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História Erase This - Duality


Escrita por: CrazyGates e CrazyShadows

Capítulo 34 - Duality


Acordei com braços ao meu redor e o cheiro que me acalmava trazendo a ilusão de poder andar nas estrelas... Não precisava nem abrir os olhos para saber que havia adormecido no colo de Brian.

Abri os olhos devagar, levantei a cabeça e encontrei-o me observando sorrindo instantaneamente sorri para ele que me apertou em seus braços... Flashes do dia anterior perturbaram minha cabeça e eu sai de cima do mesmo, levantando e batendo a mão na calça suja de areia.

Sai da caverna deixando-o com uma expressão confusa no rosto, ele me seguiu e aproveitou que eu me espreguiçava para envolver minha cintura com suas mãos e me virar de frente para ele, abraçando-me forte.

– Eu odiei te ver com aquele ruivo Belle... Promete que nunca mais vai andar com ele? – o empurrei para trás e arranquei seus braços de mim.

– Não... Vocês não vão mais regular minha vida, eu sei de quem devo ou não ser amiga, e se vocês por acaso se meterem com o Sam... corto relações! – ameacei e virei de costas me enfiando no meio da vegetação, andei pela praia até ser surpreendida por Brian que me agarrou pelo braço.

– O que está acontecendo com você Anabelle? – perguntou com os olhos esbanjando desespero.

– As pessoas mudam Brian... – disse puxando meu braço, mas ele me trouxe para perto de seu peito.

– Eu não queria que você mudasse Ana... - disse e depois beijou o topo de minha cabeça.

– Ah você queria sim, todos queriam! – o empurrei e voltei a caminhar.

– Posso pelo menos te acompanhar? – ele perguntou acompanhando meus passos rápidos que se dirigiam ao mar.

– Não vá embora! – exclamei arrancando os tênis depois jogando a blusa pelos ares ficando apenas de sutiã.

– O que você está fazendo? – ele perguntou com a respiração falhada segurando minha blusa nas mãos.

– Vou nadar, e você o que está fazendo aqui ainda? – perguntei arqueando uma das sobrancelhas enquanto abria o zíper da calça.

– Não... Pare com isso! – ele disse colocando a mão no cós de minha calça para que eu não a arrancasse.

– Ei... Eu vou nadar, se você não quer ver vai embora, aliás, já te mandei faz tempo... – disse saindo de perto dele e abaixei as calças até o joelho revelando a calcinha rendada preta que com certeza não era minha... Devia ter colocado alguma de Mad por engano em minha bolsa...

– Puta que o pariu! – exclamou Brian se aproximando e pegando minha calça nas mãos.

– Vai ficar babando? Sai daqui logo Haner! - exclamei e sai correndo sentindo as primeiras ondas nos pés... Levei as mãos para as costas prestes a abrir o sutiã quando ele me deteve.

– Ah não Belle... Você não vai nadar nua! – ele disse me encarando e segurando minhas mãos.

– Quem disse? – indaguei desafiadoramente.

– Eu disse. – ele tinha faíscas escapando pelos olhos e me agarrou pela cintura com um dos braços, erguendo-me do chão e me carregando para um pouco longe... fui lançada na areia, ele se sentou de pernas abertas sobre minha cintura, segurando meus pulsos.

– Sai de cima de mim! – relutei embaixo dele e de repente olhei para o volume em suas calças – Porra Brian vá procurar a Michelle para se aliviar! – o joguei longe e saí correndo me jogando na água gelada do mar, com certeza pegaria um resfriado...

Nadei sem olhar para trás, esperava que ele não estivesse mais lá quando voltasse. Permaneci muito tempo naquela água tanto que criei rugas nos dedos, acabei me acostumando com a temperatura e me despreocupando com a doença que viria após meu breve “divertimento”.

Sai da água tremendo e encontrei minhas roupas amontoadas num monte, claro que ele tinha ido ver a prostituta dele, claro que tinha... E eu era uma idiota, uma completa idiota.

Vesti minhas roupas, sem me importar por estar deixando elas molhada com meu corpo sujo de água do mar. Senti a areia grudar de leve em mim, mas ignorei calçando os tênis saindo da praia.

Andei sem rumo até o parque próximo ali, chegando lá sentei na ponta do escorregador de um dos brinquedos e comecei a pensar no que faria... Eu não queria conversar com ninguém, apenas ter a companhia da minha própria solidão.

O tédio acabou por me atingir, nem na escola o tédio me perturbava desse jeito, deveria ser pelo fato de que durante toda a aula eu me preocupava em irritar o professor até que ele dissesse a famosa frase “Quem quiser sair da sala saia agora ou fique quieto!” essa era a hora em que eu me levantava... E todos que faziam bagunça junto a mim se contentavam em resmungar em seus lugares.

Enrolei uma mecha de meu cabelo castanho dourado, pelo sol, entre os dedos e espremi a ponta molhada... O encarei por alguns segundos e então me veio a ideia “Deveria mudar um pouco o visual...”.

Levantei e dirigi-me a farmácia mais próxima, lá encontrei uma variedade pequena de tintas, mas a que eu precisava estava lá e se destacava entre as outras, vermelho, essa era a cor e eu estava satisfeita com ela... Fucei nos bolsos da calça e novamente achei dinheiro, não era novidade.

Paguei a tinta e segui para casa, pouco me importava se meu pai ainda estava lá, eu me trancaria no quarto até ter o resultado que queria em meu cabelo.

Parei no quintal de casa observando mamãe chorar na soleira da porta enquanto o homem arrancava com o carro, ele acenou para mim com um sorriso falso no rosto e eu virei o rosto ignorando-o... Mamãe quando me viu não permitiu que eu entrasse em casa antes me sufocar num abraço.

Entramos juntas e eu subi para o quarto, trancando-o com a chave e seguindo para o banheiro, arranquei as roupas molhadas ficando apenas de lingerie e peguei a caixa da tinta dentro da sacola.

Olhei-me no espelho irritada com a aparência de meus cabelos ridiculamente monótonos, comecei a pensar onde o deixaria colorido... Nessa transformação separei uma parte generosa de cabelo e cortei numa franja reta que caia sobre minhas sobrancelhas, ela ressaltou meus olhos verdes.

Preparei a tinta como estava escrito na caixa e joguei todo o cabelo para frente, penteando-o com dificuldade, pois o sal do mar ainda estava presente nele. O prendi num rabo, e nesse “rabo” passei a tinta vermelha, agora eu teria minhas pontas coloridas!

Com o cabelo lambuzado com a tinta parti para o quarto e com dificuldade de enxergar, por ter um rabo jogado em minha face, enrolado no papel alumínio, consegui ligar o som que tinha um cd do Pantera lá dentro, o mesmo que havia escutado há dias.

Queria pular com a música, mas tinha medo que o papel alumínio saísse do rabo, assim me contentei em sentar na janela e admirar o céu... Dois garotos pararam na calçada, deviam ser um pouco mais velhos do que eu, e por estar apenas de lingerie eles continuavam vidrados em mim, acenei e os mesmos saíram correndo... Sempre tão estúpidos.

Acabei ficando tempo demais com a tinta no cabelo, o que não era um problema, primeiro lavei a parte tingida e sem olhar ainda no espelho entrei no box e comecei um banho demorado...

Sai com a toalha enrolada na cabeça, não estava pronta para ver minha façanha, segui para o quarto, peguei uma das minhas calças justas e fiz um buraco em cada joelho com a tesoura, vesti uma regata preta justa.

Tirei a toalha do cabelo, peguei o creme na penteadeira e passei por toda a extensão dos fios, penteei e então fui para o banheiro... Tirei o embaçado do espelho com a mão e então pude ver o cabelo.

Estava magnífico! Digno de cabeleireiro, até a franja tinha adotado pontas meio avermelhadas, mas o que gritava em si na cor eram as pontas, coloridas num vermelho forte que remetia ao fogo e combinava com o verde dos meus olhos.

Peguei o secador dentro do armário embaixo da pia e sequei o cabelo, o vermelho ficou ainda mais vivo depois de seco... Com certeza eu havia feito um bom trabalho.

No quarto olhei o relógio de cabeceira, já se passava do horário do horário de almoço, Mad só tinha mais duas aulas na grade de horário escolar dela, certamente, logo bateria o sinal e eu precisava fazer algumas coisas antes que ela voltasse para casa...

Sai do quarto feito um furacão, ainda de chinelos branco, corri tão rápido para fora de casa que só pude ouvir gritar minha mãe algo sobre o almoço... atravessei a rua correndo e chegando ao jardim dos Sanders nem me dei o trabalho de tentar entrar pela porta da frente, atravessando o portão de madeira e indo para os fundos.

Como previa a porta da cozinha estava aberta, entrei e corri para o quarto do garoto pegando minha mochila e procurando algum pertence que tinha meu espalhado por ali, não pretendia voltar naquela casa tão cedo.

Sai com a mochila nas costas na mesma velocidade que tinha chegado a casa e me apressei no caminho até a de Jimmy... Chegando lá a mãe dele me recebeu com um sorriso enorme e permitiu que eu entrasse, peguei minha mochila que estava jogada debaixo de sua cama e sai de lá, segurando-a na mão.

Por isso ele nunca a trouxe para mim novamente, nem sabia onde a mochila estava ri pensando nele procurando-a feito louco e minutos depois se distraindo com a iguana, Jimmy era um dos únicos loucos do qual eu nunca poderia me separar...

Voltei para casa correndo pelas escadas jogando as mochilas em qualquer canto e deitando sobre a cama, eu não ficaria dentro de casa por muito tempo, precisava exibir meus cabelos ruivos na saída da escola.

Assim, desci fui até a cozinha, tomei o leite que tinha na geladeira no gargalo e sai de casa, mais uma vez ignorando as frases de mamãe que assistia qualquer programa na TV da sala.

Olhava para os coturnos que calçava vidrada por eles, no natal passado quando Mad os deu para mim de presente eu não queria vê-los nem pintados de “rosa”, mas agora eles eram perfeitos para minha nova fase.

Cheguei em frente ao colégio, um ônibus amarelo levava a primeira penca de alunos para casa, avistei os grupos separados em meio a multidão... Populares, nerds, cheerleaders... Uma imensidão de classes “sociais” que se separavam, mas entre todas apenas duas me chamavam a atenção, as do grupo de Matt e o de Sam, eles não me viram parada na esquina e mesmo se vissem não reconheceriam tão fácil.

Eu tinha duas opções... E a segunda era a mais tentadora... Atravessei a rua, atraindo olhares dos que estavam no ponto esperando pelo próximo ônibus e parei entre os dois grupos, sorri para Zacky acenando enquanto ele me encarava abestalhado e virei de costas seguindo para Sam.

– Oi. – disse atraindo sua atenção e ele me olhou de cima a baixo.

– Não pode ser você Anabelle... – ele disse abrindo a boca em surpresa.

– Sou eu sim. – disse me aproximando e o abraçando, ele retribuiu.

– Você está muito gata! – disse enterrando o rosto nos meus cabelos e apertando de leve minha cintura.

Rodei-nos, sem tirar seu corpo colado ao meu, e então tive visão privilegiada do grupo oposto que encarava tudo surpreso... Não sei se pelo meu cabelo novo, ou pela minha audácia em abraçar Sam.

Eu não me importava... Mas um olhar entre muitos me fez sorrir, Brian soltava faíscas dos olhos e tinha as mãos fechadas em punho... Afinal, o que ele tinha ido fazer na escola? Logo obtive a resposta quando Michelle foi abraçá-lo.

Meu sorriso se desmanchou e eu me separei de Sam encarando seus olhos castanhos, não esperava nenhuma ação dele até que o mesmo juntou nossos lábios, apertando minha cintura possessivamente e eu fui obrigada a deixar sua língua entrelaçar-se na minha quando me lembrei de Brian com a... vadia.



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