História EreRi - Entrelaçados pelo destino. - Mesmo se... Eu te pedir? . . .

Os dias foram se passando, cada dia era algo diferente que o jovem medico tinha que aprender, o uso de armas era essencial já que estaria perto demais do perigo e ninguém queria um médico que foi treinado tão bem, morresse nos primeiros minutos de guerra.

Oluo ensinava muitas coisas sobre tiros e armas para o médico nos seus tempos livres, assim como os outros, mas eles se viam quase todo tempo, já que Oluo sempre tinha que ir na enfermaria quase todos os dias. Um problema bem estranho, o suboficial sempre mordia sua língua isso causava sangramento.

-Novamente isso Oluo-san?

-Ah, ee naum posso arer ara! (Ah, eu não poso fazer nada!) –Ele mantinha sua língua para fora enquanto o médico fazia os curativos e parava o sangramento.

-Dá próxima vez tente falar sem deixar a língua de fora. –O garoto de olhos verdes jogava as luvas descartáveis no lixo. –Se continuar assim, vai morrer por perda de sangue. –Ironizava, eles haviam ficados bem amigos, mesmo Oluo tendo inveja de Eren por ter sido treinado pelo seu ídolo, Rivaille.

-Não me venha com essa. Eu não vou morrer assim. –Ele se levantava e saia da enfermaria, os demais enfermeiros e médicos treinavam arduamente e Eren virou quase um instrutor, ao ouvirem que o incrível medico Rivaille ensinou Eren e que Hanji era sua mentora, eles imediatamente pediram para ensina-lo.

-Eren-sensei! –Mina vinha na direção do médico, formada em enfermagem e obrigada pelos tios a entrar no exército a jovem enfermeira se esforçava ao máximo para aprender.

-O que foi, Mina?

-E-Eu não sei como ajudar a Rica-san.... Ela parece muito mal...

-Rica-san? –Os dois foram até a maca onde ela estava deitada, ao seu lado Nanaba. –O que aconteceu com a Rica-san?

-Eren. –O cabo se aliviava com a presença do médico. –Rica caiu enquanto testávamos os equipamentos de alpinismo, acho que ela torceu o tornozelo.

-E-Eu estou bem Nanaba... –Ela tentava se levantar.

-Deixe-me examina-la, Rica-san. –O pedido do médico parecia mais suplicia e a capitã apenas aceitou. –Bem, acho que você está certo Nanaba-san.... Podemos fazer uma manobra para colocar no lugar... Mina, me ajude aqui, Nanaba-san, preciso de sua ajuda também.

-Hai! –Os dois respondiam em sincronia. Eren deu as ordens e eles fizeram exatamente o que o médico mandou, segurando a paciente e imobilizando ela.

-Rico-san quero que respire fundo, será rápido, se achar melhor segure-se em algo e feche os olhos.

-H-Hai... –Em um rápido movimento, Eren colocava tudo no lugar.

-Pronto. Agora precisamos colocar uma tala e em alguns dias você vai poder voltar ao normal. Sorte que Nanaba-san pode te trazer até aqui.

-Ufa... Obrigada Nanaba.

-Não há de que capitã. –O sorriso de Nanaba chamava mais uma vez a atenção do médico. –Eren. –Ao notar que o observava Eren ficou corado e isso arrancou alguns risos de Mina. –Eu vou treinar alguns dos soldados lá na montanha, você quer vim?

-Eren-sensei! –Outro enfermeiro chamava pelo médico.

-Acho que não, né? -Ele sorria derrotado.

-Sinto muito. Mina, termine para mim, eu vou ver o que aconteceu. –Eren corria para o próximo paciente enquanto Nanaba encarava o médico que não parava nenhum segundo. Agora o campo de treinamento só fala do novato medico de lindos olhos verdes que é aprendiz do médico Rivaille e da capitã  Zoe.

-Eu preciso ir. –O cabo se afastava das duas e ia em direção ao seu compromisso. Daqui a alguns dias Eren iria embora e tudo voltaria chatice de antes. Parecia que ele tinha acendido o desejo que muitos nem sonhavam em ter. “Proteger seu pais é apenas isso que os novatos falam... Se eles soubessem mesmo o que é isso...”

No campo de treinamento, todos se esforçavam ao máximo, corriam, escalavam e atiravam, tudo para estarem na melhor forma possível, porem havia aqueles que se machucavam sempre.

-Precisa tomar mais cuidado soldado! –Advertia o loiro. –E se isso for um campo de guerra?! Como vai atacar seu inimigo se estiver caído assim no chão? Eles não terão piedade.... Consegue se levantar?

-H-Hai! –O soldado se levantava às pressas e continuava a correr.

-Você é bem mole Nanaba. –O oficial Gustav observava tudo atentamente. –Esses soldados querem ir para enfermaria.

-Serio? –O cabo não acreditava. –Por que? Pelas meninas? –De fato, muitos homens babavam pelas enfermeiras.

-Isso também. Eu ouvi o seguinte no refeitório hoje cedo: “Você ficou sabendo? O médico Eren tem passagem livre, se fizermos uma boa amizade com ele podemos ter tudo. ” Tem mais: “Se conseguimos amizade, as enfermeiras ficaram conosco. ” Esses soldados acham que podem ser mais inteligentes.

-...  Que idiotice.

-Por isso mesmo, pegue mais no pé deles. Assim não irão tão facilmente para a enfermaria.

-Certo. –O dia continuou, os soldados treinaram quase a tarde inteira, enquanto Eren tinha novas aulas com Gunther sobre camuflagem, a vida do jovem médico estava bem agitada, diferente da vida de Rivaille que estava fazendo suas compras normalmente.

O médico nunca gostou de fazer compras, mas era necessário. Todas as vezes ele ficava em dúvida sobre o que levar, o que poderia ser mais prático ou o que não sujasse sua casa. Em meio a isso, ele também tinha um certo problema com a irmã de seu futuro namorado.

-Já disse. -Levi parava de escolher tomates e encarava a moça. -Pare de querer saber sobre Eren, nem eu sei o que está acontecendo. –A garota de 1,70 encarava o homem de 1,60 bem seria. –Você não tem nada mais interessante para fazer não? –“Ela poderia pelo menos parar de usar a altura para me intimidar? Ainda mais com o salto dela... “

-Não vou sair de perto até saber sobre o Eren! –O homem revirava os olhos, pegava sua cesta e seguia com sua compra. Mikasa continuava a segui-lo e fazer perguntas. –Quando Eren vai voltar? Para onde ele foi?!

-Eu não faço a mínima ideia de quando ele vai voltar! –O médico estava se irritando já com ela, já fazia duas semanas e meia que essa perseguição começou. –Eu já disse a sua mãe! Ele foi para o exército!

-Por que?! –Levi tentava ignora-la, mas Mikasa era persistente, ela conseguia passar dos limites, para o médico, ela era pior que sua amiga Hanji. –Me diga, por que?! Por que Eren ariscaria sua vida? Ele poderia ficar em casa!

-Olha... –O homem parava de andar, ele tinha que dar um ponto final nisso. –O que seu irmão fez ou deixou de fazer não é da minha conta. –“Mais ou menos. ” –Se você quiser falar com ele, ligue para este número! Pergunte sobre seu irmão, ou sei lá do que você quer saber, agora, me deixe em paz! –Levi entregava um papel que ele escreveu as pressas com um número de telefone. “Será que ela vai me deixar em paz agora? ” Quando ele achou que seu sossego começaria, seu celular começava a tocar, chamando a atenção da garota. “Merda. Espero que não seja ele...”

-Alo? –Levi atendia, enquanto tentava se distanciar ao máximo daquela mulher.

-Oi Levi! –“Sorte. É o Erwin”

-O que você quer, Erwin?  -O médico dava ênfase no nome do amigo para ver se a garota se afastava e até que deu certo.

-Algo aconteceu?

-Não. –Levi viu que Mikasa estava indo embora e ele resolveu dar mais atenção ao amigo na linha. –Apenas diga o que quer.

-Hanji me disse que Eren vai ir daqui a alguns dias para a missão no Egito.

-Egito? –Levi dava uma pausa para ver se Mikasa ainda estava por perto. –Hanji não me falou que Eren iria para o Egito!

-É, nem eu sabia, Hanji me contou hoje e disse para te contar.

-....

-O que foi?

-Nada, preciso desligar. –Rivaille desligava a chamada e ficava pensando naquele mercado, cercado por legumes, promoções e algumas senhoras. “Será que ele vai voltar? ”

<Quebra do tempo/20:20hrs>

Era tarde, Rivaille estava em seu turno em plena sexta feira, aos olhos dos enfermeiros e outros médicos, ele estava concentrado, mas sua mente estava longe. Ele pensava no começo de tudo, desde seus pais que não lhe davam atenção, até o dia em que ele saiu de casa e tomou o próprio rumo de sua vida.

Ele sempre teve tudo sobre controle, mas Eren era algo que ninguém conseguia controlar, isso irritava o médico de alguma forma, alguém imprevisível que no final sempre conseguia o que queria.

Agora Rivaille queria saber sobre Eren, como ele está, o médico iria culpar a irmã dele, fez tantas perguntas, agora essas perguntas estavam ecoando em sua mente. “O que ele está fazendo agora? ”

No mesmo momento, o jovem medico era colocado sobre a cama e beijado ferozmente pelo seu instrutor, nenhum deles saberia dizer como poderiam ter parado naquele estado, mas seria simplesmente pelo fato de Gelgar arruinar tudo.

Todos os soldados tinham terminado de jantar, estavam indo para seus alojamentos, dormir, nisso Eren terminava de arrumar todas as coisas na enfermaria com ajuda das enfermeiras e outros médicos.

Eles seriam os últimos a jantar, o trabalho de médicos não poderia parar, mesmo no campo de treinamento. Nanaba esperava ansiosamente por Eren, o loiro gostava da companhia do jovem e gostava das conversas.

-Não precisava ter me esperado. –Eren se sentava na mesa e comia ao lado do cabo.

-Que isso, sou seu instrutor e além disso. –Ele se aproximava mais do jovem. –Dormimos no mesmo quarto, não gosto de ser incomodado.

-Ah... –O médico continuou a comer e a bater papo com o mais velho e com os enfermeiros. Depois de comer, Eren foi tomar um banho quente enquanto Nanaba terminava seu trabalho. No meio da escuridão, uma figura encarava o cabo pela janela, com a garrafa de cerveja no chão ele entrava no quarto.

-Eren, eu já vou dormi, só deixa eu terminar isso e....

-Eu não posso esperar. –A voz conhecida assustou o soldado que se levantou imediatamente, antes de poder reconhecer melhor, seus lábios foram tomados e o gosto de bebida invadiu sua boca. Com muita força ele empurrou o homem para longe. –Qual é o seu problema?!

-Meu problema?! –Nanaba estava irritado. – Você entrou no meu quarto duas vezes! Gelgar o que está fazendo?! Era para você está na solitária!

-A capitã me soltou a poucas horas, disse que eu era um bom menino. –Ele ria. –Mas agora, eu quero uma coisa... –O soldado bêbado se aproximava do loiro, tocando em seu rosto. –Eu quero te possuir do mesmo jeito que dá outra vezes, Nanaba.

-Saia daqui! –O cabo retirava a mão que considerava imunda, ele odiava profundamente o antigo companheiro de quarto. –O que você fez foi repugnante! Eu te odeio!

-Não diga isso. Assim você... –Antes que ele pudesse terminar a porta era aberta, revelando Eren que acabará de sair do banho.

-Você! O que faz aqui?! –O médico estava irritado, ele ainda podia ver os resquícios de embriagues do soldado.

-Ah, então está com ele?! Não me diga que é o uke com ele Nanaba...

-Saia! –O cabo o empurrou para fora do quarto, porem antes de sair, Gelgar o puxou para um último beijo e levou um soco no rosto bem forte o que fez o bêbado ficar furioso e sair. O cabo limpava sua boca, aquele gosto de bebida o enojava e isso fazia lembrar de seu terrível pai.

-Nanaba... –Eren via que seu amigo não estava bem.

-E-Eu estou bem, apenas preciso ir ao banheiro. –Assim o loiro corria para o banheiro e ficava lá por alguns minutos. Ao voltar percebeu que Eren ainda o esperava, sentado. –Não.... Precisava ter ficado acordado... –O médico se assustou com a repentina voz. Eren pode ver a vermelhidão nos olhos do cabo, ele estava chorando.

-Nanaba, está tudo bem mesmo?

-Sim. -O loiro fechava a porta do quarto. -Obrigado pela preocupação. Eu apenas preciso ir dormir. –O soldado caminhava até sua cama e se sentava ali. A vontade de chorara voltava com mais força, ele havia prometido a si mesmo, ele queria esquecer, mas isso era demais. Sempre um cara bêbado precisava se aproximar dele e o homem tinha que ser mais forte que ele...

-Eu sei que não está nada bem...  Aquele beijo... –Eren se sentava ao lado do amigo. –Te fez lembrar do seu pai, né? –O mais velho se impressionou com tal coisa. –Tudo bem em se abrir, esse será nosso segredo. –Eren fazia o mesmo sinal, com o dedo indicador sobre os lábios e um sorriso que fez Nanaba sorrir.

-Gelgar era meu antigo companheiro de quarto, ele não era de beber, ele começou quando soube que sua amiga havia falecido. Ele sempre disse que eu parecia com ela, ele dizia que a amava. -Ele tinha um sorriso no rosto, porem este sorriso foi desaparecendo. -Um dia, ele veio até mim, bêbado, desnorteado e aí começou... Ele me disse que precisava de ajuda, ingênuo eu o segui até o banheiro. Mal sabia que aquele seria o pior erro da minha vida.... –O mais velho respirava fundo, relembrando dos detalhes e do desespero. –Ele me agarrou e me prendeu contra parede, estávamos sozinhos, então era quase impossível aguem me ajudar, além disso, naquele mesmo dia, eu tinha tomado alguns calmantes já que estava estressado com o trabalho. Isso me deixou fraco e eu não consegui resistir. Ele foi até o final, mas eu não.... –O cabo encarava suas mãos, se lembrando do ódio que sentiu. –De tanto nojo que senti com ele.... Eu.... Depois disso, contei a capitã que ele bebia e estava começando a agredir os demais soldados, então foi decidido deixa-lo na solitária.

-Por que não falou o resto para a Capitã?

-Não.... Isso.... Eu ainda tenho orgulho sabe... Mas agora que tudo voltou à tona... Estou começando a ficar desesperado. –O loiro passava suas mãos no cabelo, Eren pode ver o desespero nos olhos do homem, Nanaba estava com medo. –E.. E se.... Ele voltar? Nas duas vezes esteve de guarda baixa.... Não vai demorar muito para uma terceira vez.

-Nanaba. –Eren tocava o ombro do amigo. –Eu estou aqui.

-E quando você for embora? Tive sorte que você chegou a tempo.

-Eu não fiz nada. –Eren demostrava um sorriso curto. –Foi você que o expulsou daqui, podemos falar com a capitã amanhã e....

-Ela não vai fazer nada... –O loiro respirava um pouco mais calmo. –Eren eu... –Ao olhar para os olhos esverdeados, ele se sentiu em uma hipnose, era como esmeraldas, Eren também estava quase em um transe com o brilho dos olhos do mais velho, uma cor que poderia ser dita como azul claro, era como a cor do céu.

Sem perceberem seus rostos foram se aproximando bem devagar, com os olhos fechados os lábios se tocavam delicadamente, o beijo não durou muito e foi apenas o encostar dos lábios. Isso fez os dois corarem, mas também fez o soldado se arrepender.

-M-Me perdoa Eren, e-eu...

-Tudo bem. –O médico tocava seu ombro e com a mão livre tocava seu rosto para poder encara-lo. –Para ser franco.... Eu gosto de homens... –Nunca em sua vida ele diria isso a outro homem, porem sabia que poderia contar para Nanaba. Ao ouvir isso o cabo abriu um sorriso.

-Então acho que somos dois... –Eles se encararam e riam, aos poucos risos foram aproximando os dois e resultando em mais beijos, até o médico ser jogado na cama e sendo beijado mais intensidade por seu instrutor. Eren abria passagem e o loiro conseguia vasculhar cada canto daquela boca.

Os beijos foram se afundando ainda mais, até o ponto que o mais velho o tocou, neste momento sua mente voltou a funcionar e ele se separou do jovem e saiu da cama, isso causou curiosidade em Eren, estava tão bom.

-Algo de errado? –O jovem medico se levantava e ia em direção ao mais velho.

-Simplesmente tudo está errado. –Nanaba estava agitado como se tivesse feito a coisa mais errada do mundo. –Eu sinto muito Eren não queria....

-Ei. –O médico segurava o braço do loiro antes que ele saísse do quarto. –Está tudo bem, eu deixei. Não há mal nisso. É apenas fazermos sem compromisso.

-Você já tem alguém né? É o Rivaille. –Eren se surpreendia e logo assentia com vergonha. –Eu não posso...

-Mesmo se.... Eu te pedir? –O rosto corado do jovem medico era quase irresistível, Nanaba pensou alguns segundos sobre isso, respirou centenas de vezes antes de poder responder e não se arrepender.

-Eu não posso. Eren se você está realmente com Rivaille, isso seria traição. Por favor.... –Eren voltava a lembrar de Levi, ele estava se sentindo burro por ter pedido a outro homem toca-lo. Ele não queria isso, não mais.

-Eu sinto muito Nanaba. –Com a fixa caída ele se sentia o mais idiota dos idiotas. Estava tão perto de ter uma noite com outro homem que nem pensou em Levi. “Eu sou um incompetente...”

-Tudo bem, podemos deixar isso como nosso segredo. –Os dois sorriam, depois de mais alguns minutos, os dois amigos foram dormir em suas respectivas camas.