Eu a encarava mortalmente mas, então me recordei de que eram eles que forneciam o trigo e que não, definitivamente eu não plantaria trigo para o nosso povo.
-Tsc... - murmurei e me juntei a eles.
-Não vai falar nada!? - perguntou irônica.
-Não, afinal, diferente de você, alteza - apontei - eu sei diferenciar meus problemas pessoais dos problemas de meu reino. - sorri e a vi trincar os dentes.
Na verdade eu também não sei, pois eu queria mesmo era dar uns tapas naquele rostinho de porcelana.
-Bem... - uma albina mais velha se pronunciou - Vejo que não começamos muito bem, vossa alteza... Peço perdões pelos atos de minha irmã. - sorriu sem graça passando a mão na nuca.
-Não se preocupe. - sorri - Afinal você não tem culpa de ser irmã desse resto de aborto. - completei mentalmente.
-Bom... Prazer! Eu sou a irmã do meio desses dois. - apontou para o homem e para a albina aguada - Meu nome é Mirajane, mas me chame de Mira. - sorriu - E esses dois são Lissana e Elfman. Me perdoe por nos apresentar assim tão informalmente, mas, é que sou nova nisso. - sorriu sem graça novamente - É a primeira vez que saio sem minha mãe para resolver assuntos do reino. E também é a primeira vez que ele vêm.
-Mira! - Elfman a repreendeu - Não precisava dizer... - colocou a mão na testa.
-Você foi muito bem. - sorri - E aliás o meu nome é Lucy, mas pode me chamar de... De Lucy mesmo... - dei um risinho.
-Bom. Vamos aguardar a chegada dos outros milordes.
Parece que essa desidratada respeita a irmã pois não se pronunciou mais.
Já estávamos esperando há 10 minutos e comecei a me preocupar, Mavis nunca se atrasou.
Poucos tempo depois escutamos batidas frenéticas na porta e logo a mesma foi aberta. Mavis, End e Natsu passaram por ela com sorrisos enormes nos rostos.
O que quê aconteceu?
-Perdoe-nos pelo atraso. - Mavis disse vindo na direção de Mira - Já podemos começar.
Ela se sentou de frente à mim.
-Mavis, e papai? - a questionei confusa.
-Oras, Lucy. - disse como se fosse óbvio e depois Natsu e End se sentaram um de cada lado meu - Essa reunião é apenas conosco, as herdeiras. Nosso pai acha que já devemos assumir responsabilidades para sermos boas rainhas.- assenti.
Depois perguntarei a ela o que aconteceu realmente.
-Bom... Como já sabemos existe um... - parei de prestar atenção no que ela dizia assim que senti uma mão alisando minha perna.
-Natsu, você tá maluco?... - murmurei corada.
-Han?... - perguntou confuso.
-Não se finja de besta...
-Luce, eu te explico depois o porquê de você não ter me visto ontem mas, agora preste atenção em Mavis... - falou baixom
O quê? Eu não estou falando disso.
Espera... Olhei para meu outro lado e vi um sorriso sacana no rosto de End. Desci o olhar para baixo e vi que era sua mão que me alisava.
Respirei fundo.
-E então... - Mavis dizia.
-Mavis, perdão interromper mas, não me sinto muito bem. - disse manhosa - Preciso me ausentar. Me de sua permissão, por favor? - ela sorriu.
-Claro. Eu e End damos conta daqui. - a encarei confusa - Claro, Natsu vai acompanhá-la, certo? Pra caso precise de ajuda. - disse e olhou de relance para a Lissana e entendi na hora o que ela queria dizer.
-É, claro. Ele vem comigo, certo, meu amor?
-Sim, afinal não posso deixar meu tesouro mais precioso andando por aí sozinha. - bagunçou meu cabelo.
Me levantei e estava saindo quando...
-Provavelmente não tem caráter, sair assim no meio de uma reunião... - Lissana murmurou mas eu pude escutar - O que o Nat viu nela? Além de peitos e um pouco de bunda, o que ela tem? Dinheiro só se for... - deu uma risadinha.
Mavis me encarou fazendo sinal para que eu ignorasse mas de nada adiantou pois eu sou Lucy Hertfilia e não aceito essa falta de respeito em meu palácio.
-Hahaha! Que irônico. - ri forçado - Deve ser inveja mesmo, afinal você não tem nenhum dos três!
-Vamos embora Lucy... Para com isso... - escutei Natsu murmurar do meu lado - Isso pode prejudicar a reunião e...
-Não! Agora ninguém me segura! Ela vai escutar tudo que merece! Olha aqui sua vad...
-Minha querida, vamos embora! - me interrompeu um pouco alterado
-Eu não sou sua querida! - disse simplesmente - E nunca mais levante essa sua maldita voz pra mim! Quem você pensa que é?!
-Gente... A vida é uma plantação... - End ia dizendo mas o interrompi o filho da puta.
-Que mané plantação o quê?! - encarei novamente Lissana - Olha aqui sua desidratada azeda. - Mavis me olhava incrédula mas, não dei atenção - Nunca mais ouse me chamar de sem caráter pois eu não sou você. E ao contrário de você eu não fico me achando por ser a ex namorada de Natsu! - esbravejei - E, nem tem como né?! Pois eu sou a que está com ele agora! Você não deu conta e ele veio na minha direção. - o rosado me encarava incrédulo, apenas lhe dei um selinho demorado, mesmo estando com raiva dele não daria esse gostinho para ela - Te espero no quarto, amor... - disse e fui na direção de meus aposentos reais.
Chegando lá, corri para meu banheiro, preparei a minha banheira, entrei de roupas mesmo e desabei.
-Por que quando a maldita Lissana fala algo eu choro?! É como se ela tivesse o poder de me influenciar com palavras. - murmurei enquanto ainda chorava.
-Lucy! - Natsu empurrou a porta do banheiro bruscamente e me encarou preocupado.
Meu corpo estava quase todo submerso na água, ele me observou e assim que notou que não havia resistência minha sobre ele lá, ele veio em minha direção ainda em silêncio.
Sentou-se ao lado da banheira.
-Sabe... - começou - Eu não sabia que aquelas palavras vazias haviam te machucado tanto. - sorriu triste - Apesar de você ter falado bem mais coisas do que ela... - deu uma risada fraca - Olha...
-Natsu...
-Sim? - me encarou com sorriso singelo.
-Me abraça?... - pedi corada com lágrimas nos olhos.
Ele nada disse, apenas o fez. Ficamos assim por um tempo. Não havia malícia naquele momento. Era apenas ele me consolando, sem se importar de molhar.
-Por que isso tão de repente? - perguntou quando nos afastamos.
-Por que sumiu ontem? - perguntei ao mesmo tempo.
-Bem... - ele ficou nervoso.
-Me conta vai! - dei um tapa de leve em suas costas.
-Ah!... - gemeu, como se tivesse sentido muita dor.
-Natsu eu nem bati forte eu só... - passei a mão novamente em suas costas só que desse vez por debaixo da blusa - Natsu o que é isso?... Natsu... - ficou em silêncio - Natsu!
-Não importa... - estava se levantando.
-Natsu! - gritei e o puxei de volta - Você não me deve satisfação nem nada do tipo afinal o namoro é uma apenas uma farsa mas, nós somos amigos não somos? - o olhei profundamente.
-Lucy eu...
-Somos ou não somos?! - o interrompi.
-Lucy nos conhecemos a tão pouco tempo... - passou a mão na nuca sem graça.
-Isso não importa! Porque eu... Eu...
-Por quê? - me incentivou a prosseguir.
-Porque pra mim você já é meu amigo!
Um silêncio se instalou e ele então começou a tirar a camiseta.
-Natsu... - não acreditava no que via - Suas costas...
-Ei... - colocou uma mecha de meu cabelo pra trás - Não importa...
-Natsu suas costas estão todas chicoteadas! Como você pode pedir para eu não me importar?! - esbravejei enquanto via cortes de todos os tipos e tamanhos - Quem te fez isso?... - meus olhos se enxeram de lágrimas novamente - Quem fez isso com você?...
-Luce, por favor... Não chore mais eu não vou aguentar te ver cho...
-Quem fez isso Natsu?! - já não mais segurava as lágrimas que escorriam quentes por meu rosto.
-Foi um castigo... Por isso você não me viu ontem... Não queria que me visse assim... - desviou o olhar - Doía muito ontem, mas hoje já está melhor.
-Seu pai fez isso?! - estava incrédula - Nunca esperaria um comportamento tão sádico assim de Igneel...
-Não! Não... Meu pai nunca faria isso... Foi... Foi minha mãe... Foi meu castigo por... - ele pareceu pensar - Por quebrar uma regra que me foi imposta desde o dia de meu nascimento... - sorriu triste - Lucy... Não... Não conte a ninguém, por favor... - murmurou com o olhar baixo.
Eu não conhecia esse lado do Natsu...
-Não contarei... E aqui no reino Heartfillia, promessa é dádiva. - sorri - Será nosso segredo... Mas... - fiz uma pausa - Me fale, qual seria essa regra que você quebrou? - perguntei medindo minhas palavras.
-Eu nunca deveria ficar com alguém... Ou seja me apaixonar por alguém que não fosse a garota a quem fui prometido no dia de meu nascimento...
-E quem seria? - eu já imaginava mas queria ouvir ele falar.
-Lisanna... - disse confirmando meu pensamento.
-Mas então por que você quis inventar essa história de namoro se apenas a Mavis sairia beneficiada?!... Por causa disso você...
-Luce... Digamos que eu tenha meus motivos para fazer isso... Eu tenho um objetivo que nem levar cem chicotadas por dia irá me impedir de realiza-lo... - sorriu - E meu pai não sabe desse acordo... Então por favor não conte a ele...
-Não contarei... Mas, Natsu nada nem ninguém nesse mundo é capaz de merecer esse sacrifício que você está fazendo... Se quiser acabar com essa história por aqui, tudo bem...
-Luce, eu já te disse... Eu tenho meus motivos...
-Natsu eu... Eu só não quero que ela te machuque mais... - abaixei o semblante.
Ele sorriu.
-Obrigado por me entender... - bagunçou meus cabelos.
Na verdade não entendo! Por que ou por quem você aceitaria sofrer a esse ponto? Quais são seus motivos?!
De todo moda, tenho de pelo menos, tentar entende-lo, ele se abriu comigo mesmo não me conhecendo totalmente... Não vou perguntar mais nada... Caso ele queira me contar ele dirá.
Sai da banheira, vesti meu roupão e me sentei no chão junto a ele. Deitei em seu ombro.
-Ei... - ele ia protestar mas eu o impedi.
-Como você lava suas costas com isso ai? - perguntei pra quebrar o clima.
-Bem... É difícil mas eu consigo. Afinal, não é a primeira vez que isso acontece. Já aprendi uma técnica... - riu.
-Natsu... Pars de se finjir de forte... Eu sei que esta doendo, é claro que dói... - murmurei.
Ficamos em silêncio um bom tempo até que me levantei.
-Tome um banho. Você vai ter uma surpresa quando sair... - sorri.
-Luce, obrigado... - desviou o olhar.
-Ei... Somos amigos, é pra isso que eu estou aqui. - sai do banheiro fechando a porta logo em seguida.
***
Ele saiu do banheiro apenas com uma calça larga de moletom e uma toalha no pescoço. Seus cabelos estavam bagunçados como sempre.
-Ei? - me chamou.
-Hmm?
-Por que achou ruim quando eu te chamei de "minha querida"?... - perguntou meio sem graça passando a mão na nuca.
-Você já chamou a Lissana assim? - o indaguei já sabendo a resposta.
-Sim, mas...
-E ela gostou? - o encarei.
-Bem... Acho que sim, mas o que...
-Foi exatamente por isso que eu não gostei. - disse cruzando os braços - Os outros apelidos eu também não gosto, pois você certamente já a chamou de "meu amor, "vida", 'bebê"...
Ele veio na minha direção e me abraçou por trás.
-Então... Do que minha princesa quer ser chamada?
Corei.
-Bom...
-Ok. Irei te chamar de amor e de LucE... - ele me olhou com... Expectativa? - Nunca chamei ela de amor... E Luce é sua marca registrada comigo.
-Bom... Pode ser. - ele parecia decepcionado - Você já me chamava disso mesmo.
-E você só reclamou uma vez, "meu nome é LucY" - riu.
-Atualmente não tenho nada contra esse apelido. - ri também - Agora me solte e fique de frente pra mim.
-Mas, Luce... - protestou.
-Anda logo! - revirei os olhos.
Corri até um armário que tinha em meu quarto e peguei uma pomada.
-Talvez arda um pouco...
-Talvez o qu... Ah! - disse se encolhendo enquanto passava a pomada em suas costas.
-Não se mexa!
-Mas está doendo. - fez um bico.
Apenas sorri, nunca imaginei que isso aconteceria comigo. Quando terminei peguei umas bandagens e o enfaixei.
-Obrigado...
-Que isso. - sorri - Bom. Agora vamos para a sua surpresa. - disse empolgada.
-Ah! Não era essa? - me olhou meio temeroso.
-Não. - ri - Nós vamos fugir desse maldito castelo e ir em um encontro na cidade!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.