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História Era uma vez, o sapo e a garota que não era princesa - 3


Escrita por: JaneDi

Capítulo 3 - 3


Sexta-feira era dia de educação física para as meninas. Lili não tinha nada contra a pratica de esportes, mas especialmente naquele ano, a aula era logo no primeiro horário, ou seja, tinham que tomar banho logo depois, e para ela era sempre uma tortura ficar quase nua com um monte de garotas desconhecidas no vestiário.

Deveria ser crime expor adolescentes em plena fase hormonal àquele tipo de constrangimento.

_eu fiquei sabendo que vai haver uma festa amanhã na casa da Melissa_ ouvira uma garota dizer.

_não vai ser uma festa, vai ser apenas um encontro Raquel, nada demais_ Ela reconheceu a voz de Clara falando e logo o costumeiro desconforto apareceu.

_e então será que você...._ uma outra começou a perguntar, mas fora interrompida pela própria Clara.

_não dá para saber_ ela disse, via pelo reflexo do espelho que estava na frente que Clara estava se vestindo, mais tinha mais outras quatro ao seu redor_ ele disse que não tem facebook_ ela completou.

Lili apenas sabia que estavam se referindo a Oliver, ela imediatamente tentou terminar o mais rápido possível para sair dali.

_quer dizer que você falou com ele Clara? _ outra perguntou animada.

_falei sim, mas como ele não tem facebook não dá para saber se ele sabe da reunião da Melissa, ela só avisou por lá_ ela disse.

Então ouviu uma conversa totalmente diferente. Jane, a mesma garota de segunda feira estava falando dela.

_por que não falamos com Lilian, ela está sempre perto dele, talvez saiba _disse e podia sentir o tom maldoso em sua voz.

Pelo reflexo dos espelhos, o grupo de garotos claramente via Lili.

_não, melhor não..._disse dando de ombros_ ela provavelmente não sabe se ele vai ou não...

Por quer se sentia com tanta raiva? Fácil! Odiava aquelas garotas e o jeito como falavam dela como se não pudesse ouvi-las. Odiava o fato de pensarem que ela era namorada de Oliver ou mesmo que estava se aproveitando da situação.

Não aguentou ficar mais um segundo no vestuário e mesmo com os cabelos molhados saiu de lá.

Quando o intervalo chegou se sentou na cadeira de sempre, sentia que seu humor ainda não melhorara. Luiza tinha percebido e apesar de ter perguntado se tudo estava bem, ela a deixou sem maiores perguntadas.

_Finalmente o fim de semana_ Luigi tinha acabado de chegar, sentara a mesa com um grande sanduiche na frente _ essa semana tem sido um pesadelo com tanta coisa para estudar

_é o vestibular, os professores querem que a gente aprenda tudo o que a gente viu em 10 anos em um único semestre para as provas de fim de ano_ Angélica disse também, um pouco exasperada, se sentando na mesa.

Oliver não parecia nem um pouco preocupado como os amigos quando chegou, carregava apenas uma poção de batata frita em sua frente.

_ouvi dizer que vão marcar aulas particulares aos sábados para a gente_ Luiza comentou de forma tímida.

Luigi quase caiu da cadeira

_aos sábados? Eles querem nos sugar até a morte? _ perguntou retoricamente

_eu pensei que você estivesse se preparando para o vestibular de medicina_ Oliver falou em seu tom sarcástico mordendo uma porção de fritas.

_eu estou me preparando! E já tenho minhas próprias aulas particulares todos os dias das uma até as oito da noite! _exclamou _eles não podem tirar meus fins de semana também!

_não seja dramático Lu_ disse Angélica, entre uma colherada e outra de sua tigela de salada de frutas_ só espero que não marquem nada para amanhã, vai ter uma reuniãozinha de volta as aulas na casa da Melissa_ disse com expectativa_ vocês vão? _ perguntou para eles

_claro que vou_ Luigi foi o primeiro a responder, deixando todo o drama de “estudar” para o lado_ Melissa tá uma gata, eu não perco.

_não, obrigado_ Oliver respondeu sem se dá o trabalho de explicar o porquê.

_ah, claro que vocês não vão_ Angélica disse com um muxoxo_ vão fazer o que então? _ disse olhando para os dois.

Lili sentiu o sangue subir à cabeça e as lágrimas de mais cedo quererem aparecer dessa vez

_não vamos fazer nada juntos_ disse um pouco mais alto do que desejara e, vendo o olhar confuso dos amigos, a vergonha também a atingiu_ esquece _resmungou enquanto se levantava rapidamente. Tinha que sair dali antes que a vissem chorar.

_ei Lili, qual o problema? _ Oliver tinha levantado logo em seguida e a retinha pelo braço_ você está bem_ ela viu seu semblante preocupado com ela.

_me deixa em paz Oliver_ viu que metade da cantina olhava para eles, puxou a mão de volta e saiu correndo.

Pegou a mochila na sala e disse que estava com muita dor de cólica para sair mais cedo, aquilo funcionava surpreendentemente bem. Tinha algum dinheiro que sua mãe sempre dava para alguma emergência na carteira e resolveu pegar um taxi. Seu celular tocou duas vezes. Sabia que era Oliver, mas não podia falar com ele naquele momento e naquele estado.

Em casa, sua mãe se assustou muito por chegar mais cedo, mas aparentemente acreditou no que dissera sobre a cólica e não a incomodou a maior parte da tarde, só a chamando para almoçar. Estava tão abatida e envergonhada que sabia que não podia ficar em casa com Oliver rondando por ali, tão perto. Decidiu pedir para passar o fim de semana com os avós. Claro que viu que a mãe estranhara o pedido, afinal ela tinha passado três semanas com eles nas férias. Agradeceu a Deus o fato de sua mãe a entendê-la tão bem ao ponto de não perguntar o que tinha. Após alguns instantes pensando falou que ia pedir ao motorista para leva-la até a rodoviária e ia ligar para avisar que eu estava a caminho.

A viajem não era longa, apenas 4 horas de duração e a noite estaria na casa dos avós. Ao está no ônibus sentiu como se pudesse respirar novamente de algo que estava sufocando.

Seus avós também a receberam bem, provavelmente a mãe tinha ligado e falado que eu apenas queria ficar um pouco longe de casa e eles não fizeram pergunta demais. Oliver não ligou mais, ele também devia ter chegado à conclusão que ela queria ficar sozinha.

Mas o que queria de fato?

Essa pergunta a consumia há meses. Crescendo dia a pós dia e se fosse realista consigo mesma, coisa que até então não estava sendo, saberia o que estava acontecendo.

E odiava isso.

Odiava está vivendo esse clichezinho de estar apaixonada por Oliver. Essa era a verdade. E até a palavra apaixonada, só o fato de pensar nela, fazia seu coração doer.

Como fora parar nesse estado? Ela era por acaso alguma garotinha romântica? Não, não era.

Mas estava apaixonada por ele, por quanto tempo? Não sabia. Mas os ciúmes que sentia dele, o fato que as pessoas falavam deles como casal, mas não eram, que ela era filha da empregada. E nunca Oliver se mostrara preocupado com isso...

Por quer para ele não importava, era apenas sua amiga, tinham gostos parecidos, viviam praticamente na mesma casa, viviam todos os dias juntos, não fazia a mínima diferença para ele.

Mas para ela... não achava apenas Oliver bonito, o que era, era alto, mas não de uma forma desajeitada como a maioria dos meninos, tinha um porte reto e pernas longas. Apesar de magro, era bem definido, os cabelos viviam despreocupadamente despenteados ao vento e tinha seu sorriso.... era como se ele soubesse que era naturalmente atraente e não fazia nada para esconder isso.

Com tudo isso ela o achava mais que bonito, gostava de ver como ele sabia expor a própria opinião, gostava de olhar como ele ficava quieto enquanto estava distraído, com seus olhos verdes concentrados em algo que só ele podia ver. Gostava de ouvir seu riso, que parecia uma música quando gargalhava... e tinha também seu cheiro, de manhã cedo quando iam para a escola ela podia sentir a fragrância suave dele que a fazia querer chegar mais perto dele apenas para sentir melhor.

Com todos esses pensamentos as lágrimas vieram facilmente. Se sentia uma pateta, como aquelas mocinhas ridículas que se apaixonavam pelo príncipe encantado. E Oliver tinha mais de sapo do que de príncipe!

Se forçou a lembrar da enorme e corpulenta lista de defeitos dele. Como era arrogante e prepotente, como ele não tinha nenhuma modéstia ou humildade, como sempre achava que tinha razão, como dizia coisas inconvenientes.... ele era o pior garoto por quem podia se apaixonar! Como fora cair nessa armadilha?

Não, ela era uma garota sensata e lógica. Podia está apaixonada (arrepios) por Oliver, mas aquilo ia passar, não podia deixar ninguém descobrir, sobretudo ele, então quando retornasse para casa domingo ia fazer de conta que nada, nada disso acontecera. Estava decidida.

Mas não conseguira voltar no domingo, apenas na segunda à noite é que chegara em casa. Sua mãe estava preocupada, mas disfarçou bem para ela, como se não passasse de uma crise de adolescente. Tentou conversar um pouco, saber se era alguma crise hormonal ou algum tipo de problema.

Por mais que amasse a sua mãe e confiasse nela plenamente, não se via contando para ela nada disso. Então inventou a desculpa que apenas estava estressada com os estudos. Pediu desculpas. A mulher mais velha não parecia certa sobre aquilo, mas mãe e filha confiavam uma na outra. E aquele assunto foi resolvido com um abraço apertado e um beijo no auto da cabeça.

A terça ia ser a verdadeira provação.



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