntando se eu tinha facebook_ disse voltando a ficar deitado de costas_ quem é ela?

_é da minha sala, você já viu ela, é alta, magra, e bem bonita, estava o clube quando fomos naquele dia_ disse com algo parecido com raiva brotando dela, apesar da voz sair como se estivesse indiferente.

Começou a fechar com força os cadernos e aguardar os seus materiais, “como ela conseguiu o número dele? ”, ela se perguntava.

_terminou? Ótimo, vi mais cedo que vai passar uma maratona de Quentin Tarantino agora, vamos lá pra casa ver_ disse já se sentando para sair.

Os filmes de Quentin Tarantino eram os preferidos dela. E de Oliver também. E a televisão da mansão era de 70 polegadas, quando assistia seus filmes com Oliver se sentia em um cinema.

_não, não terminei, ainda vou terminar em casa_ respondeu rapidamente

_então porque já vai sair?_ perguntou confuso.

_aqui já tem mosquitos demais_ disse e saindo, sem esperar a reação dele.



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